Enquanto Isso... - Temporada 2
4 participantes
- Atieno
Enquanto Isso... - Temporada 2
11/04/21, 04:55 pm
Enquanto Isso...
Tópico para desenvolvimento pessoal dos Personagens. Aqui está liberado para os jogadores criarem suas tramas pessoais, desenvolver seus personagens, descrever lugares e sentimentos pessoais. Como esse é o tópico da 2ª Temporada, os jogadores estão livres para expandir os acontecimentos de seus personagens no período entre a T1 e a T2.
As descrições feitas neste tópico não podem interferir nas regras do jogo, mas podem servir como reações a acontecimentos em jogo, bem como expandir todo o background do personagem.
Re: Enquanto Isso... - Temporada 2
13/04/21, 01:43 pm
À medida que os heróis chegavam ao esconderijo, iam ficando a par do que houve na missão. Foi um sucesso? Sim, em partes. Eles conseguiram libertar os prisioneiros. Porém, nem tudo saiu como planejado. Alguns integrantes se exaltaram mais do que esperado, e o resultado... Bem, estava nos noticiários.
As notícias chegam rápido, e logo todos os canais estavam falando do crime que havia ocorrido. Não era apenas uma fuga da prisão, mas um assassinato. Todos olham para a TV, em silêncio, sem saber o que falar. Até que Clone toma a iniciativa e desliga o aparelho, dando o pontapé inicial.
Então, galera, o que houve? Achei que estava tudo ok.
O que aconteceu? – fala Orbital, visivelmente irritada. – O que aconteceu foi que esse idiota fez merda.
Calma lá – interrompe Samantha – o Vanderson jamais iria fazer uma coisa dessas. A gente conhece ele.
É... - completa Dira, pensativa - Aquele não era ele... Não pode ser...
Sim, é claro... – começa Babalu – Ele bateu sem querer. Aliás, o que foi aquilo? Orbital, quem é você pra falar alguma coisa? Se tivesse exagerado um pouco mais, você também teria matado alguém.
Eu sabia o que estava fazendo. – responde Orbital, um pouco constrangida.
Vocês são um bando de loucos. – Diz Chama Solar, um dos recuperados pela equipe. – Não entenderam nada? Vocês estragaram tudo. Não somos mais heróis não registrados. Agora sim, somos criminosos ligados a um assassinato.
Era melhor ter ficado preso. – Diz o Mestre Amarelo, visivelmente preocupado – Agora não teremos nem apoio popular. Vão nos caçar como...
Cara, vou fingir que você não falou isso. – Interrompe Penumbra, assustando quem não esperava uma reação dele, geralmente de poucas palavras. – Nós fizemos o que tinha que ser feito. Não concordo com a morte do policial, mas aconteceu. Teria sido pior fazer vista grossa, e se não fosse a gente arriscar nossos pescoços, vocês estariam dividindo cela com o resto da corja criminosa.
O clima fica tenso. Começa um bate-boca acalorado entre as partes, dividindo o grupo em opiniões divergentes. Até que as luzes começam a piscar. Todos olham instintivamente para o interruptor, onde Incrível se encontrava.
Só lembrando, pessoal, antes que o clima fique mais pesado, que estamos tentando não chamar atenção. Desse jeito, os vizinhos vão escutar. É o seguinte... Quem não estiver satisfeito com a situação, pode cair fora. Ninguém está aqui obrigado. Se estamos juntos, é porque acreditamos na mesma coisa, e vamos lutar por isso. E é bem melhor quando podemos contar um com o outro, certo? V8, explica o que aconteceu.
Vanderson fica em silêncio por um tempo. Na verdade, desde que saíram da delegacia, não havia dito uma palavra sequer. Ele olha para Incrível, uma pessoa que ele chegou a julgar no passado, e agora estava numa situação similar.
Eu... – Ele hesita por um momento. Olhando em volta, ele percebe que a maioria já o condenou. – Quer saber? Esquece.
V8 sai pela porta da frente, sem olhar para trás.
Vanderson, não... – exclama Samatha, com lágrimas nos olhos. Ela e Dira se abraçam e saem para outro cômodo da casa.
Incrível mantem a postura, mas por dentro ele se questiona se estão fazendo a coisa certa. Lutar contra velhos companheiros, mortes acidentais, problemas na equipe... E todos o viam como líder. O peso novamente recaia sobre seus ombros.
Ok, pessoal... – fala para o restante da equipe – Não tô aqui para julgar o cara. Mas na próxima vez, vamos maneirar nossas ações. Se alguém se afobar e matar outra pessoa... Não posso garantir lugar aqui, beleza? Somos heróis, não esqueçam disso.
Dava pra sentir o peso de suas palavras. Orbital olha para Babalu, que estava visivelmente irritada com tudo aquilo. Ela também estava, mas sabia que havia deixado a raiva falar mais alto no combate. Ela tinha muito o que pensar. Incrível olha para a janela, pensativo. Atrás dele, Barata se aproxima e pergunta.
Vai deixar ele ir mesmo?
Acredita em mim... Tudo que ele precisa agora é de espaço e um ambiente menos inquisidor. Quando estiver pronto, ele volta... Assim espero.
As notícias chegam rápido, e logo todos os canais estavam falando do crime que havia ocorrido. Não era apenas uma fuga da prisão, mas um assassinato. Todos olham para a TV, em silêncio, sem saber o que falar. Até que Clone toma a iniciativa e desliga o aparelho, dando o pontapé inicial.
Então, galera, o que houve? Achei que estava tudo ok.
O que aconteceu? – fala Orbital, visivelmente irritada. – O que aconteceu foi que esse idiota fez merda.
Calma lá – interrompe Samantha – o Vanderson jamais iria fazer uma coisa dessas. A gente conhece ele.
É... - completa Dira, pensativa - Aquele não era ele... Não pode ser...
Sim, é claro... – começa Babalu – Ele bateu sem querer. Aliás, o que foi aquilo? Orbital, quem é você pra falar alguma coisa? Se tivesse exagerado um pouco mais, você também teria matado alguém.
Eu sabia o que estava fazendo. – responde Orbital, um pouco constrangida.
Vocês são um bando de loucos. – Diz Chama Solar, um dos recuperados pela equipe. – Não entenderam nada? Vocês estragaram tudo. Não somos mais heróis não registrados. Agora sim, somos criminosos ligados a um assassinato.
Era melhor ter ficado preso. – Diz o Mestre Amarelo, visivelmente preocupado – Agora não teremos nem apoio popular. Vão nos caçar como...
Cara, vou fingir que você não falou isso. – Interrompe Penumbra, assustando quem não esperava uma reação dele, geralmente de poucas palavras. – Nós fizemos o que tinha que ser feito. Não concordo com a morte do policial, mas aconteceu. Teria sido pior fazer vista grossa, e se não fosse a gente arriscar nossos pescoços, vocês estariam dividindo cela com o resto da corja criminosa.
O clima fica tenso. Começa um bate-boca acalorado entre as partes, dividindo o grupo em opiniões divergentes. Até que as luzes começam a piscar. Todos olham instintivamente para o interruptor, onde Incrível se encontrava.
Só lembrando, pessoal, antes que o clima fique mais pesado, que estamos tentando não chamar atenção. Desse jeito, os vizinhos vão escutar. É o seguinte... Quem não estiver satisfeito com a situação, pode cair fora. Ninguém está aqui obrigado. Se estamos juntos, é porque acreditamos na mesma coisa, e vamos lutar por isso. E é bem melhor quando podemos contar um com o outro, certo? V8, explica o que aconteceu.
Vanderson fica em silêncio por um tempo. Na verdade, desde que saíram da delegacia, não havia dito uma palavra sequer. Ele olha para Incrível, uma pessoa que ele chegou a julgar no passado, e agora estava numa situação similar.
Eu... – Ele hesita por um momento. Olhando em volta, ele percebe que a maioria já o condenou. – Quer saber? Esquece.
V8 sai pela porta da frente, sem olhar para trás.
Vanderson, não... – exclama Samatha, com lágrimas nos olhos. Ela e Dira se abraçam e saem para outro cômodo da casa.
Incrível mantem a postura, mas por dentro ele se questiona se estão fazendo a coisa certa. Lutar contra velhos companheiros, mortes acidentais, problemas na equipe... E todos o viam como líder. O peso novamente recaia sobre seus ombros.
Ok, pessoal... – fala para o restante da equipe – Não tô aqui para julgar o cara. Mas na próxima vez, vamos maneirar nossas ações. Se alguém se afobar e matar outra pessoa... Não posso garantir lugar aqui, beleza? Somos heróis, não esqueçam disso.
Dava pra sentir o peso de suas palavras. Orbital olha para Babalu, que estava visivelmente irritada com tudo aquilo. Ela também estava, mas sabia que havia deixado a raiva falar mais alto no combate. Ela tinha muito o que pensar. Incrível olha para a janela, pensativo. Atrás dele, Barata se aproxima e pergunta.
Vai deixar ele ir mesmo?
Acredita em mim... Tudo que ele precisa agora é de espaço e um ambiente menos inquisidor. Quando estiver pronto, ele volta... Assim espero.
Penumbra gosta desta mensagem
- V8
V8 Dando Chilique
13/04/21, 11:41 pm
Favela do Cabrião, Nova Capital
01 de Fevereiro de 2022, 03h25
No primeiro bar que chegou pensou em pedir uma cerveja, mas logo percebeu que não adiantaria, não queria apreciar o gosto da cerveja, só se afogar no próprio bêbado vômito. Pegou duas garrafinhas de caninha da roça fiado com um conhecido que ainda não tinha resolvido denuncia-lo em Brasilandia e começou a andar para Laranjeiras, mas antes que percebesse estava no topo da Favela do Cabrião e a primeira garrafa já estava vazia. Estava tão bêbado que pensou que a antiga fachada da falida 999 Records tinha sido vandalizada, mas na verdade ele estava na porta de uma antiga casa de festa da favela, a Fritação 666 e sorriu quando viu a porta quase se desfazendo.
- Abre de Sésam... – As palavras saem emboladas da sua boca e antes de completar a frase da um chute com a sola do pé na porta que voa boate a dentro.
Dentro do prédio abandonado ele estranha os móveis, não lembrada daquilo e enraivecido quando pensou que a policia tinha roubado as coisas do interior da sua antiga gravadora. Mas viu um suporte microfone no palco da antiga boate e achou que de fato era um microfone de verdade. Tomou mais um gole da segunda garrafa de cachaça e viu que ela estava na metade já.
- Foda-se a policia nessa porra! Hã!– Ele começa a cantar no palco para uma plateia imaginária. – Eu de braços cruzados e sua mulher com as pernas aberta. – Ele dá mais um longo gole na bebida. – Mato e se voltar mato de novo! Não vem gracinha porque essa arma não é minha essa é a arma do povo.
Depois disso Vanderson fica balançando em cima do palco como se estivesse curtindo um beat que nunca existiu, criou uma melodia e uma bateria na cabeça e nem tinha se ligado que ela já existia, mas parecia tão perfeita pra tudo aquilo. A polícia, o governo, os compan... Nem ele sabia como chamava aqueles caras. Amigos? Companheiros? Colégas? Tirando Dira e Samantha não conhecia nenhum deles, só Incrível que também nunca foi amigo, quis socar a cara dele por tanto tempo que depois da Noite de Terror e do Julgamento do Gueto nem sabia o que sentia por ele, apenas existia e numa constância grande desde que tudo foi pro buraco.
Vanderson viu um sofá perto da pista da boate e se afogou no estofado desgastado e cheio de acaro e tentou dormir, mas sua cabeça não parava de rodar, ele se sentia cansado, mas sua mente não o deixava dormir, tentou se esconder da raiva e a tristeza retornou. Já nem lembrava da confusão que havia rolado mais cedo, lembrou de sua namorada morta, dos amigos mortos e de tudo que perdeu. Quando a raiva o encontrou o sofá que sofreu. Foi arremessado contra o palco onde antes Vanderson cantava rápido demais e logo depois uma explosão tomou conta do telhado da boate abandonada. O grito de ódio tomou conta da boate pouco antes do sol nascer.
01 de Fevereiro de 2022, 03h25
No primeiro bar que chegou pensou em pedir uma cerveja, mas logo percebeu que não adiantaria, não queria apreciar o gosto da cerveja, só se afogar no próprio bêbado vômito. Pegou duas garrafinhas de caninha da roça fiado com um conhecido que ainda não tinha resolvido denuncia-lo em Brasilandia e começou a andar para Laranjeiras, mas antes que percebesse estava no topo da Favela do Cabrião e a primeira garrafa já estava vazia. Estava tão bêbado que pensou que a antiga fachada da falida 999 Records tinha sido vandalizada, mas na verdade ele estava na porta de uma antiga casa de festa da favela, a Fritação 666 e sorriu quando viu a porta quase se desfazendo.
- Abre de Sésam... – As palavras saem emboladas da sua boca e antes de completar a frase da um chute com a sola do pé na porta que voa boate a dentro.
Dentro do prédio abandonado ele estranha os móveis, não lembrada daquilo e enraivecido quando pensou que a policia tinha roubado as coisas do interior da sua antiga gravadora. Mas viu um suporte microfone no palco da antiga boate e achou que de fato era um microfone de verdade. Tomou mais um gole da segunda garrafa de cachaça e viu que ela estava na metade já.
- Foda-se a policia nessa porra! Hã!– Ele começa a cantar no palco para uma plateia imaginária. – Eu de braços cruzados e sua mulher com as pernas aberta. – Ele dá mais um longo gole na bebida. – Mato e se voltar mato de novo! Não vem gracinha porque essa arma não é minha essa é a arma do povo.
Depois disso Vanderson fica balançando em cima do palco como se estivesse curtindo um beat que nunca existiu, criou uma melodia e uma bateria na cabeça e nem tinha se ligado que ela já existia, mas parecia tão perfeita pra tudo aquilo. A polícia, o governo, os compan... Nem ele sabia como chamava aqueles caras. Amigos? Companheiros? Colégas? Tirando Dira e Samantha não conhecia nenhum deles, só Incrível que também nunca foi amigo, quis socar a cara dele por tanto tempo que depois da Noite de Terror e do Julgamento do Gueto nem sabia o que sentia por ele, apenas existia e numa constância grande desde que tudo foi pro buraco.
Vanderson viu um sofá perto da pista da boate e se afogou no estofado desgastado e cheio de acaro e tentou dormir, mas sua cabeça não parava de rodar, ele se sentia cansado, mas sua mente não o deixava dormir, tentou se esconder da raiva e a tristeza retornou. Já nem lembrava da confusão que havia rolado mais cedo, lembrou de sua namorada morta, dos amigos mortos e de tudo que perdeu. Quando a raiva o encontrou o sofá que sofreu. Foi arremessado contra o palco onde antes Vanderson cantava rápido demais e logo depois uma explosão tomou conta do telhado da boate abandonada. O grito de ódio tomou conta da boate pouco antes do sol nascer.
- Moleca
Re: Enquanto Isso... - Temporada 2
24/04/21, 12:01 pm
Coroado - 2AM/ 8 de Fevereiro de 2022
Augúrios e Caçadores
Moleca se levantava mais uma vez exausta, velada pelos olhos cuidadosos de Orí. Sua orixá pessoal lhe emprestava energia do Órun durante o árduo treinamento.
- Você tem talento latente, mas é descuidada, emotiva e muito, muuuito lenta - O avatar espiritual da Mulher Onça rodava a garota como um felino ao redor de uma presa encurralada. Principalmente para se levantar e revidar, não é toda criatura que vai dormir no primeiro encanto que lançar nela! Inimigos podem ser marimbomdos que picam de novo, e de novo, e de novo, e de novo!
Orí se segurava para não interferir, o elo com Dira permitia o fluxo enérgico, mas também levava a dor de uma para a outra... quase gritando quando a Mulher Onça conjurou mais uma saraivada de flechas espirituais. Quem não segurou o grito foi Moleca que se contorceu aos berros caindo novamente com inúmeras perfurações, seu avatar começava a se desfazer e seu corpo terreno se tremia pronto para acordar da projeção. A lua crescente sumiria no horizonte em breve.
Dira se levantou da cama procurando seus chinelos no escuro, assustando sua gata que saltou logo adiantando o caminho até o banheiro. No espelho via como parecia um caco. Não tivera uma noite de sono desde o incidente no Parque Nacional e seus olhos estavam ficando fundos, a pele ressecada e a raiz do cabelo começando a crescer; "Seloco tio, nem quando eu ficava virada nos baile chegava nesse estado, putz... Mas que saudade quando o mundo não parecia desmoronar, a gente não era caçado sob aval da lei... Já não bastam os vilões? Caralho! Minha raiz ta crescendo, talvez eu devesse deixar crescer...". Na últimas noites visitava a Mulher Onça no astral para aprender mais sobre a energia espiritual e como canalizar seu poder para o plano material. Seu talento e o vínculo com Orí aceleravam o processo, mas isso custava de seu corpo terreno, ficando cada vez mais fatigado. Sua sorte foi ter dentro do terreiro toda uma família ao seu apoio. Sacerdotisas que preparavam sua comida, meninas que a davam banho e mortos que conversavam com ela sobre outros tempos de perseguição e sobrevivência.
- É mia filha, capoera me ensinou, quem anda em terras alheias pisa devagar - se lembrava de Baba Dodó agourando enquanto gingava com aquela sua vagarosidade suave, um bichos-preguiça dançando ao som dos atabaques e cântigos do povo de santo durante as giras- Não é todo bichano que nasceu pra reinar e matar um leão por dia não é pra todo bicho, quem é você nessa terra que pisa? .... Continue aprendendo que em breve a caçada vai começar, e desconfie tanto das caça como dos caçadô viu?
O galo cantou, a gira girou e três da madrugada eram vistas no velho relógio de parede. Indo para seu refúgio favorito, Dira fumava seu baseado no telhado do barracão olhando para todo Coroado.
- Que lugar lindo... Tanta vida, tantas vidas coabitando, se ajudando a manter a comunidade viva. Ai Dodó, queria muito saber quando essa conversa de caça, vai fazer sentido. Aquele conselho folclórico ancestral pode ter mais pistas sobre o que acontece com o Vanderson que inclusive tava muito saidinho pro lado da Cris... Como ele tivesse prestado um dia né kkkk . Ai Dira foco, foi nessa moleca destemina que a Dona Onça viu potencial! Vou aprender uns feitiço, vou surrar um fardado, mobilizar uma galera e, e... fofocar com a Samanta, ela deve ta acordada... batendo cinza do cachimbo uma hora dessa.
Dira se concentra e tenta projetar a si no astral como vinha praticando em sonho, ao fechar os olhos sente as vibrações do ambiente a sua volta e os espaços entre elas, é por ali que moveria seu espírito. Quando dá por conta a vibração a sua volta muda a frequencia e seu corpo começa a ressoar enquanto fica cada vez mais leve. Dira sorri encantada com sua proeza: via a si mesma de cima flutuando, e totalmente vislumbrada com a mudança de cores a sua volta; "Agora só mentalizar o caminho para o bairro da Samanta, e o rosto dela" e Moleca vê o ambiente a sua volta vibrar cada vez mais rápido até sintonizar noutra frequência que reorganiza as luzes a sua volta, moldando em algo que chamaremos vagamente de um quarto e uma garota na janela limpando com muito esmero seu cachimbo. Tentando uma aproximação suave por trás, ela vê os pelos de Devaneio se eriçarem com sua presença e o arrepio faz a amiga olhar para trás confusa sem ver nada. Dira ri sozinha imaginando os lugares que poderia bisbilhotar, até que é a sua vez de sentir o arrepio e ser teleportada para o telhado onde seu corpo ficou, um acumulo de pontos negros ao redor de seu corpo a assustam, que mergulha imediatamente em seu corpo a acordando do transe.
- Caralho, nota mental, se proteger antes de sair do meu corpo terreno. Preciso conversar com a Dona Onça... Mas outro dia, o sol vai nascer, preciso dormir e acompanhar aquele piquete de greve, continuar a arrecadação de cestas básicas... Um dragão na vida, um leão por dia e ainda tem o preço da arroz... Brasileira e fodida! - riu de nervoso, e se encolheu ali mesmo no telhado para dormir velada pelos gatos da região que se aproximavam em outros telhados.
- Você tem talento latente, mas é descuidada, emotiva e muito, muuuito lenta - O avatar espiritual da Mulher Onça rodava a garota como um felino ao redor de uma presa encurralada. Principalmente para se levantar e revidar, não é toda criatura que vai dormir no primeiro encanto que lançar nela! Inimigos podem ser marimbomdos que picam de novo, e de novo, e de novo, e de novo!
Orí se segurava para não interferir, o elo com Dira permitia o fluxo enérgico, mas também levava a dor de uma para a outra... quase gritando quando a Mulher Onça conjurou mais uma saraivada de flechas espirituais. Quem não segurou o grito foi Moleca que se contorceu aos berros caindo novamente com inúmeras perfurações, seu avatar começava a se desfazer e seu corpo terreno se tremia pronto para acordar da projeção. A lua crescente sumiria no horizonte em breve.
Dira se levantou da cama procurando seus chinelos no escuro, assustando sua gata que saltou logo adiantando o caminho até o banheiro. No espelho via como parecia um caco. Não tivera uma noite de sono desde o incidente no Parque Nacional e seus olhos estavam ficando fundos, a pele ressecada e a raiz do cabelo começando a crescer; "Seloco tio, nem quando eu ficava virada nos baile chegava nesse estado, putz... Mas que saudade quando o mundo não parecia desmoronar, a gente não era caçado sob aval da lei... Já não bastam os vilões? Caralho! Minha raiz ta crescendo, talvez eu devesse deixar crescer...". Na últimas noites visitava a Mulher Onça no astral para aprender mais sobre a energia espiritual e como canalizar seu poder para o plano material. Seu talento e o vínculo com Orí aceleravam o processo, mas isso custava de seu corpo terreno, ficando cada vez mais fatigado. Sua sorte foi ter dentro do terreiro toda uma família ao seu apoio. Sacerdotisas que preparavam sua comida, meninas que a davam banho e mortos que conversavam com ela sobre outros tempos de perseguição e sobrevivência.
- É mia filha, capoera me ensinou, quem anda em terras alheias pisa devagar - se lembrava de Baba Dodó agourando enquanto gingava com aquela sua vagarosidade suave, um bichos-preguiça dançando ao som dos atabaques e cântigos do povo de santo durante as giras- Não é todo bichano que nasceu pra reinar e matar um leão por dia não é pra todo bicho, quem é você nessa terra que pisa? .... Continue aprendendo que em breve a caçada vai começar, e desconfie tanto das caça como dos caçadô viu?
O galo cantou, a gira girou e três da madrugada eram vistas no velho relógio de parede. Indo para seu refúgio favorito, Dira fumava seu baseado no telhado do barracão olhando para todo Coroado.
- Que lugar lindo... Tanta vida, tantas vidas coabitando, se ajudando a manter a comunidade viva. Ai Dodó, queria muito saber quando essa conversa de caça, vai fazer sentido. Aquele conselho folclórico ancestral pode ter mais pistas sobre o que acontece com o Vanderson que inclusive tava muito saidinho pro lado da Cris... Como ele tivesse prestado um dia né kkkk . Ai Dira foco, foi nessa moleca destemina que a Dona Onça viu potencial! Vou aprender uns feitiço, vou surrar um fardado, mobilizar uma galera e, e... fofocar com a Samanta, ela deve ta acordada... batendo cinza do cachimbo uma hora dessa.
Dira se concentra e tenta projetar a si no astral como vinha praticando em sonho, ao fechar os olhos sente as vibrações do ambiente a sua volta e os espaços entre elas, é por ali que moveria seu espírito. Quando dá por conta a vibração a sua volta muda a frequencia e seu corpo começa a ressoar enquanto fica cada vez mais leve. Dira sorri encantada com sua proeza: via a si mesma de cima flutuando, e totalmente vislumbrada com a mudança de cores a sua volta; "Agora só mentalizar o caminho para o bairro da Samanta, e o rosto dela" e Moleca vê o ambiente a sua volta vibrar cada vez mais rápido até sintonizar noutra frequência que reorganiza as luzes a sua volta, moldando em algo que chamaremos vagamente de um quarto e uma garota na janela limpando com muito esmero seu cachimbo. Tentando uma aproximação suave por trás, ela vê os pelos de Devaneio se eriçarem com sua presença e o arrepio faz a amiga olhar para trás confusa sem ver nada. Dira ri sozinha imaginando os lugares que poderia bisbilhotar, até que é a sua vez de sentir o arrepio e ser teleportada para o telhado onde seu corpo ficou, um acumulo de pontos negros ao redor de seu corpo a assustam, que mergulha imediatamente em seu corpo a acordando do transe.
- Caralho, nota mental, se proteger antes de sair do meu corpo terreno. Preciso conversar com a Dona Onça... Mas outro dia, o sol vai nascer, preciso dormir e acompanhar aquele piquete de greve, continuar a arrecadação de cestas básicas... Um dragão na vida, um leão por dia e ainda tem o preço da arroz... Brasileira e fodida! - riu de nervoso, e se encolheu ali mesmo no telhado para dormir velada pelos gatos da região que se aproximavam em outros telhados.
- Moleca
Re: Enquanto Isso... - Temporada 2
07/05/21, 02:20 pm
Coroado - 10 de Fevereiro de 2022
Dias de uma Moleca esquecida
Se você soubesse eu quanto eu to putassa com essa situação toda. E mesmo assim topei ser Fora-da-Lei.
Em Coroado eu sempre estive pouco me fodendo com o que acontecia com os Benfeitores, Renovar, Milícas e Gangues, Demônios e etc. Sempre foquei no meu bairro, dando de comer pra quem precisa, levando risada pra almas opacas e fortalecendo nosso laço como coletivo, comunidade, Coroado ainda é um quilombo saca?
Seguimos nos organizando como um grande corpo. O estado nunca se importou em chegar aqui, a não ser pela violência policial e isso fazemos questão de resolver. Como todo mundo se conhece, todo mundo já comeu junto aqui no bairro, invés de fofocar sobre a vida dos outros, decidimos ajudar a resolver o problema dos outros. Se todo mundo come, todo mundo se sente pertencente e todo mundo quer crescer junto tu acha mesmo que vai ter criança no farol, bandido na viela e mulheres espancadas na madrugada? O sonho da galera era pedir independência da cidade, ser reconhecido como Quilombo pelas autoridades de terno e toda a papelada, ter nossas escolas, nós por nós sempre. O ponto é que fizemos um ótimo trabalho procurando autossuficiência, uma Wakanda em Nova Capital. O problema é que ignoramos o mundo externo, nos isolamos e as merdas que aconteciam no resto da cidade virou um puta problemão. A merda causada ou resolvida pelos Benfeitores, Renovar e todos os figurões respingou aqui. Na minha casa.
A polícia sempre veio causar, filhotes de colonização e seus baculejos sofridos, forjavam uns flagrante, e perrecava com a galera de graça; coisa que rola em toda favela desse pais. O foda é que a Super Polícia é formada duma ruma de cachorro miserável que caça "heróis" não registrados, e o que a milícia de Super Policiais faria? "Eliminar futuras ameaças", ou tu acha mesmo que a Academia deve ter dinheiro pra banca cada adolescente com super poderes? Só branco nas propagandas rapaz. Forçam a molecada a mostrar poderes com violência aberta. Invadem nossos bailes e queimam barracos. A violência voltou a Coroado, e os sonhos de Quilombo ficarão pra próxima geração enquanto essa merda de registro existir. Acho que por isso eu topei esse lance de “Foras-da-Lei”. É difícil não criar vínculos com essa galera sabe, mas quanto mais eu me envolvo com eles, menos tempo tenho tido para Coroado... Tempos de guerra, sempre foi guerra. Talvez a gente devesse demolir umas delegacias, umas igrejas reaças e ocupar casa de políticos que só atrasam nosso lado... Ai ai Babá Dodó, saudades quando eu só rodava a cidade ajudando a organizar Bailes e Balls... Mas o canavial vai pegar fogo de novo... Acho que preciso colar lá no Bar do Motim vai rolar um BALL babadeiro e eu não colo com a House of KY há quase um ano. Talvez o Suaçuna apareça! A Kayka podia fazer um super traje pra mim... As gay, as bi, as trava e as sapatão devem tar com vontade de fazer revolução.
Em Coroado eu sempre estive pouco me fodendo com o que acontecia com os Benfeitores, Renovar, Milícas e Gangues, Demônios e etc. Sempre foquei no meu bairro, dando de comer pra quem precisa, levando risada pra almas opacas e fortalecendo nosso laço como coletivo, comunidade, Coroado ainda é um quilombo saca?
Seguimos nos organizando como um grande corpo. O estado nunca se importou em chegar aqui, a não ser pela violência policial e isso fazemos questão de resolver. Como todo mundo se conhece, todo mundo já comeu junto aqui no bairro, invés de fofocar sobre a vida dos outros, decidimos ajudar a resolver o problema dos outros. Se todo mundo come, todo mundo se sente pertencente e todo mundo quer crescer junto tu acha mesmo que vai ter criança no farol, bandido na viela e mulheres espancadas na madrugada? O sonho da galera era pedir independência da cidade, ser reconhecido como Quilombo pelas autoridades de terno e toda a papelada, ter nossas escolas, nós por nós sempre. O ponto é que fizemos um ótimo trabalho procurando autossuficiência, uma Wakanda em Nova Capital. O problema é que ignoramos o mundo externo, nos isolamos e as merdas que aconteciam no resto da cidade virou um puta problemão. A merda causada ou resolvida pelos Benfeitores, Renovar e todos os figurões respingou aqui. Na minha casa.
A polícia sempre veio causar, filhotes de colonização e seus baculejos sofridos, forjavam uns flagrante, e perrecava com a galera de graça; coisa que rola em toda favela desse pais. O foda é que a Super Polícia é formada duma ruma de cachorro miserável que caça "heróis" não registrados, e o que a milícia de Super Policiais faria? "Eliminar futuras ameaças", ou tu acha mesmo que a Academia deve ter dinheiro pra banca cada adolescente com super poderes? Só branco nas propagandas rapaz. Forçam a molecada a mostrar poderes com violência aberta. Invadem nossos bailes e queimam barracos. A violência voltou a Coroado, e os sonhos de Quilombo ficarão pra próxima geração enquanto essa merda de registro existir. Acho que por isso eu topei esse lance de “Foras-da-Lei”. É difícil não criar vínculos com essa galera sabe, mas quanto mais eu me envolvo com eles, menos tempo tenho tido para Coroado... Tempos de guerra, sempre foi guerra. Talvez a gente devesse demolir umas delegacias, umas igrejas reaças e ocupar casa de políticos que só atrasam nosso lado... Ai ai Babá Dodó, saudades quando eu só rodava a cidade ajudando a organizar Bailes e Balls... Mas o canavial vai pegar fogo de novo... Acho que preciso colar lá no Bar do Motim vai rolar um BALL babadeiro e eu não colo com a House of KY há quase um ano. Talvez o Suaçuna apareça! A Kayka podia fazer um super traje pra mim... As gay, as bi, as trava e as sapatão devem tar com vontade de fazer revolução.
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