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[Bairro] - Favela do Cabrião

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Atieno
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02/11/20, 11:42 pm
Fábio não vestia seu uniforme desde sua falha em apagar o incêndio da escola em Marechal Andrade, os machucados em sua carne e moral ainda estavam presentes.  Enquanto se recuperava das queimaduras, os passeios ao mar ficaram frequentes, ele achou que conseguiria encontrar algum rumo e sanar suas dúvidas contemplando o mar, quem sabe seus antepassados, os Tritões, não lhe concederiam uma resposta?  Depois de dois dias de reflexão e diversão nos bares da cidade com o pouco dinheiro que lhe restava, estava convicto: a vida de herói era mesmo o que ele queria. Após brigas com a irmã, mudou-se de casa e pediu demissão de seus dois empregos.

Tritão   Noite de 31 de Outubro  Tritão

Morando em um pequeno apartamento em Ave Norte, Fábio estava tentando se acostumar a nova vida. Naquela noite, se vestiu de Tritão para participar de uma festa à fantasia. A vida de herói agora era como um trabalho para ele, então aquilo seria como uma divulgação de Tritão.

Conversava amistosamente na festa em um casarão e evitava os olhares dos poucos estranhos que conheciam as recentes falhas de Tritão. Então aconteceu: um apagão. Após alguns instantes, saiu do local para verificar o acontecido. Verificou o celular e percebeu uma mensagem de voz de alguns minutos atrás, de uma amiga, Mônica, que morava na Favela do Cabrião:

- As coisas estão meio estranhas aqui, uma movimentação bizarra, fora do comum, sabe? Eu sei que tu viria aqui só mais tarde, mas, será que dá pra antecipar essa tua visita?

Tritão   - Ah... isso não tá cheirando bem. Coçou a cabeça, correndo em direção a seu destino. Fazia pouco tempo que sua amiga havia descobrido que Fábio também era Tritão, quando viu seu uniforme jogado em um canto da casa.   Eu nem to indo pra ela por causa dela! É só que, se algo de ruim estiver acontecendo, não devem ter muitos heróis indo pra favela, né? Exclamou, tentando enviar mensagens para sua amiga,  sem obter sucesso.

Deslizando pela cidade com em cima de uma pequena onda, temeu pelo que estava para acontecer em Nova Capital. As ruas escuras e os helicópteros passando sem dúvida eram um mal presságio. Pretendia manter a discrição, pois não sabia quem e quais seriam seus desafios.

→ Invadir o bairro pela Reserva ou Ave Norte (ND 5)

Tritão pretende se infiltrar pelo esgoto ou alguma outra fonte de água que possa o levar para dentro do bairro. Para isso, ele irá utilizar seu corpo elemental em conjunto com a hidrocinese para nadar escondido para dentro do bairro.  Caso não encontre em Ave Norte, ele tentará pela Reserva.

→ Controlar um incêndio pequeno (ND 6)

Após a infiltração,  ele irá utilizar seus poderes para apagar o incêndio de alguma casa que veja por perto.

Atieno
Atieno

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03/11/20, 06:21 pm
A Longa Noite de Terror - Favela do Cabrião
Parte 1

--------- Alto do Morro - 01h36 ---------

O caos instaurado no morro se misturava aos sons esparsos de tiros, mas o problema era aquela neblina que encobria partes do morro. Densa, profunda, tenebrosa. Tudo gerado a partir de uma fonte, que era observada do alto. Orbital via aquilo com cautela, sabendo que aquela mulher certamente tinha dedo nessa noite de terror.

Usando suas habilidades gravitacionais, tornou a densa neblina num objeto ainda mais leve, fazendo-a subir acima das nuvens. Pôde, então, ter um vislumbre da mulher, que tinha os olhos com pupilas completamente enevoadas, e usava uma roupa simples, de tons que remetiam à FLS. Cristina e a mutante trocaram olhares diretos, e Orbital precisou se jogar para o lado no ar quando uma rajada grossa de névoa voou na sua direção, como os tentáculos de um ser feito de névoa.

— Não ouviu o aviso, piranha? Agora cê tá fodida! — a mulher gritou, formando um redemoinho com a neblina, isolando as duas para o combate.

--------- Divisa Leste - 01h37 ---------

Pitbull corria pelas vielas, sentindo as dores de seu último confronto pulsarem-no as juntas. A neblina que tomava conta do lugar tinha um comportamento estranho, parecia se mover numa direção apenas, favorecendo os sentidos do híbrido cão, ajudando-o a perceber a aproximação de uma caminhonete de escolta. De um esconderijo atrás de uma casa, Wagner viu a caminhonete passar, e notou, vagamente, a presença de duas pessoas na caçamba. Estranhamente, apenas uma estava armada, e a outra emanava um fortíssimo cheiro de terra.

Após o veículo passar e se afastar, Pitbull seguiu sua corrida pelo morro, não demorando para perceber a casa escoltada, exatamente ao lado dos muros que protegiam uma torre de comunicações. Seis homens estavam parados diante da casa, sendo um no teto, dois à frente das janelas, um diante da porta e outros dois próximos aos muros da torre. E Wagner ouviu o som de uma porta batendo.

--------- Delegacia do Cabrião - 01h41 ---------

Quebra-Ossos e Dínamo podiam ver, juntos, o terror aplicado aos policiais da delegacia do Cabrião. Os homens da lei estavam nus, enfileirados, ensanguentados e vendo os corpos de colegas mortos serem lançados dentro de um camburão. E o membro do projeto Renovar teve uma ideia que poderia ser boa... se tivesse sido bem executada.

— Confia em mim, caraio! — sem esperar resposta de Emanuel, Douglas o ergueu no ar com bastante dificuldade, sentindo seu sangue esquentar conforme as ondas magnéticas iam envolvendo o herói metálico. E, meio sem jeito, Quebra-Ossos foi lançado no ar por Dínamo.

— Faísca filho da--! — Emanuel gritou, e tentou girar o próprio corpo no ar. Sua ideia era aplicar um golpe no chão com tudo, mas não foi exatamente isso que aconteceu.

O arremesso de Dínamo não havia sido forte o suficiente, fazendo com que o impacto de Emanuel contra o chão não provocasse nada além de um forte som metálico. Mas uma coisa funcionou ali: os vigias perderam seu equilíbrio. Para mudar suas ações e partirem pra cima dos dois heróis que ali estavam.

--------- Divisa Leste - 01h43 ---------

Wagner olhou na direção da porta que bateu, vendo uma senhora de idade saindo de casa. Ele tinha ouvido os avisos, e se assustou ao ver a velhinha sair com a bengala na mão, e com ela indo na direção dos bandidos.

— Avisa o chefe de vocês que eu quero dormir, droga! — a idosa gritou. E depois se calou com o barulho seco de um disparo.

Pitbull viu a idosa cair de costas no chão, e o cheiro ferroso chegou às suas narinas. A facção não estava poupando ninguém. Aquela cena fez sua chavinha interna girar. Agora ele estava puto.

Com um rugido, Wagner saiu de seu esconderijo e correu na direção dos bandidos. Alguns tiros esbarravam em seu traje balístico, sem provocar-lhe dano algum. Sua fúria o fazia ignorar os avisos de dor de seu corpo, e não demorou para desarmar um dos bandidos e enfiar a arma dentro da boca dele. Agarrando-o pelo colarinho, Pitbull rosnou e o arremessou contra o bandido do teto, ouvindo os gritos de dor dos dois, que rolavam até se espatifarem sobre um veículo estacionado, disparando seu alarme.

Os outros seguranças começaram a descarregar suas armas na direção do homem-cachorro, e o som de tiros com o alarme enlouquecia Pitbull. Enfurecido, golpeou na fuça o terceiro bandido, arrancando a arma de sua mão e a usando para criar uma rachadura no crânio dum quarto inimigo. O quinto viu sua cabeça servir como pedra, com ela sendo usada para estilhaçar uma das janelas da casa. E o sexto apenas fugiu pelo mato, largando a arma no chão e correndo em desespero.

Faltava apenas um agora.

--------- Divisa Oeste - 01h47 ---------

Tritão caminhava por uma das tubulações de esgoto, invadindo por um bueiro que achou numa rua do Ave Norte próxima à favela. A água ali era nojenta, mesmo assim Fábio se misturava à ela, controlando-a para mover-se agilmente pelas tubulações. Não notou que, a cada curva que fazia, pares de olhos vermelhos de roedores o seguiam, estudando-o.

As feridas, dores e memórias de seu fracasso no Marechal de Andrade clamavam seu espaço a cada esforço extra imposto ao herói, na luta contra as correntezas fétidas. Até mesmo ganhou um presente indesejado em seu caminho, e talvez não esqueceria do gosto tão cedo, mas conseguiu, enfim, uma boca-de-lobo para passar.

Atravessando as grades da sarjeta, a luminosidade de labaredas tomou a atenção de sua visão. Reformando-se, viu uma casa em chamas, e nenhum caminhão de bombeiros ou morador próximo tentando apagar o fogo. Já haviam outras casas sendo ameaçadas. Jogando as memórias do fracasso pra trás, Fábio partiu em busca de sua redenção, disparando um jato d'água contra a residência.

--------- Delegacia do Cabrião - 01h48 ---------

Os tiros já vinham sendo disparados contra os dois heróis fazia tempo. As balas colidiam contra o corpo metálico de Quebra-Ossos, às vezes deixando pequenas marcas, mas nunca perfurando-o. Dínamo ainda observava, tentando pegar o momento certo. E esse veio numa fração de segundos, que foi o tempo dos homens recarregarem suas armas.

Enfiando-se numa tomada ao tomar a forma elemental do próprio corpo, Dínamo atravessou alguns fios de energia, descendo por um poste e se refazendo enquanto se jogava na direção dos policiais. Os bandidos foram pegos de surpresa pelo campo de força do eletrocinético, e pelos gritos dos três torturadores, que tiveram seus corpos assados internamente pelas correntes elétricas de Dínamo.

O cheiro de carne queimada atingiu as narinas de todos, e assustou Quebra-Ossos, que já despendia combate corporal contra os vigias. Apesar de serem atiradores, eram ruins demais em combate, e não tinham como fazer frente a um super-forte com punhos de metal. E a luta foi rápida — se é que podemos chamar disso. Em menos de 1 minuto, os vigias estavam derrubados no chão, alguns resmungando de dor, outros apenas desacordados. E aqueles três seguiam sendo eletrocutados por Dínamo, que até ria um pouco.

— Chega, Faísca! — Quebra-Ossos gritou, atirando uma pedra contra Dínamo.

O eletrocinético parou um pouco, olhando para Quebra-Ossos e desativando seus poderes. Ao menos, aquela situação estava resolvida.

--------- Alto do Morro - 01h49 ---------

O combate entre Orbital e a mulher da neblina estava intenso. A vilã usava de tentáculos de neblina para tentar atingir a gravitocinética, que se defendia com sua aura cósmica, que parecia mais intensa com o contato direto com os céus. Mas seus ataques também eram ineficientes, pois seus gravitóides apenas colidiam contra a rua, criando buracos nela, ou então danificando algumas casas próximas.

A vilã já parecia um pouco cansada, mas ainda estava disposta a lutar. Um novo tentáculo de neblina raspou o pescoço de Orbital, que se assustou e perdeu sua estabilidade no voo. Mas a heroína viu que tinha uma oportunidade, vendo a vilã pousar no chão para fazer aquilo. E concentrou seus poderes em tornar a mulher muito pesada pela gravidade, tentando a prender no chão.

— Escolheu o lado errado da força, garota! — Orbital gritou, cerrando os punhos e dobrando a capacidade gravitacional do solo.

A mulher gritava, enquanto seu corpo parecia ceder à pressão. Seus joelhos se dobravam, e ela tinha dificuldade até de mover os braços. Mas percebeu que Orbital também estava cansada, e tentou usar a chance que viu. Se forçando a mover um dos braços, fez com que três rajadas sólidas de neblina fizessem uma curva parabólica, golpeando Orbital pelas costas e tirando a concentração da heroína, que despencou no chão, cessando a manipulação gravitacional e liberando os movimentos da vilã.

— Isso aqui não é filme, vadia... — a mulher se levantou, sentindo dores no corpo. — Isso é vida real, e você tá muito fodida.

Num voo rápido, a mulher agarrou Orbital pelo colarinho, e começou a voar numa direção só, esfregando as costas dela em telhados, lajes e qualquer outra coisa que pudesse fazer Cris gritar.

--------- Divisa Leste - 01h52 ---------

Pitbull chutou a porta da casa, a derrubando e assustando um homem, que estava de pé e em posição de combate. Wagner sorriu, pensando que aquilo seria rápido, até que um soco atingiu seu focinho, o arremessando pra fora da casa.

Na entrada, um homem com um braço mecânico girava o punho metálico, e corria na direção de Pitbull. O homem-cão se levantou, sentindo as costelas trincarem de dor, e vendo o desespero do hacker em se defender. Nessa correria é que tudo ficou mais fácil para Wagner, que apenas precisou agarrar o homem pelo pescoço e o erguer no ar.

— GHHHHKKKK---! — o hacker gritou, socando o braço de Pitbull com seu braço mecânico, e escutando um forte som de ranger.

Wagner havia agarrado o braço metálico, e pressionado com toda sua força, danificando os circuitos internos. Em seguida, tomado pela fúria, arrancou o braço do homem, escutando sons elétricos de pane e chiados, e ouvindo o grito do humano. Depois, arremessou o homem contra a casa, o fazendo atravessar a porta e quebrar muitas coisas, tanto da residência quanto de seu corpo.

O homem-cão pôs as patas na entrada da casa, e caminhou na direção do homem, bufando de raiva.

— GRRR... você vai tirar essa porra de bloqueio, OU EU TE MATO! — urrou, chutando o abdômen do rapaz, que gritou de volta.

— Tá! Tá! Eu tiro, eu tiro! — o desespero tomou conta do hacker, que se arrastou até seu notebook, fechando o programa que tinha. De imediato, sons de notificação chegaram aos ouvidos de Pitbull. As comunicações estavam de volta. Sua missão ali estava cumprida.

Pelo celular, pôde ver que a mesma situação estava acontecendo em outros bairros. Aquilo era algo coordenado.

--------- Divisa Oeste - 01h53 ---------

Tritão já se sentia um pouco cansado, e o fogo não cessava. Ainda podia ouvir vários tiros próximos de onde estava, mas depois não ouviu nada mais. Fábio respirou fundo, lutando contra o cansaço, e intensificou as rajadas d'água, enfim controlando o fogo.

Adentrando a casa, viu que muita coisa estava queimada já, e concentrou-se em apagar resquícios de fogo. Não havia ninguém ali, aparentemente. E ouviu o som de notificação de seu celular. Quando checou, viu um vídeo enviado por sua amiga. Nas imagens, kombis e caminhonetes com homens armados estavam diante da quadra da Unidos do Cabrião, e haviam pessoas com coleiras eletrônicas sendo jogadas dentro do lugar. E a voz de sua amiga ressoava de fundo, narrando que estavam prendendo muita gente e matando outros tantos.

Aquela noite de terror estava longe de acabar, e Tritão seguiu pelas ruas, indo na direção de onde ouviu os disparos.

--------- Delegacia do Cabrião - 02h08 ---------

Após se recuperarem e apagar um pouco do incêndio, os policiais já fardados tratavam de algemar os vigias. A delegacia estava livre, e um deles se aproximou de Quebra-Ossos e Dínamo, que ajudavam na recomposição do lugar.

— A situação tá pior. A gente está em poucos, e parece que a cidade toda foi tomada por esse caos — apesar de tudo, o policial mantinha uma fala leve. — Antes do pandemônio aqui começar, a gente tinha informação de vários sequestros acontecendo. Eles estão pegando vocês, heróis. Melhor tomarem cuidado. — o policial apontou para as ruas do morro. — A gente consegue assumir daqui, tem gente lá em cima precisando de vocês agora.

Dínamo, um pouco mais afastado, escutou um veículo se aproximando, seguido pelo urro de uma pessoa. Mais afastado, Tritão viu uma caminhonete de patrulha subir a rua com tudo, indo na direção mais central do morro. Talvez ainda houvesse mais o que fazer...

--------- Centro do Morro - 02h08 ---------

Orbital gritou de dor ao colidir contra o asfalto no chão. Sentia como se alguns ossos estivessem moídos dentro de seu corpo, mas poderia ter sido pior sem sua Super-Resistência. Erguendo uma das mãos, Cris viu a mulher da neblina voar embora, e escutou um carro frear. Olhando pela visão periférica, viu algumas pessoas descendo, com uma delas segurando uma coleira. E a fala seguinte a fez gelar a espinha.

— Ótimo, mais uma poderosa. É até gostosinha... taca a coleira nessa e bora pra quadra.

--------- Base da CGS - 02h20 ---------

Maycon e Ryan observavam o morro a partir de algumas câmeras de segurança, com Ryan dando instruções pelo rádio a todo instante. De repente, Cabeça sentiu uma forte dor de cabeça, levando a mão à testa e se apoiando na mesa, cerrando os dentes e gemendo.

— Porra... as dores só estão aumentando... não consigo mais focar em nada! — Cabeça gritou, socando a mesa e destruindo um tablet.

Ryan se aproximou para acudir o amigo, e balançou a mão em dispensa desesperada quando viu uma pessoa entrando naquela sala. O nº 2 da CGS conduziu Maycon para uma cadeira, lhe dando uma aspirina e um copo d'água, no que Maycon prontamente respondeu dando um tapão no copo, espalhando cacos de vidro e água pelo chão.

— Ryan, eu já tomei dez cartelas de aspirina, e não adiantou nada! Sinto como se minha cabeça fosse explodir! — Cabeça rosnou, se apoiando na cadeira e se levantando com dificuldade. Parecia até que seu crânio estava maior.

— E o que que cê quer que eu faça, porra? — Ryan retrucou, encarando Maycon.

— Vai controlando essa porra. Chama um helicóptero pra me tirar daqui dessa merda. Porra... eu não tô aguentando de dor! — Maycon gritou, andando pra fora da sala, batendo a porta atrás dele.

Ryan observou a saída do amigo. E sorriu, enviando uma mensagem discreta.

"Ele já está colapsando. Mandem um helicóptero. Avisem o Ferdinando."

MISSÕES PRIMÁRIAS
→ Invadir a base do CGS (ND 30)
→ Libertar os sequestrados (ND 22): sabe-se que há uma forte patrulha na entrada da quadra.

MISSÕES SECUNDÁRIAS
→ Deter as Patrulhas da Facção (ND 7 cada, 4 patrulhas ao todo): os policiais descobriram, através das comunicações restabelecidas, que há 4 patrulhas rondando o morro.
→ Libertar a delegacia (ND 15) - Concluído por Quebra-Ossos e Dínamo
→ Remover o bloqueio às comunicações (ND 12) - Concluído por Pitbull
→ Eliminar a neblina (ND 8): após o combate, a mutante ficou enfraquecida, assim como a neblina se dissipou um pouco.
→ Controlar os Incêndios (ND 6 o pequeno, ND 8 o maior): o incêndio maior já tomou uma parte considerável das casas na face leste do morro. Ainda há um incêndio menor, de acordo com informações dos policiais. Um dos menores foi concluído por Tritão.

MISSÕES ESPECÍFICAS
→ Fugir dos Sequestradores (Orbital, ND 8) ou Salvar Orbital (Qualquer um, ND 10): Orbital está gravemente ferida e prestes a ser capturada pelos sequestradores. A própria Orbital só poderá atuar neste objetivo. Algum outro jogador poderá tentar salvá-la de ser sequestrada.

Rolagens por ND

Remover o bloqueio às comunicações:
Libertar a delegacia:
Eliminar a neblina:
Invadir pela Reserva/Ave Norte + Controlar um incêndio pequeno:
Orbital
Orbital

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05/11/20, 10:04 am
Orbital - Meu corpo inteiro dói, por um descuido aquela vaca covarde me acertou. Se eu ceder agora e deixar que me levem, sabe-se lá o que farão comigo. Não posso desistir!!! Não irei Desistir! Mas lutar agora não é uma opção.

Cris pensava em seus pais, seus irmãos e amigos. E como seria terrível se eles descobrissem que ela era uma vigilante, através de um noticiário anunciando seu sequestro, ou o pior, sua morte. Mau conseguia pensar com as dores em seu corpo, mas tinha que ser forte e dar um jeito de sair dali o mais rápido possível, antes que lhe colocassem a coleira inibidora. Cris percebe através da vibração de seu celular, que aparentemente o sinal retornou, então envia uma mensagem pra Pitbull, na esperança de que ele receba e saiba o que está acontecendo.

Reunindo o que lhe resta de força, a jovem heroína ferida pretende diminuir a gravidade ao redor de si, na maior área possível, pra dificultar a aproximação dos homens com a coleira, e tentará repelir a coleira pro mais longe que conseguir. Caso consiga atrasa-los, voara para um lugar seguro buscando refugio para se recuperar. Usando da aura cósmica para sua defesa, buscando evitar mais danos.

Orbital - Seja o que Deus quiser, vamos lá!

Objetivo: Fugir dos sequestradores (ND8)
Dínamo
Dínamo

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05/11/20, 11:27 pm
Dínamo  Quebra-Ossos

- Porquê tá me encarando mano?
- Não precisava ter feito aquilo. Você fritou os caras.
- E o que você queria? Que eu os prendesse e levasse pra Delegacia? Dínamo ironizou.
- Matar é sempre o caminho mais fácil. Isso não te torna tão diferente deles.

O clima entre Quebra-Ossos e Dínamo estava esquentando, as perspectivas de ambos eram bem diferentes, assim como seus objetivos heroicos.

- Olha só soldadinho de chumbo, era nós ou eles. Melhor eles do que a sua família, não acha?

Agora Dínamo havia colocado o dedo na ferida. O dever de pai de família estava acima de ser herói para Quebra-Ossos, imaginar sua esposa e filho no meio daquele caos era uma visão terrível.

- Se não ainda ficou claro pra você: estamos em guerra. Essa porra não é quadrinhos! Sai da Era de Ouro e volta pra realidade mermão.

Dínamo deixa a Delegacia puto e se teleporta para o alto do morro conforme orientação do policial.

Dínamo  Pitbull

Fora da Delegacia, subindo o morro, Dínamo atenta-se para algo que anteriormente não percebera. Uma neblina tomava conta da Favela e ficava mais densa a cada minuto que passava.

- Ei! Dínamo!! Tá me escutando? A voz do melhor e único amigo Renovador, apesar de lenta e cansada, chegava como alento a Dínamo que trata de disfarçar a preocupação. - Alto e claro Pitt, então você deu um jeito na comunicação. Pegou o braço mecânico do cara pra mim?

Dínamo infiltrava-se na névoa branca. E, enquanto falava com Pitbull, buscava o seu ponto de origem da neblina, e encontrou.

- Cachorrão, depois falo com você.
- O que aconteceu cara?
- Acho que acabei de encontrar o nosso ticket para saber quem começou essa bagaça. Só tem um problema...
- Problema?
- A mina é gata!
- Mina? Que mina Dínamo?
- Se liga não fio. Liga pro filho da puta do Calheiros e pede reforços. Eu estarei ocupado.

Dínamo

Dínamo pretende se aproximar de Névoa com seu Corpo de Energia ativado e percebendo que ela está fraca, desgastar ainda mais o poder dela fazendo-a ela disparar várias rajadas de neblina sólida, desviando dos ataques com uma série seguida de teleportes contando também com seu Campo de Força para proteção extra.

Esperará o momento certo para dar um Super Choque de muitos volts na vilã, eletrocutando-a com sua Eletrocinese. Caso tenha êxito, utilizará seu magnetismo para buscar algum para-choque de carro para envolvê-la, imobilizando-a. Dessa forma, impedindo-a de fugir e dando brecha para um interrogatório que auxiliará nos passos seguintes do herói.
Quebra-Ossos
Quebra-Ossos

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06/11/20, 12:22 am
Dínamo  Quebra-Ossos

Dínamo - Porquê tá me encarando mano?
Quebra-Ossos - Não precisava ter feito aquilo. Você fritou os caras.
Dínamo- E o que você queria? Que eu os prendesse e levasse pra Delegacia? - Dínamo ironizou.
Quebra-Ossos - Matar é sempre o caminho mais fácil. Isso não te torna tão diferente deles.

O clima entre Quebra-Ossos e Dínamo estava esquentando, as perspectivas de ambos eram bem diferentes, assim como seus objetivos heroicos.

Dínamo- Olha só soldadinho de chumbo, era nós ou eles. Melhor eles do que a sua família, não acha?

Agora Dínamo havia colocado o dedo na ferida. O dever de pai de família estava acima de ser herói para Quebra-Ossos, imaginar sua esposa e filho no meio daquele caos era uma visão terrível.

Dínamo - Se não ainda ficou claro pra você: estamos em guerra. Essa porra não é quadrinhos! Sai da Era de Ouro e volta pra realidade mermão.

Dínamo deixa a Delegacia puto e se teleporta para o alto do morro conforme orientação do policial.

Quebra-Ossos

Quebra-Ossos - Imbecil arrogante...Vou ficar de olho nele.

Após a delegacia estar livre, Quebra-Ossos parte para procurar pelas patrulhas identificadas pelos policiais a fim de abatê-las e evitar que existam reforços na hora de os heróis se unirem para atacar a quadra onde se encontram os reféns. Dobrando uma esquina, ele vê Orbital tentando resistir aos homens que tentavam captura-la. “Merda, essa é aquela menina que tentou segurar o prédio para salvar as pessoas no Setor Industrial. Preciso ajudar ela!”.

Quebra-Ossos - Aí babacas! Saiam de perto da menina!

Quebra-Ossos enchia o peito para gritar para o homem que se aproximava de Orbital. Ele pensava em sua filha numa situação de vulnerabilidade como àquela e sentia muita raiva desse tipo de canalha. Olhando em sua volta vê uma bicicleta encostada na parede. Agarra-a pelo quadro e a arremessa contra o homem que segurava a coleira. Seu plano é proteger a garota e nocautear os homens o mais rápido possível. Sua pele, dura como aço o ajudará a se defender dos golpes dos inimigos e seus potentes socos deverão nocautear os mesmos.

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Meia-Noite
Meia-Noite

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06/11/20, 04:17 pm
Saber que o caos estava espalhado pela cidade toda, provocou um arrepio nos pelos do híbrido canino, algo grande estava acontecendo.

Após esfregar a cara do hacker no teclado, Pitbull tratou que ele não acordasse tão cedo, prendendo o maldito com uma barra de metal em volta do corpo.

Ainda bufando de raiva, Wagner entra em contato com seu parceiro do Projeto Renovar que aparentava estar ocupado com outro desafio. Essa noite ira ser longa, pensou.

-Vou enviar um sinal de socorro para os peixes grandes do Renovar, mas não vou ficar esperando ordens, hora da caçada!

Pitbull pretende usar de seus super sentidos para rastrear batedores ao redor do morro e deter patrulhas. Ira aguardar o melhor momento de atacar, usufruindo de seu traje para proteção e força para o ataque.
Sua intenção não é apenas deter os terroristas, mas interrogar alguns para conseguir coletar mais informações do que está acontecendo, a fim de descobrir quem é o "cabeça" por trás da operação.

Objetivo deter 2 Patrulhas ND 14

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Espelho.
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06/11/20, 06:44 pm
As imagens de caos, destruição e assassinato rondavam na mente de Fábio. Todos os pensamentos e sentimentos anteriores haviam sido expulsos de sua cabeça, juntamente com a dor, o cansaço, a sujeira, cheiro e as dúvidas. Não havia espaço pra incertezas ou piadas, nesse momento ele só conseguia pensar nas pessoas em perigo, gente como sua amiga que estavam sofrendo com tudo aquilo. Fábio nem parou para refletir qual a origem de tudo aquilo e quem estava por trás.

Fábio correu pelo bairro, ao som dos tiros dos algozes e dos gritos desesperados das vítimas que vinham de longe. Se guiando pela iluminação das chamas e o crepitar do fogo, Tritão foi em direção ao incêndio maior, que se alastrava por várias casas da favela. Decidiu que acabar com o incêndio fazia mais sentido no momento, pois provavelmente outros heróis já estavam cuidando dos agressores e não havia nenhum bombeiro ali para lidar com todo aquele fogo.

Tritão  - Vai dar certo, vai dar certo!

Dando duas palmadinhas no rosto, Fábio respira fundo, reunindo forças para partir para a ação.

~ Controlar o Incêndio maior ~ ( ND 8 )

Tritão tentará destruir os canos e tubulações das casas com a hidrocinese, com o objetivo de mobilizar água para apagar os incêndios. Com isso, usando o o corpo elemental para ajudar para esquivar do fogo, Tritão correrá por entre o incêndio das construções,  controlando a maior quantidade de água possível para apagar o fogo.

Atieno
Atieno

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08/11/20, 11:10 pm
A Longa Noite de Terror - Favela do Cabrião
Parte 2

--------- Centro do Morro - 02h09 ---------

Cristina sentia-se arrepiar de pensar na possibilidade de ser capturada por aqueles homens. Sentia, em seu estômago, como se pudesse vomitar tudo o que comeu em 17 anos. Sentia a ameaça daqueles homens se aproximando, como tanto pôde ouvir em vários jornais. E, fechando os olhos, pôde sentir algo dentro de si. Pareciam... estrelas? Tão distantes, porém tão brilhantes e imponentes. Pareciam até dizer o que Orbital deveria fazer ali.

E é claro que a surpresa no olhar dos homens que a cercavam era clara. Ao entrarem numa área, eles começaram a flutuar, passando reto por cima da garota, e sendo puxados com tudo ao chão ao passar pelo raio do círculo. Cris olhou para eles, sentindo as dores dos ardentes ferimentos em suas costas, e ensaiou um voo de fuga. Puxou o celular com dificuldade, e enviou um áudio para Pitbull, o primeiro que poderia lembrar. E caiu após poucos metros, derrubando o celular no chão e o vendo escorregar alguns metros abaixo, vendo-o sumir na neblina que ia se formando novamente.

--------- Leste do Morro - 02h12 ---------

Vanessa gemia de dores, sentindo o cansaço abatê-la após a luta contra a garota da gravidade. A pressão que sentiu parecia ter prensado seus músculos; mal conseguia mover os braços, e as pernas não estavam tão diferentes assim. Reconstruiu a barreira de neblina aos poucos, mas sentia a cabeça doer. Pensou em voltar à base, mas lembrou-se das orientações de Cabeça. E então viu um indivíduo se aproximar por entre a neblina, o encarando de forma cansada.

Dínamo já voava na direção da mutante, tomando a forma elétrica e formando uma espécie de campo visual de eletricidade em tons cianos ao redor de seu corpo, como uma rede de fios de pura energia. Sua ideia já era a de provocar a garota, e assim o fez, efetuando três disparos de raios a partir das mãos, errando-os propositadamente. Esperava uma reação mais forte, e sorriu ao ver o primeiro braço de neblina aproximar-se. E... nada.

Aparentemente, a mutante estava cansada demais. O braço de neblina se desfez antes de chegar ao tórax de DG, e tudo o que restou foi uma leve e suave névoa acariciando as bochechas do eletrocinético. Gargalhou, vendo que seria fácil demais. Gargalhou tanto que nem fez questão de olhar pra trás, atacando Vanessa com um choque muito forte, a fazendo gritar. E a neblina ia se misturando com a fumaça proveniente das chamas do grande incêndio que tomava a face leste do morro.

--------- Centro do Morro - 02h15 ---------

Ao dobrar uma esquina após a discussão tensa que teve com o eletrocinético, muitas coisas passavam pela cabeça de Quebra-Ossos. Sua torrente de pensamentos trazia à tona a situação de sua família presa naquele lugar. Ouviu seu celular vibrar, e pensou se Cláudia estava segura. Se Rafaela chorava. E teve até a impressão de ter, num flash, uma visão do filho segurando o desenho d'O Grande Quebra-Ossos, enquanto tremia na escuridão e ouvia o caos ao redor.

Sentiu um arrepio na espinha, que só cessou quando o som de algo tocando seu pé chamou-lhe a atenção. Olhando pra baixo, viu um celular com a tela toda arranhada; olhando para a via, percebeu a heroína Orbital em perigo. Ela parecia lutar com todas as forças pra manter os homens longe dela, mas parecia muito ferida.

— Aí babacas! Saiam de perto da menina! — gritou, subindo a rua e agarrando uma bicicleta, enquanto seu corpo voltava a ser metal.

Furioso, Emanuel arremessou a bicicleta contra um dos homens, o que segurava a coleira, e o derrubou facilmente, vendo ele ser pego pelo círculo de baixa gravidade que Orbital havia formado e "entrando em órbita", sendo arremessado na direção de um fusca estacionado, e estourando o para-brisas dele. Correu na direção dos outros que ameaçavam Cristina, e empenhou-se em combate corporal contra eles, quebrando o nariz de um e chutando o estômago de outro. Sentiu um tiro se resvalar em sua pele metálica, e encarou o indivíduo. Estava prestes a salvar a garota.

--------- Sede do Amigos da Favela - 02h18 ---------

Pitbull saltava por cima de uma faixa amarela cortada, vendo materiais de construção espalhados por onde, antes, era a sede da ONG Amigos da Favela, destruída junto de outras casas na confusão provocada por Firefighter, quase um mês e meio atrás. Ainda haviam marcas de cinzas espalhadas, e as ruínas de um barraco tomavam um tom sombrio quando atingidas pelas luzes da lua, brilhante e soberana no céu.

O movimento do focinho do híbrido canino indicava sua busca. Sentia cheiro de queimado, ainda presente mesmo quase dois meses após o caos. O cheiro de cimento, cal, e até mesmo dos tijolos empilhados preenchiam suas narinas. Andando mais um pouco, pisando sobre uma placa caída que dizia "Amigos da Favela contribuiu para este projeto", percebeu o cheiro de vários humanos, e de pólvora até. Podia ouvir o barulho de chutes, baques secos contra um corpo, e gritos. Mas o outro cheiro o chamou a atenção.

Espiando por detrás de uma pilha de tijolos, pôde ver que duas patrulhas haviam se encontrado, e aparentemente dominado uma mulher, chutando-a e rindo com seus gritos. Haviam dois grandalhões atrás dos armados, com veias expostas em seus pescoços e marcas de combate. Um deles estava tratando alguns cortes bastante finos. Mas o cheiro diferente não vinha deles. Vinha da caída. Notou a coleira presa no pescoço da mulher, e rapidamente encaixou as peças.

Agarrando um tijolo, o arremessou com tudo contra um dos terroristas; nem deu tempo de ouvir o grito de dor, só o som do tijolo explodindo a cara do rapaz, que desabou. Era hora da luta!

--------- Conjunto Formosinha - Face Leste do Morro - 02h28 ---------

Tritão corria pelas ruas, vendo o cenário de terror instaurado. Em pouco tempo, várias casas haviam sido pichadas, e haviam vidros quebrados, enquanto podia ouvir o murmúrio de medo vindo da janela de um dos barracos. Num ponto em especial, escutou um choro coletivo, e viu uma grande coluna de fumaça obscurecendo a lua, deixando aquela área ainda mais escura, iluminada apenas pelas irregulares labaredas do grande incêndio que havia se formado na face leste do morro.

As luzes amarelas manipulavam as cores de seu uniforme, tornando o tom água-marinha num verde brilhante. Os gritos se misturavam com o característico som emitido pela combustão de madeira. As pessoas choravam, vendo tudo o que construíram ser levado pelo fogo. E Fábio partiu à ação, tentando fazer algo maior do que já fez. Pouco tempo levou, mas várias pessoas puderam ouvir encanamentos sendo estourados. Muita água estava sendo jorrada, e controlada pelo herói, que sentia o esforço crescente em seu corpo. Assumiu a forma elemental, e parecia que a água dos encanamentos conversava com o próprio corpo aquático de Tritão.

Conduzindo a forte torrente, o herói se enfiou no meio do incêndio, começando uma luta para salvar o que podia. Ou até para se salvar.

--------- Leste do Morro - 02h21 ---------

Dínamo sorria, assumindo até um tom arrogante, dando um novo choque na mutante. Ela já estava no chão, e não conseguia reagir muito aos ataques de Douglas, que se divertia com aquela situação.

— Aí gata, cê bem que podia me procurar depois disso aqui. Aposto que te deixei chocada — ele ri, dando um novo choque em Vanessa.

A mutante urrou de dor novamente, e encarou Dínamo com os olhos totalmente enevoados. Seu olhar de dor se misturava com a raiva. E Douglas aproveitou que ela estava praticamente vencida para prendê-la de vez. Puxando um para-choque de um fusca com seu magnetismo, prendeu a mutante no chão, bloqueando os braços junto ao corpo, e pousando ao lado dela.

— Mas ó, diz aí, gata, que que você tem pra me contar? — o eletrocinético piscou, sedutor. — Não esconde nada, finge que tá falando com teu chefe. Aliás, quem que tá mandando essa porra toda aqui acontecer?

Vanessa não respondeu, só deu uma cusparada na face de Douglas. O rapaz limpou a face, resmungando e preparando um novo choque. Não viu que o tempo que precisou para limpar o rosto foi o tempo que Vanessa precisou para começar a tornar a si mesma em neblina.

--------- Sede do Amigos da Favela - 02h24 ---------

Pitbull empregava luta contra um dos grandalhões, vendo que as forças de ambos eram bastante parelhas. E o segundo gigantão ainda estava lutando junto, enquanto Wagner ainda precisava evitar tiros e tijolos. Ao menos, a mulher tinha parado de apanhar, e agora assistia sem chance de reagir ao combate do cão contra os bandidos.

Com uma cotovelada, Wagner enfiou alguns dentes de um dos grandões para dentro da garganta deste, e uma cabeçada serviu para afastá-lo. Precisou se esquivar para não ser atingido por um bloco, enquanto sentiu um golpe no abdômen. Foi aí que ouviu a mulher gritar um aviso a ele.

— Se solte! 大きい犬!

As vezes, a mente é uma coisa complicada de se pensar. Muitas vezes, o que parece algo simples pra nós, pode ser algo muito impactante a outros. E ouvir alguém dizer para ele se soltar o fez realmente encaixar as peças. Wagner podia se soltar ali. E seus olhos caninos brilharam, seguido de um cruzado no queixo muito bem dado num dos grandalhões, o fazendo decolar alguns metros no ar e cair dentro da caçamba da caminhonete, implodindo a estrutura e desacordando o grandalhão.

O segundo tentou pegar o híbrido de surpresa, mas não contava com o alerta dos sentidos do canídeo, que se virou e agarrou o homem pelo pescoço, o arremessando contra os outros terroristas, e ouvindo os gritos de dor, seguidos pelo tombo da pilha de tijolos nas cabeças destes. Soterrados pelos blocos, aqueles homens estavam rendidos. E Wagner deu conta dos outros que ainda estavam de pé, agarrando um pelo pé e usando de taco de beisebol contra outro, e quebrando a perna do último que sobrou.

— Caralho, isso foi bom... — Wagner sorriu, estralando os punhos e indo resgatar a garota, vendo que ela tem traços orientais e parece bastante machucada.

--------- Centro do Morro - 02h27 ---------

Quebra-Ossos terminou de derrubar um dos homens, e correu até Orbital, se abaixando e sentindo o efeito gravitacional pegá-lo, quase passando direto por ela. Segurando-se no asfalto, enfincando uma das mãos ali e criando cinco buracos do formato de seus dedos, Emanuel gritou para Orbital.

— Eles já estão derrubados, pode parar!

Cris olhou para Emanuel, e assentiu com a cabeça, desligando seus poderes e derrubando Quebra-Ossos de cara no chão. Enquanto o bruto se levantava, Orbital gemia de dor, ousando tatear os arranhões, arrependendo-se segundos depois. Sentiu a aproximação de Emanuel, que olhou nos olhos de Orbital, vendo que ela estava assustada. Por instantes, era como se aquela heroína jovem lembrasse sua filha. Quebra-Ossos pensava até em como seria se fosse sua filha ali. E estendeu a mão para a heroína, que aceitou e se levantou.

— Consegue andar? — Emanuel perguntou, com Cristina acenando, mas se apoiando nele.

Os dois começaram a andar um pouco, até que um bagulho chamou a atenção do herói mascarado. Ao se virar, Emanuel viu que um dos membros da patrulha ainda estava consciente, e parecia ter colocado algo na boca. Segundos depois, o rapaz urrou, e começou a passar por uma mutação intensa. Seu corpo parecia borbulhar, a pele derretia e caía em poças no chão. No lugar daquilo, escamas surgiam, e garras longas ajudavam a despejar o restante de pele.

Aquele rapaz tinha se tornado um dragão. Urrando, partiu pra cima de Emanuel, o arremessando contra o chão. E o herói segurou os pulsos escamosos do estranho metahumano, numa reação rápida, mas foi golpeado várias vezes contra o chão, sentindo a dor das pancadas e não percebendo que, com a cauda, o ser dracônico tinha pego a coleira inibidora. Num instante, Emanuel ainda conseguia segurar o bicho e tentava lhe meter uma cabeçada. No outro, sentiu a coleira inibidora fechar-se ao redor de seu pescoço, e seus poderes rapidamente desaparecerem, cedendo à pressão do bicho. Depois, a escuridão tomou conta de sua face.

Orbital viu o outro herói ser facilmente dominado e derrubado, e gritou assustada. As dores ainda a tomavam, mas mesmo assim ela tentou lutar, lançando mão de seu campo gravitacional. Em seguida, tentou voar para fugir. Mas sentiu a mão do dragão segurar sua perna e a puxar, e sentiu a coleira inibidora fechar-se ao redor de seu pescoço. Estava derrotada.

O dragão grunhiu, olhando a si mesmo. Os poderes faziam ele sentir-se forte. De súbito, levantou Quebra-Ossos num ombro, e Orbital no outro, e começou a correr na direção da quadra da Unidos do Cabrião, enquanto sentia as primeiras gotas de uma tempestade.

--------- Conjunto Formosinha - Face Leste do Morro - 02h28 ---------

Fábio sentia-se um pouco cansado, mas mantinha um esforço inigualável. Misturando-se à água, ia apagando as chamas dos barracos, reduzindo o incêndio que já tomava boa parte da área. Sentia que a água estava acabando, mas ainda havia muita coisa para fazer. Seu corpo ansiava por descanso, mas as pessoas ansiavam por salvação. Sua mente se dividia entre seguir o heroísmo ou render-se ao corpo e descansar. Sentia até que a água em seu corpo começava a evaporar pelo calor, relembrando o incêndio da escola.

Então, veio a chuva.

Nesse momento, uma tempestade começou a cair sobre as terras do Cabrião. Não se sabe de onde veio, mas Tritão achou aquilo muito bem-vindo, sentindo-se renovar com aquele aguaceiro que despencava sob sua cabeça. Suas águas até tomaram força maior, e aos poucos, Fábio pôde controlar o incêndio, contendo-o e impedindo maior destruição. Mesmo que algumas coisas já tenham sido devastadas, pelo menos a esperança que a chuva trazia serviria de combustível para o que viria adiante.

Afinal, não são abençoados os pingos de água?

--------- Leste do Morro - 02h29 ---------

Douglas estranhava a quietude da mutante. Mesmo com ele perguntando, eletrocutando ou fazendo outros tipos de torturas com seus poderes, ela não abria a boca. A neblina ainda estava densa, e ele porcamente conseguia enxergar a mutante. Foi então que Dínamo percebeu que o para-choque parecia estar entortando mais. Quando se deu conta, o objeto atravessou o lugar onde ela estava... e nada de sangue, ou gritos. Ela desapareceu.

— Mas que diabos...?

Quando deu por si, começou a ouvir a voz de Vanessa, que parecia vir de todos os lugares ao redor dele. Não demorou pra perceber que ela tinha se tornado a neblina.

— Nunca tentei fazer isso... mas pelo menos, valeu à pena.

De repente, Douglas sentiu que a neblina entrava por suas narinas, e engolfava seu corpo, apertando-o. Dínamo tentava se teleportar, mas sempre aparecia no meio daquela confusão pálida, com a neblina se solidificando em seu nariz. Tentou puxar a respiração pela boca, mas a neblina também se solidificava lá. Sentia-se sufocar, com o ar rapidamente escapando de seus pulmões, e seu coração acelerando. Teleportou-se mais duas vezes, mas agora parecia que a neblina o acompanhava. Começou a socar aquela neblina densa, mas nada acontecia. E sentiu-se sendo levantado, levado pela nuvem de névoa para algum lugar.

— Eu sei como acabar com essa eletricidade toda...

A voz se espalhava por toda a névoa, parecendo sombria até. Douglas se contorcia, tentando se soltar, até que viu que tinha sido levado numa construção, quase que do outro lado do morro. Então, começou a sentir a chuva cair, e viu que a neblina ia enfraquecendo, permitindo-o respirar. Mas não dando tempo dele se estabilizar quando Vanessa o soltou.

A queda foi direta, e Dínamo conseguiu conter um pouco dos danos com seu campo de força. Antes que pudesse se levantar, sentiu uma viga atravessando-lhe a mão, sendo enfiada na terra. Douglas sentiu rapidamente sua energia sendo sugada pela viga, indo para o meio do campo de terra, o descarregando completamente. Antes de apagar, sentiu a coleira inibidora ser colocada em seu pescoço.

--------- Sede do Amigos da Favela - 02h31 ---------

A chuva já caía ali de forma torrencial, encharcando os pelos de Pitbull, que levava a mulher para longe daquelas duas patrulhas. No caminho, Wagner quebrou a coleira inibidora presa ao pescoço da mulher, que agradeceu com um aceno. Apesar dos traços delicados, assim que a coleira foi removida, Pitbull viu que os ferimentos dela iam se curando sozinhos.

— Obrigada! Já sentia falta de meus poderes — ela sorriu, já até andando sozinha e olhando pra cima. — Ah! Que chuva abençoada! Tsukuyomi permitiu que a chuva viesse, enfim!

— Tsuku-quem? E do que que cê me chamou? — Wagner olhou curioso para a mulher, que olhava de volta a ele.

— Oi? Nah, nada demais. Prazer, me chamo Tomie. Você é o Pitbull, né? Do Esplanada? Então... precisa de uma ajuda contra esses terroristas? — ela sorriu, revelando os caninos afiados. — Talvez eu possa ajudar...

Wagner viu que as unhas dela estavam um pouco mais longas. E, debaixo delas, pôde perceber vários fios escapando, fazendo cortes profundos num poste de rua. Talvez ela fosse bastante útil.

— Eles falaram que iam me levar até a quadra da Unidos do Cabrião... parece que algo grande tá rolando lá.

Pitbull olhou atentamente para Tomie. Mas sentiu seu celular vibrando. Ao puxar, viu numa notificação que Orbital tinha mandado mensagem de áudio. E ouviu no seu comunicador que Dínamo tinha saído da área de controle.

Mas, aparentemente, o Renovar estava a caminho.

--------- Quadra da Unidos do Cabrião - 02h42 ---------

A chuva tinha se tornado uma tempestade, e o som desta batendo contra as telhas da sede da Unidos do Cabrião davam dor de cabeça em Quebra-Ossos, que acordava devagar. Sentiu que seus pulsos estavam mal amarrados com um pano. Quando olhou pros lados, viu Orbital num ponto, cabisbaixa, e viu um rapaz com um uniforme de herói também. Já tinha o visto, o nome era Dínamo, pelo que se lembrava. Ele tinha um ferimento aberto na mão, e parecia estar acordando. Mas não haviam só os três ali. De vista, pôde contar pelo menos 15 parados com as coleiras, e outros sem, porém desacordados.

Os portões da quadra estavam abertos, e dali pôde ver vários homens armados com fuzis. Conseguia ouvir um pouco da conversa de dois deles.

— Cara, o Ryan acabou de descer a lenha no rádio. Disse que a gente precisa dar cabo desses caras logo, que ele tá vindo pra cá — um deles gritou, pegando o fuzil e engatilhando.

— Ryan tá comandando desde quando? — o outro retrucou. — Tão falando que tem helicóptero sobrevoando o morro. E parece que os milico tão começando a invadir o morro. Que que o Cabeça tava pensando de fazer?

— Sei lá, caralho — ele resmungou, e andou até o portão. — A gente vai ter que tomar aquela porra daquela pílula. Cê acha que dá barato bom?

— Jerê, cê viu que que o Équison virou? Cara virou um dragão, porra! Essa desgraça traz frutos bons!

— Beleza. Só vamos matar logo esses filhos da puta, então.

Quebra-Ossos pôde ver que o homem-dragão se aproximava dos dois no portão. Mas ele parecia estranho. Ele não estava mais forte antes? Agora os três conversavam. Discutiam como fariam a chacina lá dentro. E os dois botaram as pílulas pra dentro, crescendo rapidamente e tornando-se criaturas de fogo e gelo.

--------- Base da CGS - 02h42 ---------

Ryan terminava de ditar as ordens, enquanto via pelas câmeras que seus homens estavam sendo rendidos na Rua São Pedro, uma das que davam acesso à favela e que estava bloqueada. A Força Nacional se preparava para invadir. Noutro lado, via que o bloqueio na Avenida Nelson Piquet estava sendo derrubado também, com seus homens sendo derrubados, um a um, por agentes de preto. E podia ver que as outras patrulhas estavam sendo destruídas pela força policial que já estava no bairro. E ele bebericava duma xícara de café, desligando os monitores e passando mais instruções por rádio.

Cabeça chutou a porta da sala, entrando e gritando muito de dor. Sua cabeça parecia maior ainda, e ele parecia já estar surtando. Recitava versos aleatórios, como se precisasse liberar informação de sua mente. E olhava para Ryan em desespero.

— ARGH! — Maycon gritou, arremessando uma cadeira contra uma parede, e esmurrando a mesa. — Não aguento mais, caralho! Não aguento mais! Não dá, porra! — ele encarou Ryan, com ódio no olhar. — Ryan, que porra que você tá fazendo? Por que que tá mandando a galera descer tudo pra quadra da escola? Tá maluco, porra?

— Relaxa, Maycon. Eu sei o que eu tô fazendo. Tô concentrando nossos esforços ali, pois estão invadindo nosso território.

— QUÊ? ARGH!

Maycon caiu no chão, como se não aguentasse mais o peso do próprio crânio. Ryan se aproximou, e o ajudou a levantar-se.

— O helicóptero está chegando já, por isso mandei todo mundo sair. Ou querem que eles saibam que você está prestes a morrer?

Foi ali que Maycon entendeu o que se passava... mas não tinha muito o que fazer. Sua cabeça estava o impedindo até de ter equilíbrio. Mas só encarou Ryan com ódio no olhar.

— Traidor...

Rolagens por ND


Fugir dos Sequestradores:
Eliminar a Neblina:
Salvar Orbital/Deter a Patrulha:
Deter 2 patrulhas:
Controlar o Incêndio Maior:


MISSÕES RESTANTES
(Reajustei os NDs)

→ Invadir a base da CGS (ND 10): a base está quase que completamente desprotegida, após o enfoque que Ryan deu nas patrulhas.
→ Salvar os sequestrados na quadra da Unidos do Cabrião (ND 40): todo o enfoque está na quadra agora. Ela é protegida por três homens que tomaram as pílulas (um meio-dragão e dois elementais, sendo um de fogo e um de gelo).
→ Remover as coleiras (ND 7 pra cada): os três jogadores com as coleiras (Dínamo, Quebra-Ossos e Orbital) podem tentar remover suas coleiras. Farei um teste símples de RES com FOR se tentarem. Podem tentar ajudar no ND principal se quiserem.
→ Remover as coleiras (ND 10 geral): um dos jogadores de fora pode tentar remover as coleiras do trio com uma ação separada. Se alguém for nesse, não poderá ir no ND principal.

Observação: Pitbull pode contar com ajuda de Tomie, contando com 1d6+3 extra na ação.

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Orbital
Orbital

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09/11/20, 04:03 pm
Orbital, encostada em um canto, sentia seu corpo doer. Por poucos momentos tentava encarar os demais presos ali, mas logo voltava sua visão para o chão. Esperava um milagre pra sair daquela situação. E ansiava poder lutar mais uma vez, mesmo se morresse tentando. Essa era a razão da jovem ter se arriscado como heroína, salvar pessoas. Com seu rosto entre seus joelhos Cris arrisca uma oração:

- Deus, sei que não tenho sido muito presente em falar com o senhor, mas peço que me envie um sinal do céu, do universo... de onde for ... me tira daqui, me dá a chance de lutar novamente.

Esperando esse "milagre", Orbital observa que os dois capangas estão na porta discutindo algo, e vê o terceiro que a capturou se aproximar. Com o desejo de se libertar, a jovem vai tentar se libertar da coleira usando da agua da chuva pra tentar dar um curto no sistema, na esperança de o desativar. Se conseguir se libertar tentará fazer o mesmo com os demais com a coleira, esperando que eles possa ajudar. Após isso irá rapidamente direto ao portão da quadra, usando a gravidade pra repelir o homem dragão, e em seguida o puxar contra as paredes e o chão. Se defendera usando sua aura cósmica e voo, pra evitar mais danos.

Objetivos: Se libertar da coleira (ND7), caso consiga irá tentar salvar os sequestrados na quadra (ND40)
Quebra-Ossos
Quebra-Ossos

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11/11/20, 05:32 pm
Eu acordei lentamente e vi aquele maldito Dragão parado ali fora conversando com os outros. O filho da puta parece mais fraco. Com a mão, percebo a coleira no meu pescoço. Consigo ouvir um pouco da conversa dos três homens e olho ao meu redor. Todos aqueles devem ser como eu. Imaginei se todos pudessem usar os poderes naquela hora, o dragão não teria chance. A maior parte estava inconsciente. Indefesos. Homens, mulheres e crianças.

Vi um homem que presumi que fosse Dínamo, o Faísca. Estava sem seus poderes e parecia muito diferente, mas sua roupa era inconfundível naquele momento. No canto, vi Orbital. A pobre garota parecia rezar por ajuda. Talvez todos ali deveríamos fazer o mesmo. “Claudia, meu amor. Mais uma vez preciso seguir em uma missão suicida. Essas pessoas precisam de mim. Espero que cuide das crianças se eu não voltar”. Assim que conclui a frase dentro da cabeça, procurei uma brecha para tentar tudo que podia e, com o máximo de discrição possível, levei a mão no pescoço para tentar arrancar a coleira.

Movido pela paixão de pai e protetor, tentarei um último esforço para tentar sair da coleira (ND7) e em seguida, salvar a mim e aos demais, enfrentando com minha forma metálica, os inimigos ali presentes. É possível que tente enfraquecer o elemental de fogo com a chuva, visto que talvez seja o único que não sofra danos ao enfrenta-lo, mas adoraria arrancar alguns dentes do Dragão, que me venceu no último combate (ND40).
Espelho.
Espelho.

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11/11/20, 05:46 pm
A chuva veio em boa hora, Tritão já estava prestes a ceder ao desejo de descansar. A tempestade serviu como um suspiro de esperança e ajudou a revigorar o corpo e mente de Fábio. Enquanto terminava de apagar o incêndio, se sentiu satisfeito e o fardo das falhas de missões anteriores diminuiu. Fez um breve agradecimento mental a seus ancestrais e desejou estar honrando os poderes que eles lhe concederam.

Passado o breve momento de satisfação, Fábio percebeu que suas tarefas na noite ainda não tinham terminado. Recebeu uma mensagem de sua amiga, dizendo que haviam pessoas como ele precisando de ajuda na Quadra da Unidos do Cabrião. Com a chuva conversando com seu corpo, Tritão correu em direção ao local.  Perguntando a um morador, descobriu que três heróis recentemente haviam sido capturados e levados até lá.

Enquanto se aproximava da quadra  se camuflando na chuva, Tritão observava a situação e pensava em um plano.

 Tritão   "Não vou conseguir entrar lá sem ser visto... preciso ser rápido e contar com um pouco de sorte."

Ele tentará chegar o mais próximo possível da quadra se misturando com água da chuva com o corpo elemental. Quando chegar perto, utilizará o controle e o corpo de água para se locomover com velocidade para dentro do local. Dentro da Quadra da Unidos do Cabrião, ele tentará localizar os heróis e partir para uma ação de remoção das coleiras.

Tritão   "Ei! Eu conheço dois desses heróis, já vi aquele grandão ali umas duas vezes (Quebra-Ossos) e o azulzinho (Dínamo) uma vez! Não me lembro da roxa, (Orbital), mas é uma heroína também! Pelo que me disseram e percebi, essas coleiras bloqueiam os poderes deles! Se eu conseguir remover...

~~ Remover as coleiras do trio (ND 10 geral) ~~

Tritão correrá enquanto usa seu corpo elemental para esquivar de eventuais ataques e também para se locomover com mais velocidade. Ele tentará formar uma lâmina de água e golpear as coleiras com o intuito de rompe-las.  Caso isso não funcione, tentará causar um curto-circuíto nas coleiras com a hidrocinese.



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Dínamo
Dínamo

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11/11/20, 10:25 pm
Dínamo pagava o preço da prepotência.

Nunca imaginou que acabaria naquela situação, logo ele um super herói atlético e cheio de saúde. Foi quase morto por uma  "neblinazinha".

Agora precisava pensar no que fazer, não podia contar com a ajuda de ninguém ali. Ao seu redor, os demais estavam na mesma situação. Por sorte, teve tempo suficiente para "estudar" a coleira inibidora de poderes enquanto estava na cadeia. Por sorte, dividiu cela com um cara que há anos tentava uma fuga e sabia que o primeiro passo para o êxito em sua missão seria livrar-se daquele dispositivo de merda.

Apesar de ter toda a teoria na cabeça, Dínamo até então, nunca havia tentado tal feito. Eis que era chegada a hora de por a teoria em prática.

Dínamo

Objetivos 1: Se libertar da coleira (ND7)

Dínamo pretende manipular furtivamente a coleira a fim de, como se estivesse manipulando um cubo mágico ou mesmo um quebra-cabeças, apertar e girar partes específicas da coleira que acessam o código virtual do dispositivo e desativa a trava de segurança que inibe os poderes.

Dínamo

Objetivo 2: Salvar os sequestrados na quadra (ND40)

Caso tenha êxito no objetivo anterior, Dínamo pretende se manter disfarçado com a coleira buscando através dos condutores de energia próximos, resquícios de energia advindos de qualquer fonte externa. Sendo assim, recuperando seus poderes.

Quando estiver finalmente recarregado, se revelará: - Agora é minha vez de dar o troco seus putos!

A prioridade são os reféns: Dínamo pretende protegê-los envolvendo-os em seu Campo de Força Eletromagnético para guardá-los de quaisquer danos ou revés dos bandidos. Enquanto que, sem piedade, usará todos os seus demais poderes ao mesmo tempo para "descarregar" sua raiva nos bandidos. Ferirá os mesmos com os choques da Eletrocinese, usará o Magnetismo para disparar os tiros das armas deles um contra o outro, se teleportará carregando alguns consigo para jogá-los longe dali e etc.

E, caso tudo dê certo, quando acabar com os capangas ajudará a liberar os demais supers para ir pra cima do dragão e dos elementais.
Meia-Noite
Meia-Noite

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12/11/20, 10:50 am
A mensagem de Orbital foi clara e o desaparecimento de Dínamo só reforçou sua preocupação, Wagner não poderia ficar parado esperando os reforços da renovar, não poderia ter a morte de outro herói em suas costas.

-Tomie, tu parece saber se cuidar, mas não precisa vir comigo se não quiser, o bagulho vai ser loco e o pau vai comer, talvez morra gente.


-Já tem gente morrendo de qualquer maneira, tu me salvou, to devendo essa.

Pitbull encara Tomie aprovando a determinação. Em seguida chacoalha o corpo arrepiando os pelos dos pés a cabeça, se livrando da água que tornava seu corpo mais pesado.

-Simbora!

Ao se aproximar da quadra, Pitbull ira partir na frente, tentando atrair a atenção para si, permitindo que Tomie possa agir com mais liberdade. Ira economizar sua força em capangas menores, atingindo golpes em pontos vitais. Em seguida pretende dar uma arrancada em direção a criatura de gelo, saltando e golpeando o chão. A intenção de Wagner é atordoar a criatura, para conseguir agarrar seu corpo e correr com ela atravessando, grades, paredes e barracos no caminho até que seu corpo se desfaça.
Atieno
Atieno

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14/11/20, 12:33 pm
A Longa Noite de Terror - Favela do Cabrião
Final

--------- Favela do Cabrião - 03h10 ---------

A chuva apertava conforme a noite avançava, e a escuridão crescente tomava o morro, já que os últimos incêndios eram controlados. Aparentemente, as luzes azuis e vermelhas que pintavam as ruas abaixo fizeram vários desistirem de suas ações. Poucos subiram o morro para seguir na luta. Raios iluminavam a noite, trazendo lembranças tensas de uma noite de trevas que seria muito lembrada pelas próximas gerações, assim como a morte daqueles que tanto protegeram e deram esperança às pessoas.

Pitbull, enquanto lutava em vão contra o peso que a água fazia em seu corpo, via que aquela mulher, Tomie, era determinada em ajudar. Um raio iluminou as costas da mutante, por alguns instantes sua silhueta remeteu a face de dor de Temporal. Sua mente, ávida em pregar-lhe peças, trouxe à tona a última das mortes que o canídeo viu. Wagner piscou, chacoalhando a cabeça, e arrancando uma risada de Tomie.

Noutro ponto, Tritão observava a quadra da escola de samba, vendo que alguns dos homens armados andavam de um lado pro outro, tensos e encharcados. O barulho das gotas d'água colidindo nas telhas de amianto era ensurdecedor, mas ao menos não havia mais aquela neblina cobrindo tudo.

Dentro da quadra, o sentimento de derrota reinava soberano. Os três últimos prisioneiros olhavam para os lados, e viam cerca de sete mutantes presos também, e outros que estavam mortos, com tiros na cabeça. Aquilo os aterrorizava. De certa forma, mesmo estando nesse trabalho, ninguém pensa que aquele dia poderia ser o último de suas vidas, e que suas memórias poderiam simplesmente desaparecer. Um sentimento crescia em comum aos três: a vontade de viver. E assim foi iniciado o ato final desta longa noite.

--------- Base da CGS - 03h20 ---------

Ryan mexia no celular, enquanto mantinha Cabeça sentado numa parede. O chefe do morro encarava Ryan com ódio, enquanto o segundo em comando apenas gargalhava.

— Você vai me pagar, Ryan... eu juro! — Ryan comentou em ligação. — O Maycon? Ah, sim. Está vivo ainda, e consciente. Mas parece que vai explodir os miolos em breve. O helicóptero está vindo já, senh---

— Você era meu irmão, Ryan! — Maycon gritou, mais por não suportar a dor, do que pelo ódio. — A gente foi criado junto, como que tu faz essa pra cima de mim!?

— Oi? Ah, tenho que desligar, foi mal. Sim, senhor, nos vemos em breve. Agradeço — concluiu Ryan, desligando o celular e olhando para Maycon. — Então, cara... cê sabe que tu não é meu broder porra nenhuma, né? — ele riu, andando com um sorriso sádico na face. — Enquanto eu estava lá apodrecendo naquela porra de cela, tu só se aproveitou do que EU te ajudei a fazer. Considere isso uma dívida paga, ok? — Ryan gargalhou novamente, dando um peteleco na testa de Cabeça, que urrou de dor. — Se apronte, sairemos logo daqui

--------- Quadra da Unidos do Cabrião - 03h25 ---------

Remoção Individual das Coleiras:

Do lado de fora, Tritão acabava de achar uma forma de entrar, vendo as calhas que lançavam muita água darem diretamente ao teto e, por um erro de projeto, acabavam invadindo a entrada da quadra. Mas pra isso, teria que fazer algo que nunca tentou antes. A chuva parecia deixar seus poderes mais intensos, e então o herói arriscou-se a entrar, afinando sua forma humanoide ao máximo, e invadindo como parte da correnteza que já entrava ali, evitando os homens armados e quase sendo pisado pelos três mutantes.

Sua ideia era ir na surdina, e liberar os mutantes ali presentes. Mas talvez não precisasse de tanto esforço, vendo no meio da poça d'água um homem-cão aparecendo e chamando a atenção dos criminosos. Pitbull dançava na frente do grupo, que metralhava o híbrido canino, ignorando a presença de outra força auxiliadora.

Tomie, aproveitando-se da atenção direcionada ao homem-cão, projetava linhas tão finas quanto fios de cabelo para cima das armas dos homens, arrancando-as de suas mãos e as lançando morro abaixo. Para cada fuzil ou submetralhadora arrancados, um terrorista caía em pedra, com uma mandíbula quebrada, membros deslocados ou só desacordados mesmo. Os três mutantes artificiais voltaram sua atenção aos invasores, acreditando que aquilo seria uma luta fácil. Não contavam é com o que vinha de trás...

--------- Base da CGS - 03h27 ---------

Ryan esperava impaciente a chegada do helicóptero, quando percebeu sirenes pelas câmeras ao redor da base. Momentos depois, um tiroteio se iniciou, com os terroristas descendo bala nos policiais que ali haviam chegado. Cabeça gemia no fundo, e Ryan corria até uma maleta, pegando a última cápsula posicionada dentro dela.

— Você foi burro demais, Cabeça — Ryan olhou bem aquela pílula. — Em vez de deixar claro que eles só deviam usar isso na hora do combate, mandou tomarem quando achassem necessário. Não se pode dar caviar a porcos, pois comerão como se fosse a lavagem de sempre — ele fechou a mão ao redor da pílula. — Esse foi seu erro, Cabeça. Você pensou tanto nos seus, que esqueceu que eles são meros peões no jogo. E sabe o que acontece com peões?

Ryan abre a porta, gritando pelo capanga Klebinho e dando uma ordem para ele tomar a pílula assim que saísse da base. Fechou a mesma assim que o capanga saiu correndo, e voltou a olhar para Maycon, abrindo as câmeras da entrada da casa.

— Vão na frente, e servem de meras iscas, para capturar os prêmios maiores.

--------- Quadra da Unidos do Cabrião - 03h28 ---------

Orbital lançava mão de um novo campo anti-gravitacional, arremessando o dragão contra uma parede. Quebra-Ossos, em sua forma metálica, saltou contra o elemental de fogo, o jogando pra fora da quadra, para cima de sua possível fraqueza. E Pitbull golpeava o chão com tudo, provocando um tremor e escutando sons de metal rangendo, fazendo o elemental de gelo perder o equilíbrio.

Tritão, atrás de tudo e todos, chegou atrás de Dínamo, dando um curto em sua coleira com um filete d'água. Livre daquela amarra, Douglas se esgueirou pela quadra, buscando uma caixa de força. Encontrou, mais ao fundo, uma caixa de disjuntores, e arrancou dois fios dela, segurando-os com suas mãos, na esperança de receber alguma carga resultante, ignorando Fábio, que optou por tentar livrar outros das coleiras.

Na parte à frente, Orbital pressionava o dragão contra uma das paredes da quadra, ouvindo ele bufar. A pressão da gravidade fazia seus ferimentos voltarem a sangrar, e seu corpo ansiava por descanso. As dores a impediram de ver que o ser diante dela parecia crescer um pouco.

— Grrrr... você está me enchendo a paciência, garota! — o dragão urrou, arremessando um saco de cimento contra Orbital, que precisou se esquivar no voo, ouvindo o pacote explodir numa viga de ferro. — EU JÁ DEVIA TER ESMIGALHADO SEUS OSSOS! — gritou a fera, voando com tudo na direção da heroína, agarrando-a e arrebentando o teto junto dela, tomando os céus chuvosos como o novo campo de batalha.

À frente da entrada, Emanuel sentia o fogo aquecer seu corpo metálico, enquanto esmurrava a face do elemental de fogo, que reagia com cusparadas flamejantes. Suas chamas pareciam enfraquecer com a chuva, mas os dois corpos não paravam de esquentar. As gotas de chuva evaporavam no contato com as costas de Quebra-Ossos, enquanto sequer chegavam a cair sob o elemental de fogo. Numa rajada flamejante, o elemental se desgarrou do herói, saltando pra trás de forma ágil, terminando de evaporar as vestes que usava antes da pílula.

— Tá muito esquentadinho, parceiro... — Emanuel resmungou, sentindo seu corpo esfriar e o brilho metálico voltar a predominar.

— Vou é queimar teu cu, filho da puta! — o elemental urrou, disparando uma rajada de fogo contra Quebra-Ossos, atingindo uma lixeira que entrou em combustão espontânea.

Iluminado pelo fogo no lixo, e incomodado com o cheiro que aquilo trazia, Pitbull agarrou a face do elemental de gelo, o erguendo no ar. Estava prestes a descê-lo no chão com tudo, quando sentiu que o gelo ia subindo pelo seu braço direito, congelando-o rapidamente. Sentia a circulação parar ali, e a força fugir, até que viu um fio cortar a cabeça do elemental de gelo, com este tombando no chão.

Wagner recuou alguns passos, e olhou para Tomie, que viu o braço dele e arregalou os olhos.

— Ai, meu deus! Espera, deixa que eu resolvo pra você, cachorrão! — Tomie se aproximou, usando seus fios para enrolar o braço congelado de Pitbull. Em seguida, o híbrido notou os fios tomando uma coloração alaranjada forte, e sentiu eles esquentando, derretendo o gelo e devolvendo a circulação a seu braço. Tomie sorriu, mostrando novamente os caninos.

Antes que Pitbull pudesse questionar aquilo, sentiu um punho de gelo atingir-lhe a barriga, depois o queixo, e por fim o abdômen. Ao cair, viu que o elemental estava se regenerando, restaurando a cabeça cortada, enquanto a original derretia alguns metros pra trás. Tomie tentou reagir na hora, mas sentiu uma estaca de gelo perfurar-lhe a barriga.

Então, todos ouviram uma explosão fortíssima vindo do alto, seguida pelo som de um helicóptero que vinha subindo.

--------- Base da CGS - 03h31 ---------

Ryan cobria os ouvidos com tampões, e via a explosão provocada pela pílula tomada por Klebinho. Maycon sofria, vendo seu capanga mais fiel morrer de uma forma tão bruta.

Ao tomar a pílula, o corpo de Klebinho começou a borbulhar, enquanto ele gritava e corria para o meio dos carros de polícia. Em seguida, seu corpo tomou um tom forte dourado, como se o próprio sol tivesse surgido no meio da favela. E a explosão incinerou carros e policiais, limpando a área e até destruindo parte da sede.

— Viu só como devemos usar os peões, Cabeça? — Ryan ajuda Maycon a se levantar. — Vamos lá, pois voar de helicóptero nessa chuva é uma loucura.

Maycon tentava reagir. Mas não dava pra fazer muita coisa, e ele sabia reconhecer a derrota... mesmo quando apunhalado pelo calcanhar.

--------- Quadra da Unidos do Cabrião - 03h32 ---------

Orbital e o dragão se enroscavam nos céus, com Cristina se soltando do ser escamoso e recuando no ar. Sua aura brilhava intensamente, e conseguia segurar os golpes do bicho, mas a cada pancada, sua aura cósmica parecia se fragmentar um pouco. A heroína estava face à face com a morte, até que seus olhos foram tomados por uma grande luminosidade arroxeada. Uma visão tomou conta de sua face paralisada, e era como se tudo estivesse correndo mais devagar.

Visão:

O dragão se preparava para mais um golpe em Orbital, mas sentiu várias esferas colidirem nas laterais de seu corpo, tirando sua estabilidade de voo. Olhando para frente, via Orbital voando, sendo rodeada pelos orbitoides, que pareciam muito mais intensos e brilhantes. A fera bem que tentava segurar aquilo, mas não conseguia, sendo jogado de um lado para o outro e perdendo a consciência ao tomar uma pancada na cabeça.

Lá em baixo, Pitbull se enfurecia ao ver Tomie em desvantagem contra o elemental de gelo. Inclinando o corpo e abrindo as mãos, o híbrido canino correu e agarrou o bandido pelo tórax, passando por dentro da quadra e atravessando as paredes, ouvindo os gritos de dor e sentindo seu próprio corpo doer. Passou por várias paredes, chegando até a rua de trás, atravessando muros, casas e barracos. Seus olhos pareciam rubros, da fúria que sentia. Só parou quando sentiu que o elemental não se mexia, o largando no chão.

Para sua surpresa, o elemental, apesar de todo rachado, não se mexia de jeito algum. E, dando um pisão com a pata, rachou o mutante em vários pedacinhos, vendo que, como numa consequência, ele tivesse se tornado um ser puramente de gelo.

À frente da quadra, Quebra-Ossos voltava a ter um confronto direto contra o elemental de fogo, dando-lhe um cruzado de esquerda e uma joelhada na barriga. O ser de fogo recuou, e sua fúria ampliou suas chamas, fazendo-o disparar uma rajada de fogo certeira contra Quebra-Ossos, barrada apenas por um X feito com os braços pelo herói. Emanuel havia sido arrastado alguns passos, e sentia a transpiração atravessar a camada de metal que permeava sua pele. E as chamas iam ficando mais e mais intensas.

Tritão terminava de libertar os últimos das coleiras, vendo que a grande maioria tinha apanhado bastante, e vendo que eles reativavam seus poderes, que eram variados. Alguns aparentemente inúteis, mas outros com seus usos mais tranquilos. A chuva caía sob seu corpo, descendo sua pele e encharcando-o, lhe trazendo uma sensação fantástica. Parecia até ter a nostalgia de viver dentre os mares... mesmo nunca tendo vivido lá.

Mas, quando um raio clareou o ambiente interno, Fábio olhou pra trás, e viu Dínamo gargalhar, reativando o corpo elemental dele.

— Agora é minha vez de dar o troco, seus putos! — Dínamo atravessou a quadra num feixe luminoso, indo com tudo para a saída.

O eletrocinético percebia que os terroristas ainda pareciam alvos. Poderiam levantar-se a qualquer hora. E, sem hesitar, usou de seu magnetismo para puxar as poucas armas que ainda estavam próximas. Puxando seus gatilhos, metralhou os corpos desmaiados dos bandidos, descarregando balas e raiva. Seus olhos transpiravam toda a raiva armazenada naqueles momentos, e a dor em sua mão o fazia lembrar do que sofreu na mão daqueles bandidos. Não, dessa vez não haveria piedade.

Atrás dele, Tritão assistia aquela cena bastante atônito. Dínamo fritava os desmaiados, agarrava alguns deles e teleportava num lugar muito alto, jogava longe e fazia vários tipos de barbaridades. Parecia até se divertir com aquilo. Fábio engoliu em seco, tentando não pensar no que aquele mutante poderia ser capaz de fazer se não necessariamente se portasse como um herói. E, pouco tempo depois, Dínamo voltou como se nada tivesse acontecido, indo ajudar a tratar

Quebra-Ossos tentava chegar perto do elemental de fogo, mas se assustava ao ver a quantidade de chamas que ele emanava. O homem parecia fora de controle, queimando mais rapidamente do que deveria. Parecia até que seu corpo estava se tornando esquelético, ou até pior do que isso. O asfalto debaixo de seus pés derretia, e fios de cobre derreteram e evaporaram. O calor estourava vidros, e Quebra-Ossos precisava se afastar muito mais, vendo que toda a chuva ao seu redor tinha simplesmente evaporado. A calçada parecia tornar-se magma, e o homem gritava numa dor insuportável, olhando para as mãos desaparecendo.

— ME AJUDAAAAAAAaaaaaa...

Então, ele simplesmente sumiu, completamente carbonizado. A chuva tratou de reduzir a temperatura da região na hora, restando apenas as marcas no asfalto e nas calçadas ao redor de onde um homem acabara de ser consumido pelos próprios poderes. Quebra-Ossos engoliu em seco, e pouco teve tempo de pensar, pois o dragão acabava de cair no meio da rua.

A fera dracônica parecia muito maior do que antes, e as asas em suas costas estavam ficando maiores. O corpo humanoide parecia ter se perdido para algo mais bestial, e o bicho rosnou, se levantando e parecendo fora de si, olhando para Orbital, que pousava suavemente. E um socão de Quebra-Ossos, que arrancou vários dentes do dragão, foi o suficiente pra fazer a fera desistir da luta, erguendo voo e sumindo nos céus de Nova Capital, sem qualquer resquício de humanidade.

--------- Base da CGS - 03h38 ---------

Cabeça era embarcado no helicóptero, amarrado em um dos bancos e amordaçado por causa da dor. Um médico que já estava no helicóptero preparava sedativos, enquanto Ryan tomava seu lugar na aeronave. A chuva ainda estava forte, e ele colocou os fones de ouvido, ouvindo a porta lateral do helicóptero ser fechada.

— O trabalho aqui está feito, senhores. Podemos partir.

A aeronave largou o solo, subindo por entre os céus escuros da Favela do Cabrião, e atravessando pelo ar o cenário de guerra que o bairro se tornou. E a última visão que Maycon teve de sua casa foi aquela, vendo o caos completo no bairro que, apesar dos crimes, apesar de toda a situação na qual construiu seu poder... droga, ele amava aquele lugar. E tinha culpa naquilo. Sua consciência pesou, e Maycon implorou por perdão, como aqueles que se arrependem de seus pecados antes da morte.

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--------- Quadra da Unidos do Cabrião - 04h30 ---------

Os veículos da polícia já haviam controlado melhor a situação na Favela do Cabrião. Pessoas encontravam seus parentes aos prantos, mensagens circulavam pelas redes agora restabelecidas, e a escuridão só não era maior por causa de faróis de carros e luzes de celulares.

Pitbull trazia alguns restos do elemental de gelo com a ajuda de Tomie, enquanto Quebra-Ossos averiguava se Orbital, tratada numa das ambulâncias, precisava de alguma força. Dínamo papeava com alguns homens do projeto Renovar, e Tritão se aproximava do grupo que ajudou a salvar o Cabrião do terror.

— Então... é isso, não é? — Tritão tentava puxar o assunto, olhando para eles. — Vencemos. Salvamos o dia...

— Graças a deus que minha família está bem... ah, sim, salvamos o dia — Emanuel olhou pra cima, um pouco aflito.

— Que é que foi, mermão? Tá esperando o busão? — Dínamo olhou para Quebra-Ossos, faiscando os dedos para chamar-lhe a atenção.

— Oi? Ah, nada... estou só pensando. O dragão... o cara perdeu tudo o que era pelo poder. E eu tô com a sensação de que essa não foi a última vez que vimos ele...

— Se ele vier, a gente esmurra de novo! Au... — Orbital moveu o braço, sentindo dor dos ferimentos. — Mas a gente mandou bem, e esse terror acabou. E, grandão... — ela olha para Emanuel, sorrindo. — Obrigada. Você salvou minha vida. Se eu morresse, minha mãe me matava!

Todos riram, como numa bela cena de fim de episódio. Pitbull andou um pouco para a rua, sentindo a chuva em seus pelos. Tomie passou do seu lado, deixando um cartão na sua mão com o número dela, e se despedindo, sumindo pelas vielas do bairro. Aquilo tudo estava acabado.

— É, cara... — Dínamo deu tapinhas no ombro de Pitbull, olhando na mesma direção que ele. — Parece que a mina ficou gamada em você, hein? Mas ó, a gente salvou o dia, acabou o terror, cê pode aproveitar. Vai fundo, grandão, o dia foi salv--

Então, todo o bairro é iluminado por um forte pilar de energia, que parece vir de Laranjeiras, morro abaixo. Todos olham naquela direção, vendo que o pilar atravessava as nuvens, e Wagner pôde ouvir seu celular tocar. O híbrido baixou os ombros e as orelhas, e deu uma encarada em Dínamo.

— Cê tem certeza que acabou mesmo, cara? — ele aponta para o pilar, vendo tudo aquilo acontecendo.

Rolagens de Dados (por ND)


Remover Coleiras - Individuais:
Remover Coleiras - Geral:
Salvar os Sequestrados:

A distribuição dos XP será feita posteriormente.


Epílogo:

Orbital, Quebra-Ossos e Devaneio gostam desta mensagem

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