[FHV 2ª Temporada] Salto Temporal

Nova Capital, Janeiro de 2022. Explicar como chegamos à situação em que nos encontramos é um processo árduo e complicado. Espero que me entenda, e eu imagino até que esteja com pressa. Vou ser direto: ser herói, hoje, é um ato ilegal.

Dez meses atrás, uma coisa muito ruim aconteceu. Um grande ataque à nossa cidade e uma luta que provocou muita destruição, e que matou Espectro, Lebre e tantos outros vigilantes, sem contar as baixas civis. Quando aquele demônio chegou… e pior, alguns dos civis foram mortos pelos heróis! Vários corpos foram encontrados com marcas que remetiam aos poderes dos que lutaram. E triste foi quando Princesa se sacrificou em prol da salvação da cidade, explodindo em um fogo azul e expulsando o invasor, deixando para trás a saudade.

Depois desse dia, depois do enterro simbólico da Princesa — seu corpo nunca foi encontrado — e pelas próximas semanas, os Novos Benfeitores sumiram. Por um bom tempo, ficamos sem notícias deles, ao passo que a atividade heróica era discutida no congresso. Um deputado, que era pai de uma das heroínas mortas naquele dia, apresentou a MP dos Heróis, enviada pela própria presidente.

De acordo com o texto daquela MP, apenas heróis que estivessem devidamente registrados com o governo federal, mediante a instituição do Projeto Renovar, teriam autorização para atuar. E todo herói que não estivesse registrado seria responsabilizado criminalmente por qualquer estrago ao patrimônio público ou privado que ocorresse no decorrer da ação.

A medida, aplaudida por especialistas em segurança pública, foi recebida com resistência por vários heróis, tanto ativos quanto aposentados. Toda a luta, no entanto, foi enterrada com uma nova aparição dos Novos Benfeitores, em conjunto, ao lado da presidente.

O grupo, como muitos perceberam, estava menor. Vulto e Incrível não estavam ali. E, sob a égide de Paradoxo, eles anunciaram o apoio à MP, anunciando também a formação, numa parceria público-privada, da Academia Benfeitores, uma organização parceira do governo e do Projeto Renovar que atuaria na formação, treinamento e acolhimento de jovens com poderes especiais, e que sonhassem em ser heróis.

Depois disso, não teve muito o que fazer. A super-polícia passou a reprimir os protestos contra a MP, que se tornavam cada vez mais raros. E, naquele momento, o destino já estava decidido. Agora, neste Janeiro de 2022, a Academia Benfeitores está prestes a formar sua primeira turma, enquanto as ruas de Nova Capital nunca foram tão seguras e tão perigosas ao mesmo tempo…

ACADEMIA BENFEITORES

A Academia Benfeitores é uma organização sediada em Nova Capital, num grande complexo de prédios ao oeste da cidade. Formada em Junho de 2021, a instituição é fruto de uma parceria entre o Governo Federal, a construtora Lima Mittermeier e um fundo beneficente organizado pela família Amaral, e é voltada ao acolhimento, treinamento e proteção de jovens poderosos. Os principais objetivos envolvem a formação de uma equipe de supers que representará o Brasil como um todo.

A Academia é dirigida por Érica Silva, a heroína Paradoxo, e conta, entre membros do corpo docente, com outros heróis famosos, como Chip, Atieno, K.O. e Pitbull. Atualmente, a Academia abriga 50 alunos do país inteiro, e está selecionando alguns membros para se tornarem a "Turma Alpha", que será uma espécie de elite heroica nacional, sendo mandados para missões dentro e fora das fronteiras de Nova Capital.

FORAS-DA-LEI

Os infames Foras-da-Lei são heróis que se revoltaram diante da obrigatoriedade do chamado Registro de Vigilante, um documento criado para, dentre outras coisas, servir de garantia de que os heróis andariam na linha, e também oferecer uma série de mecanismos legais para o caso de um herói "sair de linha". Não se pode dizer que esse grupo nasceu de propósito, tampouco que existe um marco de fundação. Mas as ruas são o principal campo de batalha deles.

É difícil até dizer quem lidera este grupo, mas as principais decisões passam pela égide de João Pedro da Silva, o Incrível. Enquanto a Academia possui uma série de estruturas, tudo o que estes revolucionários possuem são as próprias vontades e os esconderijos naturais que a cidade criou. Tampouco há uma sede fixa, com os membros combinando de se encontrar aleatoriamente. E, claro, o desejo de preservar suas próprias identidades e reconquistar a liberdade, além de abrigar aqueles jovens que não tiveram a sorte ou a oportunidade de se unir à Academia Benfeitores.