"Enquanto Isso..."
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Penumbra
Devaneio
QuimeraBranco
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Atieno
Métrico
V8
Babalu
Aura
Incrível
Paradoxo
Orbital
Espectro
Meia-Noite
Vulto
Administrador
23 participantes
Página 1 de 3 • 1, 2, 3
"Enquanto Isso..."
01/08/20, 01:01 pm
Enquanto Isso...
Tópico para desenvolvimento pessoal dos Personagens. Aqui está liberado para os jogadores criarem suas tramas pessoais, desenvolver seus personagens, descrever lugares e sentimentos pessoais.
Lembrando que o que for descrito aqui pelos Jogadores não pode interferir nas regras do jogo como:
- Perder um Protegido indefeso;
- Ganhar um novo Poder;
- Matar um personagem importante do cenário, etc.
Mas pode muito bem ser utilizado para descrever como o Personagem reagiu a estas mudanças ocorridas EM JOGO. Como ele lida com a morte de alguém, com a falha em uma missão, etc.
Pode ser um lugar para desenvolver um passado, relacionamentos com NPCs ou outros Personagens Jogadores, etc.
- Vulto
Novos Laços
08/08/20, 08:12 pm
Fugindo caos em torno do morto, Babalu guia Vulto até uma construção abandonada próxima, usando seus poderes para subir ambos até um dos andares vazios.
– Ei, você tá bem?
– Oi? Eu? Sim, sim, claro... Quem não deve tá bem é o moço lá – Ele aponta sobre os ombros, enquanto caminha pelo cômodo.
Apesar do sorriso no rosto, a heroína percebia seu olhar preocupado enquanto ele que mirava a cena de longe pela janela.
– Baita confusão que você se meteu, ein. O que aconteceu?
– Humpf... O idiota pulou antes que eu pudesse alcançá-lo. Ele bateu no meu Patrono, senti o baque, mas não consegui reagir a tempo e... – Ele assovia pela boca, passando uma mão pela outra – Paft! Se espatifou... no chão...
O sorriso irônico se desfaz de seu rosto e seus olhos focaram no nada, mas logo recobrou a postura ao perceber Babalu o observando.
– Você tem certeza que tá bem? Ouvi os xingamentos quando te alcancei. O pessoal parecia prestes te comer vivo.
– Ah, pelo jeito não gostaram do encerramento. Pelo jeito esperavam um final feliz. Ou não, mas seria absurdo admitirem que queriam ver a calçada pintada de vermelho – Vulto cerra os punhos – Então voaram no pescoço do único que tentou fazer alguma coisa, enquanto eles ficaram filmando – Ele se volta para janela – HIPÓCRITAS FILHO DA PUTA!
Babalu apenas observava. Notava que o herói estava visivelmente em choque, apesar de parecer querer passar o contrário.
– Então, creio que devo lhe agradecer por me tirar de lá... – Ele gesticula, como se tentasse se lembrar de algo.
– Babalu – Me chamo Babalu.
– Babalu? Bom, prazer Babalu, sou o Vulto – o jovem faz uma reverência exagerada – E esse idiota é o meu Patrono – diz, apontando para a figura escura de cabelos longos que o seguia.
A jovem encara a figura silenciosa, e uma estranha sensação lhe percorre os sentidos. Apesar de fixar os olhos no Patrono, sentia como se olhasse para Vulto.
– E-Ei...! – Ela acena, sem jeito – Prazer.
Vulto ri bobamente – Relaxa, ele não é uma pessoa de verdade. É só uma projeção de outro idiota. Moi – ele põe a mão sobre o peito, com uma feição irônica.
– Ah... – Ela solta uma risada embaraçada. Ainda notando o semblante conflituoso de Vulto, Babalu volta a questioná-lo – Tipo... Tem certeza que você tá legal? Eu ficaria... Bom, se fosse eu, no seu lugar, ficaria em pânico – dando uma risada nervosa, se aproximando.
Vulto abaixa os ombros, como se removesse um peso, e suspirando, responde:
– Não, é claro que eu não tô... Eu acabei e deixar um homem morrer... Apesar da aparência, eu tô tentando ser um herói – um sorriso triste percorre seus lábios – Que ótimo jeito de começar, não acha? – ele olha Babalu por cima do ombro, que se aproxima, olhando pela a janela também.
– Entendo... Sinto muito, cara – diz, ainda olhando pela janela – Esse foi o meu primeiro dia também. Não posso negar que não mandei bem, mas talvez seja mais fácil bater em dois otários do que impedir alguém de tirar a própria vida.
– É, talvez. Mas aposto que você teria tirado de letra. Subiu aqui rapidinho... – diz, ainda tentando esconder a tristeza atrás do sorriso.
– É, talvez – diz a garota soltando um leve riso, ao imitá-lo. Vulto também ri.
– É... Essa merda faz a gente questionar se vale a pena continuar tentando bancar o herói – desabafa o jovem.
– Ora, não vai me dizer tá pensando e desistir? – Ela se vira para ele, cruzando os braços, como se repreendesse sua fala.
– Uou, calma lá, mãe. Foi só um desabafo – brinca, encenando surpresa e apreensão exageradas, enquanto sorria – Prometo continuar batendo em bandidos e comendo minhas verduras – Ele junta as mãos em sinal de prece, fazendo cara de bom moço.
– Bom mesmo, mocinho – responde rindo – Imagino que esse seja o lado ruim de ser herói, de tentar fazer a diferença... Se ver falhar, mesmo que tentando fazer o certo. Mas como dizem, né, "Dias de luta, dias de glória".
Vulto acena levemente com a cabeça, olhando para o horizonte barulhento do Centro.
– É... você tava me ganhando até citar Charlie Brown Jr.
– Não… Não! Qualé! É a mensagem...não... oras...
Vulto cai na gargalhada, fazendo Babalu rir também, tão intensamente, que atrás deles, o Patrono gesticula uma risada silenciosa, imitando o dono.
– Ai, ai... Essa foi boa – diz, retomando fôlego, quando soltava pequenos espasmos de risada – E olha que nem precisa temperar o clima, mexendo com as emoções.
– Oi? Como assim? – pergunta ainda se recobrando fôlego.
– Ah, é... Além de sumonar o bonitão aqui, eu posso manipular os sentimentos das pessoas. Nada muito complexo, mas costuma ser útil pra aliviar sentimentos negativos. Então se tiver o coração partido, me procure.
– Ah! Legal. Falando em te procurar... Pode parecer um pouco súbito, mas... topa trocar contato? Sei que a gente mal se conhece, mas... sabe...
– Você é um charme, mas eu já tenho namorado, desculpa – diz, rindo.
– Não... Não é isso, é que a gente sai por aí, ajudando os outros... Acho justo termos alguém pra ajudar a gente também, né?
Ainda esboçando um riso, Vulto responde – Sim, claro, é uma boa ideia, só estava brincando... Bom, não na parte do charme... E nem do namorado – completa rapidamente, ao notar o revirar de olhos da heroína – Seria bom não passar por essa jornada sozinho. Ter alguém que entendesse os perrengues de ser herói.
– Jóia! Ok... Eu salvo como Vulto ou…?
– Boa pergunta, senhorita Babalu. A gente vai manter a formalidade ou vamos saber quem são os dois jovens por trás das máscaras?
– Bom... Dá pra ver minha foto e nome no perfil do Qualé, então...
– Sendo assim – com outra reverência exagerada, Vulto retira a máscara dourada – Dario. Muito prazer!
Dessa vez, aderindo a brincadeira, Babalu cruza as pernas e levanta uma saia imaginária com uma mão, enquanto retira os óculos com a outra – E eu sou a Kelly. Igualmente encantada.
Dando mais algumas risadas, Dario sente o celular vibrar e tocar.
– Olha só. O Ícaro deve tá preocupado.
– Seu namorado?
– Yep. Tenho que atender, antes que ele tenha um ataque. Ô bichinho mais ansioso...
Kelly ri – Não quero atrapalhar a conversa. Além do mais, preciso encontrar uma amiga. Ela tá louca pra saber como a primeira ação de Babalu.
– Sua amiga sabe que você tá nessa?
– Uhum. Foi ela que me convenceu, pra ser honesta. E meio que esse lance de poderes são coisa normal na minha família. O seu boy não sabe não?
– Sério? Interessante. Não, não... É mais seguro pra ele ficar sem saber disso.
– Entendo. Bom, é melhor atender logo. Vou indo nessa. Se cuida, dupla de um! – Acenando e repondo os óculos, ela corre até a janela oposta.
– Até mais, garota chiclete – diz, acenando de volta – Ah, e obrigado por me salvar mais cedo.
Com um aceno de cabeça, Babalu se pendura no parapeito, descendo o prédio usando o braço como rapel – Atendendo a ligação, Dario leva o celular até a orelha.
– Ei, lindo. Desculpa o atraso. Sim, tô bem. É que teve um... um problema aqui no Centro. É, um cara saltou de cima dum prédio – O semblante triste volta a dominar seu rosto, enquanto mirava o horizonte de NC – É... Só tô meio abalado – Ele olha por cima do ombro, em direção a janela em que Babalu saltara – Mas vou ficar bem, não se preocupe.
– Ei, você tá bem?
– Oi? Eu? Sim, sim, claro... Quem não deve tá bem é o moço lá – Ele aponta sobre os ombros, enquanto caminha pelo cômodo.
Apesar do sorriso no rosto, a heroína percebia seu olhar preocupado enquanto ele que mirava a cena de longe pela janela.
– Baita confusão que você se meteu, ein. O que aconteceu?
– Humpf... O idiota pulou antes que eu pudesse alcançá-lo. Ele bateu no meu Patrono, senti o baque, mas não consegui reagir a tempo e... – Ele assovia pela boca, passando uma mão pela outra – Paft! Se espatifou... no chão...
O sorriso irônico se desfaz de seu rosto e seus olhos focaram no nada, mas logo recobrou a postura ao perceber Babalu o observando.
– Você tem certeza que tá bem? Ouvi os xingamentos quando te alcancei. O pessoal parecia prestes te comer vivo.
– Ah, pelo jeito não gostaram do encerramento. Pelo jeito esperavam um final feliz. Ou não, mas seria absurdo admitirem que queriam ver a calçada pintada de vermelho – Vulto cerra os punhos – Então voaram no pescoço do único que tentou fazer alguma coisa, enquanto eles ficaram filmando – Ele se volta para janela – HIPÓCRITAS FILHO DA PUTA!
Babalu apenas observava. Notava que o herói estava visivelmente em choque, apesar de parecer querer passar o contrário.
– Então, creio que devo lhe agradecer por me tirar de lá... – Ele gesticula, como se tentasse se lembrar de algo.
– Babalu – Me chamo Babalu.
– Babalu? Bom, prazer Babalu, sou o Vulto – o jovem faz uma reverência exagerada – E esse idiota é o meu Patrono – diz, apontando para a figura escura de cabelos longos que o seguia.
A jovem encara a figura silenciosa, e uma estranha sensação lhe percorre os sentidos. Apesar de fixar os olhos no Patrono, sentia como se olhasse para Vulto.
– E-Ei...! – Ela acena, sem jeito – Prazer.
Vulto ri bobamente – Relaxa, ele não é uma pessoa de verdade. É só uma projeção de outro idiota. Moi – ele põe a mão sobre o peito, com uma feição irônica.
– Ah... – Ela solta uma risada embaraçada. Ainda notando o semblante conflituoso de Vulto, Babalu volta a questioná-lo – Tipo... Tem certeza que você tá legal? Eu ficaria... Bom, se fosse eu, no seu lugar, ficaria em pânico – dando uma risada nervosa, se aproximando.
Vulto abaixa os ombros, como se removesse um peso, e suspirando, responde:
– Não, é claro que eu não tô... Eu acabei e deixar um homem morrer... Apesar da aparência, eu tô tentando ser um herói – um sorriso triste percorre seus lábios – Que ótimo jeito de começar, não acha? – ele olha Babalu por cima do ombro, que se aproxima, olhando pela a janela também.
– Entendo... Sinto muito, cara – diz, ainda olhando pela janela – Esse foi o meu primeiro dia também. Não posso negar que não mandei bem, mas talvez seja mais fácil bater em dois otários do que impedir alguém de tirar a própria vida.
– É, talvez. Mas aposto que você teria tirado de letra. Subiu aqui rapidinho... – diz, ainda tentando esconder a tristeza atrás do sorriso.
– É, talvez – diz a garota soltando um leve riso, ao imitá-lo. Vulto também ri.
– É... Essa merda faz a gente questionar se vale a pena continuar tentando bancar o herói – desabafa o jovem.
– Ora, não vai me dizer tá pensando e desistir? – Ela se vira para ele, cruzando os braços, como se repreendesse sua fala.
– Uou, calma lá, mãe. Foi só um desabafo – brinca, encenando surpresa e apreensão exageradas, enquanto sorria – Prometo continuar batendo em bandidos e comendo minhas verduras – Ele junta as mãos em sinal de prece, fazendo cara de bom moço.
– Bom mesmo, mocinho – responde rindo – Imagino que esse seja o lado ruim de ser herói, de tentar fazer a diferença... Se ver falhar, mesmo que tentando fazer o certo. Mas como dizem, né, "Dias de luta, dias de glória".
Vulto acena levemente com a cabeça, olhando para o horizonte barulhento do Centro.
– É... você tava me ganhando até citar Charlie Brown Jr.
– Não… Não! Qualé! É a mensagem...não... oras...
Vulto cai na gargalhada, fazendo Babalu rir também, tão intensamente, que atrás deles, o Patrono gesticula uma risada silenciosa, imitando o dono.
– Ai, ai... Essa foi boa – diz, retomando fôlego, quando soltava pequenos espasmos de risada – E olha que nem precisa temperar o clima, mexendo com as emoções.
– Oi? Como assim? – pergunta ainda se recobrando fôlego.
– Ah, é... Além de sumonar o bonitão aqui, eu posso manipular os sentimentos das pessoas. Nada muito complexo, mas costuma ser útil pra aliviar sentimentos negativos. Então se tiver o coração partido, me procure.
– Ah! Legal. Falando em te procurar... Pode parecer um pouco súbito, mas... topa trocar contato? Sei que a gente mal se conhece, mas... sabe...
– Você é um charme, mas eu já tenho namorado, desculpa – diz, rindo.
– Não... Não é isso, é que a gente sai por aí, ajudando os outros... Acho justo termos alguém pra ajudar a gente também, né?
Ainda esboçando um riso, Vulto responde – Sim, claro, é uma boa ideia, só estava brincando... Bom, não na parte do charme... E nem do namorado – completa rapidamente, ao notar o revirar de olhos da heroína – Seria bom não passar por essa jornada sozinho. Ter alguém que entendesse os perrengues de ser herói.
– Jóia! Ok... Eu salvo como Vulto ou…?
– Boa pergunta, senhorita Babalu. A gente vai manter a formalidade ou vamos saber quem são os dois jovens por trás das máscaras?
– Bom... Dá pra ver minha foto e nome no perfil do Qualé, então...
– Sendo assim – com outra reverência exagerada, Vulto retira a máscara dourada – Dario. Muito prazer!
Dessa vez, aderindo a brincadeira, Babalu cruza as pernas e levanta uma saia imaginária com uma mão, enquanto retira os óculos com a outra – E eu sou a Kelly. Igualmente encantada.
Dando mais algumas risadas, Dario sente o celular vibrar e tocar.
– Olha só. O Ícaro deve tá preocupado.
– Seu namorado?
– Yep. Tenho que atender, antes que ele tenha um ataque. Ô bichinho mais ansioso...
Kelly ri – Não quero atrapalhar a conversa. Além do mais, preciso encontrar uma amiga. Ela tá louca pra saber como a primeira ação de Babalu.
– Sua amiga sabe que você tá nessa?
– Uhum. Foi ela que me convenceu, pra ser honesta. E meio que esse lance de poderes são coisa normal na minha família. O seu boy não sabe não?
– Sério? Interessante. Não, não... É mais seguro pra ele ficar sem saber disso.
– Entendo. Bom, é melhor atender logo. Vou indo nessa. Se cuida, dupla de um! – Acenando e repondo os óculos, ela corre até a janela oposta.
– Até mais, garota chiclete – diz, acenando de volta – Ah, e obrigado por me salvar mais cedo.
Com um aceno de cabeça, Babalu se pendura no parapeito, descendo o prédio usando o braço como rapel – Atendendo a ligação, Dario leva o celular até a orelha.
– Ei, lindo. Desculpa o atraso. Sim, tô bem. É que teve um... um problema aqui no Centro. É, um cara saltou de cima dum prédio – O semblante triste volta a dominar seu rosto, enquanto mirava o horizonte de NC – É... Só tô meio abalado – Ele olha por cima do ombro, em direção a janela em que Babalu saltara – Mas vou ficar bem, não se preocupe.
- Meia-Noite
Re: "Enquanto Isso..."
14/08/20, 09:32 pm
Hora da pink! - epílogo
O criminoso havia sido levado do local desacordado, restando apenas a polícia e o vigilante Pitbull do lado de fora da mansão luxosa. Wagner limpou o que pode das fezes do filho da puta invisível, desejando ter dado alguns socos a mais. Na porta de sua casa, Beatriz ainda tremendo e secando lágrimas dava seu relato a polícia.
Assim que viu uma folga, Wagner se aproxima com cautela mantendo certa distância para não transparecer o cheiro horrível que tomava seu traje.
--Dona, foi mal ter destruído seu muro e derrubado a porta, ainda bem que deu tudo certo...
O brutamontes coça a cabeça sem jeito, esperando alguma resposta esnobe sem nem olhar em seu rosto.
--Você e a espectro me salvaram, não precisa se desculpar por nada, eu só tenho a agradecer.
--Nem esquenta, foi meu trabalho.
--Eu espero que esse doente apodreça na prisão... novamente, muito obrigada!
--De nada...aliás eu era..sou um fan. É...bom te conhecer
--Também é bom te conhecer, eu só gostaria que fosse em circunstâncias diferentes...
Ela esboça um sorriso sem jeito embora ainda esteja nervosa com a pele oscilando em tons rosa.
--Desculpe, meu noivo está ligando que nem louco, preciso atender, muito obrigada por tudo!
--De boa eu já tô de saída, preciso de um banho, se cuida dona!
Pitbull deixa o local se sentindo bem por ter ajudado uma boa pessoa. Talvez nem todos burgueses sejam uns babacas como ele havia pensado e talvez ser herói não seja apenas vestir uma fantasia e proteger o patrimônio dos ricaços mas, salvar vidas...Era hora de começar a treinar e levar essa tarefa a sério.
O criminoso havia sido levado do local desacordado, restando apenas a polícia e o vigilante Pitbull do lado de fora da mansão luxosa. Wagner limpou o que pode das fezes do filho da puta invisível, desejando ter dado alguns socos a mais. Na porta de sua casa, Beatriz ainda tremendo e secando lágrimas dava seu relato a polícia.
Assim que viu uma folga, Wagner se aproxima com cautela mantendo certa distância para não transparecer o cheiro horrível que tomava seu traje.
--Dona, foi mal ter destruído seu muro e derrubado a porta, ainda bem que deu tudo certo...
O brutamontes coça a cabeça sem jeito, esperando alguma resposta esnobe sem nem olhar em seu rosto.
--Você e a espectro me salvaram, não precisa se desculpar por nada, eu só tenho a agradecer.
--Nem esquenta, foi meu trabalho.
--Eu espero que esse doente apodreça na prisão... novamente, muito obrigada!
--De nada...aliás eu era..sou um fan. É...bom te conhecer
--Também é bom te conhecer, eu só gostaria que fosse em circunstâncias diferentes...
Ela esboça um sorriso sem jeito embora ainda esteja nervosa com a pele oscilando em tons rosa.
--Desculpe, meu noivo está ligando que nem louco, preciso atender, muito obrigada por tudo!
--De boa eu já tô de saída, preciso de um banho, se cuida dona!
Pitbull deixa o local se sentindo bem por ter ajudado uma boa pessoa. Talvez nem todos burgueses sejam uns babacas como ele havia pensado e talvez ser herói não seja apenas vestir uma fantasia e proteger o patrimônio dos ricaços mas, salvar vidas...Era hora de começar a treinar e levar essa tarefa a sério.
- Espectro
Re: "Enquanto Isso..."
14/08/20, 09:46 pm
Epílogo de Hora da Pink!
- Jesus, Maria e José! - Helena gritou quando percebeu o perigo que Pink corria durante a live. Não bastasse as ameaças que ouvia do outro lado da tela, em seu quarto, um vento nada natural bagunçou todos os papéis que deixara em cima da mesa. - Minha Nossa Senhora Aparecida!
Após o breve susto, Helena voltou a prestar atenção na live. A maioria dos comentários eram otimistas e garantiam que algum herói a salvaria, mas um ou outro comentário era mais fatalista e desesperançoso. Um em particular chamou a atenção de Helena: @antiherodoomer777: jah era guys ngm vai aparece #prayforpink #failhero
Aquela última hashtag tinha se tornado cada vez mais comum entre seus amigos, mas nunca tinha percebido em um contexto pré-ação heróica. Rapidamente começou a segui-la, sem fechar a live.
Os momentos que se seguiram pareciam para ela tão angustiantes quanto para Pink. A mulher rosa chorava e espremia os olhos a cada tiro, que pareciam cada vez mais... distantes? Ouvia-se agora outras vozes do lado de fora do quarto onde Pink se escondia, abafadas pela porta e mal capturadas pelo microfone. Mas uma em particular lhe parecia tão familiar...
- Ei babaca! Aqui ó!
- B-Bete?!
Após mais alguns momentos de tensão e sem muitas informações, finalmente:
- Senhora Pin… Senhorita Pin… Senhora Beatriz? Está tudo bem agora, pode sair!
A apresentadora abre a porta e corre até sua salvadora, deixando o celular cair no chão, filmando-as de baixo a uma certa distância. O cabelo mal cortado e a postura sempre errada a entregaram. Agora não restava mais dúvida:
- O sangue do Cordeiro!! Elisabete?! - ela gritou.
---------
Nunca pensou que abraçaria Pink, muito menos que conversaria com a ídolo de infância. Recusou a selfie, Fantasmas aparecem em foto? Verificar., mas aceitou o kit de Make Up by Pink.
Após alguns minutos de conversa com a apresentadora e o herói Pitbull, Elisabete decide voltar ao apartamento da amiga para cochilar seu cochilo de fantasma num dos quartos de hóspedes que frequentava quando viva. Helena, no entanto, decidiu ficar acordada a madrugada inteira, pesquisando na internet. O que Elisabete não fazia ideia era o conteúdo de sua pesquisa: como contactar espíritos que não iam embora.
Na manhã seguinte Helena saiu de casa discretamente, e Elisabete quase não conseguiu interceptá-la. Dirigia com certa pressa, sendo guiada pelo aplicativo do celular.
- Você chegou ao seu destino: à sua direita, Núcleo Espírita da Santa Ajuda.
A fantasma acompanhou a amiga apreensiva, porque além de não ser nada condizente com a criação fundamentalista cristã da amiga, teme ser detectada a qualquer momento. Depois de conversar com alguns membros da casa, Helena consegue uma sessão privada com o médium do local. Eles se sentam frente à frente e o homem começa:
- Elisabete? Você está entre nós?
Elisabete se aproxima mais do médium, que parecia cada vez mais baixar a guarda. Quando está próxima o suficiente, sente como se escorregasse para dentro dele. Moviam-se agora ao mesmo tempo, sem saber quem tomava a iniciativa e quem apenas seguia o movimento. Após certa adaptação, tomou posse do corpo completamente.
- Elisabete?
- Leninha - Elisabete fala, mas ouve a voz do médium. Apenas Elisabete usava aquele apelido. Helena começa a chorar e a fantasma solta-se do médium, flutuando até sua amiga, sorrindo. Materializa-se e seca suas lágrimas. - Tá tudo bem, Leninha! Vamos embora, precisamos conversar...
- Jesus, Maria e José! - Helena gritou quando percebeu o perigo que Pink corria durante a live. Não bastasse as ameaças que ouvia do outro lado da tela, em seu quarto, um vento nada natural bagunçou todos os papéis que deixara em cima da mesa. - Minha Nossa Senhora Aparecida!
Após o breve susto, Helena voltou a prestar atenção na live. A maioria dos comentários eram otimistas e garantiam que algum herói a salvaria, mas um ou outro comentário era mais fatalista e desesperançoso. Um em particular chamou a atenção de Helena: @antiherodoomer777: jah era guys ngm vai aparece #prayforpink #failhero
Aquela última hashtag tinha se tornado cada vez mais comum entre seus amigos, mas nunca tinha percebido em um contexto pré-ação heróica. Rapidamente começou a segui-la, sem fechar a live.
Os momentos que se seguiram pareciam para ela tão angustiantes quanto para Pink. A mulher rosa chorava e espremia os olhos a cada tiro, que pareciam cada vez mais... distantes? Ouvia-se agora outras vozes do lado de fora do quarto onde Pink se escondia, abafadas pela porta e mal capturadas pelo microfone. Mas uma em particular lhe parecia tão familiar...
- Ei babaca! Aqui ó!
- B-Bete?!
Após mais alguns momentos de tensão e sem muitas informações, finalmente:
- Senhora Pin… Senhorita Pin… Senhora Beatriz? Está tudo bem agora, pode sair!
A apresentadora abre a porta e corre até sua salvadora, deixando o celular cair no chão, filmando-as de baixo a uma certa distância. O cabelo mal cortado e a postura sempre errada a entregaram. Agora não restava mais dúvida:
- O sangue do Cordeiro!! Elisabete?! - ela gritou.
---------
Nunca pensou que abraçaria Pink, muito menos que conversaria com a ídolo de infância. Recusou a selfie, Fantasmas aparecem em foto? Verificar., mas aceitou o kit de Make Up by Pink.
Após alguns minutos de conversa com a apresentadora e o herói Pitbull, Elisabete decide voltar ao apartamento da amiga para cochilar seu cochilo de fantasma num dos quartos de hóspedes que frequentava quando viva. Helena, no entanto, decidiu ficar acordada a madrugada inteira, pesquisando na internet. O que Elisabete não fazia ideia era o conteúdo de sua pesquisa: como contactar espíritos que não iam embora.
Na manhã seguinte Helena saiu de casa discretamente, e Elisabete quase não conseguiu interceptá-la. Dirigia com certa pressa, sendo guiada pelo aplicativo do celular.
- Você chegou ao seu destino: à sua direita, Núcleo Espírita da Santa Ajuda.
A fantasma acompanhou a amiga apreensiva, porque além de não ser nada condizente com a criação fundamentalista cristã da amiga, teme ser detectada a qualquer momento. Depois de conversar com alguns membros da casa, Helena consegue uma sessão privada com o médium do local. Eles se sentam frente à frente e o homem começa:
- Elisabete? Você está entre nós?
Elisabete se aproxima mais do médium, que parecia cada vez mais baixar a guarda. Quando está próxima o suficiente, sente como se escorregasse para dentro dele. Moviam-se agora ao mesmo tempo, sem saber quem tomava a iniciativa e quem apenas seguia o movimento. Após certa adaptação, tomou posse do corpo completamente.
- Elisabete?
- Leninha - Elisabete fala, mas ouve a voz do médium. Apenas Elisabete usava aquele apelido. Helena começa a chorar e a fantasma solta-se do médium, flutuando até sua amiga, sorrindo. Materializa-se e seca suas lágrimas. - Tá tudo bem, Leninha! Vamos embora, precisamos conversar...
- Orbital
Re: "Enquanto Isso..."
16/08/20, 05:23 pm
Epilogo: Violência doméstica
Domingo a tarde, família reunida para assistir um jogo do Cruz Azul de Minas. Time que todos na casa de Cris torcem. Mas a jovem ainda impactada pelo que viu dias antes com aquele homem e sua esposa, aproveita um momento que seu pai sai pra buscar uma cerveja e vai atrás.
-- Pai!?
-- Oi filha.
-- Então pai.. ée que..
-- Pode dizer Cris, o que ta te incomodando? ta preocupada com oq?
-- Pai, nem sei como dizer, mas sei que posso confiar no senhor. É que esses dias voltando da academia me deparei com uma cena meio pesada sabe?! Vi um casal brigando, e o homem foi meio violento, isso me deixou triste, pois nunca vi aquilo e nem uma briga sua com a mãe, e não to sabendo lidar com isso. -- A garota detestava mentir pra seu pai, mas o máximo que podia contar era aquilo. Se dissesse que o homem estava armado, iria mandar ela mudar de horário no mesmo instante.
Dando uma golada na cerveja recém aberta, o homem calmamente olha pra sua filha, põe uma das mãos sobre o cabelo dela e diz:
-- Filha, sei que deve ter sido horrível, é uma situação extremamente desagradável. Mas não deixa isso perturbar sua mente, se este homem tratou a esposa do modo que você disse, pode ter certeza que ele não é bom. E não digo bom, de ser uma pessoa boa, talvez ele possa ser. Mas perdeu seu controle, ou nunca tentou se controlar em meio a raiva. Cris você ta crescendo e o mundo ficará mais difícil a cada dia, você tem de se tornar mais forte. E sua mãe e eu aprendemos a resolver as coisas de forma pacifica e dialogando. Fica tranquila. -- Bagunçando o cabelo de Cristina como sempre fazia, o senhor Cristiano retorna a sala.
Cris após achar conforto nas palavras de seu pai, encara o por do sol por uns instantes com um pequeno sorriso no rosto imaginando seu futuro, e quão grande poderá se tornar. Em seguida retorna a sala correndo quando esculta um grito de gol.
Domingo a tarde, família reunida para assistir um jogo do Cruz Azul de Minas. Time que todos na casa de Cris torcem. Mas a jovem ainda impactada pelo que viu dias antes com aquele homem e sua esposa, aproveita um momento que seu pai sai pra buscar uma cerveja e vai atrás.
-- Pai!?
-- Oi filha.
-- Então pai.. ée que..
-- Pode dizer Cris, o que ta te incomodando? ta preocupada com oq?
-- Pai, nem sei como dizer, mas sei que posso confiar no senhor. É que esses dias voltando da academia me deparei com uma cena meio pesada sabe?! Vi um casal brigando, e o homem foi meio violento, isso me deixou triste, pois nunca vi aquilo e nem uma briga sua com a mãe, e não to sabendo lidar com isso. -- A garota detestava mentir pra seu pai, mas o máximo que podia contar era aquilo. Se dissesse que o homem estava armado, iria mandar ela mudar de horário no mesmo instante.
Dando uma golada na cerveja recém aberta, o homem calmamente olha pra sua filha, põe uma das mãos sobre o cabelo dela e diz:
-- Filha, sei que deve ter sido horrível, é uma situação extremamente desagradável. Mas não deixa isso perturbar sua mente, se este homem tratou a esposa do modo que você disse, pode ter certeza que ele não é bom. E não digo bom, de ser uma pessoa boa, talvez ele possa ser. Mas perdeu seu controle, ou nunca tentou se controlar em meio a raiva. Cris você ta crescendo e o mundo ficará mais difícil a cada dia, você tem de se tornar mais forte. E sua mãe e eu aprendemos a resolver as coisas de forma pacifica e dialogando. Fica tranquila. -- Bagunçando o cabelo de Cristina como sempre fazia, o senhor Cristiano retorna a sala.
Cris após achar conforto nas palavras de seu pai, encara o por do sol por uns instantes com um pequeno sorriso no rosto imaginando seu futuro, e quão grande poderá se tornar. Em seguida retorna a sala correndo quando esculta um grito de gol.
- Paradoxo
Re: "Enquanto Isso..."
17/08/20, 10:34 pm
14 de Agosto – 19h35min
Prisma sente-se como se tivesse de ressaca e logo após tomar uma surra enorme, abre os olhos devagar e vê que uma luz branca e forte ilumina o lugar – um lugar desconhecido. Parecia um hospital, mas era tecnológico demais. Muitas telas mostrando várias informações diferentes tomavam aquele quarto: sua ficha médica, sua foto, uns exames que provavelmente seriam seus, entre outras coisas.
Olhou para o lado, tinha dificuldade de mover a cabeça sem sentir muita dor, mas moveu mesmo assim. Ao seu lado um homem tomava algumas notas em um tablet, era um homem muito bonito, apesar de já aparentar ser um quarentão, talvez até cinquentão. Tentou falar com ele, mas a voz não saiu, apenas um barulho, um murmúrio incompreensível.
– Você acordou? Que ótimo! – ele levantou-se e foi até Prisma – Parece que o efeito do remédio acabou, vou aplicar mais uma dose e você vai dormir de novo, mas vai ficar bem.
Enquanto conversava com Nina, ele aplicou uma seringa com um líquido amarelado em seu acesso no braço, ela sentiu aquilo queimar brevemente e logo os efeitos do sedativo vieram, a sua mente ficou confusa, ela sentiu uma felicidade, a dor sumiu e ela se sentiu deitada nas nuvens... dormiu novamente.
15 de Agosto – 08h11min
Acordou de repente, estava em um quarto simples, porém muito limpo. Em uma das janelas viu um adesivo escrito Hospital Municipal Franco Antônio Onório. Ao lado dessa janela um painel digital marcava a data e a hora, parece que ela havia dormido por bastante tempo.
Tentou lembrar-se de algo, mas as memórias eram falhas, havia perdido o controle dos seus poderes e sido esfaqueada, tinha certeza disso. Em seguida muitos ratos, criaturas nojentas, alguns passaram sobre ele e atacaram seus agressores. Por um segundo pensou sentir o cheiro do esgoto novamente e enojou-se.
Mas depois disso não lembrava de muito, aquele garoto do show havia carregado ela, tinha salvado sua vida. Parece que ele andava no ar, era isso ou foi efeito da facada no peito? O peito! Levou a mão e... não sentiu nada. Tocou-se sobre por dentro do avental hospitalar e pode perceber apenas uma fina linha, como se fosse uma cicatriz pequena e muito antiga, onde a faca havia lhe atingido a apenas alguns dias atrás.
Pouco depois uma senhora entrou com um sorriso no rosto, era uma enfermeira muito simpática que disse que ela havia sido tratada ali pelos melhores médicos e que sua recuperação fora surpreendentemente rápida. Falou também sobre o rapaz que havia trazido ela e que parecia muito preocupado, até havia retornado para vê-la no dia anterior, mas ela estava fazendo exames e ele não pode entrar. Depois de contar tudo, deu alta para Prisma e passou apenas um relaxante muscular para possíveis dores.
Era muito estranho como a heroína não sentia nada, mesmo tendo certeza que havia sido esfaqueada...
Observações:
- Decidimos entre a moderação alterar a regra de falha critica após a jogada da personagem Prisma, que foi muito prejudicada pela regra antiga;
- Estou anulando, portanto, a punição sofrida na última missão que ela participou;
- Concedo 1 XP pela falha da outra missão, considerando-a uma falha comum e não mais critica.
Prisma sente-se como se tivesse de ressaca e logo após tomar uma surra enorme, abre os olhos devagar e vê que uma luz branca e forte ilumina o lugar – um lugar desconhecido. Parecia um hospital, mas era tecnológico demais. Muitas telas mostrando várias informações diferentes tomavam aquele quarto: sua ficha médica, sua foto, uns exames que provavelmente seriam seus, entre outras coisas.
Olhou para o lado, tinha dificuldade de mover a cabeça sem sentir muita dor, mas moveu mesmo assim. Ao seu lado um homem tomava algumas notas em um tablet, era um homem muito bonito, apesar de já aparentar ser um quarentão, talvez até cinquentão. Tentou falar com ele, mas a voz não saiu, apenas um barulho, um murmúrio incompreensível.
– Você acordou? Que ótimo! – ele levantou-se e foi até Prisma – Parece que o efeito do remédio acabou, vou aplicar mais uma dose e você vai dormir de novo, mas vai ficar bem.
Enquanto conversava com Nina, ele aplicou uma seringa com um líquido amarelado em seu acesso no braço, ela sentiu aquilo queimar brevemente e logo os efeitos do sedativo vieram, a sua mente ficou confusa, ela sentiu uma felicidade, a dor sumiu e ela se sentiu deitada nas nuvens... dormiu novamente.
15 de Agosto – 08h11min
Acordou de repente, estava em um quarto simples, porém muito limpo. Em uma das janelas viu um adesivo escrito Hospital Municipal Franco Antônio Onório. Ao lado dessa janela um painel digital marcava a data e a hora, parece que ela havia dormido por bastante tempo.
Tentou lembrar-se de algo, mas as memórias eram falhas, havia perdido o controle dos seus poderes e sido esfaqueada, tinha certeza disso. Em seguida muitos ratos, criaturas nojentas, alguns passaram sobre ele e atacaram seus agressores. Por um segundo pensou sentir o cheiro do esgoto novamente e enojou-se.
Mas depois disso não lembrava de muito, aquele garoto do show havia carregado ela, tinha salvado sua vida. Parece que ele andava no ar, era isso ou foi efeito da facada no peito? O peito! Levou a mão e... não sentiu nada. Tocou-se sobre por dentro do avental hospitalar e pode perceber apenas uma fina linha, como se fosse uma cicatriz pequena e muito antiga, onde a faca havia lhe atingido a apenas alguns dias atrás.
Pouco depois uma senhora entrou com um sorriso no rosto, era uma enfermeira muito simpática que disse que ela havia sido tratada ali pelos melhores médicos e que sua recuperação fora surpreendentemente rápida. Falou também sobre o rapaz que havia trazido ela e que parecia muito preocupado, até havia retornado para vê-la no dia anterior, mas ela estava fazendo exames e ele não pode entrar. Depois de contar tudo, deu alta para Prisma e passou apenas um relaxante muscular para possíveis dores.
Era muito estranho como a heroína não sentia nada, mesmo tendo certeza que havia sido esfaqueada...
Observações:
- Decidimos entre a moderação alterar a regra de falha critica após a jogada da personagem Prisma, que foi muito prejudicada pela regra antiga;
- Estou anulando, portanto, a punição sofrida na última missão que ela participou;
- Concedo 1 XP pela falha da outra missão, considerando-a uma falha comum e não mais critica.
- Incrível
Let it Go
20/08/20, 11:08 pm
Continuação dos acontecimentos da missão Código Vermelho no Porto dos Santos.
- Ahh mas que vacilo, depois dessa acho que vou me aposentar. Só espero que não saia vídeo meu no Fail Hero... ai, dói tudo...
Retruca JP enquanto saia mais uma vez da água.
O rapaz da alguns passos mancando e se encosta em um contêiner enquanto observa a policia levar o meta-humano que se multiplicava.
Nesse momento uma moça de cabelos brancos e pele clara se aproxima.
- Oi... você ta bem?
- Tô bem, só dói quando eu respiro, mas deve ser bom sinal, se eu parar de respirar acho que piora... Incrível tenta fazer uma piada para esconder sua vergonha, mas era nítido o seu constrangimento.
Fazia tempos que não levava uma surra daquelas, na verdade nunca levou.
- Quer um gelo pro seu rosto?
A garota estende as mãos e entrega uma pedra de gelo para JP, que rapidamente a coloca em seu rosto inchado.
-Opa, valeu Frozem!
- Cuidado, o ultimo cara que me chamou de Frozem saiu daqui mais ferrado do que você...Responde a garota num tom sarcástico.
- Foi mal hahaha a propósito, pode me chamar de Incrível...
- Eu sou a Cristal. Você não é dessas bandas né? nunca te vi por aqui.
- Não...Eu sou mais conhecido no Jardim da Redenção, lá é minha quebrada...
- Jardim da Redenção....A garota para por alguns segundos como se lembrasse de algo, e retoma a fala.
- Já ouviu falar em um lugar lá chamado "Fina Estampa" ?
- Já sim. É uma fabrica de tecidos...
- Acho que não mais.
- Que? como assim? me explica essa fita ai...
A garota se aproxima e explica para o rapaz sobre as informações que obteve junto com Paradoxo a alguns dias.
Uma rede criminosa gigantesca atuava por NC bem debaixo no nariz de todos. E alguém precisa para-los antes que seja tarde demais.
- Ahh mas que vacilo, depois dessa acho que vou me aposentar. Só espero que não saia vídeo meu no Fail Hero... ai, dói tudo...
Retruca JP enquanto saia mais uma vez da água.
O rapaz da alguns passos mancando e se encosta em um contêiner enquanto observa a policia levar o meta-humano que se multiplicava.
Nesse momento uma moça de cabelos brancos e pele clara se aproxima.
- Oi... você ta bem?
- Tô bem, só dói quando eu respiro, mas deve ser bom sinal, se eu parar de respirar acho que piora... Incrível tenta fazer uma piada para esconder sua vergonha, mas era nítido o seu constrangimento.
Fazia tempos que não levava uma surra daquelas, na verdade nunca levou.
- Quer um gelo pro seu rosto?
A garota estende as mãos e entrega uma pedra de gelo para JP, que rapidamente a coloca em seu rosto inchado.
-Opa, valeu Frozem!
- Cuidado, o ultimo cara que me chamou de Frozem saiu daqui mais ferrado do que você...Responde a garota num tom sarcástico.
- Foi mal hahaha a propósito, pode me chamar de Incrível...
- Eu sou a Cristal. Você não é dessas bandas né? nunca te vi por aqui.
- Não...Eu sou mais conhecido no Jardim da Redenção, lá é minha quebrada...
- Jardim da Redenção....A garota para por alguns segundos como se lembrasse de algo, e retoma a fala.
- Já ouviu falar em um lugar lá chamado "Fina Estampa" ?
- Já sim. É uma fabrica de tecidos...
- Acho que não mais.
- Que? como assim? me explica essa fita ai...
A garota se aproxima e explica para o rapaz sobre as informações que obteve junto com Paradoxo a alguns dias.
Uma rede criminosa gigantesca atuava por NC bem debaixo no nariz de todos. E alguém precisa para-los antes que seja tarde demais.
Cristal gosta desta mensagem
- Vulto
Sucesso no jogo, azar no amor
21/08/20, 01:48 pm
Continuação dos eventos de "Choque Térmico"
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– Dario?!
– Ícaro...! Digo... e--
Por um instante viu braços escuros lhe abraçarem e se desfazerem em uma nuvem de tinta, junto com o ambiente a sua volta. No momento seguinte, estava de pé, olhando não para o namorado atônito ao lado de Babalu, mas para um pasto verdejante a beira da estrada, ao lado de uma enorme placa com os dizeres “Bem-vindo a Nova Capital”.
– Qu...?
Dario olhou a sua volta sem entender. Viu mato, estrada, o céu ensolarado e seu Patrono. Quando pousou o olhar sobre ele, pareceu ter entendido o que acontecera. Mas seria capaz? Não... Jamais fizera algo parecido antes. Por que faria justo agora? Porque queria fugir dali... para o mais longe possível, para não ter que se explicar... – A noção o que acabara de fazer caiu-lhe como um soco de Choque Térmico.
– Sério mesmo? Teleporte? – Retrucou, olhando o Patrono que flutuava suavemente ao seu lado – Que belo momento para você decidir aprender um truque novo, ein – Desviou o olhar, mas o mirou novamente, franzindo a testa confuso – Estaria vendo coisas ou seu Patrono tinha lhe dado de ombros?
---
Dario já se encontrava nos arredores de Vila Novo Acre. Havia percorrido alguns quilômetros, quando se lembrou do celular, e outros cinco metros quando percebeu que deixara a bolsa para trás. Frustrado e cansado, tentou usar sua nova habilidade, mas depois de teleportar vários metros para trás, decidiu deixar o test-drive para uma hora mais tranquila – Apesar disso, porém, tinha que admitir que caminhava até sua casa com relutância. O dia que esperava não chegar, havia chego com antecedência e companhia – Durante todo o caminho, tentava explicar para o Ícaro em sua mente que era um herói havia algumas semanas, respondendo cada pergunta que o namorado imaginário lhe atirava – Nesse devaneio, pode jurar ouvir o Patrono ao seu lado lhe responder – Ou seria só sua voz em seus pensamentos? – O desfez com um aceno. Já estava com a cabeça muito cheia para mais perguntas.
Já era a madrugada do dia seguinte quando alcançou o Centro. As dores do combate que tivera no dia anterior pareciam ter sumido sob o latejar nos pés cansados e calejados da viajem – Quando se aproximou do condomínio Solaris, viu o porteiro lhe saudar com um sorriso de alívio:
– Ora, boa noite, Seu Dario! Ou seria manhã...
– Noite... Manhã... Seu Adelino... – Fazendo um aceno exausto, entrou pelo portão. Das suas costas o ouviu chamar.
– Seu Ícaro tava preocupadíssimo com o senhor! Disse pra interfonar quando chegasse...
– Então continua fingindo que eu não cheguei, valeu? – Virou-se, levantando os dois polegares e piscando com a cara de derrota e cansaço para o homem.
Quando chegou finalmente no apartamento que dividia com a amiga e o namorado, o encontrou trancado.
– Chave... Bolsa... Ahhnn... – Encostou a cabeça no número 77, respirou fundo e tocou a campainha.
Levaram alguns minutos até ouvir os passos arrastados do outro lado e o destrancar da fechadura – Com um sorriso forçado, saudou uma cara de sono e revolta de Ícaro.
– Entrega especial...! É... não, né?
O jovem porém, não lhe respondeu, deu as costas e caminhou até a sala. O Dario seguiu, destinado a alcançar a cama, mas a voz do namorado o parou em sua jornada a terra dos sonhos:
– Então...?
– O que?
– O que? “O que” que aconteceu mais cedo! O que você tava fazendo fantasiado no Centro, no meio do ataque de um maluco sobre humano?! Para onde diabos você foi?! Onde que você tava esse tempo todo?! Por que me deixou plantando ali com aquela garota de borracha?! E quem era aquela coisa preta que te abraçou antes de você desaparecer?!
– Certo... Vamos lá... Um – Disse contando nos dedos – Eu tava vestindo o meu uniforme de herói – Buscou a máscara dentro da camisa, ou o que restava dela – Surpresa – Disse sem entusiasmo – Vulto – Pôs o pedaço no rosto, fazendo uma reverencia, antes de jogá-la fora por cima dos ombros, em direção a cozinha – Lutando contra o Choque Térmico, um nobre oponente, apesar de meio esquentadinho... e frio também... Ok, foco, Dario! DOIS! Eu ainda tô tentando entender, mas eu acho que teleportei. Três: Pro cu de Nova Capital. Quatro: Voltando a pé para cá. Cinco: Com licença, aquela garota de borracha é a Ke--Babalu, uma grande amiga e parceira de combate... E... Ah, sim... – Dario fez um gesto nada empolgado – Esse é o Patrono. Diz “Oi” pro Ícaro. “Oi Ícaro” – Disse, forçando uma voz grave. O Patrono só acenou, imitando o dono.
Assustado, Ícaro salta para trás, caindo sentado no sofá, no mesmo momento que uma sonolenta Victória adentra a sala, assustando-se também com a figura.
– Ah, qualé, gente... Ele nem é feio... É a minha cara!
– Dari? O que ta acontecendo? Onde você tava? E o que... quem é esse? – Apontou assustada para o Patrono, caminhando cuidadosamente até o amigo.
– Ah... Não dá pra gente deixar isso pra outra hora?
– Eu não acredito... – Sentado, Ícaro olhava perplexo para Dario, como se nunca o tivesse visto antes – Não acredito que você é um...
– Herói? – Completou Dario.
– Herói?! – Indagou Victória.
– Mentiroso... – Concluiu Ícaro.
– Oi?!
– Esse tempo todo mentiu... escondeu... Ah! Agora faz sentido o porquê de tantas desculpas, e sumiços, e atrasos...
– Era para sua segurança! – Dario tentou se aproximar, mas o olhar que Ícaro lhe lançou o paralisou como uma rajada de gelo do Choque Térmico.
– Eu vou voltar pra cama... – Levantou-se de supetão e pôs se a dirigir até o quarto – Já ouvi o suficiente... Você dorme aqui na sala.
Por um segundo Dario pensou em deixa-lo ir, afinal, também desejava descansar desesperadamente, mas a adrenalina da conversa, ou seria a frustração de caminhar quilômetros a pé? Não, talvez seja ter ouvido que iria dormir no sofá furado e duro. Ou simplesmente já acumulara muito nesses últimos quatro anos, e aquela era a gota d’água. De qualquer modo, encheu o peito e voltou a falar:
– Ahh! Mas espera ai!
Ícaro se virou surpreso. Victória ainda tentava ignorar a escuridão em forma de gente que flutuava no meio da sala.
– É! Eu escondi de você! E da Victória! E da minha mãe! De todo mundo! Talvez fosse pra sua segurança, ou talvez porque eu só queria fazer algo sem você no meu pé!
– Como? Me preocupar com você é “ficar no seu pé”?
– Garotos...!
– Ah! Faça-me o favor, Ícaro! Graças a Deus que eu deixei o celular na bolsa, porque se eu tivesse que aguentar 500 ligações suas durante todo o caminho até aqui, eu teria ficado em São Bebeto.
– Hah. Hah. Sempre engraçadinho! Me desculpa senhor Dario, por me importar com o meu namorado... Que desapareceu em pleno ar!
– Não, não! Sábado eu não desapareci. Ou na terça passada quando tava sem bateria no celular. Ou na semana passada que tava visitando minha mãe! Ah, nem os feriados que a gente não passou grudado! Olha, eu só comecei a sumir ontem!
– É pra lavar roupa suja, então? Bom, meu amor, talvez eu só estivesse tentando me aproximar do meu namorado! Quando foi a última vez que a gente teve um momento a dois? Um filme, uma sessão de amassos... Transar, Dario! Quando foi a última vez que a gente transou, ein?! Agora eu sei! Você tava ocupado demais bancando o herói!
– Gente, por favor...!
– Bancando o herói? Nossa, me desculpe por tentar fazer algo bom! E de não transar mais contigo feito coelho!
Um breve silêncio dominou o ambiente, enquanto os quatro se encaravam.
– Quatros anos juntos. Quatro anos tentando te ajudar, me preocupando contigo...
– Obrigado, mas eu não preciso de ajuda!
– Imagino que não. Já deve ter ajuda suficiente daquela garota Big Big e essa... coisa!
– Ah. Meu. Deus! Você tá com ciúmes de uma garota?! E dele?! – Apontou indignado para o Patrono, que só se mexeu no ar, indiferente.
– Sim, Dario, eu estou! Então porque não pega as suas coisas e vá atrás dela!
– Hah! Hah! O Ap é da Vic, Ícaro! Você pode me falar pra ficar no sofá, mas não me tira desse apartamento!
– Então sinta-se à vontade dormindo no sofá! Tenha um bom sono!
– Ah, e eu pretendo mesmo!
Batendo os pés e depois a porta, Ícaro se tranca no quarto. Dario se joga no sofá em seguida, irritado, desfazendo o vulto numa nuvem de tinta.
– Alguém... por favor... pode me explicar que caralhos tá acontecendo aqui?!
– Ícaro...! Digo... e--
Por um instante viu braços escuros lhe abraçarem e se desfazerem em uma nuvem de tinta, junto com o ambiente a sua volta. No momento seguinte, estava de pé, olhando não para o namorado atônito ao lado de Babalu, mas para um pasto verdejante a beira da estrada, ao lado de uma enorme placa com os dizeres “Bem-vindo a Nova Capital”.
– Qu...?
Dario olhou a sua volta sem entender. Viu mato, estrada, o céu ensolarado e seu Patrono. Quando pousou o olhar sobre ele, pareceu ter entendido o que acontecera. Mas seria capaz? Não... Jamais fizera algo parecido antes. Por que faria justo agora? Porque queria fugir dali... para o mais longe possível, para não ter que se explicar... – A noção o que acabara de fazer caiu-lhe como um soco de Choque Térmico.
– Sério mesmo? Teleporte? – Retrucou, olhando o Patrono que flutuava suavemente ao seu lado – Que belo momento para você decidir aprender um truque novo, ein – Desviou o olhar, mas o mirou novamente, franzindo a testa confuso – Estaria vendo coisas ou seu Patrono tinha lhe dado de ombros?
---
Dario já se encontrava nos arredores de Vila Novo Acre. Havia percorrido alguns quilômetros, quando se lembrou do celular, e outros cinco metros quando percebeu que deixara a bolsa para trás. Frustrado e cansado, tentou usar sua nova habilidade, mas depois de teleportar vários metros para trás, decidiu deixar o test-drive para uma hora mais tranquila – Apesar disso, porém, tinha que admitir que caminhava até sua casa com relutância. O dia que esperava não chegar, havia chego com antecedência e companhia – Durante todo o caminho, tentava explicar para o Ícaro em sua mente que era um herói havia algumas semanas, respondendo cada pergunta que o namorado imaginário lhe atirava – Nesse devaneio, pode jurar ouvir o Patrono ao seu lado lhe responder – Ou seria só sua voz em seus pensamentos? – O desfez com um aceno. Já estava com a cabeça muito cheia para mais perguntas.
Já era a madrugada do dia seguinte quando alcançou o Centro. As dores do combate que tivera no dia anterior pareciam ter sumido sob o latejar nos pés cansados e calejados da viajem – Quando se aproximou do condomínio Solaris, viu o porteiro lhe saudar com um sorriso de alívio:
– Ora, boa noite, Seu Dario! Ou seria manhã...
– Noite... Manhã... Seu Adelino... – Fazendo um aceno exausto, entrou pelo portão. Das suas costas o ouviu chamar.
– Seu Ícaro tava preocupadíssimo com o senhor! Disse pra interfonar quando chegasse...
– Então continua fingindo que eu não cheguei, valeu? – Virou-se, levantando os dois polegares e piscando com a cara de derrota e cansaço para o homem.
Quando chegou finalmente no apartamento que dividia com a amiga e o namorado, o encontrou trancado.
– Chave... Bolsa... Ahhnn... – Encostou a cabeça no número 77, respirou fundo e tocou a campainha.
Levaram alguns minutos até ouvir os passos arrastados do outro lado e o destrancar da fechadura – Com um sorriso forçado, saudou uma cara de sono e revolta de Ícaro.
– Entrega especial...! É... não, né?
O jovem porém, não lhe respondeu, deu as costas e caminhou até a sala. O Dario seguiu, destinado a alcançar a cama, mas a voz do namorado o parou em sua jornada a terra dos sonhos:
– Então...?
– O que?
– O que? “O que” que aconteceu mais cedo! O que você tava fazendo fantasiado no Centro, no meio do ataque de um maluco sobre humano?! Para onde diabos você foi?! Onde que você tava esse tempo todo?! Por que me deixou plantando ali com aquela garota de borracha?! E quem era aquela coisa preta que te abraçou antes de você desaparecer?!
– Certo... Vamos lá... Um – Disse contando nos dedos – Eu tava vestindo o meu uniforme de herói – Buscou a máscara dentro da camisa, ou o que restava dela – Surpresa – Disse sem entusiasmo – Vulto – Pôs o pedaço no rosto, fazendo uma reverencia, antes de jogá-la fora por cima dos ombros, em direção a cozinha – Lutando contra o Choque Térmico, um nobre oponente, apesar de meio esquentadinho... e frio também... Ok, foco, Dario! DOIS! Eu ainda tô tentando entender, mas eu acho que teleportei. Três: Pro cu de Nova Capital. Quatro: Voltando a pé para cá. Cinco: Com licença, aquela garota de borracha é a Ke--Babalu, uma grande amiga e parceira de combate... E... Ah, sim... – Dario fez um gesto nada empolgado – Esse é o Patrono. Diz “Oi” pro Ícaro. “Oi Ícaro” – Disse, forçando uma voz grave. O Patrono só acenou, imitando o dono.
Assustado, Ícaro salta para trás, caindo sentado no sofá, no mesmo momento que uma sonolenta Victória adentra a sala, assustando-se também com a figura.
– Ah, qualé, gente... Ele nem é feio... É a minha cara!
– Dari? O que ta acontecendo? Onde você tava? E o que... quem é esse? – Apontou assustada para o Patrono, caminhando cuidadosamente até o amigo.
– Ah... Não dá pra gente deixar isso pra outra hora?
– Eu não acredito... – Sentado, Ícaro olhava perplexo para Dario, como se nunca o tivesse visto antes – Não acredito que você é um...
– Herói? – Completou Dario.
– Herói?! – Indagou Victória.
– Mentiroso... – Concluiu Ícaro.
– Oi?!
– Esse tempo todo mentiu... escondeu... Ah! Agora faz sentido o porquê de tantas desculpas, e sumiços, e atrasos...
– Era para sua segurança! – Dario tentou se aproximar, mas o olhar que Ícaro lhe lançou o paralisou como uma rajada de gelo do Choque Térmico.
– Eu vou voltar pra cama... – Levantou-se de supetão e pôs se a dirigir até o quarto – Já ouvi o suficiente... Você dorme aqui na sala.
Por um segundo Dario pensou em deixa-lo ir, afinal, também desejava descansar desesperadamente, mas a adrenalina da conversa, ou seria a frustração de caminhar quilômetros a pé? Não, talvez seja ter ouvido que iria dormir no sofá furado e duro. Ou simplesmente já acumulara muito nesses últimos quatro anos, e aquela era a gota d’água. De qualquer modo, encheu o peito e voltou a falar:
– Ahh! Mas espera ai!
Ícaro se virou surpreso. Victória ainda tentava ignorar a escuridão em forma de gente que flutuava no meio da sala.
– É! Eu escondi de você! E da Victória! E da minha mãe! De todo mundo! Talvez fosse pra sua segurança, ou talvez porque eu só queria fazer algo sem você no meu pé!
– Como? Me preocupar com você é “ficar no seu pé”?
– Garotos...!
– Ah! Faça-me o favor, Ícaro! Graças a Deus que eu deixei o celular na bolsa, porque se eu tivesse que aguentar 500 ligações suas durante todo o caminho até aqui, eu teria ficado em São Bebeto.
– Hah. Hah. Sempre engraçadinho! Me desculpa senhor Dario, por me importar com o meu namorado... Que desapareceu em pleno ar!
– Não, não! Sábado eu não desapareci. Ou na terça passada quando tava sem bateria no celular. Ou na semana passada que tava visitando minha mãe! Ah, nem os feriados que a gente não passou grudado! Olha, eu só comecei a sumir ontem!
– É pra lavar roupa suja, então? Bom, meu amor, talvez eu só estivesse tentando me aproximar do meu namorado! Quando foi a última vez que a gente teve um momento a dois? Um filme, uma sessão de amassos... Transar, Dario! Quando foi a última vez que a gente transou, ein?! Agora eu sei! Você tava ocupado demais bancando o herói!
– Gente, por favor...!
– Bancando o herói? Nossa, me desculpe por tentar fazer algo bom! E de não transar mais contigo feito coelho!
Um breve silêncio dominou o ambiente, enquanto os quatro se encaravam.
– Quatros anos juntos. Quatro anos tentando te ajudar, me preocupando contigo...
– Obrigado, mas eu não preciso de ajuda!
– Imagino que não. Já deve ter ajuda suficiente daquela garota Big Big e essa... coisa!
– Ah. Meu. Deus! Você tá com ciúmes de uma garota?! E dele?! – Apontou indignado para o Patrono, que só se mexeu no ar, indiferente.
– Sim, Dario, eu estou! Então porque não pega as suas coisas e vá atrás dela!
– Hah! Hah! O Ap é da Vic, Ícaro! Você pode me falar pra ficar no sofá, mas não me tira desse apartamento!
– Então sinta-se à vontade dormindo no sofá! Tenha um bom sono!
– Ah, e eu pretendo mesmo!
Batendo os pés e depois a porta, Ícaro se tranca no quarto. Dario se joga no sofá em seguida, irritado, desfazendo o vulto numa nuvem de tinta.
– Alguém... por favor... pode me explicar que caralhos tá acontecendo aqui?!
- Aura
Traje Curioso.
27/08/20, 08:02 pm
Em um beco quase domado pela escuridão, fumaças das indústrias e o congelante clima da madrugada, um som de metal batendo vira protagonista: “Toc! Toc! Toc!”
À porta se abre, mas bem pouco.
— Quem é você? — disse o estranho, que tem o rosto pela metade por conta do capuz.
— Quem é você?!
— Garota, quem é você?!
À porta se abre por completo. Qualquer dúvida entre os dois tinha acabado pela pessoa que apareceu:
— Rebecca! Finalmente você chegou!
— Claudia, quem é ele? — disse Aura, apontando para o jovem que é menor que as duas. — Está recrutando crianças agora?
O garoto não teve tempo de reclamar.
— É o meu irmão. — Ela dá um tapa na cabeça dele. Todos entram e à porta é fechada. — Fez luzes é? Gostei do novo estilo.
O lugar está quase vazio pelo tamanho, têm os três e mais uma pessoa, que dorme no sofá com nenhuma preocupação. A má iluminação é proposital, não querem chamar atenção.
— À Luiza já chegou? — Aura vê coisas novas no local. — Disse que tem algo importante hoje.
— Sim, tem algo que ela me deixou para te dar. — Claudia, que veste uma touca preta qual cobre uma parte do seu cabelo loiro, some e aparece com uma caixa. — Está aqui.
— Eu nunca vou me acostumar com isso, é bizarro — disse Rebecca, surpresa ainda com o poder da sua amiga.
— Mostra que estou mais rápida em voltar para o ponto original. Complexo, né? Quando me teletransporto vou para uma outra “dimensão”, e eu preciso voltar, então voltei para o lugar onde estava essa caixa. Depois voltei para essa dimensão e agora estou no ponto original novamente.
— Você precisa parar de querer explicar tudo. — As duas trocam risadas. — O que tem na caixa?
Claudia dá o presente para Aura, que rasga o laço sem ao menos perguntar mais nada sobre. Sua boca se abre lentamente, o espanto veio da mistura de não acreditar com agradecimento urgente. O novo símbolo está de cara com a dona, e não demorou para o uniforme ser estendido para a visualização completa.
— Como vocês conseguiram isso?!
— Tem gente que está investindo em nós. — Ela abre os braços ironicamente. — Depois você experimenta para ver se o tamanho está certo.
— Amei, sério! — Aura fica virando o uniforme. — Mas como assim investindo em nós? Quem está fazendo isso?
— Não se preocupe. — Um sorriso “amigável”. — Tem mais uma coisa, vamos começar a te colocar nas nossas tarefas. Você já passou por situações sozinha, já está mais do que pronta.
— Meu Deus! Nada está acontecendo como eu esperava, porém, estou amando!
Uma mensagem chega ao celular da Claudia, ela olha de leve, porém, volta com o sorriso amigável para Aura.
À porta se abre, mas bem pouco.
— Quem é você? — disse o estranho, que tem o rosto pela metade por conta do capuz.
— Quem é você?!
— Garota, quem é você?!
À porta se abre por completo. Qualquer dúvida entre os dois tinha acabado pela pessoa que apareceu:
— Rebecca! Finalmente você chegou!
— Claudia, quem é ele? — disse Aura, apontando para o jovem que é menor que as duas. — Está recrutando crianças agora?
O garoto não teve tempo de reclamar.
— É o meu irmão. — Ela dá um tapa na cabeça dele. Todos entram e à porta é fechada. — Fez luzes é? Gostei do novo estilo.
O lugar está quase vazio pelo tamanho, têm os três e mais uma pessoa, que dorme no sofá com nenhuma preocupação. A má iluminação é proposital, não querem chamar atenção.
— À Luiza já chegou? — Aura vê coisas novas no local. — Disse que tem algo importante hoje.
— Sim, tem algo que ela me deixou para te dar. — Claudia, que veste uma touca preta qual cobre uma parte do seu cabelo loiro, some e aparece com uma caixa. — Está aqui.
— Eu nunca vou me acostumar com isso, é bizarro — disse Rebecca, surpresa ainda com o poder da sua amiga.
— Mostra que estou mais rápida em voltar para o ponto original. Complexo, né? Quando me teletransporto vou para uma outra “dimensão”, e eu preciso voltar, então voltei para o lugar onde estava essa caixa. Depois voltei para essa dimensão e agora estou no ponto original novamente.
— Você precisa parar de querer explicar tudo. — As duas trocam risadas. — O que tem na caixa?
Claudia dá o presente para Aura, que rasga o laço sem ao menos perguntar mais nada sobre. Sua boca se abre lentamente, o espanto veio da mistura de não acreditar com agradecimento urgente. O novo símbolo está de cara com a dona, e não demorou para o uniforme ser estendido para a visualização completa.
— Como vocês conseguiram isso?!
— Tem gente que está investindo em nós. — Ela abre os braços ironicamente. — Depois você experimenta para ver se o tamanho está certo.
— Amei, sério! — Aura fica virando o uniforme. — Mas como assim investindo em nós? Quem está fazendo isso?
— Não se preocupe. — Um sorriso “amigável”. — Tem mais uma coisa, vamos começar a te colocar nas nossas tarefas. Você já passou por situações sozinha, já está mais do que pronta.
— Meu Deus! Nada está acontecendo como eu esperava, porém, estou amando!
Uma mensagem chega ao celular da Claudia, ela olha de leve, porém, volta com o sorriso amigável para Aura.
- Babalu
Teorias Loucas
31/08/20, 04:43 pm
-Já cansei de procurar, não to achando nada do que você quer.- Há horas dentro de uma quarto, uma garota de cabelos bem pretos e óculos de armação grossa, pesquisava em seu notebook informações sobre uma lenda urbana de Nova Capital, na cama uma blusa de moletom violeta, uma calça de ginástica rosa e uma porção de latas de tinta para cabelo.
-Continua pesquisando aí Michele, não é possível que não tenha nada.- A outra garota que responde do banheiro era Kelly, ela entra no quarto de pijama, secando seus cabelos castanhos e chutando para os cantos tênis, sandálias e algumas peças de roupas que estavam espalhadas pelo chão. De repente a alguém bate na porta.
-Oi Kelly, é a sua tia, tá tudo bem aí? -. As duas garotas se encaram apavoradas e começam a cobrir tudo que estava na cama com um lençol. - Só um minuto! - Kelly corre para porta e a destranca antes da sua tia bater novamente.
-Oi tia, aconteceu alguma coisa?
-Eu vim fazer uma visita e conversar com a sua mãe, só que na hora que passei pelo portão eu senti um cheiro horrível de álcool e propano vindo daqui.- Sua tia Sara é uma mulher alta e forte, tem uma cara de durona e parece que tá sempre irritada com alguma coisa, mas Kelly conhece bem ela, e sabe que tudo isso é só aparência.
-Cheiro? Não… não tô sentindo nada, ahhh… essa é Michele minha amiga.
-Oi!- Garota acena para ela, que parece ignorá-la.
-Não me enrola não menina, você tá impregnada com esse cheiro.- Ela começa a andar pelo quarto olhando para os cantos. - O que vocês tavam escondendo? eu escutei tudo antes de entrar.
-Que isso cachorrona? porque você tá sendo tão invasiva assim?
-Eu sempre fui invasiva, você me conhece, e eu te conheço, e eu sei que você tá me escondendo alguma coisa!- Ela vai na direção da cama e puxa o lençol. - O que é isso?- Kelly e Michele se entreolham e respondem ao mesmo tempo.
-É do trote da faculdade...
-É da festa de ontem...
Todos ficam em silêncio por uns segundos.
-É da festa que aconteceu ontem... depois do trote… É coisa de faculdade tia, você sabe com é… E o cheiro deve ser das tintas que eu usei ontem
-E porque vocês esconderam?
-É que eu sei que você não gosta de bagunça…- Sara dá uma olhada ao redor no chão.
-Você deveria se esforçar mais então… E essa roupa é horrível pra se usar em festas, usa outra coisa da próxima vez.- A mulher se vira e vai para a porta - Tô de olho em você.
-Tá bom… tchau cachorrona.
-Já mandei você não me chamar assim - A garota fecha a porta nas costas da tia, da um suspiro e espera um pouco antes de falar.
-Droga! a gente tem que começar a tomar mais cuidado… vou ter que arrumar um lugar aqui pra guardar essas paradas.
-Depois a gente vê isso, se liga, acho que eu achei o que você queria.
-Quase esqueci, fala aí, que eu vou mandar um zap pro Dário.
-Aqui na página os pessoal tá falando de um ladrão de carteiras com a mesma descrição que você passou e sobre essa tal de Ninhada, e alguns casos que parecem estar conectados, tipo ratos gigantes, homens crocodilo, palhaços canibais e um tal de chupa-caras.
-Legal, como é o nome da página?
-”Teorias Loucas NC”…- Kelly olha para ela com indignação, e começa a apagar a mensagem. -Que foi?
-Nada não, desliga isso aí e vamo sair.
-Continua pesquisando aí Michele, não é possível que não tenha nada.- A outra garota que responde do banheiro era Kelly, ela entra no quarto de pijama, secando seus cabelos castanhos e chutando para os cantos tênis, sandálias e algumas peças de roupas que estavam espalhadas pelo chão. De repente a alguém bate na porta.
-Oi Kelly, é a sua tia, tá tudo bem aí? -. As duas garotas se encaram apavoradas e começam a cobrir tudo que estava na cama com um lençol. - Só um minuto! - Kelly corre para porta e a destranca antes da sua tia bater novamente.
-Oi tia, aconteceu alguma coisa?
-Eu vim fazer uma visita e conversar com a sua mãe, só que na hora que passei pelo portão eu senti um cheiro horrível de álcool e propano vindo daqui.- Sua tia Sara é uma mulher alta e forte, tem uma cara de durona e parece que tá sempre irritada com alguma coisa, mas Kelly conhece bem ela, e sabe que tudo isso é só aparência.
-Cheiro? Não… não tô sentindo nada, ahhh… essa é Michele minha amiga.
-Oi!- Garota acena para ela, que parece ignorá-la.
-Não me enrola não menina, você tá impregnada com esse cheiro.- Ela começa a andar pelo quarto olhando para os cantos. - O que vocês tavam escondendo? eu escutei tudo antes de entrar.
-Que isso cachorrona? porque você tá sendo tão invasiva assim?
-Eu sempre fui invasiva, você me conhece, e eu te conheço, e eu sei que você tá me escondendo alguma coisa!- Ela vai na direção da cama e puxa o lençol. - O que é isso?- Kelly e Michele se entreolham e respondem ao mesmo tempo.
-É do trote da faculdade...
-É da festa de ontem...
Todos ficam em silêncio por uns segundos.
-É da festa que aconteceu ontem... depois do trote… É coisa de faculdade tia, você sabe com é… E o cheiro deve ser das tintas que eu usei ontem
-E porque vocês esconderam?
-É que eu sei que você não gosta de bagunça…- Sara dá uma olhada ao redor no chão.
-Você deveria se esforçar mais então… E essa roupa é horrível pra se usar em festas, usa outra coisa da próxima vez.- A mulher se vira e vai para a porta - Tô de olho em você.
-Tá bom… tchau cachorrona.
-Já mandei você não me chamar assim - A garota fecha a porta nas costas da tia, da um suspiro e espera um pouco antes de falar.
-Droga! a gente tem que começar a tomar mais cuidado… vou ter que arrumar um lugar aqui pra guardar essas paradas.
-Depois a gente vê isso, se liga, acho que eu achei o que você queria.
-Quase esqueci, fala aí, que eu vou mandar um zap pro Dário.
-Aqui na página os pessoal tá falando de um ladrão de carteiras com a mesma descrição que você passou e sobre essa tal de Ninhada, e alguns casos que parecem estar conectados, tipo ratos gigantes, homens crocodilo, palhaços canibais e um tal de chupa-caras.
-Legal, como é o nome da página?
-”Teorias Loucas NC”…- Kelly olha para ela com indignação, e começa a apagar a mensagem. -Que foi?
-Nada não, desliga isso aí e vamo sair.
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- Espectro
Re: "Enquanto Isso..."
05/09/20, 12:03 pm
Epílogo Guerra pós guerra
Quando percebeu que tinha total controle sobre o corpo de sua vítima, Elisabete respirou fundo, de verdade, como não fazia há algum tempo. Sentia o calor em seu corpo, o suor escorrendo pelo seu rosto, a adrenalina tomava conta. Soltou a arma e contemplou o ambiente ao seu redor, o fogo azul mais brilhante do que qualquer coisa que já tinha visto.
Foi um fogo de cor diferente que a tirou de seu estado contemplativo. Um tiro vinha em sua direção e, tão rápido quanto da primeira vez, Elisabete morreu. Sentiu suas funções parando e o desespero do dono do corpo tomando conta. Quando não aguentava mais, deixou aquele corpo, pedindo perdão pelo resultado.
Espectro flutua até a heroína que a ajudou quando percebeu que o outro grupo de bandidos avançava. Rapidamente, ela voa em direção a mulher de cabelos azuis para evitar os tiros, e acaba por possuí-la. ... sua parte... Mãe..., ela ouve, distante em sua mente, e acaba lembrando de Samuel e o barraco de sua família, que jurou proteger. Ela sente um calor ainda mais intenso do que no corpo do traficante e quando percebe, está de frente para a casa de Samuel.
Deixando o corpo da mulher de cabelos azuis, Espectro se materializa em sua frente. Um breve conflito se inicia e logo termina com o choque térmico de seu cumprimento. Elisabete baixa a máscara e leva sua mão aquecida ao rosto, sentindo o calor em sua bochecha, mais contente do que esteve o dia inteiro.
- Eu morava em Constelação, mas agora eu vago por aí... Esse lance todo de morte é meio novo pra mim. Eu morri, mas ver os outros morrendo é... diferente.
Princesa encarou Espectro com um sorriso debochado. Pôs a mão próxima à boca da fantasma e a manteve por alguns segundos.
- E morto respira agora? - gargalhou, mostrando sua mão úmida.
- Isso é só um eco da minha vida anterior. Não respiro de verdade, mas é mais fácil viver fingindo que respiro. - Espectro segura a respiração por alguns momentos para provar seu ponto, mas não consegue manter por muito tempo, respirando profundamente pela boca.
- Hahaha! Tá bom então, gata! Se cê acha que tá morta quem sou eu pra dizer que não, né? Cê tá nesse corre de herói também e é nóis, tá ligado?
O lugar para onde foram parecia mais calmo e Princesa baixou um pouco mais a guarda, desativando seus poderes e guardando a espada. Para garantir que estavam seguras, elas caminharam um pouco em direção a um beco.
- Mas ô gasparzinha, se liga nessa fita aqui! - Ela tira um celular do bolso e mostra para Espectro. - Esse Balaio G aqui eu catei daqueles merdinhas. Não os filhos da puta dos meus amigos que atiraram em mim... Foda-se, depois eu quebro eles. Os outros. - No celular ela via algumas informações e endereços de pontos de tráfico, incluindo a Mafhia. - Essa rolê aqui é cabuloso! No Céu tem zap? Se a gente juntar uma galera e pegar eles de surpresa dá pra meter o terror!
Quando percebeu que tinha total controle sobre o corpo de sua vítima, Elisabete respirou fundo, de verdade, como não fazia há algum tempo. Sentia o calor em seu corpo, o suor escorrendo pelo seu rosto, a adrenalina tomava conta. Soltou a arma e contemplou o ambiente ao seu redor, o fogo azul mais brilhante do que qualquer coisa que já tinha visto.
Foi um fogo de cor diferente que a tirou de seu estado contemplativo. Um tiro vinha em sua direção e, tão rápido quanto da primeira vez, Elisabete morreu. Sentiu suas funções parando e o desespero do dono do corpo tomando conta. Quando não aguentava mais, deixou aquele corpo, pedindo perdão pelo resultado.
Espectro flutua até a heroína que a ajudou quando percebeu que o outro grupo de bandidos avançava. Rapidamente, ela voa em direção a mulher de cabelos azuis para evitar os tiros, e acaba por possuí-la. ... sua parte... Mãe..., ela ouve, distante em sua mente, e acaba lembrando de Samuel e o barraco de sua família, que jurou proteger. Ela sente um calor ainda mais intenso do que no corpo do traficante e quando percebe, está de frente para a casa de Samuel.
Deixando o corpo da mulher de cabelos azuis, Espectro se materializa em sua frente. Um breve conflito se inicia e logo termina com o choque térmico de seu cumprimento. Elisabete baixa a máscara e leva sua mão aquecida ao rosto, sentindo o calor em sua bochecha, mais contente do que esteve o dia inteiro.
- Eu morava em Constelação, mas agora eu vago por aí... Esse lance todo de morte é meio novo pra mim. Eu morri, mas ver os outros morrendo é... diferente.
Princesa encarou Espectro com um sorriso debochado. Pôs a mão próxima à boca da fantasma e a manteve por alguns segundos.
- E morto respira agora? - gargalhou, mostrando sua mão úmida.
- Isso é só um eco da minha vida anterior. Não respiro de verdade, mas é mais fácil viver fingindo que respiro. - Espectro segura a respiração por alguns momentos para provar seu ponto, mas não consegue manter por muito tempo, respirando profundamente pela boca.
- Hahaha! Tá bom então, gata! Se cê acha que tá morta quem sou eu pra dizer que não, né? Cê tá nesse corre de herói também e é nóis, tá ligado?
O lugar para onde foram parecia mais calmo e Princesa baixou um pouco mais a guarda, desativando seus poderes e guardando a espada. Para garantir que estavam seguras, elas caminharam um pouco em direção a um beco.
- Mas ô gasparzinha, se liga nessa fita aqui! - Ela tira um celular do bolso e mostra para Espectro. - Esse Balaio G aqui eu catei daqueles merdinhas. Não os filhos da puta dos meus amigos que atiraram em mim... Foda-se, depois eu quebro eles. Os outros. - No celular ela via algumas informações e endereços de pontos de tráfico, incluindo a Mafhia. - Essa rolê aqui é cabuloso! No Céu tem zap? Se a gente juntar uma galera e pegar eles de surpresa dá pra meter o terror!
- Babalu
Inspiração
06/09/20, 11:21 pm
Atravessando um enorme Hall de entrada, uma garota de cabelos coloridos mascava um chiclete enquanto admirava a magnitude do local, em todos lados que a estrutura permitia tinha uma parede de vidro valorizando a iluminação natural, o piso era tão polido que quase parecia um espelho, e em algumas partes vasos com plantas decorativas, no fundo uma recepcionista aguardava a chegada de Babalu.
-Oi, eu vim ver o Seu Ronaldo, eu tenho hora marcada.- Ela se apoia no balcão e entrega um cartão de visitas preto com um G estilizado também preto só que reflexivo.- Quer chiclete?
A recepcionista olha pra ela do pés até a cabeça a cara de quem não gostou do que estava olhando, e ignora a oferta .O Sr. Galliano aguarda a senhorita, o elevador o levará até o atelier dele.- As portas do elevador, quase imperceptíveis na parede, se abrem para Babalu subir.
Ao chegar no andar do atelier de Galliano, Babalu se surpreende com o que vê, o lugar parecia mais um laboratório de alta tecnologia que ocupava o andar todo com diversos equipamentos que a garota não tinha a menor ideia do que eram e como funcionavam, a frente o estilista a esperava de braços abertos.
-Babalu, querida! Seja bem vinda, eu mal esperava a sua chegada, venha, temos muito para conversar.- demonstrando muita hospitalidade, Galliano cruza seu braço com o dela e os dois começam a caminhar pelo andar. - Confesso que desde o dia que eu te vi no desfile eu fiquei fascinado com os seus poderes, chegar em um tecido que funcione com você foi um desafio, eu não parei um minuto de trabalhar pra chegar no resultado perfeito.- A garota para de caminhar quando chegam em uma área com vários cilindros de vidro enfileirados expondo alguns uniformes heróicos em manequins que qualquer pessoa em Nova Capital reconheceria.
-Esses são os uniformes deles?- Ela fica parada bem na frente de um específico, ele era azul escuro, com uma longa capa branca que quase chegava no chão e estampado no peito um F dourado. - Esse era dele?
-Inspirador não é? Fantástico e eu éramos amigos pessoais, na época que eu fiz ele estava no auge, e merecia algo a sua altura.
-A Michele ficaria doida aqui…
Os dois continuam até chegar em uma estrutura com um manequim feminino em uma estrutura semelhante a uma impressora 3d que terminava de tecer um uniforme colorido sobre o modelo, Babalu até tira o visor para ver de perto, todas as cores, cada detalhe, pra ela estava tudo espetacular.
-Vai ficar perdendo tempo ai ou vai experimentar?
-É pra já!
Após alguns minutos, Babalu sai do provador, o uniforme serviu como uma luva, ela se encara na frente do espelho com um largo sorriso dando voltas para se olhar por trás, Galliano se aproxima dela com uma caixa nas mãos.
-Acho que isso vai combinar mais com você do que aquela máscara de esqui comprada na liquidação.- Dentro da caixa tinha um visor personalizado com praticamente as mesmas cores de sua máscara antiga.
-Esse visor vem com uma interface digital e sistema de comunicação que você pode conectando com seu smartphone, é um brinde pra você, agora eu quero vê-la experimentando o de verdade seu uniforme de verdade.
A garota sorri, coloca o visor e começa a testar o uniforme no laboratório, esticando todas as partes do corpo ao mesmo tempo o máximo que conseguia, o uniforme parecia não ter limites para o uso, era como se esticar sem roupa, logo ela chega em seu limite pessoal, depois começa dar socos saltos com impulso elástico, o lugar era grande o suficiente para se soltar.
-Esse uniforme é sensacional! Obrigado seu Ronaldo, só tá faltando uma coisa! - Ela retira o broche de seu moletom e prende no novo uniforme.
-O que você está esperando? Vai combater o crime, mostre para o mundo o mais novo trabalho de Galliano! - Babalu acena com a cabeça e corre em direção ao elevador, ao passar pelo uniforme exposto do maior herói que o mundo já viu, a garota sente exatamente o que Galliano falou, inspiração, e o uniforme sinalizava que a partir daquele momento ela era oficialmente uma super-heroína.
-Oi, eu vim ver o Seu Ronaldo, eu tenho hora marcada.- Ela se apoia no balcão e entrega um cartão de visitas preto com um G estilizado também preto só que reflexivo.- Quer chiclete?
A recepcionista olha pra ela do pés até a cabeça a cara de quem não gostou do que estava olhando, e ignora a oferta .O Sr. Galliano aguarda a senhorita, o elevador o levará até o atelier dele.- As portas do elevador, quase imperceptíveis na parede, se abrem para Babalu subir.
Ao chegar no andar do atelier de Galliano, Babalu se surpreende com o que vê, o lugar parecia mais um laboratório de alta tecnologia que ocupava o andar todo com diversos equipamentos que a garota não tinha a menor ideia do que eram e como funcionavam, a frente o estilista a esperava de braços abertos.
-Babalu, querida! Seja bem vinda, eu mal esperava a sua chegada, venha, temos muito para conversar.- demonstrando muita hospitalidade, Galliano cruza seu braço com o dela e os dois começam a caminhar pelo andar. - Confesso que desde o dia que eu te vi no desfile eu fiquei fascinado com os seus poderes, chegar em um tecido que funcione com você foi um desafio, eu não parei um minuto de trabalhar pra chegar no resultado perfeito.- A garota para de caminhar quando chegam em uma área com vários cilindros de vidro enfileirados expondo alguns uniformes heróicos em manequins que qualquer pessoa em Nova Capital reconheceria.
-Esses são os uniformes deles?- Ela fica parada bem na frente de um específico, ele era azul escuro, com uma longa capa branca que quase chegava no chão e estampado no peito um F dourado. - Esse era dele?
-Inspirador não é? Fantástico e eu éramos amigos pessoais, na época que eu fiz ele estava no auge, e merecia algo a sua altura.
-A Michele ficaria doida aqui…
Os dois continuam até chegar em uma estrutura com um manequim feminino em uma estrutura semelhante a uma impressora 3d que terminava de tecer um uniforme colorido sobre o modelo, Babalu até tira o visor para ver de perto, todas as cores, cada detalhe, pra ela estava tudo espetacular.
-Vai ficar perdendo tempo ai ou vai experimentar?
-É pra já!
Após alguns minutos, Babalu sai do provador, o uniforme serviu como uma luva, ela se encara na frente do espelho com um largo sorriso dando voltas para se olhar por trás, Galliano se aproxima dela com uma caixa nas mãos.
-Acho que isso vai combinar mais com você do que aquela máscara de esqui comprada na liquidação.- Dentro da caixa tinha um visor personalizado com praticamente as mesmas cores de sua máscara antiga.
-Esse visor vem com uma interface digital e sistema de comunicação que você pode conectando com seu smartphone, é um brinde pra você, agora eu quero vê-la experimentando o de verdade seu uniforme de verdade.
A garota sorri, coloca o visor e começa a testar o uniforme no laboratório, esticando todas as partes do corpo ao mesmo tempo o máximo que conseguia, o uniforme parecia não ter limites para o uso, era como se esticar sem roupa, logo ela chega em seu limite pessoal, depois começa dar socos saltos com impulso elástico, o lugar era grande o suficiente para se soltar.
-Esse uniforme é sensacional! Obrigado seu Ronaldo, só tá faltando uma coisa! - Ela retira o broche de seu moletom e prende no novo uniforme.
-O que você está esperando? Vai combater o crime, mostre para o mundo o mais novo trabalho de Galliano! - Babalu acena com a cabeça e corre em direção ao elevador, ao passar pelo uniforme exposto do maior herói que o mundo já viu, a garota sente exatamente o que Galliano falou, inspiração, e o uniforme sinalizava que a partir daquele momento ela era oficialmente uma super-heroína.
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- Vulto
Segredos e patronos
12/09/20, 12:54 am
31 de Agosto - 20h40
Helena e Margarida
– Opa, desculpa! Tava mirando no quarto...
Dario teleportara para o centro da sala do apartamento que dividia com Victoria e Ícaro, após mais uma patrulha pela cidade, ainda trajando as vestes de herói. Notou então que os amigos pareciam esperá-lo.
– O que é isso? Uma intervenção, é?
– Não... A gente.... Precisa conversar, Dario – diz, receosa.
– Sim... Ugh... pelo menos dá pra tirar essa roupa de palhaço? E essa coisa ai! – Ele aponta para o Patrono, que flutuava suavemente ao lado do dono.
– Ei!
– Meninos! Por favor, não vamos voltar a brigar – interpôs a amiga, se posicionando entre os dois ex amantes – Desde que Ícaro descobrira sua vida como vigilante mascarado, os dois não conseguiam mais conversar sem iniciarem uma briga, e o rapaz parecia ter nutrindo um repulsa ainda maior pela “criatura” que seguia Dario pela casa, uma vez que o jovem já não fazia esforço para esconder suas habilidades.
– Então... Qual é o problema? – Tentando manter a compostura, Dario encarava os amigos, ainda mantendo o Patrono ao seu lado. Sentia, em meio a sua frustração, o nervosismo de Victoria e a o ressentimento de Ícaro.
– Dari... então... Ícaro e eu conversamos... e... bom, você sabe...
– A gente quer você se mude.
– ...Oi?!
– Não é bem isso...
– Claro que é, Vic. A gente conversou e--
– Deixa ela falar, Ícaro!
Os ex namorados se encaram, parecendo lançar insultos um ao outro através da mente. Antes que lembrassem que podiam falar, Victória intervém.
– Desculpa, Dari. Eu sinto muito mesmo, mas, você sabe, Ícaro e eu somos amigos de infância e...
– Já entendi, Vic... – Completa, com uma nota de amargura na voz. No fundo sabia que isso aconteceria eventualmente, já não achava que poderia salvar seu relacionamento e, obviamente, Victoria escolheria o amigo com o qual era mais próximo para continuar morando ali – Os três jovens se encaram por um instante, até que Dario quebra o silêncio:
– Vou fazer minhas malas... – Lançando um último olhar para Ícaro, Dario desfaz o Patrono e se retira da sala.
---
– Palhaço... palhaço...– Dario resmungava, enquanto arrancava as roupas da gaveta e as jogava sobre a cama – Quem ele pensa que é? – Sentia suas orelhas queimarem e sua nuca formigar. De todas as vezes que vestiu aquele uniforme, aquela era a primeira que se sentia ridículo.
– Idiota...! Como eu fui namorar um idiota desses? – A raiva borbulhava dentro de si. Queria sair dali, depressa, sem nem olhar para cara de Ícaro, nem da amiga, com quem não conseguia não se aborrecer, mesmo que tentasse.
Foi então que sentiu seu corpo esfriar – Ainda segurando uma camisa branca dobrada, viu seus braços e mãos escurecerem, e de repente, se desfez.
----
Dario piscou os olhos e percebeu que não estava mais no quarto do apartamento 77 no Centro – Ergueu-se e olhou a sala a sua volta, vazia – Estava no apartamento 12 em Alta Vista. A casa de sua mãe – Antes que pudesse proferir o xingamento que saltava em sua mente, sua mãe o surpreende.
– Dario?!
– Mãe?!
O susto da surpresa fez o coração de Dario disparar, porém, não fora tão grande quanto o segundo susto que levou ao notar a figura que seguia sua Helena pelo corredor.
– Qu--Quem..? Mãe...!?
O que pareciam ser raízes que se estendiam e se entrelaçavam para formar uma forma feminina flutuava nervosamente ao lado da mulher.
– Dario! Que susto, menino!
Dario finalmente nota que ainda trajava as vestes de Vulto, enquanto Helena se lembrava de que tinha uma companhia.
– Eu posso explicar!– dizem ambos ao mesmo tempo, seguindo de um silêncio de embaraço.
– Ok. Você primeiro.
– Ora, por que eu?
– Ora, pois, porque não fui eu quem apareceu fantasiado as nove da noite sem avisar – Helena responde rindo, caminhando até o sofá.
– Não é uma fantasia... – Desanimado, Dario se joga no sofá ao lado da mãe – É meu uniforme.
– Eu sei, bobo! – diz rindo – Então. Como se chama? O "homem-sombra"? – pergunta, fazendo uma voz grave de locutor.
– Não... Vulto. Me chamo de Vulto – responde rindo.
– Esse não era o nome do seu amigo cabeludo?
– Era, mas agora eu chamo ele de Patrono... Alias, cadê aquele safado? Ele me teleportou sem eu querer de novo – Olhando ao redor da sala, porém, Dario não viu sinal de seu Patrono, apenas a figura feita de plantas que fluatava, agora mais calmamente – Então... eu fiz isso sozinho..?
– Como, Dari?
Despertando de seu breve devaneio, Dario indaga, ao pousar outra vez os olhos na mulher-planta.
– Nada, nada... Ó! Chega de me enrolar, dona Helena! Agora me diga, quem é ela?
– Ah – Soltando um leve sorriso acanhado – Essa é a Margarida, Dari!
– Então... peraê, quer dizer que...
– Sim. Ou você achava que herdou os poderes do traste do seu pai?
– Mas como...? Quando...?
– Eu esperava não ter que te contar assim, mas acho que ambos fomos pegos de surpresa, não? Bom... Sim, eu também posso... manifestar uma entidade, ou sei lá o que eles realmente sejam.
– Mas--mas por que nunca me disse nada?
– É uma história complicada, filho – responde soltando um suspiro triste – Quando seu pai e eu ainda eramos casados, bom... por conta do abuso que aquele monstro me proporcionou, tinha perdido a capacidade de manifestá-la. Eu nunca tive certeza o que a Margarida e o seu vulto, ou Patrono como você o chama agora, eram de fato. Creio que tenham alguma ligação com nossas emoções. Bom, isso é o que a minha psicóloga acha.
– Oxe. Ela sabe que você...?
– Não, não. Ela acha que Margarida é uma alegoria para meu estado emocional. Mas acho que ela tem razão, só depois que você conseguiu espantar seu pai de casa e eu pedir o divórcio, além de de alguns anos de terapia, que pude revê-la – Helena mirava Margarida. Seus olhos brilhavam de lágrimas, transparecendo dor e orgulho.
– O idiota do meu pai realmente marcou a gente, não?
– Mais do que imagina. Creio que não fui só eu que tive meus poderes afetados. Você, por exemplo, nunca se perguntou por que o vulto... Patrono é do jeito que é?
Dario se cala por um momento. Nunca havia realmente parado para pensar nisso. Até então se quer imaginara que pudesse haver outra pessoa como ele, e que a “entidade” que outro manifestasse pudesse ser tão diferente da sua.
– Ahn... Porque eu gosto de um pretinho básico...? – Arrisca.
Helena ri – Acho que é muito mais profundo que isso, Dari. Sabe, eu me pego pensando nisso desde que cogitei que tivesse essas habilidades. Você se lembra do “menino colorido”?
– Menino colorido? What?
– Imaginei. Você era muito novo. Quando você tinha uns 3 ou 4 anos, lembro que vivia desenhando, e um desenho que sempre se repetia era um de você e um menino que você usava todos os lápis de cor que tinha para pintá-lo. Eu nunca o vi pessoalmente, mas a forma que contava sobre o seu "amigo colorido", me lembrava de como era comigo e Margô.
– Mas... colorido? O Patrono é preto
que nem sombra – questiona, fazendo a figura negra aparecer à sua frente – Nunca vi um traço de cor nele.
– Como você mesmo disse, seu pai marcou a gente. Ele foi capaz de destruir minha melhor amiga junto da minha autoestima, e você... talvez ele tenha manchado aquele “menino colorido”. Porém diferente de mim, isso não tem destruiu, mas te tornou mais forte. A relação que vocês dois tem é algo que nunca consegui com a Margô.
Tentando processar todas aquelas informações, Dario mirou o patrono de sua mãe. Percebia agora, com um olhar mais atento, como era esquisita e esguia, como um esqueleto feito de raízes e galhos que que parecia estar em reconstrução, lhe faltando um pé e uma mão. Porém, sua graça era inegável. Exibia no rosto no rosto talhado um sorriso singelo e afetuoso, acentuado pelos cabelos trançados que pareciam finas folhas verdes, adornado por diversas flores, mas o que lhe chamou mais a atenção foi a grande e bela rosa enroscada nas raízes que formavam o tórax da patrona.
– Ela... ela é linda, mãe...!
Sorrindo como se o elogio fosse direcionado à ela, Helena volta a falar:
– Ela está um pouco abatida e machucada, mas haviam anos que não a via tao forte e completa.
– Uau... que loucura, mãe...! Hah! Agora eu entendo o porquê de tanta planta nessa casa...! – deslumbrado, Dario apertava a camisa em suas mãos, sem perceber.
– Então – diz, notando a camisa no colo do filho e a calça branca do uniforme, manchada de vermelho – Você veio me pedir pra lavar sua roupa?
– Oi? Ah, não, não é isso...
– Mas e essa mancha aí? É sangue, Dario?!
– Ah, sim. É, mas relaxa, não é meu não... Espera... Eita, é meu sim...!
– Dario?
– Ah, não foi por isso que vim... é que... Ah, droga. Eu deixei uma puta bagunça lá no quarto... Eu vou resolver isso e já volto, daí eu explico tudo.
– Ah... ok... Quer que prepare algo pra comer?
– Aquela gororoba que você faz? Melhor pedir alguma coisa – rindo, Dario se teleporta, segundos antes que a camisa que deixara sobre o sofá o atingisse na cara.
– Ora, esse menino...! – Rindo Helena recolhe a camisa, acompanhada de Margarida, tentada a concordar com a ideia do filho – Uma pizza, Margô? Boa ideia, boa idea.
Dario teleportara para o centro da sala do apartamento que dividia com Victoria e Ícaro, após mais uma patrulha pela cidade, ainda trajando as vestes de herói. Notou então que os amigos pareciam esperá-lo.
– O que é isso? Uma intervenção, é?
– Não... A gente.... Precisa conversar, Dario – diz, receosa.
– Sim... Ugh... pelo menos dá pra tirar essa roupa de palhaço? E essa coisa ai! – Ele aponta para o Patrono, que flutuava suavemente ao lado do dono.
– Ei!
– Meninos! Por favor, não vamos voltar a brigar – interpôs a amiga, se posicionando entre os dois ex amantes – Desde que Ícaro descobrira sua vida como vigilante mascarado, os dois não conseguiam mais conversar sem iniciarem uma briga, e o rapaz parecia ter nutrindo um repulsa ainda maior pela “criatura” que seguia Dario pela casa, uma vez que o jovem já não fazia esforço para esconder suas habilidades.
– Então... Qual é o problema? – Tentando manter a compostura, Dario encarava os amigos, ainda mantendo o Patrono ao seu lado. Sentia, em meio a sua frustração, o nervosismo de Victoria e a o ressentimento de Ícaro.
– Dari... então... Ícaro e eu conversamos... e... bom, você sabe...
– A gente quer você se mude.
– ...Oi?!
– Não é bem isso...
– Claro que é, Vic. A gente conversou e--
– Deixa ela falar, Ícaro!
Os ex namorados se encaram, parecendo lançar insultos um ao outro através da mente. Antes que lembrassem que podiam falar, Victória intervém.
– Desculpa, Dari. Eu sinto muito mesmo, mas, você sabe, Ícaro e eu somos amigos de infância e...
– Já entendi, Vic... – Completa, com uma nota de amargura na voz. No fundo sabia que isso aconteceria eventualmente, já não achava que poderia salvar seu relacionamento e, obviamente, Victoria escolheria o amigo com o qual era mais próximo para continuar morando ali – Os três jovens se encaram por um instante, até que Dario quebra o silêncio:
– Vou fazer minhas malas... – Lançando um último olhar para Ícaro, Dario desfaz o Patrono e se retira da sala.
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– Palhaço... palhaço...– Dario resmungava, enquanto arrancava as roupas da gaveta e as jogava sobre a cama – Quem ele pensa que é? – Sentia suas orelhas queimarem e sua nuca formigar. De todas as vezes que vestiu aquele uniforme, aquela era a primeira que se sentia ridículo.
– Idiota...! Como eu fui namorar um idiota desses? – A raiva borbulhava dentro de si. Queria sair dali, depressa, sem nem olhar para cara de Ícaro, nem da amiga, com quem não conseguia não se aborrecer, mesmo que tentasse.
Foi então que sentiu seu corpo esfriar – Ainda segurando uma camisa branca dobrada, viu seus braços e mãos escurecerem, e de repente, se desfez.
----
Dario piscou os olhos e percebeu que não estava mais no quarto do apartamento 77 no Centro – Ergueu-se e olhou a sala a sua volta, vazia – Estava no apartamento 12 em Alta Vista. A casa de sua mãe – Antes que pudesse proferir o xingamento que saltava em sua mente, sua mãe o surpreende.
– Dario?!
– Mãe?!
O susto da surpresa fez o coração de Dario disparar, porém, não fora tão grande quanto o segundo susto que levou ao notar a figura que seguia sua Helena pelo corredor.
– Qu--Quem..? Mãe...!?
O que pareciam ser raízes que se estendiam e se entrelaçavam para formar uma forma feminina flutuava nervosamente ao lado da mulher.
– Dario! Que susto, menino!
Dario finalmente nota que ainda trajava as vestes de Vulto, enquanto Helena se lembrava de que tinha uma companhia.
– Eu posso explicar!– dizem ambos ao mesmo tempo, seguindo de um silêncio de embaraço.
– Ok. Você primeiro.
– Ora, por que eu?
– Ora, pois, porque não fui eu quem apareceu fantasiado as nove da noite sem avisar – Helena responde rindo, caminhando até o sofá.
– Não é uma fantasia... – Desanimado, Dario se joga no sofá ao lado da mãe – É meu uniforme.
– Eu sei, bobo! – diz rindo – Então. Como se chama? O "homem-sombra"? – pergunta, fazendo uma voz grave de locutor.
– Não... Vulto. Me chamo de Vulto – responde rindo.
– Esse não era o nome do seu amigo cabeludo?
– Era, mas agora eu chamo ele de Patrono... Alias, cadê aquele safado? Ele me teleportou sem eu querer de novo – Olhando ao redor da sala, porém, Dario não viu sinal de seu Patrono, apenas a figura feita de plantas que fluatava, agora mais calmamente – Então... eu fiz isso sozinho..?
– Como, Dari?
Despertando de seu breve devaneio, Dario indaga, ao pousar outra vez os olhos na mulher-planta.
– Nada, nada... Ó! Chega de me enrolar, dona Helena! Agora me diga, quem é ela?
– Ah – Soltando um leve sorriso acanhado – Essa é a Margarida, Dari!
– Então... peraê, quer dizer que...
– Sim. Ou você achava que herdou os poderes do traste do seu pai?
– Mas como...? Quando...?
– Eu esperava não ter que te contar assim, mas acho que ambos fomos pegos de surpresa, não? Bom... Sim, eu também posso... manifestar uma entidade, ou sei lá o que eles realmente sejam.
– Mas--mas por que nunca me disse nada?
– É uma história complicada, filho – responde soltando um suspiro triste – Quando seu pai e eu ainda eramos casados, bom... por conta do abuso que aquele monstro me proporcionou, tinha perdido a capacidade de manifestá-la. Eu nunca tive certeza o que a Margarida e o seu vulto, ou Patrono como você o chama agora, eram de fato. Creio que tenham alguma ligação com nossas emoções. Bom, isso é o que a minha psicóloga acha.
– Oxe. Ela sabe que você...?
– Não, não. Ela acha que Margarida é uma alegoria para meu estado emocional. Mas acho que ela tem razão, só depois que você conseguiu espantar seu pai de casa e eu pedir o divórcio, além de de alguns anos de terapia, que pude revê-la – Helena mirava Margarida. Seus olhos brilhavam de lágrimas, transparecendo dor e orgulho.
– O idiota do meu pai realmente marcou a gente, não?
– Mais do que imagina. Creio que não fui só eu que tive meus poderes afetados. Você, por exemplo, nunca se perguntou por que o vulto... Patrono é do jeito que é?
Dario se cala por um momento. Nunca havia realmente parado para pensar nisso. Até então se quer imaginara que pudesse haver outra pessoa como ele, e que a “entidade” que outro manifestasse pudesse ser tão diferente da sua.
– Ahn... Porque eu gosto de um pretinho básico...? – Arrisca.
Helena ri – Acho que é muito mais profundo que isso, Dari. Sabe, eu me pego pensando nisso desde que cogitei que tivesse essas habilidades. Você se lembra do “menino colorido”?
– Menino colorido? What?
– Imaginei. Você era muito novo. Quando você tinha uns 3 ou 4 anos, lembro que vivia desenhando, e um desenho que sempre se repetia era um de você e um menino que você usava todos os lápis de cor que tinha para pintá-lo. Eu nunca o vi pessoalmente, mas a forma que contava sobre o seu "amigo colorido", me lembrava de como era comigo e Margô.
– Mas... colorido? O Patrono é preto
que nem sombra – questiona, fazendo a figura negra aparecer à sua frente – Nunca vi um traço de cor nele.
– Como você mesmo disse, seu pai marcou a gente. Ele foi capaz de destruir minha melhor amiga junto da minha autoestima, e você... talvez ele tenha manchado aquele “menino colorido”. Porém diferente de mim, isso não tem destruiu, mas te tornou mais forte. A relação que vocês dois tem é algo que nunca consegui com a Margô.
Tentando processar todas aquelas informações, Dario mirou o patrono de sua mãe. Percebia agora, com um olhar mais atento, como era esquisita e esguia, como um esqueleto feito de raízes e galhos que que parecia estar em reconstrução, lhe faltando um pé e uma mão. Porém, sua graça era inegável. Exibia no rosto no rosto talhado um sorriso singelo e afetuoso, acentuado pelos cabelos trançados que pareciam finas folhas verdes, adornado por diversas flores, mas o que lhe chamou mais a atenção foi a grande e bela rosa enroscada nas raízes que formavam o tórax da patrona.
– Ela... ela é linda, mãe...!
Sorrindo como se o elogio fosse direcionado à ela, Helena volta a falar:
– Ela está um pouco abatida e machucada, mas haviam anos que não a via tao forte e completa.
– Uau... que loucura, mãe...! Hah! Agora eu entendo o porquê de tanta planta nessa casa...! – deslumbrado, Dario apertava a camisa em suas mãos, sem perceber.
– Então – diz, notando a camisa no colo do filho e a calça branca do uniforme, manchada de vermelho – Você veio me pedir pra lavar sua roupa?
– Oi? Ah, não, não é isso...
– Mas e essa mancha aí? É sangue, Dario?!
– Ah, sim. É, mas relaxa, não é meu não... Espera... Eita, é meu sim...!
– Dario?
– Ah, não foi por isso que vim... é que... Ah, droga. Eu deixei uma puta bagunça lá no quarto... Eu vou resolver isso e já volto, daí eu explico tudo.
– Ah... ok... Quer que prepare algo pra comer?
– Aquela gororoba que você faz? Melhor pedir alguma coisa – rindo, Dario se teleporta, segundos antes que a camisa que deixara sobre o sofá o atingisse na cara.
– Ora, esse menino...! – Rindo Helena recolhe a camisa, acompanhada de Margarida, tentada a concordar com a ideia do filho – Uma pizza, Margô? Boa ideia, boa idea.
Helena e Margarida
Orbital, Penumbra e Incrível gostam desta mensagem
- Orbital
Re: "Enquanto Isso..."
13/09/20, 01:13 am
UMA NOITE A MAIS...
Depois do ultimo ato de heroísmo como Orbital a jovem garota que portava o nome e o manto só queria passar um tempo com a família e descansar. Já era tarde na casa de Cristina, mas algumas luzes ainda estavam acesas na sala. Enquanto seu pai cochilava cansado após um exaustivo dia de trabalho, sua mãe e seu irmão a acompanhavam vendo as ultimas noticias sobre o que vinha acontecendo em Nova Capital.
-- É meninos, cada dia que passa as coisas nesta cidade vão piorando, violência, destruição e os supers... Sabe-se lá onde tá o pai ou a mãe desses jovens... Para se arriscarem tanto. -- Com pesar, falava Amélia com seus dois filhos.
-- Aaah Mãe pelo menos eles estão fazendo alguma coisa né?! Enquanto o governo caga e anda pro povo, tem gente se arriscando para salvar vidas e garantir que talvez, mais um pai de família chegue vivo em casa.
Cristian era o filho do meio do casal, Cristiano e Amélia, e nunca escondeu seu apoio e admiração pelos supers. O que fazia Cristina se aproximar dele a cada dia, mesmo que não pudesse revelar seu segredo ainda pra sua família. Enquanto sua mãe e irmão começavam a discutir os riscos e benefícios da profissão herói, a jovem garota se levanta olhando pra seus familiares ali presentes, e sobe para seu quarto.
-- Boa noite mãe! Boa noite Kio!
Distraídos pela conversa os dois só levantam as mão enquanto Cris subia. A garota pensava seriamente em dividir seu segredo, contar á alguém que era uma heroína, mas sabia que no fundo isso poderia trazer riscos não só pra ela como pra todos a quem ela ama ao seu redor. Deitada em sua cama observava as estrelas, refletindo como a gravidade mantinha tudo em ordem. E pensava:
-- Estou no caminho certo, assim como meu poder, eu posso tentar dar ordem a esse mundo de caos e loucura junto com os demais heróis que vem aparecendo. Não é justo quem só quer ajudar, ser visto com maus olhos como a mãe falou. Sei que é perigoso, sei que é arriscado, mas se quem pode não fizer nada muitos vão morrer mesmo. Então vou proteger todos que estão ao meu redor, assim como um planeta tem seus satélites que os defende eu ... Que bosta de frase de efeito hahahah ... Eu sou a Orbital e vou te colocar em orbita, melhor eu acho hehe... Melhor dormir.
Mesmo que preocupada com a sua vida e todo o resto, Cris ainda mantinha um bom humor e um certo otimismo quanto a nova onda heroica que chegava em Nova Capital, desde que os Benfeitores se foram. E por mais que novata, ela sabia que fazia parte disso, que podia fazer a diferença. Após um tempo, pensativa a garota acabou por dormir, enquanto no céu a sua frente pela janela visto, as estrelas cintilavam como se soubessem a vontade de fazer o bem que vinha de seu coração.
Depois do ultimo ato de heroísmo como Orbital a jovem garota que portava o nome e o manto só queria passar um tempo com a família e descansar. Já era tarde na casa de Cristina, mas algumas luzes ainda estavam acesas na sala. Enquanto seu pai cochilava cansado após um exaustivo dia de trabalho, sua mãe e seu irmão a acompanhavam vendo as ultimas noticias sobre o que vinha acontecendo em Nova Capital.
-- É meninos, cada dia que passa as coisas nesta cidade vão piorando, violência, destruição e os supers... Sabe-se lá onde tá o pai ou a mãe desses jovens... Para se arriscarem tanto. -- Com pesar, falava Amélia com seus dois filhos.
-- Aaah Mãe pelo menos eles estão fazendo alguma coisa né?! Enquanto o governo caga e anda pro povo, tem gente se arriscando para salvar vidas e garantir que talvez, mais um pai de família chegue vivo em casa.
Cristian era o filho do meio do casal, Cristiano e Amélia, e nunca escondeu seu apoio e admiração pelos supers. O que fazia Cristina se aproximar dele a cada dia, mesmo que não pudesse revelar seu segredo ainda pra sua família. Enquanto sua mãe e irmão começavam a discutir os riscos e benefícios da profissão herói, a jovem garota se levanta olhando pra seus familiares ali presentes, e sobe para seu quarto.
-- Boa noite mãe! Boa noite Kio!
Distraídos pela conversa os dois só levantam as mão enquanto Cris subia. A garota pensava seriamente em dividir seu segredo, contar á alguém que era uma heroína, mas sabia que no fundo isso poderia trazer riscos não só pra ela como pra todos a quem ela ama ao seu redor. Deitada em sua cama observava as estrelas, refletindo como a gravidade mantinha tudo em ordem. E pensava:
-- Estou no caminho certo, assim como meu poder, eu posso tentar dar ordem a esse mundo de caos e loucura junto com os demais heróis que vem aparecendo. Não é justo quem só quer ajudar, ser visto com maus olhos como a mãe falou. Sei que é perigoso, sei que é arriscado, mas se quem pode não fizer nada muitos vão morrer mesmo. Então vou proteger todos que estão ao meu redor, assim como um planeta tem seus satélites que os defende eu ... Que bosta de frase de efeito hahahah ... Eu sou a Orbital e vou te colocar em orbita, melhor eu acho hehe... Melhor dormir.
Mesmo que preocupada com a sua vida e todo o resto, Cris ainda mantinha um bom humor e um certo otimismo quanto a nova onda heroica que chegava em Nova Capital, desde que os Benfeitores se foram. E por mais que novata, ela sabia que fazia parte disso, que podia fazer a diferença. Após um tempo, pensativa a garota acabou por dormir, enquanto no céu a sua frente pela janela visto, as estrelas cintilavam como se soubessem a vontade de fazer o bem que vinha de seu coração.
- V8
Re: "Enquanto Isso..."
14/09/20, 05:55 pm
04 de Setembro – 19h
Seguimento da missão Assalto na lojinha
Dona Maria me olhou estranho enquanto eu atravessava a rua, meus passos eram lentos, andava de cabeça baixa, ela me olhava assustada, pois me via aparentando cansaço pela primeira vez. Sempre passei em frente a lojinha dela ao voltar do trabalho, de cabeça erguida, no máximo suado, mas hoje eu de fato me sentia cansado, estressado, muitos olhares tortos para mim desde que aqueles caras mataram Seu Geraldo. Minhas costas parecem mais pesadas, meus ombros mais curvados, é cansativo carregar a culpa da morte de alguém.
Além disso, tinha mais nego me olhando. Quando passei num beco que da saída pro Morro do Tupi, dois malucos começaram a me seguir. No começo eu nem dei bola, pra que eu daria? Dois moleques mirrados, com cara feia e canela russa, tem coisa pior pra me dar medo, pô. Entrei na Rua Coelho, a principal que leva para a travessa que eu moro e os dois começaram a acelerar o passo, não sei se eles tinham percebido que eu já tava ligado neles, mas não se importavam mais, ainda assim eles peidaram na farofa quando eu virei pros caras.
– Qual foi, porra? Tão correndo por que? Me grita que eu atendo, pô. Brota ali em casa, viela 18, aqui do lado. - Os dois pararam quando eu virei pra eles, um botou a mão na cintura hesitante. – Isso, vai! Puxa essa porra ai. Vamos ver se resolve, pô. Tu é o brabrão? Puxa a peça ai, irmão. Peita o peito de aço do pai aqui, porra! Não resolveu pro teu amiguinho semana passada não. É bom que essa porra ai faça bastante barulho, pra pelo menos assustar. Descarrega o pente que tu ainda vai sair na merda, o que minhas mãos não quebrarem uma das pernas quebra, porra. - O moleque armado ficou travado, ele não sabia o que fazer, tinha acabado de perceber que uma pistola não ia ser a melhor resposta pro problema. – E ai? Vão ficar só me olhando? O outro começou a puxar o garoto armado pra trás, ele disse algo, mas foi tão baixo que eu não escutei e também não tive a mínima vontade de tentar decifrar. - Boa noite! - Disse para a Dona Maria enquanto passava por ela e entrava na Viela 18, aonde fica minha casa, e os dois moleques iam embora.
Cara, o que esses malucos pensam? Que vão me seguir a noite e atirar em mim? Me olhar com cara torta e me intimidar? Tão achando que eu peido pra essas porras quadradas na cintura deles. O bagulho brilha mas não é o sol não, parceiro, vou quebrar tua cara, tua arma e os amiguinhos que vierem te ajudar na porrada. Toma no cu, essa porra é V8, não é bagunça. Os malucos tão achando que sou baile funk pra ficar fazendo graça com a minha cara. Esses bandidinhos de merda só servem pra dar porrada, pô.
Entro na casa toda escura e escuto os latidos da minha cachorra, Diana, uma vira lata pequena demais pra arrancar o braço de alguém, mas a cara que ela faz pra quem passa na rua faz parecer que ela quer.
Lembrei do Seu Geraldo quando tava tomando banho. Coitado, ele não merecia isso não, pô. Isso me deu ainda mais raiva, junto desses retardados me seguindo... Sai do chuveiro sabendo exatamente o que fazer. Eu e Murilo tínhamos tido uma ideia, uns meses atrás, de gravar nossos próprios raps, se eu não podia ser jogador de futebol, ainda ia poder fazer música, mas as coisas ficaram complicadas pros dois e, na humilda, nenhum dos dois tinham a real intenção de levar isso pra frente, só um tesão temporário de fazer um bagulho diferente. Eu ainda tinha alguns beats que ele tinha me mandado e já sabia exatamente o que eu queria falar quando sai do banheiro. Escrevi num pedaço de papel as rimas que vinham na minha cabeça e gravei com o celular sentado no sofá da sala. Quase amordacei a Diana pra ela não latir enquanto eu tava gravando, mas no fim das contas deu tudo certo. Vou postar essa porra hoje ainda, espero que esses merdinhas escutem e fiquem avisados. Vai passar batido essas broncas pra cima de mim não.
Seguimento da missão Assalto na lojinha
Dona Maria me olhou estranho enquanto eu atravessava a rua, meus passos eram lentos, andava de cabeça baixa, ela me olhava assustada, pois me via aparentando cansaço pela primeira vez. Sempre passei em frente a lojinha dela ao voltar do trabalho, de cabeça erguida, no máximo suado, mas hoje eu de fato me sentia cansado, estressado, muitos olhares tortos para mim desde que aqueles caras mataram Seu Geraldo. Minhas costas parecem mais pesadas, meus ombros mais curvados, é cansativo carregar a culpa da morte de alguém.
Além disso, tinha mais nego me olhando. Quando passei num beco que da saída pro Morro do Tupi, dois malucos começaram a me seguir. No começo eu nem dei bola, pra que eu daria? Dois moleques mirrados, com cara feia e canela russa, tem coisa pior pra me dar medo, pô. Entrei na Rua Coelho, a principal que leva para a travessa que eu moro e os dois começaram a acelerar o passo, não sei se eles tinham percebido que eu já tava ligado neles, mas não se importavam mais, ainda assim eles peidaram na farofa quando eu virei pros caras.
– Qual foi, porra? Tão correndo por que? Me grita que eu atendo, pô. Brota ali em casa, viela 18, aqui do lado. - Os dois pararam quando eu virei pra eles, um botou a mão na cintura hesitante. – Isso, vai! Puxa essa porra ai. Vamos ver se resolve, pô. Tu é o brabrão? Puxa a peça ai, irmão. Peita o peito de aço do pai aqui, porra! Não resolveu pro teu amiguinho semana passada não. É bom que essa porra ai faça bastante barulho, pra pelo menos assustar. Descarrega o pente que tu ainda vai sair na merda, o que minhas mãos não quebrarem uma das pernas quebra, porra. - O moleque armado ficou travado, ele não sabia o que fazer, tinha acabado de perceber que uma pistola não ia ser a melhor resposta pro problema. – E ai? Vão ficar só me olhando? O outro começou a puxar o garoto armado pra trás, ele disse algo, mas foi tão baixo que eu não escutei e também não tive a mínima vontade de tentar decifrar. - Boa noite! - Disse para a Dona Maria enquanto passava por ela e entrava na Viela 18, aonde fica minha casa, e os dois moleques iam embora.
Cara, o que esses malucos pensam? Que vão me seguir a noite e atirar em mim? Me olhar com cara torta e me intimidar? Tão achando que eu peido pra essas porras quadradas na cintura deles. O bagulho brilha mas não é o sol não, parceiro, vou quebrar tua cara, tua arma e os amiguinhos que vierem te ajudar na porrada. Toma no cu, essa porra é V8, não é bagunça. Os malucos tão achando que sou baile funk pra ficar fazendo graça com a minha cara. Esses bandidinhos de merda só servem pra dar porrada, pô.
Entro na casa toda escura e escuto os latidos da minha cachorra, Diana, uma vira lata pequena demais pra arrancar o braço de alguém, mas a cara que ela faz pra quem passa na rua faz parecer que ela quer.
Lembrei do Seu Geraldo quando tava tomando banho. Coitado, ele não merecia isso não, pô. Isso me deu ainda mais raiva, junto desses retardados me seguindo... Sai do chuveiro sabendo exatamente o que fazer. Eu e Murilo tínhamos tido uma ideia, uns meses atrás, de gravar nossos próprios raps, se eu não podia ser jogador de futebol, ainda ia poder fazer música, mas as coisas ficaram complicadas pros dois e, na humilda, nenhum dos dois tinham a real intenção de levar isso pra frente, só um tesão temporário de fazer um bagulho diferente. Eu ainda tinha alguns beats que ele tinha me mandado e já sabia exatamente o que eu queria falar quando sai do banheiro. Escrevi num pedaço de papel as rimas que vinham na minha cabeça e gravei com o celular sentado no sofá da sala. Quase amordacei a Diana pra ela não latir enquanto eu tava gravando, mas no fim das contas deu tudo certo. Vou postar essa porra hoje ainda, espero que esses merdinhas escutem e fiquem avisados. Vai passar batido essas broncas pra cima de mim não.
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- Incrível
Dia de Treinamento
17/09/20, 12:21 am
Alguns dias após o atentado que ocorreu na explanada durante os desfiles de 7 de Setembro, durante uma tarde Chip, Incrível e Pitbull estavam num ferro velho nos arredores do Jd da Redenção, era o mais próximo de um QG que eles tinham no momento.
O trio olhava alguns vídeos em seus celulares enquanto comentavam sobre tudo o que aconteceu por lá. Havia algo que incomodava os três, que era saber o por que daquele ataque e quem estava por trás de tudo. Mas ao mesmo tempo eles estavam empolgados com o banho de moral que receberam após aquele dia...
-Falai véi, mandamo muito, ganhei até um canhão massa! – Diz Chip ativando o canhão de plasma em seu braço.
- Foi foda! Acho até que vou ganhar um aumento hahaha Responde Pitbull enquanto da uma golada em sua cerveja.
- Cara, não canso de olhar isso! Olha só que pancada, acho que foi o melhor soco que dei na vida! - Comenta Incrível ao mostrar o celular para os amigos.
- Foi uma boa pancada, mas dava pra melhorar...Quando foi a última vez que você se meteu em uma briga e trocou umas porradas?
- Ah… eu acho que nunca fui de brigar. Antes dos poderes eu só devo ter brigado umas 3 vezes, e isso foi no sexto ano.
E teve esses tempos atrás eu enfrentei uns caras e foi uma merda... nas duas ocasiões eu levei uns sopapos…. Mas eles eram bem maiores e mais fortes que eu tá?
- Hahaha Nem tudo é só força ou tamanho cara. Isso ajuda, é claro. Mas é bom ter técnica, saber a hora de bater, a hora de desviar… eu tive que aprender na marra, mas se quiser eu te dou umas aulas.
- Ah, eu acho que Aceito!
- Fechou então! Amanhã nesse mesmo horário aqui!
-Essa eu pago pra vê!
No tarde seguinte o trio se encontrava mais uma vez no ferro velho. Pitbull já havia preparado algumas coisas para sua “aula”, enquanto Chip usava seus poderes transformando algumas peças velhas e outras sucatas em objetos para treino.
- Hoje você vai treinar erguendo motor velho no lugar de alteres. Tá com a vacina de tétano em dia? Esse lugar é puro ferrugem hahaha Diz Pitbull num tom irônico enquanto enrola uma corrente de aço na mão.
- O dono do ferro velho vai deixar a gente fazer essa zona toda aqui?- Comenta Incrível.
-Relaxa bixin, eu dei umas hackeada na antena do véio, agora ele tá chei de canal novo pra assistir, tem até uns de pornozão pro coroa se alegra na madrugada. ele nem vai liga pra esse monte de lixo aqui… Ai tá pronta! – Diz Chip dando o ultimo retoque em seu saco de pancadas feito com motor de carro.
- Cêis são doentes… mas bora lá!
Pitbull e Incrível ficam frente a frente em posição de luta. Antes que alguém dissesse que já podia começar, o homem cão parte para cima de JP lhe aplicando um soco no rosto, pegando o rapaz totalmente desprevenido.
- Ataque primeiro! Em seguida ele já emenda com um golpe nas costelas do rapaz sem chance para defesa
- Ataque rápido! e completa a sequencia puxando JP e o jogando no chão.
- Sem misericórdia!
- Que merda foi essa? Isso é golpe sujo! Reclama JP enquanto se levantava.
- Essa é a lei da rua mermão… na verdade é o lema do Cobra Kai, mas vale aqui também! Sempre espere o pior, você tem que tá preparado pra isso entendeu?
- Tô ligado...já entendi...
Novamente os dois se colocam em posição de luta. E novamente Pitbull ataca sem aviso, mas dessa vez JP consegue se esquivar e lhe aplica um golpe que faz Wagner dar alguns passos pra trás…
- Tipo assim?
- É disso que eu tô falando! Tu tem um golpe de esquerda bom muleque, tá pique o Maguila, vamo trabalhar nisso!
- Diz o grandalhão limpando o borrão de sangue no canto da boca.
Sentado em um em cima de uma pilha de carcaças de carros Chip observava os amigos treinando enquanto tomava sua cerveja tranquilamente.
-Rapais acho que vou até butá um sonzinho pra dá um gáis nesse treino de vocês! Vê isso vai ser melhor que assistir briga de galo hehehe
E ao som de Eye of Tiger versão Arrasta Chinela, Incrível começava seu dia de treinamento.
O trio olhava alguns vídeos em seus celulares enquanto comentavam sobre tudo o que aconteceu por lá. Havia algo que incomodava os três, que era saber o por que daquele ataque e quem estava por trás de tudo. Mas ao mesmo tempo eles estavam empolgados com o banho de moral que receberam após aquele dia...
-Falai véi, mandamo muito, ganhei até um canhão massa! – Diz Chip ativando o canhão de plasma em seu braço.
- Foi foda! Acho até que vou ganhar um aumento hahaha Responde Pitbull enquanto da uma golada em sua cerveja.
- Cara, não canso de olhar isso! Olha só que pancada, acho que foi o melhor soco que dei na vida! - Comenta Incrível ao mostrar o celular para os amigos.
- Foi uma boa pancada, mas dava pra melhorar...Quando foi a última vez que você se meteu em uma briga e trocou umas porradas?
- Ah… eu acho que nunca fui de brigar. Antes dos poderes eu só devo ter brigado umas 3 vezes, e isso foi no sexto ano.
E teve esses tempos atrás eu enfrentei uns caras e foi uma merda... nas duas ocasiões eu levei uns sopapos…. Mas eles eram bem maiores e mais fortes que eu tá?
- Hahaha Nem tudo é só força ou tamanho cara. Isso ajuda, é claro. Mas é bom ter técnica, saber a hora de bater, a hora de desviar… eu tive que aprender na marra, mas se quiser eu te dou umas aulas.
- Ah, eu acho que Aceito!
- Fechou então! Amanhã nesse mesmo horário aqui!
-Essa eu pago pra vê!
No tarde seguinte o trio se encontrava mais uma vez no ferro velho. Pitbull já havia preparado algumas coisas para sua “aula”, enquanto Chip usava seus poderes transformando algumas peças velhas e outras sucatas em objetos para treino.
- Hoje você vai treinar erguendo motor velho no lugar de alteres. Tá com a vacina de tétano em dia? Esse lugar é puro ferrugem hahaha Diz Pitbull num tom irônico enquanto enrola uma corrente de aço na mão.
- O dono do ferro velho vai deixar a gente fazer essa zona toda aqui?- Comenta Incrível.
-Relaxa bixin, eu dei umas hackeada na antena do véio, agora ele tá chei de canal novo pra assistir, tem até uns de pornozão pro coroa se alegra na madrugada. ele nem vai liga pra esse monte de lixo aqui… Ai tá pronta! – Diz Chip dando o ultimo retoque em seu saco de pancadas feito com motor de carro.
- Cêis são doentes… mas bora lá!
Pitbull e Incrível ficam frente a frente em posição de luta. Antes que alguém dissesse que já podia começar, o homem cão parte para cima de JP lhe aplicando um soco no rosto, pegando o rapaz totalmente desprevenido.
- Ataque primeiro! Em seguida ele já emenda com um golpe nas costelas do rapaz sem chance para defesa
- Ataque rápido! e completa a sequencia puxando JP e o jogando no chão.
- Sem misericórdia!
- Que merda foi essa? Isso é golpe sujo! Reclama JP enquanto se levantava.
- Essa é a lei da rua mermão… na verdade é o lema do Cobra Kai, mas vale aqui também! Sempre espere o pior, você tem que tá preparado pra isso entendeu?
- Tô ligado...já entendi...
Novamente os dois se colocam em posição de luta. E novamente Pitbull ataca sem aviso, mas dessa vez JP consegue se esquivar e lhe aplica um golpe que faz Wagner dar alguns passos pra trás…
- Tipo assim?
- É disso que eu tô falando! Tu tem um golpe de esquerda bom muleque, tá pique o Maguila, vamo trabalhar nisso!
- Diz o grandalhão limpando o borrão de sangue no canto da boca.
Sentado em um em cima de uma pilha de carcaças de carros Chip observava os amigos treinando enquanto tomava sua cerveja tranquilamente.
-Rapais acho que vou até butá um sonzinho pra dá um gáis nesse treino de vocês! Vê isso vai ser melhor que assistir briga de galo hehehe
E ao som de Eye of Tiger versão Arrasta Chinela, Incrível começava seu dia de treinamento.
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- Métrico
Uma "Pequena" Surpresa
17/09/20, 01:49 am
Ao retirar o programador da Van, ele tira um saco preto que estava em sua cabeça e diz:
- Tudo bem com você cara? - O herói pergunta enquanto reduz de tamanho - Você está ferido?
- Caraca meu... - Diz Diego espantado, colocando as mãos em sua cabeça - Eu achava que eles iam me matar!
- Que bom que eu estava por perto... - Diz ao rapaz enquanto cruza os braços.
- Muito obrigado mermão! - Diego fala, enquanto estica a mão para cumprimentar o herói - Eu tava muito ferrado se não fosse por você.
- Não foi nada... - Responde o herói aperta a mão do rapaz - Eu só tava fazendo o meu trabalho.
Após perceber a chegada das autoridades, Métrico parte em direção a sua casa.
- Ei cara, qual é o seu nome?
- Pode me chamar de... MÉTRICO!
Ele morava com seus pais em um apartamento duplex na cobertura de um pequeno edifício no bairro de Parque Progresso.
- MÃE, PAI, CHEGUEI... como se vocês se importassem. - Diz David ao abrir a porta de casa. Ele estava cansado e faminto, com isso, ele decide ir a cozinha para comer algo.
Indo para a cozinha, ouve ao fundo, uma voz familiar atrás dele:
- Oi meu filho, tudo bem? - Diz Dona Magida indo em sua direção com um cesto de roupas.
Dona Magida era a governanta e cozinheira de sua casa, ela trabalha lá desde que ele nasceu, além de possuir muito apego a ela, pois é com ela é quem mais passa tempo, já que seus pais vivem trabalhando no laboratório no subsolo do prédio.
- Chegou tarde hoje, aconteceu alguma coisa? - Magida diz, enquanto segura o rosto de David com uma das mãos e dá um beijo em sua bochecha.
- Bem... é que eu encontrei um amigo na rua, ele me pediu ajuda e acabei perdendo o horário. - Fala com a mão na nuca e com um sorriso envergonhado, já que ele não podia dizer a ela que havia agido como um herói, pois Magida não poderia saber que David possuia poderes, já que ela correria riscos.
- Eu vou lá em cima colocar estas roupas na maquina de lavar e já desço, fiz aquele suco de Abacaxi que você adora, tá na geladeira, Tá bom?
- Valeu "Magi", você é demais! - Em seguida, David parte em direção a cozinha.
Ao chegar lá, vai em direção a geladeira, a abre, e ao pegar a jarra, seus pais aparecem:
- E aí filho, como foi seu dia? - Diz seu pai com indo em direção a cafeteira.
- Ahn... tá falando comigo? - Responde com um tom desconfiado.
- Sim, por quê? - Indagou Thomas.
- Vocês mal falam comigo nesta casa, eu tô surpreso. - Responde com um tom irônico.
- É que a gente anda muito ocupado esses meses, Filho... Não é por mal! - Diz sua mãe, enquanto passa uma mão nas costas de David e abre a geladeira com a outra.
- Se fosse só isso seria bom, mas é como se um fosse invisível nessa casa.
- Pra que isso, David? - Diz seu pai, enquanto coloca café em sua caneca. - Eu só queria saber como você está, você demorou pra chegar, poderia ter ligado pra avisar.
- Uau, agora vocês estão preocupados, achei que só ficavam assim com seus projetos.
- Eu não posso mais perguntar se está tudo bem com o meu único filho? - Diz seu pai cruzando os braços enquanto segura a caneca de café.
- Eu fiquei praticamente o dia inteiro fora ontem, e você nem perguntou se eu tinha comido alguma coisa. - Fala David, com a voz um pouco exaltada.
- Eu salvei uma pessoa de um sequestro hoje, se não fosse por mim, uma hora dessas ele poderia estar morto.
- David, você sabe que...
- EU SEI O QUE? QUE VOCÊS SEMPRE ESTÃO OCUPADOS COM SEUS PROJETOS? QUE VOCÊS VIVEM NAQUELA "DROGA" DE LABORATÓRIO, vocês só faltam dormir lá...
- Não fala assim filho. - Responde sua mãe colocando a mão no seu ombro.
- Mas é verdade, Mãe.. Eu passo praticamente o dia inteiro aqui nessa casa sozinho, vocês ficam enfurnados no laboratório lá embaixo.
- É porque nós estamos trabalhando em um novo projeto há alguns dias.
- Que novidade! - Responde com um ar de deboche.
- Mas não é qualquer coisa filho, e a gente quer te mostrar. - Então, Larissa caminha até a despensa e retira uma pequena caixa, vai em direção ao seu filho e a entrega a ele.
- Eu sei que é só semana que vem, mas... Feliz Aniversário! - Diz Larissa com um sorriso no rosto, enquanto segura os ombros de seu filho.
David fica chocado com a situação e surpreso com o que estava acontecendo.
- Obrigado. - Responde abaixando a cabeça, quase em prantos, pois ele se sentiu envergonhado de ter dito todas aquelas coisas para seus pais.
- Nós dois vimos que você ativou seu cinto hoje, por isso que nós ficamos preocupados... - Diz Larissa segurando o rosto de seu filho. - Eu sei que nós não demonstramos muito, mas nós te amamos muito.
- Sim, Filho! Nós não nos perdoaríamos se acontecesse alguma coisa com você. - Thomas diz isso, enquanto segura os antebraços de David e olha em seus olhos.
David se emociona ao ouvir aquelas palavras de seus pais, já que eles nunca haviam dito coisas parecidas para ele antes. Com lágrimas em seus olhos, ele os abraça forte e os ergue, como se fossem dois ursos de pelúcia.
- Abre, meu filho! - Diz sua Larissa com um sorriso no rosto.
Então, o jovem abre a caixa, e ao abrir, ele encontra um celular que possuía as mesmas cores de seu traje contendo um logo idêntico ao dele.
- Por que do celular? - Responde o garoto confuso.
- Esse não é um celular qualquer, Filhão... - Thomas diz, abraçando seu filho - Ele tem capacidade de interceptar a frequência dos rádios da policia num raio de 10 quarteirões, uma câmera de "128 mega pixels" com um zoom capaz de ampliar 100 vezes a imagem, além de uma memória interna de 12 Terabytes, além de se conectar diretamente com o servidor do laboratório, enviando instantaneamente os arquivos via nuvem.
- Caramba, que maneiro, mal posso esperar pra poder ligar logo ele... - Diz o garoto extremamente empolgado - Eu vou deixar a minha mochila no quarto e já volto.
- Vai lá, filhão! Mas vê se não demora, a gente vai jantar daqui a pouco.
- Tá bom! Eu já desço...
Em seguida, David começa a caminhar em direção ao seu quarto, mas antes, ele se vira e diz:
- Eu amo vocês! - Diz o garoto com um sorriso pequeno, porem verdadeiro, em seu rosto.
- Tudo bem com você cara? - O herói pergunta enquanto reduz de tamanho - Você está ferido?
- Caraca meu... - Diz Diego espantado, colocando as mãos em sua cabeça - Eu achava que eles iam me matar!
- Que bom que eu estava por perto... - Diz ao rapaz enquanto cruza os braços.
- Muito obrigado mermão! - Diego fala, enquanto estica a mão para cumprimentar o herói - Eu tava muito ferrado se não fosse por você.
- Não foi nada... - Responde o herói aperta a mão do rapaz - Eu só tava fazendo o meu trabalho.
Após perceber a chegada das autoridades, Métrico parte em direção a sua casa.
- Ei cara, qual é o seu nome?
- Pode me chamar de... MÉTRICO!
Ele morava com seus pais em um apartamento duplex na cobertura de um pequeno edifício no bairro de Parque Progresso.
- MÃE, PAI, CHEGUEI... como se vocês se importassem. - Diz David ao abrir a porta de casa. Ele estava cansado e faminto, com isso, ele decide ir a cozinha para comer algo.
Indo para a cozinha, ouve ao fundo, uma voz familiar atrás dele:
- Oi meu filho, tudo bem? - Diz Dona Magida indo em sua direção com um cesto de roupas.
Dona Magida era a governanta e cozinheira de sua casa, ela trabalha lá desde que ele nasceu, além de possuir muito apego a ela, pois é com ela é quem mais passa tempo, já que seus pais vivem trabalhando no laboratório no subsolo do prédio.
- Chegou tarde hoje, aconteceu alguma coisa? - Magida diz, enquanto segura o rosto de David com uma das mãos e dá um beijo em sua bochecha.
- Bem... é que eu encontrei um amigo na rua, ele me pediu ajuda e acabei perdendo o horário. - Fala com a mão na nuca e com um sorriso envergonhado, já que ele não podia dizer a ela que havia agido como um herói, pois Magida não poderia saber que David possuia poderes, já que ela correria riscos.
- Eu vou lá em cima colocar estas roupas na maquina de lavar e já desço, fiz aquele suco de Abacaxi que você adora, tá na geladeira, Tá bom?
- Valeu "Magi", você é demais! - Em seguida, David parte em direção a cozinha.
Ao chegar lá, vai em direção a geladeira, a abre, e ao pegar a jarra, seus pais aparecem:
- E aí filho, como foi seu dia? - Diz seu pai com indo em direção a cafeteira.
- Ahn... tá falando comigo? - Responde com um tom desconfiado.
- Sim, por quê? - Indagou Thomas.
- Vocês mal falam comigo nesta casa, eu tô surpreso. - Responde com um tom irônico.
- É que a gente anda muito ocupado esses meses, Filho... Não é por mal! - Diz sua mãe, enquanto passa uma mão nas costas de David e abre a geladeira com a outra.
- Se fosse só isso seria bom, mas é como se um fosse invisível nessa casa.
- Pra que isso, David? - Diz seu pai, enquanto coloca café em sua caneca. - Eu só queria saber como você está, você demorou pra chegar, poderia ter ligado pra avisar.
- Uau, agora vocês estão preocupados, achei que só ficavam assim com seus projetos.
- Eu não posso mais perguntar se está tudo bem com o meu único filho? - Diz seu pai cruzando os braços enquanto segura a caneca de café.
- Eu fiquei praticamente o dia inteiro fora ontem, e você nem perguntou se eu tinha comido alguma coisa. - Fala David, com a voz um pouco exaltada.
- Eu salvei uma pessoa de um sequestro hoje, se não fosse por mim, uma hora dessas ele poderia estar morto.
- David, você sabe que...
- EU SEI O QUE? QUE VOCÊS SEMPRE ESTÃO OCUPADOS COM SEUS PROJETOS? QUE VOCÊS VIVEM NAQUELA "DROGA" DE LABORATÓRIO, vocês só faltam dormir lá...
- Não fala assim filho. - Responde sua mãe colocando a mão no seu ombro.
- Mas é verdade, Mãe.. Eu passo praticamente o dia inteiro aqui nessa casa sozinho, vocês ficam enfurnados no laboratório lá embaixo.
- É porque nós estamos trabalhando em um novo projeto há alguns dias.
- Que novidade! - Responde com um ar de deboche.
- Mas não é qualquer coisa filho, e a gente quer te mostrar. - Então, Larissa caminha até a despensa e retira uma pequena caixa, vai em direção ao seu filho e a entrega a ele.
- Eu sei que é só semana que vem, mas... Feliz Aniversário! - Diz Larissa com um sorriso no rosto, enquanto segura os ombros de seu filho.
David fica chocado com a situação e surpreso com o que estava acontecendo.
- Obrigado. - Responde abaixando a cabeça, quase em prantos, pois ele se sentiu envergonhado de ter dito todas aquelas coisas para seus pais.
- Nós dois vimos que você ativou seu cinto hoje, por isso que nós ficamos preocupados... - Diz Larissa segurando o rosto de seu filho. - Eu sei que nós não demonstramos muito, mas nós te amamos muito.
- Sim, Filho! Nós não nos perdoaríamos se acontecesse alguma coisa com você. - Thomas diz isso, enquanto segura os antebraços de David e olha em seus olhos.
David se emociona ao ouvir aquelas palavras de seus pais, já que eles nunca haviam dito coisas parecidas para ele antes. Com lágrimas em seus olhos, ele os abraça forte e os ergue, como se fossem dois ursos de pelúcia.
- Abre, meu filho! - Diz sua Larissa com um sorriso no rosto.
Então, o jovem abre a caixa, e ao abrir, ele encontra um celular que possuía as mesmas cores de seu traje contendo um logo idêntico ao dele.
- Por que do celular? - Responde o garoto confuso.
- Esse não é um celular qualquer, Filhão... - Thomas diz, abraçando seu filho - Ele tem capacidade de interceptar a frequência dos rádios da policia num raio de 10 quarteirões, uma câmera de "128 mega pixels" com um zoom capaz de ampliar 100 vezes a imagem, além de uma memória interna de 12 Terabytes, além de se conectar diretamente com o servidor do laboratório, enviando instantaneamente os arquivos via nuvem.
- Caramba, que maneiro, mal posso esperar pra poder ligar logo ele... - Diz o garoto extremamente empolgado - Eu vou deixar a minha mochila no quarto e já volto.
- Vai lá, filhão! Mas vê se não demora, a gente vai jantar daqui a pouco.
- Tá bom! Eu já desço...
Em seguida, David começa a caminhar em direção ao seu quarto, mas antes, ele se vira e diz:
- Eu amo vocês! - Diz o garoto com um sorriso pequeno, porem verdadeiro, em seu rosto.
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- Vulto
Um patrono chamado Patrono
18/09/20, 02:09 am
Sentando contra o parapeito de um prédio no topo de Alta Vista, Dario mexia em seu celular despreocupadamente, enquanto Patrono, sentado ao seu lado, “observava” a paisagem noturna. O som do tráfego e pedestres chegava a seus ouvidos como uma trilha sonora da cidade, que se misturava à música que tocava do aparelho em sua mão, à qual ouvia em repeat.
I swore I'd sell my soul for one love
Who would stand by me
And give me back the gift of laughter, yeah
One love
Who would stand by me
And after making love we'd
Dream a bit of style
We'd dream a bunch of friends
Dream each other's smile
And dream it never ends
Soltando alguns suspiros impacientes, Dario clicava na tela do celular, como se procurasse algo, mas não encontrava exatamente o que gostaria.
– Ahn... que tal... Axl? Tipo Axl Rose... Cabeludo e tals?... é, não...
Desde que descobrira que sua mãe também compartilhava de poderes como o seu, o rapaz não conseguia tirar uma coisa da cabeça. O patrono de sua mãe tinha um nome próprio, enquanto o dele não e apesar de não ser uma pessoa real, o rapaz tratava a figura como um amigo íntimo há anos, mas nunca se atentara para esse detalhe.
– Você também, né. Vêm inventar de querer ter nome. Patrono não tava bom não? – Olhando sobre o ombro, Dario anima o patrono para olhá-lo de volta.
– Roubei o seu? Falta de consideração? Qual é, não fala assim... Ok, ok... confesso, me desculpa.... mas Vulto é um bom nome, e é um bom nome prum herói... mas Patrono também é...Como assim fica confuso? É... “o patrono Patrono” é bem esquisito mesmo...
Voltado a atenção para o celular, Dario dá continuidade a sua pesquisa por nomes pela internet.
– Erik? Não? Do fantasma da opera. Nem? Ok.
– Um filme talvez... Rocky Horror! Que acha? Te chamar de Frank. Como não? Um clássico absoluto! Meu filme favorito.
I swore I'd sell my soul for one love
Who would stand by me
And give me back the gift of laughter, yeah
One love
Who would stand by me
And after making love we'd
Dream a bit of style
We'd dream a bunch of friends
Dream each other's smile
And dream it never ends
Soltando alguns suspiros impacientes, Dario clicava na tela do celular, como se procurasse algo, mas não encontrava exatamente o que gostaria.
– Ahn... que tal... Axl? Tipo Axl Rose... Cabeludo e tals?... é, não...
Desde que descobrira que sua mãe também compartilhava de poderes como o seu, o rapaz não conseguia tirar uma coisa da cabeça. O patrono de sua mãe tinha um nome próprio, enquanto o dele não e apesar de não ser uma pessoa real, o rapaz tratava a figura como um amigo íntimo há anos, mas nunca se atentara para esse detalhe.
– Você também, né. Vêm inventar de querer ter nome. Patrono não tava bom não? – Olhando sobre o ombro, Dario anima o patrono para olhá-lo de volta.
– Roubei o seu? Falta de consideração? Qual é, não fala assim... Ok, ok... confesso, me desculpa.... mas Vulto é um bom nome, e é um bom nome prum herói... mas Patrono também é...Como assim fica confuso? É... “o patrono Patrono” é bem esquisito mesmo...
Voltado a atenção para o celular, Dario dá continuidade a sua pesquisa por nomes pela internet.
– Erik? Não? Do fantasma da opera. Nem? Ok.
– Um filme talvez... Rocky Horror! Que acha? Te chamar de Frank. Como não? Um clássico absoluto! Meu filme favorito.
Dario olha a figura sentada, que não exibe nenhuma reação, exceto pelos cabelos esvoaçantes e os pés balançando na beirada do prédio.
– Exigente demais... Tá doido – E Fausto? – sugerem ao notar a música que tocava em seu celular? – É, do Phantom of Paradise, e da lenda do Fausto... Não, não do apresentador... Ah, estragou a ideia, esquece...
– Achei um bom aqui ó: Thiê Rock, ein? Gostou não né... Zoando com você? Magina!
Mais alguns minutos se passaram até o jovem se dar por vencido.
– Ahh, chega. Vai ficar Patrono, goste você ou não.
Num falso movimento de vida, Patrono abaixo os ombros, “tristemente”.
– Desculpa, cara, mas acabou as ideias – Abrindo automaticamente o aplicativo de uma rede social, ele começa a rolar pela página, observando as atualizações de seus amigos e contatos.
– Argh... Já tá postando foto com outro macho o Ícaro... Patético. Se eu não excluí ele? Sim, mas... Ora, claro que não é stalkear... Tô, só vendo se tá vivo ainda. Infelizmente está.
Mais algumas rolagens, passando por fotos de memes sem graça e status motivacionais, Dario cruza com uma publicação de seu amigo Fernando.
– Olha só. Tá viajado o Nandinho... Hmmm, Grécia? Legal.
Checando as publicações do amigo, acessa um álbum cheio de fotos de paisagem pelo país Europeu, mas uma em particular lhe chama a atenção: No centro do que parecia ser as ruínas de um auditório de pedra à beira de uma montanha, Fernando e família posavam de braços abertos.
– Teatro de Delfos, Grécia... Hmmm... – No instante que lê em voz alta, percebe Patrono saltar de seu acento e flutuar alegremente até a sua frente – Delfos...? Gostou, é? – indaga, se levantado num salto e encarando a figura que flutuava impacientemente, como se mal pudesse se conter.
– Delfos. Ok, ok... Simples, sonoro, exótico... Sim...! Delfos, Delfos. Vulto e Delfos. Dario e Delfos. Delfos... É, boa, não?
Rodopiando no ar no ritmo da sua empolgação, ele compreendia que o comportamento animado de seu patrono era um sinal de que lá no fundo realmente gostara dessa opção – Dando um amei na foto de Fernando, ele anuncia em voz grave e retumbante:
– Senhoras e senhores! Tenho imenso prazer de lhes apresentar... Delfos, o patrono!
Sob os aplausos de Dario, Delfos fazia reverências e acenos para uma plateia imaginaria no topo de Alta Vista.
Incrível gosta desta mensagem
- Atieno
Re: "Enquanto Isso..."
18/09/20, 08:14 pm
O acontecimento aqui narrado se deu após a missão "De Volta para o Presente", realizada no Parque Progresso; se não leu ainda, Clique aqui e não me encha a paciência
Enquanto a polícia chegava para isolar a área das Indústrias Shintaro, bem como a imprensa, os quatro heróis levavam Ayres para longe dali. Perto de um ponto um pouco mais isolado, enquanto Métrico fazia uma ligação para comunicar a seus pais que tudo correra bem, o velho professor de matemática começou a falar.
— Bom... eu respondo tudo o que quiserem, ok?
— Sim, vovô, eu tenho algumas perguntas pro senhor... — um afetado Chip ergueu seu olhar para Ayres. — QUEM É VOCÊ? QUEM TAVA ATACANDO? POR QUE TAVA ATACANDO? O QUE QUE TÁ ACONTECENDO? AAAAAHHHHH!!! — gritou, sendo amparado em seguida por Incrível.
— Acho que o que o Chip quer saber primeiro, e nós todos queremos, é: quem é o senhor? — João Pedro completou.
— Certo... bom, talvez vocês não tenham nunca ouvido falar de mim. Mas... me chamo Ayres Britto, e outrora eu fui o...
— Capitão Nove! — Métrico completou, recebendo olhares dos outros. — Um grande herói do passado... mas que todo mundo dizia ter morrido.
— É... isso. Rolou um boato em 2016 sobre minha morte, mas não, estou vivo e bem. Mas, sim, você também está certo em dizer que o Capitão Nove morreu... — ele suspirou. — Consegui meus poderes em... algum lugar, já nem lembro mais, de tanto tempo que foi. E iniciei minha carreira em 1959, quando super-heróis eram, praticamente, só coisas de quadrinhos. Nova Capital ainda era uma cidade muito nova, longe de ser o que é hoje, mas eu já estava nas ruas. À época, usava o nome de Protetor, e me escondia numa máscara escura. Foi quando a TV Excelsior me convidou a estrelar uma série que adotei esse nome. Capitão Nove. O número do canal.
— Só que eu envelheci, e aqueles Benfeitores já estavam por aí. Me aposentei depois de lutar contra meu inimigo pela última vez... pelo menos até agora.
— É, deveria ter continuado aposentado, né? Velho doido... — Babalu ainda estava muito pistola, tocando o olho roxo que ganhou de brinde.
— Ok, ok. O seu inimigo é esse doido aí que mandou os robôs? — Incrível questionou, no que teve uma resposta afirmativa de Ayres. — Quem que é esse maluco?
— Dr. Chagas. Um velho cientista louco, vilão padrão. Ele era um militar que cresceu dentro do campo científico do exército, mas que pediu baixa pouco tempo depois de 64. Ele era uma das grandes mentes militares, e passou a construir armas pra vender a governos de fora. Americanos, soviéticos, quem pagasse melhor. E ele gostava de se gabar de ser capaz de construir armas tão poderosas que seriam capazes de, bom, me matar. Eu já era uma figura mais conhecida nas ruas, e o fato de eu ser um metahumano casou com os planos dele. Eu o venci em definitivo em 75... só não esperava que ele voltasse hoje, quase 50 anos depois de sua última aparição.
— 1975? Então ele deve ter já uns 80 anos de idade, não?
— Eu tenho 79, meu filho. E o Dr. Chagas era mais velho ainda na época. Deve ter uns 85 anos agora, e me surpreende aquele desgraçado ainda estar vivo e aprontando. Sua tecnologia está atrasada há anos, pois aqueles robôs que vocês destruíram são iguais aos que eu enfrentava no meu tempo.
— Olha, considerando o que eu vi sendo levado da empresa... ele tá prontinho pra se atualizar.
— Deve ser... — Ayres puxa do bolso um celular bem velho, ainda de flip, e entrega na mão de Incrível; na tela do celular, uma foto de Ayres com duas crianças no colo. — Me passe seu contato, garoto. Acho que vou precisar de ajuda para deter o Dr. Chagas, e seja lá o que ele estiver planejando. Ele é meu inimigo, e eu não vou permitir que ele se aproveite de minha idade agora. E, moça bonita... — ele olha para Babalu. — Mil perdões pelo que fiz. A volta do Dr. Chagas não me fez pensar direito. Espero que possa me perdoar.
---------
Dentro de casa, Ayres caminhava devagar, indo até seu quarto. Entre os vários quadros no seu pequeno armário, uma chave empoeirada estava jogada. Pegando-a com cuidado, o velho professor ia andando até um baú, que estava por debaixo de uma enorme pilha de roupa suja. Jogando todas as peças ao chão, Ayres se ajoelhou, destrancando aquele móvel de madeira.
— É, meu velho amigo... espero que você me sirva ainda. Depois de tantos anos, vamos precisar voltar a trabalhar.
A fraca luz do quarto revelava um velho uniforme azul, com manchas e marcas de costura. O número 9 estava um pouco descosturado e amarelado, mas poderia ser corrigido. E a máscara azulada estava jogada por cima de tudo, junto de várias fotos de 50 anos atrás.
— Bons tempos vivemos juntos... mas prometo que será a última vez que usaremos isso. A última vez que o Capitão Nove aparecerá.
Enquanto a polícia chegava para isolar a área das Indústrias Shintaro, bem como a imprensa, os quatro heróis levavam Ayres para longe dali. Perto de um ponto um pouco mais isolado, enquanto Métrico fazia uma ligação para comunicar a seus pais que tudo correra bem, o velho professor de matemática começou a falar.
— Bom... eu respondo tudo o que quiserem, ok?
— Sim, vovô, eu tenho algumas perguntas pro senhor... — um afetado Chip ergueu seu olhar para Ayres. — QUEM É VOCÊ? QUEM TAVA ATACANDO? POR QUE TAVA ATACANDO? O QUE QUE TÁ ACONTECENDO? AAAAAHHHHH!!! — gritou, sendo amparado em seguida por Incrível.
— Acho que o que o Chip quer saber primeiro, e nós todos queremos, é: quem é o senhor? — João Pedro completou.
— Certo... bom, talvez vocês não tenham nunca ouvido falar de mim. Mas... me chamo Ayres Britto, e outrora eu fui o...
— Capitão Nove! — Métrico completou, recebendo olhares dos outros. — Um grande herói do passado... mas que todo mundo dizia ter morrido.
— É... isso. Rolou um boato em 2016 sobre minha morte, mas não, estou vivo e bem. Mas, sim, você também está certo em dizer que o Capitão Nove morreu... — ele suspirou. — Consegui meus poderes em... algum lugar, já nem lembro mais, de tanto tempo que foi. E iniciei minha carreira em 1959, quando super-heróis eram, praticamente, só coisas de quadrinhos. Nova Capital ainda era uma cidade muito nova, longe de ser o que é hoje, mas eu já estava nas ruas. À época, usava o nome de Protetor, e me escondia numa máscara escura. Foi quando a TV Excelsior me convidou a estrelar uma série que adotei esse nome. Capitão Nove. O número do canal.
— Só que eu envelheci, e aqueles Benfeitores já estavam por aí. Me aposentei depois de lutar contra meu inimigo pela última vez... pelo menos até agora.
— É, deveria ter continuado aposentado, né? Velho doido... — Babalu ainda estava muito pistola, tocando o olho roxo que ganhou de brinde.
— Ok, ok. O seu inimigo é esse doido aí que mandou os robôs? — Incrível questionou, no que teve uma resposta afirmativa de Ayres. — Quem que é esse maluco?
— Dr. Chagas. Um velho cientista louco, vilão padrão. Ele era um militar que cresceu dentro do campo científico do exército, mas que pediu baixa pouco tempo depois de 64. Ele era uma das grandes mentes militares, e passou a construir armas pra vender a governos de fora. Americanos, soviéticos, quem pagasse melhor. E ele gostava de se gabar de ser capaz de construir armas tão poderosas que seriam capazes de, bom, me matar. Eu já era uma figura mais conhecida nas ruas, e o fato de eu ser um metahumano casou com os planos dele. Eu o venci em definitivo em 75... só não esperava que ele voltasse hoje, quase 50 anos depois de sua última aparição.
— 1975? Então ele deve ter já uns 80 anos de idade, não?
— Eu tenho 79, meu filho. E o Dr. Chagas era mais velho ainda na época. Deve ter uns 85 anos agora, e me surpreende aquele desgraçado ainda estar vivo e aprontando. Sua tecnologia está atrasada há anos, pois aqueles robôs que vocês destruíram são iguais aos que eu enfrentava no meu tempo.
— Olha, considerando o que eu vi sendo levado da empresa... ele tá prontinho pra se atualizar.
— Deve ser... — Ayres puxa do bolso um celular bem velho, ainda de flip, e entrega na mão de Incrível; na tela do celular, uma foto de Ayres com duas crianças no colo. — Me passe seu contato, garoto. Acho que vou precisar de ajuda para deter o Dr. Chagas, e seja lá o que ele estiver planejando. Ele é meu inimigo, e eu não vou permitir que ele se aproveite de minha idade agora. E, moça bonita... — ele olha para Babalu. — Mil perdões pelo que fiz. A volta do Dr. Chagas não me fez pensar direito. Espero que possa me perdoar.
Dentro de casa, Ayres caminhava devagar, indo até seu quarto. Entre os vários quadros no seu pequeno armário, uma chave empoeirada estava jogada. Pegando-a com cuidado, o velho professor ia andando até um baú, que estava por debaixo de uma enorme pilha de roupa suja. Jogando todas as peças ao chão, Ayres se ajoelhou, destrancando aquele móvel de madeira.
— É, meu velho amigo... espero que você me sirva ainda. Depois de tantos anos, vamos precisar voltar a trabalhar.
A fraca luz do quarto revelava um velho uniforme azul, com manchas e marcas de costura. O número 9 estava um pouco descosturado e amarelado, mas poderia ser corrigido. E a máscara azulada estava jogada por cima de tudo, junto de várias fotos de 50 anos atrás.
— Bons tempos vivemos juntos... mas prometo que será a última vez que usaremos isso. A última vez que o Capitão Nove aparecerá.
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- Quimera Azul
Re: "Enquanto Isso..."
19/09/20, 03:31 am
Olho para o sol se pondo e vejo que faz mais ou menos 6 horas que eu treino meus poderes até o limiar das minhas forças. E todos os dias em que eu puder vir para esta pedreira para fazer isso estão me mostrando que essa vida de herói exige muito mais sacrifício do que só colocar uma roupa colorida e sair por ai prendendo bandido ou salvando pessoas. Fico imaginando se a Geo teve a oportunidade de se fortalecer antes de enfrentar um vilão tão perverso, ou se ela simplesmente se iludiu achando que podia sair pelo mundo salvando as pessoas só porque sabia ler mentes e fazer talheres voar.
Sempre que eu piso em Nova Capital eu lembro dela e das palavras que ela me disse sobre ser um herói. Fico me perguntando se eu já estivesse aqui ao lado dela, se ela teria conseguido escapar com vida. As vezes eu sinto ela na minha cabeça. Como se ela estivesse colocado um pouco dela dentro de mim. Talvez seja essa a força que eu preciso para lutar. Ou seja a minha fraqueza.
Os impactos nas minhas luvas de rochas fizeram eu perceber que a rigidez das minhas criações não é suficiente para o que agora eu resolvi fazer. Ser um herói. Nunca tinha acontecido nada parecido e por isso eu estava tão confiante. Mas primeiro foi eu não ter conseguido parar o carro de primeira, depois por pouco eu não perdia as minhas mãos.
Enquanto eu apenas testava meus poderes em laboratório ou em cavernas, eu me sentia pronto para tudo. Mas isso mudou. Agora que eu vejo que é tudo real. Que o risco de morrer existe. Percebo que se eu não evoluir, o que eu consigo fazer ainda é pouco para onde eu quero chegar. Então quanto mais tempo eu treinar e quanto mais rígida minhas rochas conseguirem ser, quanto maior as minhas rochas puderem surgir, mais perto eu estarei de chegar ao meu objectivo verdadeiro: A prisão do maníaco que matou a Mentalista.
Sempre que eu piso em Nova Capital eu lembro dela e das palavras que ela me disse sobre ser um herói. Fico me perguntando se eu já estivesse aqui ao lado dela, se ela teria conseguido escapar com vida. As vezes eu sinto ela na minha cabeça. Como se ela estivesse colocado um pouco dela dentro de mim. Talvez seja essa a força que eu preciso para lutar. Ou seja a minha fraqueza.
Os impactos nas minhas luvas de rochas fizeram eu perceber que a rigidez das minhas criações não é suficiente para o que agora eu resolvi fazer. Ser um herói. Nunca tinha acontecido nada parecido e por isso eu estava tão confiante. Mas primeiro foi eu não ter conseguido parar o carro de primeira, depois por pouco eu não perdia as minhas mãos.
Enquanto eu apenas testava meus poderes em laboratório ou em cavernas, eu me sentia pronto para tudo. Mas isso mudou. Agora que eu vejo que é tudo real. Que o risco de morrer existe. Percebo que se eu não evoluir, o que eu consigo fazer ainda é pouco para onde eu quero chegar. Então quanto mais tempo eu treinar e quanto mais rígida minhas rochas conseguirem ser, quanto maior as minhas rochas puderem surgir, mais perto eu estarei de chegar ao meu objectivo verdadeiro: A prisão do maníaco que matou a Mentalista.
- Atieno
O Guerreiro e a Sacerdotisa
22/09/20, 07:08 pm
— Certo, Cláudia, me explica tudo desde o começo. Ou melhor, Ayana... como sei que isso tudo não é uma invenção sua e que, na verdade, minha identidade foi exposta por aquele bosta do Fail Hero?
Depois do ataque covarde ao Museu de Antropologia, tivemos que encerrar as atividades do dia bem mais cedo. Alguns dos outros estagiários tinham visto a confusão, e por sorte só Cláudia ficou mesmo por ali. Agora, nós dois íamos saindo do prédio do museu, que ficaria alguns dias fechado para que toda aquela bagunça fosse arrumada.
— É o que eu disse, Miguel. Estou aqui para ajudar você em sua caminhada como Atieno. Não foi sua identidade revelada, tampouco qualquer outra coisa que você pense de errado. E peço desculpas por ter te assustado e não dito nada antes. Só não, uh... não poderia me revelar assim tão rápido. — ela olhou pro lado. — Vamos fazer assim: eu te pago um café, e conto mais a fundo. E eu sei que o Hodari aceita.
"E eu aceito mesmo!" — Hodari ronronou.
— Quê? Ok... tudo bem. — joguei as mãos meio no ar, arremessando uma toalha invisível. — Vou querer tudo o que você puder me falar. E um expresso grande. — rindo, fui entrando junto dela num Starbucks.
Enquanto degustava um expresso bem quentinho, me mantinha sentado de frente para Cláudia/Ayana, estando numa mesinha posta de frente à loja da franquia. Ela tomava um cappuccino e parecia sempre estar olhando para todos os lados.
— Miguel, o que você precisa saber é que eu sei muito bem quem você é. Assim como nós, você faz parte de algo maior do que pensava...
— Nós, quem? — dei uma bebericada no café.
— Nós, sacerdotes e seguidores de Mwezi. O povo da deusa pantera. — ela piscou um pouco forte, tomando outro gole do cappuccino. — Seus aliados, Miguel.
"Você sabe de gente assim, Hodari?"
"Bom, minha mãe tem vários seguidores. Vira e mexe a gente encontra com eles. Mas eles tem um sinal..."
Diante de meus olhos, a face de Ayana havia mudado, me fazendo arregalar os olhos. Sua pele agora trazia vários pontos azulados, como se fossem manchas de leopardo. As manchas lembravam muito o que tinha visto em Mwezi no dia em que encontrei o amuleto.
"É, é exatamente esse o sinal, Atieno!"
— Cláudia, esconde isso! — de olhos arregalados, dou uma boa olhada ao redor, vendo se havia alguém perto. Claro, haviam muitas pessoas, pois estávamos num dos bairros mais movimentados de todos. Voltei a observá-la quando ouvi sua risada.
— Calma, Miguel. Só você pode ver isso. — ela ria, de olhos fechados. — Essa é a marca dos seguidores mais próximos da deusa. As manchas de Mwezi em nossa pele.
— Ah... então, pra eu saber que alguém é de Mwezi, só olhar? Interessante... mas por que eu nunca vi alguém mostrando essas marcas pra mim?
— Você deve ter visto, sim. Mas talvez não tenha percebido. Por que nós, seguidores de Mwezi, sempre estamos por perto.
— Espera... Cláudia, você quem selecionava os estagiários. Então você já sabia quem eu era quando me selecionou?
— Seu currículo já era bom, Miguel. Mas, sim, eu sabia que, em você, residia o espírito do Atieno. Todos nós sabíamos. Quando falo que sempre estivemos por perto, é literal. — ela tomava os últimos goles do cappuccino. — Desde o seu nascimento nós acompanhamos você. Eu comecei a te acompanhar depois que fui iniciada aos ritos por meu tio, então já te acompanho há 15 anos. Mesmo que você nunca tenha me visto.
O pior disso tudo é que realmente nunca tinha visto Cláudia antes da faculdade, nem mesmo nos corredores da UNC. Só fui conhecê-la mesmo quando comecei o estágio no museu. E cada palavra dela era confirmada por Hodari, que me dizia ser esse o tipo comum de acompanhamento dos sacerdotes perante mim.
— Olha... isso é muita coisa pra mim, então, vamos focar no presente, sim? — pisquei um pouco, terminando o expresso. — Aquele grupo grande lá que atacou. Eles são mesmo de Qorrax? O que pode falar deles?
— Só posso confirmar que eles eram seguidores de Qorrax. Pude sentir a energia do leão impregnada nos espíritos deles. Mas não sei mais nada além disso. Inclusive, essa é a segunda vez que eles atacam o museu. Lembra do dia em que você encontrou o Hodari, né?
— É... eu lembro. Acordei do nada em casa.
— Bom, eu e outro sacerdote levamos você para lá, mas não é esse o foco. Qorrax já sabe que você renasceu, e sua aparição lá no Esplanada não deixou dúvidas entre qorraxianos. — ela se levantou, teclando algo no celular. — Você nunca estará a salvo totalmente, então precisa ser mais forte. Venha comigo, vou te iniciar em algumas coisas que precisa saber...
Em poucos segundos, um carro de uber parou diante de nós. Na hora, olhei pelo vidro do carona, e vi que o motorista também tinha as marcas que Ayana ostentava. E ele apontou ao banco de trás.
"Não tem perigo, né Hodari? Não é tudo fingimento pra me sequestrarem e eu acordar amanhã com um rim a menos, né?"
"Sinto a energia da minha mãe neles. Então eu confio."
"Ok... se eu acordar numa banheira de gelo e com uma cicatriz no abdômen, a culpa é sua." — rindo sozinho, entrei no veículo, que arrancou rumo ao noroeste da cidade.
---------------------------
Numa casa térrea próxima ao Coroado, Ayana e eu estávamos em pé, dentro de uma sala repleta de pinturas nas paredes, todas de origem de Astain, como Hodari me confirmou. Os móveis haviam sido arrastados, e a sacerdotisa desenhava uma lua no chão, com um estilo de pintura muito próximo do que havia estudado nos livros de História da África.
— Então... seu pai te ensinou a fazer tudo isso? — vou observando aqueles escritos, me aproximando da parede onde a mesinha de centro estava encostada. Aquela escrita hieroglífica me parecia extremamente familiar. Mas era como se tivesse um bloqueio em mim que me impedisse de ler aquilo tudo. Hodari só acenava quando o perguntava, e dizia que não era a hora de eu saber. — Ok, o que você queria me mos...
Assim que me virei, senti-me ruborizar de imediato. Ayana estava seminua diante de mim, aparentemente usando vestes cerimoniais, que me permitiam ver que as pequenas bolinhas de seu rosto também se espalhavam por seu corpo, formando desenhos sinuosos. E seus olhos estavam brilhando fortemente.
— Toda vez que um sacerdote ou sacerdotisa se revela ao Escolhido, é como se a própria deusa entrasse em contato com ele. Por isso, devo revelar nossa forma original.
Todo o ambiente passou a brilhar num tom de azul que lembra a energia que manipulo. Podia sentir a energia de Mwezi naquele ambiente. E as próprias manchas no corpo de Ayana brilhavam. Em seguida, numa rápida transformação, seu corpo ficou coberto por uma pelugem negra; da cintura pra baixo, o porte meio animal remetia muito ao que via em Mwezi, com uma longa cauda escura e patas grandes, preservando ainda uma forma humanoide. A face de Ayana era agora a de uma pantera fêmea, e as pintas em seu corpo se mantiveram nas mesmas posições, agora sendo manchas no pelo.
E, por deus que tá no céu, como ela estava parecida com Mwezi!
— Mas que...
— Aqueles que são mais próximos da deusa tem acesso ao poder original, Atieno. — os olhos felinos dela focaram em mim, e ela caminhava na minha direção, me fazendo recuar alguns passos. — A forma de pantera é nossa forma ritualística. E também nossa forma de combate. E quando falo nossa, incluo você, Miguel.
— QUÊ!? Quer dizer que eu posso ficar assim?
— É um destino natural e inerente a você, Miguel. De todos nós, você é aquele que possui a ligação mais profunda com a deusa. Afinal... você é o guardião de Hodari.
"Tô ansioso pra ver você assim, Atieno" — Hodari ronronou. "Já estava até cansado de esconder isso. Você consegue ter uma forma de combate assim como a dela, e você sempre fica melhor do que nessa pele humana."
Alguns flashbacks tomaram minha visão. Era um outro ambiente totalmente distinto. E meus sentidos eram bem mais aflorados. Meu corpo reagia de forma melhor. E podia sentir os pelos negros da forma de pantera. Antes que pudesse perceber direitinho quando era aquilo, voltei para dentro da sala, com Ayana olhando diretamente a mim.
— Ok... ok. Certo. Como eu faço isso? E o que que você queria me ensinar?
— Um passo de cada vez, Miguel. Eu irei te ensinar a atingir sua forma felina. Porém, antes disso, você precisa aprender alguns ritos importantíssimos. E o primeiro deles é o mais importante de todos, e o que você só deve fazer uma vez na sua vida. — o jeito dela transmitia bastante seriedade.
— E qual seria?
— Você precisa aprender o Rito de Devolução. Esse rito é o que garante que Hodari não será capturado por ninguém. E, como você está engajado em ser um herói, é crucial que você saiba, Miguel... o Rito de Devolução deve ser feito no dia em que você morrer.
Engoli seco, e escutei um grunhido negativo de Hodari. Assunto delicado, mas... necessário.
— Ok... me ensine o que preciso aprender, Ayana.
Depois do ataque covarde ao Museu de Antropologia, tivemos que encerrar as atividades do dia bem mais cedo. Alguns dos outros estagiários tinham visto a confusão, e por sorte só Cláudia ficou mesmo por ali. Agora, nós dois íamos saindo do prédio do museu, que ficaria alguns dias fechado para que toda aquela bagunça fosse arrumada.
— É o que eu disse, Miguel. Estou aqui para ajudar você em sua caminhada como Atieno. Não foi sua identidade revelada, tampouco qualquer outra coisa que você pense de errado. E peço desculpas por ter te assustado e não dito nada antes. Só não, uh... não poderia me revelar assim tão rápido. — ela olhou pro lado. — Vamos fazer assim: eu te pago um café, e conto mais a fundo. E eu sei que o Hodari aceita.
"E eu aceito mesmo!" — Hodari ronronou.
— Quê? Ok... tudo bem. — joguei as mãos meio no ar, arremessando uma toalha invisível. — Vou querer tudo o que você puder me falar. E um expresso grande. — rindo, fui entrando junto dela num Starbucks.
Enquanto degustava um expresso bem quentinho, me mantinha sentado de frente para Cláudia/Ayana, estando numa mesinha posta de frente à loja da franquia. Ela tomava um cappuccino e parecia sempre estar olhando para todos os lados.
— Miguel, o que você precisa saber é que eu sei muito bem quem você é. Assim como nós, você faz parte de algo maior do que pensava...
— Nós, quem? — dei uma bebericada no café.
— Nós, sacerdotes e seguidores de Mwezi. O povo da deusa pantera. — ela piscou um pouco forte, tomando outro gole do cappuccino. — Seus aliados, Miguel.
"Você sabe de gente assim, Hodari?"
"Bom, minha mãe tem vários seguidores. Vira e mexe a gente encontra com eles. Mas eles tem um sinal..."
Diante de meus olhos, a face de Ayana havia mudado, me fazendo arregalar os olhos. Sua pele agora trazia vários pontos azulados, como se fossem manchas de leopardo. As manchas lembravam muito o que tinha visto em Mwezi no dia em que encontrei o amuleto.
"É, é exatamente esse o sinal, Atieno!"
— Cláudia, esconde isso! — de olhos arregalados, dou uma boa olhada ao redor, vendo se havia alguém perto. Claro, haviam muitas pessoas, pois estávamos num dos bairros mais movimentados de todos. Voltei a observá-la quando ouvi sua risada.
— Calma, Miguel. Só você pode ver isso. — ela ria, de olhos fechados. — Essa é a marca dos seguidores mais próximos da deusa. As manchas de Mwezi em nossa pele.
— Ah... então, pra eu saber que alguém é de Mwezi, só olhar? Interessante... mas por que eu nunca vi alguém mostrando essas marcas pra mim?
— Você deve ter visto, sim. Mas talvez não tenha percebido. Por que nós, seguidores de Mwezi, sempre estamos por perto.
— Espera... Cláudia, você quem selecionava os estagiários. Então você já sabia quem eu era quando me selecionou?
— Seu currículo já era bom, Miguel. Mas, sim, eu sabia que, em você, residia o espírito do Atieno. Todos nós sabíamos. Quando falo que sempre estivemos por perto, é literal. — ela tomava os últimos goles do cappuccino. — Desde o seu nascimento nós acompanhamos você. Eu comecei a te acompanhar depois que fui iniciada aos ritos por meu tio, então já te acompanho há 15 anos. Mesmo que você nunca tenha me visto.
O pior disso tudo é que realmente nunca tinha visto Cláudia antes da faculdade, nem mesmo nos corredores da UNC. Só fui conhecê-la mesmo quando comecei o estágio no museu. E cada palavra dela era confirmada por Hodari, que me dizia ser esse o tipo comum de acompanhamento dos sacerdotes perante mim.
— Olha... isso é muita coisa pra mim, então, vamos focar no presente, sim? — pisquei um pouco, terminando o expresso. — Aquele grupo grande lá que atacou. Eles são mesmo de Qorrax? O que pode falar deles?
— Só posso confirmar que eles eram seguidores de Qorrax. Pude sentir a energia do leão impregnada nos espíritos deles. Mas não sei mais nada além disso. Inclusive, essa é a segunda vez que eles atacam o museu. Lembra do dia em que você encontrou o Hodari, né?
— É... eu lembro. Acordei do nada em casa.
— Bom, eu e outro sacerdote levamos você para lá, mas não é esse o foco. Qorrax já sabe que você renasceu, e sua aparição lá no Esplanada não deixou dúvidas entre qorraxianos. — ela se levantou, teclando algo no celular. — Você nunca estará a salvo totalmente, então precisa ser mais forte. Venha comigo, vou te iniciar em algumas coisas que precisa saber...
Em poucos segundos, um carro de uber parou diante de nós. Na hora, olhei pelo vidro do carona, e vi que o motorista também tinha as marcas que Ayana ostentava. E ele apontou ao banco de trás.
"Não tem perigo, né Hodari? Não é tudo fingimento pra me sequestrarem e eu acordar amanhã com um rim a menos, né?"
"Sinto a energia da minha mãe neles. Então eu confio."
"Ok... se eu acordar numa banheira de gelo e com uma cicatriz no abdômen, a culpa é sua." — rindo sozinho, entrei no veículo, que arrancou rumo ao noroeste da cidade.
Numa casa térrea próxima ao Coroado, Ayana e eu estávamos em pé, dentro de uma sala repleta de pinturas nas paredes, todas de origem de Astain, como Hodari me confirmou. Os móveis haviam sido arrastados, e a sacerdotisa desenhava uma lua no chão, com um estilo de pintura muito próximo do que havia estudado nos livros de História da África.
— Então... seu pai te ensinou a fazer tudo isso? — vou observando aqueles escritos, me aproximando da parede onde a mesinha de centro estava encostada. Aquela escrita hieroglífica me parecia extremamente familiar. Mas era como se tivesse um bloqueio em mim que me impedisse de ler aquilo tudo. Hodari só acenava quando o perguntava, e dizia que não era a hora de eu saber. — Ok, o que você queria me mos...
Assim que me virei, senti-me ruborizar de imediato. Ayana estava seminua diante de mim, aparentemente usando vestes cerimoniais, que me permitiam ver que as pequenas bolinhas de seu rosto também se espalhavam por seu corpo, formando desenhos sinuosos. E seus olhos estavam brilhando fortemente.
— Toda vez que um sacerdote ou sacerdotisa se revela ao Escolhido, é como se a própria deusa entrasse em contato com ele. Por isso, devo revelar nossa forma original.
Todo o ambiente passou a brilhar num tom de azul que lembra a energia que manipulo. Podia sentir a energia de Mwezi naquele ambiente. E as próprias manchas no corpo de Ayana brilhavam. Em seguida, numa rápida transformação, seu corpo ficou coberto por uma pelugem negra; da cintura pra baixo, o porte meio animal remetia muito ao que via em Mwezi, com uma longa cauda escura e patas grandes, preservando ainda uma forma humanoide. A face de Ayana era agora a de uma pantera fêmea, e as pintas em seu corpo se mantiveram nas mesmas posições, agora sendo manchas no pelo.
E, por deus que tá no céu, como ela estava parecida com Mwezi!
— Mas que...
— Aqueles que são mais próximos da deusa tem acesso ao poder original, Atieno. — os olhos felinos dela focaram em mim, e ela caminhava na minha direção, me fazendo recuar alguns passos. — A forma de pantera é nossa forma ritualística. E também nossa forma de combate. E quando falo nossa, incluo você, Miguel.
— QUÊ!? Quer dizer que eu posso ficar assim?
— É um destino natural e inerente a você, Miguel. De todos nós, você é aquele que possui a ligação mais profunda com a deusa. Afinal... você é o guardião de Hodari.
"Tô ansioso pra ver você assim, Atieno" — Hodari ronronou. "Já estava até cansado de esconder isso. Você consegue ter uma forma de combate assim como a dela, e você sempre fica melhor do que nessa pele humana."
Alguns flashbacks tomaram minha visão. Era um outro ambiente totalmente distinto. E meus sentidos eram bem mais aflorados. Meu corpo reagia de forma melhor. E podia sentir os pelos negros da forma de pantera. Antes que pudesse perceber direitinho quando era aquilo, voltei para dentro da sala, com Ayana olhando diretamente a mim.
— Ok... ok. Certo. Como eu faço isso? E o que que você queria me ensinar?
— Um passo de cada vez, Miguel. Eu irei te ensinar a atingir sua forma felina. Porém, antes disso, você precisa aprender alguns ritos importantíssimos. E o primeiro deles é o mais importante de todos, e o que você só deve fazer uma vez na sua vida. — o jeito dela transmitia bastante seriedade.
— E qual seria?
— Você precisa aprender o Rito de Devolução. Esse rito é o que garante que Hodari não será capturado por ninguém. E, como você está engajado em ser um herói, é crucial que você saiba, Miguel... o Rito de Devolução deve ser feito no dia em que você morrer.
Engoli seco, e escutei um grunhido negativo de Hodari. Assunto delicado, mas... necessário.
— Ok... me ensine o que preciso aprender, Ayana.
- Quimera Verde
Re: "Enquanto Isso..."
23/09/20, 02:53 pm
Herança Inesperada
Alta Vista – 18 de Setembro – Pós Manifestação.
- Yumiiii! Tranca a porta que deu merda lá na manifestação. Polaridade pousa apresada na frente de seu restaurante e entra correndo com uma das mãos no olho que já estava ficando inchado e roxo.
- O que aconteceu amiga? O que é isso no seu rosto? Pergunta Yumi.
- Tentei ajudar na confusão. O Pau comendo de tudo que é lado. Acredita que os manifestantes estavam se matando na porrada, fui ajudar, separar as brigas mais violentas, e ainda levei um socão na cara? Olha isso!! Fodeu meu rosto! Keiko segue comentando e atrai a caixa de primeiros socorros até sua mão, retirando comprimidos analgésicos e pegando a primeira coisa gelada a sua frente para amenizar o inchaço.
- Caralho, migah! Mas como te atingiram? Você não ficou voando não?
- Não! Eu pousei. Não tinha só eu lá não. Paradoxo, Prisma, aquele cabeludo também. Deveria ter até mais. Tava feito a merda toda, vazei quando vi que eles controlaram a situação!
- Vazou pra não apanhar mais, néh?
-Também, néh!!
Os clientes dentro do restaurante começam a se agitar, alguns preocupados em como iriam sair dali, outros com seus carros na rua, mas todos ficam empoleirados na janela vendo a correria que aos poucos ia se acalmando.
Antes de saírem, uma das clientes aborda Keiko mostrando na tela do seu smartphone! - É você aqui sua fascista? – um vídeo da Polaridade lançando objetos de metal na cabeça dos manifestantes. – Não vou pagar merda nenhuma nesse restaurante de fascista! Conclui a moça exaltada chamando a atenção dos demais clientes que já iniciam as buscas na internet pelos videos do ocorrido, instantaneamente cochichos começam entre eles. Uns rindo, outros fechando a cara pra dona do restaurante, outros tirando selfie mostrando Keiko ao fundo e já fazendo suas postagens nas redes sociais com as mais diversas opiniões.
- Vai pagar sim! Comeu! Encheu o bucho! Cagou no meu banheiro. To me fodendo pra sua opinião sobre mim! Agora vai pagar, ah vai! Irritada e tratando a mulher no mesmo tom, Polaridade atrai a maquineta de cartão até sua mão. – Débito ou Crédito, senhora?
Ave Sul - Alguns dias depois...
Foram dias intensos para a jovem Keiko, tanto em sua vida social como heróica. Sucesso em alguns objetivos profissionais e em algumas aparições como Polaridade, porém, o que mais marcou a jovem oriental foi a reaproximação com seu irmão Akira e, claro, sua imagem queimada pelo tal @FailHero2.
Após tudo isso, ela pôde avaliar sua conduta, suas estratégias como Polaridade. - Será que é isso mesmo que eu quero pra mim? Pensa ela enquanto caminha pelo bairro até chegar ao dojo de seu antigo mestre. - Será que vale a pena me arriscar? Abandonar tudo por esse bando de mal-agradecidos? Muitas dúvidas pairam sobre a cabeça da jovem. ao chegar no dojo, vendo o estado do local, que era extremamente bem cuidado pelo sensei, ela se choca. Vasculhando por móveis empoeirados ela encontra a antiga foto do sensei, ao lado de seu pai, que ficava ostentada de forma orgulhosa na parede de frente para o tatame.
- Esses dois não tinham nada! Apenas a vontade de fazer o certo! E fizeram! Eu tenho tudo nas mãos para fazer algo e estou em dúvidas? Não! - Keiko recolhe a foto do chão, limpa a moldura suja e a recoloca no lugar - Serei melhor! em honra a vocês, Polaridade será uma grande heroína! Quem dera eu tivesse mais tempo com vocês e aprendesse a aperfeiçoar melhor meus poderes!
Alta Vista - Dias depois...
Ao chegar em casa e ver as correspondências, a surpresa de Keiko é enorme, que solta tudo o que tinha em mãos no chão ao ler uma carta, coisa muito incomum para ela.
Anexado à carta escrita que fora escrita a mão, estavam as escrituras do imóvel do dojo e uma declaração passando tudo para seu nome.
Decidida a honrar as memórias de seu pai e seu mestre, Keiko pretende revitalizar o dojo e usá-lo para treinar, como fazia antes junto a seu mestre.
Alta Vista – 18 de Setembro – Pós Manifestação.
- Yumiiii! Tranca a porta que deu merda lá na manifestação. Polaridade pousa apresada na frente de seu restaurante e entra correndo com uma das mãos no olho que já estava ficando inchado e roxo.
- O que aconteceu amiga? O que é isso no seu rosto? Pergunta Yumi.
- Tentei ajudar na confusão. O Pau comendo de tudo que é lado. Acredita que os manifestantes estavam se matando na porrada, fui ajudar, separar as brigas mais violentas, e ainda levei um socão na cara? Olha isso!! Fodeu meu rosto! Keiko segue comentando e atrai a caixa de primeiros socorros até sua mão, retirando comprimidos analgésicos e pegando a primeira coisa gelada a sua frente para amenizar o inchaço.
- Caralho, migah! Mas como te atingiram? Você não ficou voando não?
- Não! Eu pousei. Não tinha só eu lá não. Paradoxo, Prisma, aquele cabeludo também. Deveria ter até mais. Tava feito a merda toda, vazei quando vi que eles controlaram a situação!
- Vazou pra não apanhar mais, néh?
-Também, néh!!
Os clientes dentro do restaurante começam a se agitar, alguns preocupados em como iriam sair dali, outros com seus carros na rua, mas todos ficam empoleirados na janela vendo a correria que aos poucos ia se acalmando.
Antes de saírem, uma das clientes aborda Keiko mostrando na tela do seu smartphone! - É você aqui sua fascista? – um vídeo da Polaridade lançando objetos de metal na cabeça dos manifestantes. – Não vou pagar merda nenhuma nesse restaurante de fascista! Conclui a moça exaltada chamando a atenção dos demais clientes que já iniciam as buscas na internet pelos videos do ocorrido, instantaneamente cochichos começam entre eles. Uns rindo, outros fechando a cara pra dona do restaurante, outros tirando selfie mostrando Keiko ao fundo e já fazendo suas postagens nas redes sociais com as mais diversas opiniões.
- Vai pagar sim! Comeu! Encheu o bucho! Cagou no meu banheiro. To me fodendo pra sua opinião sobre mim! Agora vai pagar, ah vai! Irritada e tratando a mulher no mesmo tom, Polaridade atrai a maquineta de cartão até sua mão. – Débito ou Crédito, senhora?
Ave Sul - Alguns dias depois...
Foram dias intensos para a jovem Keiko, tanto em sua vida social como heróica. Sucesso em alguns objetivos profissionais e em algumas aparições como Polaridade, porém, o que mais marcou a jovem oriental foi a reaproximação com seu irmão Akira e, claro, sua imagem queimada pelo tal @FailHero2.
Após tudo isso, ela pôde avaliar sua conduta, suas estratégias como Polaridade. - Será que é isso mesmo que eu quero pra mim? Pensa ela enquanto caminha pelo bairro até chegar ao dojo de seu antigo mestre. - Será que vale a pena me arriscar? Abandonar tudo por esse bando de mal-agradecidos? Muitas dúvidas pairam sobre a cabeça da jovem. ao chegar no dojo, vendo o estado do local, que era extremamente bem cuidado pelo sensei, ela se choca. Vasculhando por móveis empoeirados ela encontra a antiga foto do sensei, ao lado de seu pai, que ficava ostentada de forma orgulhosa na parede de frente para o tatame.
- Esses dois não tinham nada! Apenas a vontade de fazer o certo! E fizeram! Eu tenho tudo nas mãos para fazer algo e estou em dúvidas? Não! - Keiko recolhe a foto do chão, limpa a moldura suja e a recoloca no lugar - Serei melhor! em honra a vocês, Polaridade será uma grande heroína! Quem dera eu tivesse mais tempo com vocês e aprendesse a aperfeiçoar melhor meus poderes!
Alta Vista - Dias depois...
Ao chegar em casa e ver as correspondências, a surpresa de Keiko é enorme, que solta tudo o que tinha em mãos no chão ao ler uma carta, coisa muito incomum para ela.
"Keiko San!
Tenho uma dívida de honra e sangue com seu pai.
Falhei uma vez e espero não ter falhado com você! Não tenho família e seu pai já nos deixou.
Quando receber esta carta já não estarei mais neste mundo e espero ter reencontrado meu grande amigo.
Faça bom proveito! "
Tenho uma dívida de honra e sangue com seu pai.
Falhei uma vez e espero não ter falhado com você! Não tenho família e seu pai já nos deixou.
Quando receber esta carta já não estarei mais neste mundo e espero ter reencontrado meu grande amigo.
Faça bom proveito! "
Anexado à carta escrita que fora escrita a mão, estavam as escrituras do imóvel do dojo e uma declaração passando tudo para seu nome.
Decidida a honrar as memórias de seu pai e seu mestre, Keiko pretende revitalizar o dojo e usá-lo para treinar, como fazia antes junto a seu mestre.
- Métrico
Uma "Grande" Descoberta
24/09/20, 01:58 am
17 de Setembro - 00:26 AM
David se encontra dentro do carro de seu pai, dirigindo por uma estrada escura e nebulosa, quando ao fundo vê um ponto incandescente cortando o céu, como se fosse uma estrela cadente. Ele parou o carro e saiu para olhá-la, mas ao fazer isso, a esfera de luz começava a se aproximar e a se transformar em um avião em chamas, que subitamente aumentava de tamanho e vinha em sua direção cada vez mais rápido.
O jovem, assim que observa o ocorrido, parte desesperado em direção ao carro, mas ao entrar, a porta se tranca sozinha, o que faz com que o rapaz fique apavorado, só o rapaz não se importou, já que sua vida estava correndo perigo. Ele tenta dar meia volta com o carro e dirigir para longe e assim evitar o desastre, mas o carro não possuía nenhum pedal, tanto de freio quanto de acelerador. Porem, ao reparar nisso, o carro começa a se mover sozinho e em alta velocidade na direção do objeto, fazendo o rapaz entrar em pânico. David tenta desviar o veiculo, mas o volante estava travado, deixa o jovem ainda mais nervoso, pois o avião começava a se aproximar cada vez mais rápido. Com isso, já desesperado, David tenta abrir a porta do carro para saltar, mas não consegue, pois a mesma continuava trancada.
Quando David estava a poucos metros de se chocar com a aeronave, o seu carro cai repentinamente em um penhasco a sua frente, mas ao cair, o carro havia desaparecido e ele se encontrava sozinho, caindo em um abismo escuro e gigantesco.
Finalmente, ao atingir o chão, David se levanta, vestindo seu uniforme de "Métrico", com isso ele olha para cima, porem ao olhar, encontra a figura colossal de um homem de costas, mas ao se virar, se revela sendo seu pai, que diz olhando em sua direção:
- Eu estou decepcionado com você, David - Que lhe diz virando de costas novamente e caminhando para o horizonte.
David então, tenta correr enquanto pedia desculpas gritando da direção seu pai, porem ele estava muito longe e a cada passo ele se distanciava mais, até que sua imagem some em meio a neblina. Após o ocorrido, ele para de correr e cai de joelhos no chão exausto, ao fazer isso, um brilho intenso surge atrás dele, e ao se virar, o avião surge o atingindo em cheio enquanto um clarão o cega, ele pisca os olhos e ao abri-los ele acorda de sua cama, pulando da mesma e dando um grito que corta a casa no meio da noite.
Seus pais acordam e correm na direção de seu quarto e ao entrarem, eles o encontram em posição fetal no canto da cama sussurrando:
- Me desculpa! ...Me desculpa! ...Me desculpa!
Além disso, algo estranho estava acontecendo com ele, David estava oscilando de tamanho. Seus pais se aproximam e Thomas diz:
- David... Tá tudo bem! - enquanto tenta colocar a mão em seu ombro.
- VAI EMBORA, FICA LONGE! - diz David assustado, enquanto se afasta dos dois e começa a diminuir mais
- Filho, fica calmo! Vai ficar tudo bem! - diz Larissa enquanto corre para abraçar seu filho se o acalmar.
Thomas analisa a cena intrigado e após alguns segundos ele estala os dedos e diz:
- É claro! Como a gente não pensou nisso antes... - fala enquanto começa rapidamente a sair do quarto.
- O que foi, Thomas! - diz Larissa intrigada.
Em alguns segundos, Thomas reaparece maleta em uma mão e com uma pistola de injeção na outra, ele utiliza a pistola para retirar uma amostra de sangue de David, em seguida ele abre a maleta na escrivaninha do quarto e retira um laptop, um microscópio e alguns outros matérias de análise.
- O que você tá fazendo, Thomas? - questiona Larissa, enquanto continua a acalmar David.
- Eu acho q eu descobri como os poderes do David se manifestam... E eu só preciso de uma analise para comprovar isso, e eu preciso ser rápido! - responde para sua esposa enquanto organiza rapidamente os materiais.
- Porque? - indaga Larissa novamente.
Então, Thomas mostra o frasco que continha o sangue de David para Larissa, enquanto continuava a organizar os materiais.
- Tá esvaziando! - Diz a cientista espantada.
- E eu acho que eu sei o motivo...
Com tudo pronto, o cientista coloca o sangue de seu filho em uma centrifuga por alguns segundos, retira o frasco e o despeja rapidamente em uma "placa de ágar" até enchê-la, ele a coloca no microscópio e com o auxilio de uma pequena seringa, ele retira um liquido acumulado um canto da placa, em instantes, ela transborda com a quantidade de sangue, como se o sangue que havia desaparecido, surgisse novamente.
- É isso! Eu sabia! - Comemora o cientista orgulhoso.
- O que foi, pai? - Diz David se recuperando do pesadelo.
- Descobri um jeito de elevar o seu poder a um outro patamar, meu filho! - responde o pai.
- Explica logo, Thomas! - diz sua esposa ansiosa.
- O "Metronium" quando se instalou no corpo do David, ele gerou um sistema que faz com que a Adrenalina, em contato com a corrente sanguínea ative o Hormônio de crescimento como defesa corporal, fazendo ele aumentar de tamanho, mas o que a gente não tinha estudado, é que a Noradrenalina ao entrar em contato com o sangue, faz ele diminuir de tamanho, retirando o tamanho dessas moléculas do corpo, mas ainda sim, eu preciso fazer mais testes para descobrir mais...
- Como assim? Eu não entendi nada... - diz o garoto confuso.
- Filho, tenta se lembrar de alguma situação em que você ficou com medo, isso vai ativar a Noradrenalina no seu corpo... Mas fica calmo! Vai ficar tudo bem! - pede Thomas, enquanto se ajoelha próximo da cama de David e segura em seu ombro.
Então, após isso, David fecha seus olhos e começa a se concentrar, ao fazer isso, o jovem começa a encolher gradativamente. Ao abrir seus olhos, se surpreende com o feito, o que faz com que ele se alegre imediatamente, fazendo o garoto se esquecer do pesadelo.
- Está tudo bem, Filho? - pergunta sua mãe.
- Agora sim! Podem ficar tranquilos... - Responde o garoto contente.
- Tá bom então! Amanhã cedo, vá pro laboratório pra nós podermos avaliar melhor, está bem? - diz Thomas se levantando e indo em direção a porta.
- Tudo bem! - responde o jovem colocando as pernas debaixo do cobertor
Antes de seus pais saírem do quarto, David chama seu pai de diz:
- Ooooh Pai! Me desculpa pelo carro, eu sei que ele era...
- Não precisa, Filho! Tá tudo bem! Descansa, amanhã a gente vai ter um dia longo... - Responde Thomas
- Boa noite, Querido! - diz sua mãe fechando a porta
- Boa Noite, Pessoal! - Responde o garoto se deitando na cama
David se encontra dentro do carro de seu pai, dirigindo por uma estrada escura e nebulosa, quando ao fundo vê um ponto incandescente cortando o céu, como se fosse uma estrela cadente. Ele parou o carro e saiu para olhá-la, mas ao fazer isso, a esfera de luz começava a se aproximar e a se transformar em um avião em chamas, que subitamente aumentava de tamanho e vinha em sua direção cada vez mais rápido.
O jovem, assim que observa o ocorrido, parte desesperado em direção ao carro, mas ao entrar, a porta se tranca sozinha, o que faz com que o rapaz fique apavorado, só o rapaz não se importou, já que sua vida estava correndo perigo. Ele tenta dar meia volta com o carro e dirigir para longe e assim evitar o desastre, mas o carro não possuía nenhum pedal, tanto de freio quanto de acelerador. Porem, ao reparar nisso, o carro começa a se mover sozinho e em alta velocidade na direção do objeto, fazendo o rapaz entrar em pânico. David tenta desviar o veiculo, mas o volante estava travado, deixa o jovem ainda mais nervoso, pois o avião começava a se aproximar cada vez mais rápido. Com isso, já desesperado, David tenta abrir a porta do carro para saltar, mas não consegue, pois a mesma continuava trancada.
Quando David estava a poucos metros de se chocar com a aeronave, o seu carro cai repentinamente em um penhasco a sua frente, mas ao cair, o carro havia desaparecido e ele se encontrava sozinho, caindo em um abismo escuro e gigantesco.
Finalmente, ao atingir o chão, David se levanta, vestindo seu uniforme de "Métrico", com isso ele olha para cima, porem ao olhar, encontra a figura colossal de um homem de costas, mas ao se virar, se revela sendo seu pai, que diz olhando em sua direção:
- Eu estou decepcionado com você, David - Que lhe diz virando de costas novamente e caminhando para o horizonte.
David então, tenta correr enquanto pedia desculpas gritando da direção seu pai, porem ele estava muito longe e a cada passo ele se distanciava mais, até que sua imagem some em meio a neblina. Após o ocorrido, ele para de correr e cai de joelhos no chão exausto, ao fazer isso, um brilho intenso surge atrás dele, e ao se virar, o avião surge o atingindo em cheio enquanto um clarão o cega, ele pisca os olhos e ao abri-los ele acorda de sua cama, pulando da mesma e dando um grito que corta a casa no meio da noite.
Seus pais acordam e correm na direção de seu quarto e ao entrarem, eles o encontram em posição fetal no canto da cama sussurrando:
- Me desculpa! ...Me desculpa! ...Me desculpa!
Além disso, algo estranho estava acontecendo com ele, David estava oscilando de tamanho. Seus pais se aproximam e Thomas diz:
- David... Tá tudo bem! - enquanto tenta colocar a mão em seu ombro.
- VAI EMBORA, FICA LONGE! - diz David assustado, enquanto se afasta dos dois e começa a diminuir mais
- Filho, fica calmo! Vai ficar tudo bem! - diz Larissa enquanto corre para abraçar seu filho se o acalmar.
Thomas analisa a cena intrigado e após alguns segundos ele estala os dedos e diz:
- É claro! Como a gente não pensou nisso antes... - fala enquanto começa rapidamente a sair do quarto.
- O que foi, Thomas! - diz Larissa intrigada.
Em alguns segundos, Thomas reaparece maleta em uma mão e com uma pistola de injeção na outra, ele utiliza a pistola para retirar uma amostra de sangue de David, em seguida ele abre a maleta na escrivaninha do quarto e retira um laptop, um microscópio e alguns outros matérias de análise.
- O que você tá fazendo, Thomas? - questiona Larissa, enquanto continua a acalmar David.
- Eu acho q eu descobri como os poderes do David se manifestam... E eu só preciso de uma analise para comprovar isso, e eu preciso ser rápido! - responde para sua esposa enquanto organiza rapidamente os materiais.
- Porque? - indaga Larissa novamente.
Então, Thomas mostra o frasco que continha o sangue de David para Larissa, enquanto continuava a organizar os materiais.
- Tá esvaziando! - Diz a cientista espantada.
- E eu acho que eu sei o motivo...
Com tudo pronto, o cientista coloca o sangue de seu filho em uma centrifuga por alguns segundos, retira o frasco e o despeja rapidamente em uma "placa de ágar" até enchê-la, ele a coloca no microscópio e com o auxilio de uma pequena seringa, ele retira um liquido acumulado um canto da placa, em instantes, ela transborda com a quantidade de sangue, como se o sangue que havia desaparecido, surgisse novamente.
- É isso! Eu sabia! - Comemora o cientista orgulhoso.
- O que foi, pai? - Diz David se recuperando do pesadelo.
- Descobri um jeito de elevar o seu poder a um outro patamar, meu filho! - responde o pai.
- Explica logo, Thomas! - diz sua esposa ansiosa.
- O "Metronium" quando se instalou no corpo do David, ele gerou um sistema que faz com que a Adrenalina, em contato com a corrente sanguínea ative o Hormônio de crescimento como defesa corporal, fazendo ele aumentar de tamanho, mas o que a gente não tinha estudado, é que a Noradrenalina ao entrar em contato com o sangue, faz ele diminuir de tamanho, retirando o tamanho dessas moléculas do corpo, mas ainda sim, eu preciso fazer mais testes para descobrir mais...
- Como assim? Eu não entendi nada... - diz o garoto confuso.
- Filho, tenta se lembrar de alguma situação em que você ficou com medo, isso vai ativar a Noradrenalina no seu corpo... Mas fica calmo! Vai ficar tudo bem! - pede Thomas, enquanto se ajoelha próximo da cama de David e segura em seu ombro.
Então, após isso, David fecha seus olhos e começa a se concentrar, ao fazer isso, o jovem começa a encolher gradativamente. Ao abrir seus olhos, se surpreende com o feito, o que faz com que ele se alegre imediatamente, fazendo o garoto se esquecer do pesadelo.
- Está tudo bem, Filho? - pergunta sua mãe.
- Agora sim! Podem ficar tranquilos... - Responde o garoto contente.
- Tá bom então! Amanhã cedo, vá pro laboratório pra nós podermos avaliar melhor, está bem? - diz Thomas se levantando e indo em direção a porta.
- Tudo bem! - responde o jovem colocando as pernas debaixo do cobertor
Antes de seus pais saírem do quarto, David chama seu pai de diz:
- Ooooh Pai! Me desculpa pelo carro, eu sei que ele era...
- Não precisa, Filho! Tá tudo bem! Descansa, amanhã a gente vai ter um dia longo... - Responde Thomas
- Boa noite, Querido! - diz sua mãe fechando a porta
- Boa Noite, Pessoal! - Responde o garoto se deitando na cama
- Chip
Re: "Enquanto Isso..."
26/09/20, 01:11 pm
OS NOVOS BENFEITORES
Laranjeiras - 23 de setembro de 2020 - 23h00
Chip estava em sua casa, acomodado em sua cama, enquanto em sua mente, conversava por UatiZap com Pitbull e Incrível, lendo em seu visor as mensagens que recebia...
- UatiZap:
...to be continued...
Orbital e Vulto gostam desta mensagem
- Quimera Azul
Re: "Enquanto Isso..."
27/09/20, 02:49 pm
Chego calmamente na faculdade como se nada estivesse comigo. A aula já começou e eu abro devagar a porta da minha sala e entro. Caminho até a minha cadeira lentamente e sento. Puxo meu caderno da mochila e uma caneta e fico pronto pra assistir a aula. Pena que ela parou assim que eu entrei na sala.
Se eu disser que fiquei bem no meio entre uma batida de dois carros, o pessoal vai achar que é eufemismo. Todos incluindo o professor para de fazer o que estão fazendo para esperar que de alguma forma eu justifique a minha falta de sorte no combate com o Concreto. Mas como não devo dizer a verdade vou ter que falar o básico.
– Cai andando de moto pessoal. – Digo esperando que o clima da aula se altere – Mas estou bem. Só com alguns ferimentos. O pior foi ter caído de cara no concreto. (riso mental)... Mas estou de boa...
O burburinho foi grande no começo, mas rapidamente o professor interveio e a aula seguiu seu padrão normal de chatice. Poderia ter mulheres dançando nuas ou alguém distribuindo dinheiro na aula que eu não teria prestado atenção. Só uma coisa me vem à mente. Como conseguir ser mais forte que esse vilão que mal conheço e já o tenho como meu arqui-inimigo.
– Como ele consegue – Penso – Como ele consegue ser tão preciso. Como ele consegue controlar as pedras melhor do que eu? Será que meu controle geocinético esta fraca ou sou eu?
Não ouço uma palavra do que o professor diz, até que percebo que todos estão copiando. Deve ter prova vindo por ai. Quando volto minha atenção pra aula escuto o professor dizer:
"Outros animais, como os corais e outros organismos aquáticos (como os briozoários) segregam exoesqueletos de calcário (carbonato de cálcio). Estes animais são sésseis e, portanto, não necessitam de um exoesqueleto leve, mas sim de um que lhes permita resistir aos predadores. As tartarugas possuem igualmente um exoesqueleto dérmico."
Sou atingido em cheio pelas palavras do professor. Ele parece ter respondido exatamente o que eu estava precisando ouvir. Parece coisa de cinema, penso, Mas foi bem na hora. Eu não preciso só controlar a terra, preciso estar em comunhão com ela. Alguns seres vivos consegue criar uma pele rochosa pra se proteger. Mas como não se movem, não tem essa preocupação em ter pele de rocha. Mas eu tenho controle rochoso e para mim serviria de proteção.
Vou até o laboratório e estudo as propriedades desses calcários orgânicos. Fortes e resistentes. Só o que eu preciso. Com a teoria na minha cabeça, eu vou até a caverna onde treino e começo a tentar criar uma camada fina de calcário sob a minha pele. Como um exoesqueleto. Depois de muitas horas de treino eu finalmente consigo fazer com que minha pele absorva as propriedades minerais e deixe a minha pele rígida como a rocha que eu controlo. Sei que a proteção ainda é pouca, mas já é um grande passo para o caminho que eu quero seguir. Derrotar o Concreto e vingar a minha prima. Atualmente nessa ordem.
Se eu disser que fiquei bem no meio entre uma batida de dois carros, o pessoal vai achar que é eufemismo. Todos incluindo o professor para de fazer o que estão fazendo para esperar que de alguma forma eu justifique a minha falta de sorte no combate com o Concreto. Mas como não devo dizer a verdade vou ter que falar o básico.
– Cai andando de moto pessoal. – Digo esperando que o clima da aula se altere – Mas estou bem. Só com alguns ferimentos. O pior foi ter caído de cara no concreto. (riso mental)... Mas estou de boa...
O burburinho foi grande no começo, mas rapidamente o professor interveio e a aula seguiu seu padrão normal de chatice. Poderia ter mulheres dançando nuas ou alguém distribuindo dinheiro na aula que eu não teria prestado atenção. Só uma coisa me vem à mente. Como conseguir ser mais forte que esse vilão que mal conheço e já o tenho como meu arqui-inimigo.
– Como ele consegue – Penso – Como ele consegue ser tão preciso. Como ele consegue controlar as pedras melhor do que eu? Será que meu controle geocinético esta fraca ou sou eu?
Não ouço uma palavra do que o professor diz, até que percebo que todos estão copiando. Deve ter prova vindo por ai. Quando volto minha atenção pra aula escuto o professor dizer:
"Outros animais, como os corais e outros organismos aquáticos (como os briozoários) segregam exoesqueletos de calcário (carbonato de cálcio). Estes animais são sésseis e, portanto, não necessitam de um exoesqueleto leve, mas sim de um que lhes permita resistir aos predadores. As tartarugas possuem igualmente um exoesqueleto dérmico."
Sou atingido em cheio pelas palavras do professor. Ele parece ter respondido exatamente o que eu estava precisando ouvir. Parece coisa de cinema, penso, Mas foi bem na hora. Eu não preciso só controlar a terra, preciso estar em comunhão com ela. Alguns seres vivos consegue criar uma pele rochosa pra se proteger. Mas como não se movem, não tem essa preocupação em ter pele de rocha. Mas eu tenho controle rochoso e para mim serviria de proteção.
Vou até o laboratório e estudo as propriedades desses calcários orgânicos. Fortes e resistentes. Só o que eu preciso. Com a teoria na minha cabeça, eu vou até a caverna onde treino e começo a tentar criar uma camada fina de calcário sob a minha pele. Como um exoesqueleto. Depois de muitas horas de treino eu finalmente consigo fazer com que minha pele absorva as propriedades minerais e deixe a minha pele rígida como a rocha que eu controlo. Sei que a proteção ainda é pouca, mas já é um grande passo para o caminho que eu quero seguir. Derrotar o Concreto e vingar a minha prima. Atualmente nessa ordem.
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