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Sombria
Sombria

[EXPEDIÇÃO] O sal, o relâmpago e o fogo - Página 2 Empty Re: [EXPEDIÇÃO] O sal, o relâmpago e o fogo

13/05/13, 11:21 am
Svanna tenta seu plano de trocar oponentes e ajudar Yggdri, mas se vê numa enrascada enquanto tudo parece ir água abaixo. Ela consegue acertar a primeira criatura com seu machado, mas quando se afasta pra ir em direção á Yggdri, ela é atacada pela segunda criatura que deixou pra trás, pulando na suas costas e lhe mordendo o ombro - protegido pelas ombreiras de aço -, e tentando lhe perfurar o peito com uma das mãos. Sua única proteção era seu próprio braço, que impedia o movimento que selaria seu infortúnio destino ali mesmo, enquanto assiste brevemente de relance as coisas também darem errado para o companheiro.

A Pequena Loba dá um grito de raiva enquanto tudo aquilo acontecia, mal dando tempo de reagir. Seu objetivo agora era de evitar ter seu torso perfurado pela criatura, e a primeira coisa que fez foi usar seu outro braço livre pra lhe ajudar a controlar o braço que a criatura usava pra tentar atacá-la. A criatura já estava em um estado atrófico, e provavelmente não seria dificil de até mesmo Svanna vencer uma batalha de força com a mesma. Ela abaixa e vira seu torso um pouco pro lado, puxando com as duas mãos o braço da criatura pra baixo, com a intenção de jogá-la ao chão á sua frente ou pelo menos a desestabilizar o suficiente das suas costas pra poder pisar também em cima do braço da criatura, e finalmente tentar prensar seu braço contra a areia.

Sua intenção não era de fazê-lo soltá-la, pelo contrário, ele podia ainda estar agarrando seus cabelos, que eram longos, do chão; O que ela queria era imobilizar o braço com o qual ele atacava com a perna tempo o suficiente pra poder retirar sua espada e cravá-la na criatura antes que ela pudesse tentar qualquer outra coisa, e poder partir em ajuda de Yggdri o mais rápido possível.
TZ
TZ

[EXPEDIÇÃO] O sal, o relâmpago e o fogo - Página 2 Empty Re: [EXPEDIÇÃO] O sal, o relâmpago e o fogo

13/05/13, 04:06 pm
Dor lancinante. No calor do combate, Yggdri subestimou seus oponentes; sequer considerou a agilidade das criaturas. Agora o resultado de sua falha refletia em seu corpo; sentia uma dor irracional no lado esquerdo de sua cabeça, assim como sentia o calor de seu sangue descendo-lhe o pescoço.

Mas não havia tempo para pensar naquela dor, e sua constituição resistente lhe permitiria aguentar o desfecho do combate. Havia matado um dos monstros, mas outro ainda persistia em agarrar o flanco esquerdo do guerreiro, enquanto a terceira das criaturas aproximava-se, parcialmente queimada pela queda na fogueira.

Sacrificando sua defesa para movimentos mais ágeis, Yggdri arremessa seu maciço escudo contra a criatura que empurrara contra o fogo, almejando mais ganhar tempo distraindo-a do que atingi-la de fato. Com seu cotovelo esquerdo daria então sucessivos ataques contra a cabeça da criatura que ainda o agarrava, pretendendo atordoá-la, caso afrouxasse o aperto contra Yggdri, este iria derrubá-la ao chão e, em um golpe fatal, fincar a tocha em chamas, em um de seus olhos, adentrando profundamente em seu crânio; pretendia matá-la.

Caso conseguisse, desarmado e ainda curvado contra a criatura que acabara de derrubar, esperaria a aproximação de seu último oponente. Fingindo estar de guarda baixa, no último momento antes do iminente ataque, pretendia lançar-se contra a criatura, agarrando-a pelo abdômen, envolvendo seus braços em um abraço letal: correria de encontro à fogueira, jogando-a lá e a estrangularia com as mãos nuas, recebendo o crepitante beijo das chamas em suas mãos e braços, até tirar o último fôlego do monstro. Não ligava para as chamas, assim como não ligava para dor lancinante que sentia na ruína que, momentos antes, havia sido sua orelha. Estava em irracional frenesi, sedento por sangue, morte e vitória. Tudo o que importava era sobrepujar o adversário.
Etéreo
Etéreo

[EXPEDIÇÃO] O sal, o relâmpago e o fogo - Página 2 Empty Re: [EXPEDIÇÃO] O sal, o relâmpago e o fogo

14/05/13, 01:16 am

[EXPEDIÇÃO] O sal, o relâmpago e o fogo - Página 2 Zcombate

O sal, o relâmpago e o fogo: A chegada do relâmpago

(Parte III)



***

Ulrich, ao começar a se levantar, agarra um pedaço de lenha que se desengrenhou da fogueira e um punhado de areia com a outra mão. O guerreiro sabiamente deduz que o risco de tentar alcançar Charlotte é muito alto. Não vendo alternativa, Ulrich avança em direção à criatura, arremessando a areia que mantinha em mãos. A criatura salta por cima da nuvem de areia, reagindo ao movimento de arremesso feito por Ulrich. A estratégia do guerreiro foi frustrada pelos reflexos da criatura, contudo, o mesmo salto que a havia salvo veio a condená-la. Com a criatura ao alto, Ulrich não precisaria mais se preocupar com suas esquivas e, em um poderoso golpe descendente, extermina a criatura, atingindo-a em pleno ar e pregando-a nas areias da praia. O Æsir termina a batalha sem maiores ferimentos.


***

Ivor teve sucesso em sua primeira investida, fatiando as duas criaturas que, em um bote, tentaram lhe atacar. Ele percebe a forma com que todos aqueles monstros subtamente se tornaram cautelosos, como que reconhecendo a superioridade do guerreiro. O fato das criaturas recuarem e o êxito do primeiro ataque levam Ivor a atacá-las de mesma forma. Sua confiança não é recompensada. Já tendo testemunhado o ataque do gigante, as criaturas estavam preparadas. Assim que o enorme golpe é disparado, da direita para a esquerda, as criaturas dão um rápido passo atrás, esquivando-se facilmente. Assim que o golpe é desferido, Ivor fica extremamente vulnerável às ágeis criaturas que, antes que o guerreiro possa se recompor, avançam contra ele. Uma criatura lhe agarra a coxa direita, mordendo-a, outra lhe agarra o ombro direito, também mordendo-o e a última lhe rasga o abdômen com as garras improvisadas. Ivor é tomado por uma fúria incalculável. Largando seu imenso machado, o Æsir arranca de si a criatura que lhe mordia o ombro em uma puxada furiosa. Em um arremesso igualmente violento, a criatura é lançada vários metros ao ar e, ao receber o impacto do solo arenoso, morre imediatamente. Com a mesma tenacidade, Ivor arranca as outras duas criatura de suas pernas. O Æsir prensa as criaturas contra o chão, com enorme força, atordoando-as. Usando seu pé para prender a criatura a direita contra o solo, Ivor segura uma das pernas desta e, em um único solavanco, desmembra o monstro. O mesmo processo é infligido a outra criatura. Com as duas pernas em mãos, o Æsir se afasta das carcaças mortas dizendo:

- Se vocês querem minhas pernas, terão de me dar as suas primeiro...

Ivor dá uma cuspidela ao chão e tenta perceber a situação à sua volta, tentando ignorar seus ferimentos abdominais que não são nada superficiais.


***

Yggdri percebe que seu escudo lhe custaria muita mobilidade na atual situação e resolve lhe conferir maior utilidade. Em um arremesso auspicioso, o guardião acerta a criatura que acabava de se recompor de sua queda na fogueira. O tempo que a proeza lhe confere é exatamente o necessário para que Yggdri, ao uso de cotoveladas, derrubasse a criatura em si pendurada e lhe aplicasse um golpe fatal com o pedaço de lenha que adquirira. Esperando pelo assalto da última criatura, que se recuperava do baque do escudo, o guardião se mantinha curvado. Assim que aquela parte em sua direção, Yggdri se vira e dispara uma investida contra a criatura, visando levá-la a fogueira sem se preocupar com as dolorosas consequências que a proximidade das chamas poderia lhe trazer. A noite não fora inteiramente de tragédias para o Æsir; talvez os deuses tenham ficado impressionados pela forma como abraçaria a dor pela vitória. Graças às sucessivas quedas na fogueira, esta se encontrava fragmentada e suas chamas há pouco extintas. Apenas as brasas incandescentes permaneciam. Yggdri mantém a criatura presa em baixo de si, em contato direto com as brasas, enquanto a estrangula. A criatura se debate e começa a arranhar os braços do Æsir que nem mesmo titubeia. Aos poucos, as forças da criatura são drenadas e esta encontra seu fim. Yggdri, abandonando então o frenesi da batalha, percebe que seus braços estão com cortes profundos e que uma de suas orelhas estava faltando.


***

Svanna rapidamente utiliza seu braço livre para prevenir o ataque da criatura ao seu peito. Utilizando a situação a seu favor, a Pequena Loba usa ambos os braços para, em golpe de projeção, levar a criatura ao chão. A estratégia é bem sucedida e faz com que a criatura seja retirada de suas costas e atinja o solo, tudo isso ao custo de um generoso emaranhado de cabelos loiros que foram arrancados da cabeça de Svanna no movimento. A guerreira pisa em um dos braços da criatura, visando imobilizá-la enquanto desembainha sua espada para o golpe final. Não pretendendo desistir, a criatura morde a canela de Svanna e perfura sua coxa com suas garras, utilizando o braço que estava livre. A Pequena Loba grita de dor ao passo que, com sua espada, perfura o crânio da criatura e elimina sua última ameça. Svanna caminha com dificuldade em direção a Yggdri que, de forma incomparável, era o mais avariado de todos.


***

A criatura que corria atrás de Veni consegue alcançá-lo e, em um salto, derruba-o no chão. A criatura morde o trapézio franzino do rapaz que grita e, imediatamente, morde-a no mesmo local. A atitude reflexiva, que parecia vinda de um infante, surte efeito, fazendo com que a criatura solte o trapézio de Veni e erga a cabeça. Nesse instante, seu crânio é atravessado por uma adaga. Era Ugo que veio ao auxílio de Veni. Retirando a criatura de cima do garoto, Ugo ajuda Veni a levantar e ambos seguem em direção à tripulação que acabara de sair de combate.


***

Sigulf põe-se a questionar o homem que havia aparecido ali. O Jarl tinha dúvidas em sua cabeça e não queria tomar ação antes de saná-las. O homem a sua frente sorri levemente e então diz ao líder da tripulação:

- Você me acusa de lhes atacar das sombras e lhes inflingir sofrimento, Sigulf. Você está deixando seus olhos fazerem o julgamento que deveria ser feito por sua mente. Seu coração, no entanto, é mais sábio e decidiu por lhe fazer parar.

Eu não sou aquele que trouxe estas criatura até você. Eu sou aquele que lhe colocou em posição de combate, aquele que lhe ofereceu o conhecimento prévio, aquele que lhe conferiu sobrevivência.

Quantos de seu grupo seriam capazes de escapar do ataque sorrateiro das criaturas sob a sombra da noite, caso minha presença e minhas palavras não os tivesse direcionado para a batalha? O gigante, talvez. Quem sabe o guardião? A nanicida certamente não...

Diga-me então, como passaria o resto de seus dias, sabendo que foi ao auxílio de guerreiros armados e treinados, esquecendo-se de seu grande amigo que veio ao seu encalço em busca de proteção? Não fui eu quem o impediu de seguir até lá? Não sou eu que estou lhe conferindo a chance de salvar a vida de Eric?


Sigulf percebe o que o homem dizera em meio as frases e rapidamente se vira para trás, procurando por Eric. O cozinheiro havia passado pelo Jarl previamente e tropeçado em uma raiz, batendo a cabeça no chão e ficando inconsciente. Sigulf não havia percebido o fato e, naquele momento, três criaturas tentavam arrastar o corpulento cozinheiro para dentro da floresta. O Jarl parte em direção ao amigo e avança contra as criaturas que tentavam arrastá-lo. Duas criaturas saem debaixo da areia e agarram ambas as pernas de Sigulf, mordendo-lhe os dois joelhos. O Æsir tranca os dentes com a dor e usa Sprättuvejr para se livrar dos agressores com dois golpes rápidos. Manuseando Gudstryk, o Jarl elimina as três criaturas que arrastavam Eric com golpes precisos. Erguendo a cabeça do amigo, Sigulf tenta reanimar o cozinheiro. Aos poucos, Eric retoma consciência e fica de pé com a ajuda de Sigulf. O homem misterioso aparece em frente aos dois e diz:

- Meu nome é Vanlandi. Você me perguntou como lhe conheço, Sigulf Svardstal. Saiba que eu conheço tudo o que foi, eu conheço tudo o que é e conheço tudo o que será. Vocês não morrerão esta noite, meu caro. Vocês poderiam morrer esta noite, mas não o farão. Eu me encarreguei de que isto não acontecesse. Vamos nos juntar ao resto de sua tripulação. Todos tem de ouvir o que eu tenho a dizer...

Naquele momento, Vanlandi leva a mão a cabeça e libera um urro agoniante de dor, enquanto cambaleia e toma apoio em uma árvore vizinha. Retomando o fôlego e se recompondo, o maltrapilho volta a se dirigir a Sigulf:

- Sigulf, volte a seus companheiros, trate seus feridos e tome o que resta da noite para o sono devido. Eu...argh...lhe garanto que não serão mais atacados. Estão seguros agora. Amanhã, ao raiar do sol, encontrarei todos para explicar quem sou e o que esta ilha é. Neste momento, há outro lugar em que preciso estar! - o homem misterioso caminha em direção a floresta - Maldito trapaceiro!

Assim que alcança as árvores da floresta, Vanlandi desaparece da vista de Sigulf, deixando-o para ponderar seus pensamentos. A tripulação deve cuidar de seus ferimentos e decidir se acatará o conselho de Vanlandi e permanecerá pelo resto da noite à sua espera na manhã.

Paradoxo
Paradoxo

[EXPEDIÇÃO] O sal, o relâmpago e o fogo - Página 2 Empty Re: [EXPEDIÇÃO] O sal, o relâmpago e o fogo

14/05/13, 08:48 pm

Por mais incrível que pareça, Sigulf ouviu calado ao discurso do vidente e deixou-o ir embora. Depois, foi até Eric e o ajudou a se levantar. Em seguida, foi até o que sobrara das fogueiras e observou cada um de seus aliados.

– Alguém saiu imune ao ataque das criaturas? Preciso que busquem lenha para revivermos essa fogueira. Alguém está seriamente ferido? Vamos nos tratar. E conversar. – Observou os companheiros novamente e se sentou ao lado das brasas.

– Esse homem parece realmente ser um vidente. Sei que alguns de vocês podem estar desconfiados, mas ele disse que veio nos avisar do ataque das criaturas e... bem… eu acho que acredito na palavra dele. Não sei porque, mas não seria a primeira vez que um enviado dos deuses viria até mim dessa forma.

– Ele pediu que aguardássemos até o amanhecer e acredito que não temos mais opções, apesar de que vamos nos dividir em vigília. Se todos concordarem em ficar, eu mesmo pegarei o primeiro turno e vocês poderão descansar algumas horas.



Sombria
Sombria

[EXPEDIÇÃO] O sal, o relâmpago e o fogo - Página 2 Empty Re: [EXPEDIÇÃO] O sal, o relâmpago e o fogo

15/05/13, 12:31 pm
A face de Svanna dizia tudo. Ela tenta correr, mas acaba por sentir uma dor aguda na perna ferida, provavelmente forçando mais sangue pra fora da mesma, que manchava o couro furado. Ela então vai mancando até Yggdri, desfazendo a fivela da cinta que segurava sua capa de peles e a deixando cair pra trás na areia enquanto se aproxima do companheiro.

- Pelos Deuses... - Ela engole seco enquanto examina os ferimentos do Homem-Livre de perto, o fazendo deitar de barriga pra cima e olhando então pro resto do grupo.

- Veni...Ugo...Alguém! Yggdri está sangrando muito...!! - Grita por ajuda, enquanto observa todo mundo que se recompondo e Sigulf conversar com o homem misterioso que apareceu no começo da batalha. Ela tenta estancar o sangue do ouvido e dos braços com o que podia, enquanto esperava pela assistência dos outros com mais materiais pra cuidar dos ferimentos. -... Apenas descanse agora. Você vai ficar bem...

Svanna sabia tratar, de maneira básica, de ferimentos, tendo aprendido no tempo que veio pra Exanceaster principalmente pra cuidar dos injúrios dos próprios irmãos, nas vezes que não os acompanhava em aventuras. Dessa vez, ela tinha um grupo de companheiros á qual havia jurado lealdade, e faria de tudo pra ajudar no que podia.

Enquanto todos se reunem ao redor das brasas e tentam se recompor dos machucados, Sigulf lhes conta sobre o que aconteceu, e quem era o homem que havia aparecido para a tripulação do Víðirkæsia.

Fala de Sigulf:

- Nós realmente não temos outra escolha. - Diz a Pequena Loba, finalmente desbotoando a proteção de couro da coxa e vendo o próprio ferimento. Ela também estava descalça da mesma perna, com o ferimento menor na canela já tratada. - Eu tenho minha própria conta de "visitas místicas", então eu não duvido dele, se ele realmente diz ser quem é. Mas confiando nesse homem ou não, não podemos sair daqui agora. Não do jeito que estamos. Mal descançamos dos efeitos do mar, e agora, após a batalha...

Ela dá pequenos sons abafados de dor, ou incômodo, enquanto trata da coxa.

- Eu sou uma dos que está menos ferido por aqui, então eu posso pegar um turno de vigília também. Ulrich parecia perfeitamente bem pra mim quando eu o vi, ele e mais alguém podem ir reunir mais lenha pra fogueira, se ninguém já tiver o feito.
TZ
TZ

[EXPEDIÇÃO] O sal, o relâmpago e o fogo - Página 2 Empty Re: [EXPEDIÇÃO] O sal, o relâmpago e o fogo

16/05/13, 10:22 am
Havia derrotado seus inimigos. Sua batalha havia acabado, mas... como estariam os outros? Cego pelo combate, Yggdri não pensara em seus companheiros... mas agora era tarde demais para qualquer coisa. Sua força estava em frangalhos, a dor em seu corpo, insuportável. O frenesi; a sede de sangue, o havia abandonado.

Ainda assim ergueu-se da fogueira, vagarosamente caminhando para o campo de batalha. Não enxergava por um de seus olhos, o sangue vindo de sua orelha o obrigava a manter aquele olho fechado. Surpreendeu-se então quando Svanna surgiu em seu limitado campo de visão, caminhando, manca, em sua direção.

A percepção do Guardião começava a falhar; ele não compreendia a fala da nobre garota. Ela o deitou de barriga para cima, e mais uma vez o mundo perdia as cores; o homem estava exausto, à beira de um desmaio. As últimas coisas que ouve antes de desfalecer, em meio ao caos do pós-combate, são as palavras de Svanna:

-... Apenas descanse agora. Você vai ficar bem...

Em seu incosciente, Yggdri ouvia o Jarl falar ao grupo, mas nenhuma palavra semi-ouvida se formava em sua mente; tudo era escuridão e dor para o Guardião, agora. Escuridão, dor e sonhos. E sonhava com um conhecido bosque...
Réptil
Réptil

[EXPEDIÇÃO] O sal, o relâmpago e o fogo - Página 2 Empty Re: [EXPEDIÇÃO] O sal, o relâmpago e o fogo

21/05/13, 11:46 am
Olhou para o cadáver da criatura no chão e cuspiu. A batalha havia terminado tão rápida quanto havia começado, mas os ferimentos se faziam presentes em grande parte da tripulação do Víðirkæsia; Yggdri era um bom exemplo disso. Enquanto dava leves tapas na pele de urso para se ver livre dos chamuscados, Ulrich observa ao redor e percebe que a situação se estendia. Por mais que odiasse o misticismo do homem misterioso, seus companheiros poderiam não sobreviver se decidissem não ficar.

Esperou a fala da Pequena Loba terminar e disse:

- Que acendamos a fogueira com essas criaturas. Posso cobrir dois turnos se a situação exigir. – embainhou Charlotte, que havia ficado de fora de sua última batalha. – Acho que Ugo não se feriu, ele pode me ajudar com a lenha. De qualquer forma, acho que seria mais sábio ficar de vigia; se algo acontecer, teremos apenas Sigulf em condições de lutar. Nosso Jarl conseguiria se salvar, mas ainda teria toda a tripulação para defender. – prendeu o corno no cinto.
Etéreo
Etéreo

[EXPEDIÇÃO] O sal, o relâmpago e o fogo - Página 2 Empty Re: [EXPEDIÇÃO] O sal, o relâmpago e o fogo

21/05/13, 09:29 pm


[EXPEDIÇÃO] O sal, o relâmpago e o fogo - Página 2 Zacampamentos

O sal, o relâmpago e o fogo: Græðgi


Uma noite memorável buscava seu fim naquela ilha. A tripulação de Víðirkæsia tinha sua parcela de feridos resultantes da primeira batalha da expedição. Embora a situação se mostrasse preocupante para determinados membros daquele bando, as lembranças do que acontecera causavam certo furor na mente dos desbravadores. Na primeira ilha em que aportaram, depararam-se com criaturas desconhecidas e todo um ambiente surpreendente. Nenhum dos iniciantes esperava por algo que viesse tão rapidamente.

Ulrich e Ugo haviam buscado lenha e feito uma grande fogueira que veio a servir de pira para cremar as carcaças das criaturas mortas. Sigulf havia se voluntariado para o primeiro turno de vigília, dizendo a todos que as primeiras horas seriam sua responsabilidade. Cada um procura descansar da maneira que pode, dentro de sua tenda. Svanna dorme ao encosto do leito de Yggdri, sempre despertando ao menor murmúrio do guardião, que se recuperava de sérios ferimentos de batalha.

Com o passar do tempo, Veni, que não conseguia dormir de forma alguma, decide sair de sua tenda para respirar o ar do sereno. O garoto olha para todos os lados e não encontra Sigulf que deveria estar de vigília. O desespero toma conta do coração de Veni e o garoto começa a gritar para todas as tendas:

- Acorda gente! O Sigulf sumiu! Pelo olho de Odin, ele sumiu! Levanta, seus filhos de puta de porto! Temos que achar ele! Levanta! Levanta!

Os tripulantes deixam suas tendas para atender o chamado de Veni. Yggdri continua imóvel em seu leito, acompanhado por Svanna. Ugo, Veni e Eric vão ao mar, em direção ao barco, para procurar o Jarl, enquanto Ivor e Ulrich vão em direção a floresta. Yggdri abre os olhos vagarosamente e fita a fogueira do lado de fora da tenda. Ao fechar os olhos e abri-los novamente, o guardião vê a silhueta de Sigulf e, ao seu lado, a silhueta de um homem desconhecido com a mão em seu ombro. Ao pestanejar por mais uma vez, o Æsir percebe novamente a silhueta de Sigulf, desta vez, porém, solitária. Com esforço, ele diz:

- Si-Sigulf...

Svanna escuta o que Yggdri havia balbuciado e se vira rapidamente para a entrada da tenda, fitando Sigulf sentado à fogueira. A Pequena Loba corre para fora da tenda e grita para todos:

- VOLTEM TODOS! SIGULF ESTÁ AQUI!

Os outros tripulantes ainda se encontravam em uma distância em que podiam ouvir o apelo de Svanna. Eles voltam correndo até Sigulf, como que saído de um transe, começa a perceber a balbúrdia a sua volta. A Pequena Loba é a primeira a se manifestar:

- Sigulf, onde esteve? De onde você veio?

- Do que está falando? Eu estive aqui, sempre, em minha vigília. Não arredei o pé desta fogueira.

- Sigulf, você não estava aqui. Havia sumido e todos foram procurar por você. Depois que todos saíram, você apareceu aqui, vindo do nada, como aquele homem. Como você pode não ter percebido que todos haviam saído do acampamento se estivesse aqui todo esse tempo?

- Eu devo ter dormido, por Odin! Não acredito que dormi e os deixei a mercê desta ilha. Isso não é...normal.

- Nada nesta ilha é normal, Sigulf. Esse lugar só nos trouxe sofrimento. Não sabemos o que fizeram com você enquanto estava desaparecido. Estão tentando nos quebrar por dentro com toda essa besteira de magia. Estão tentando nos fazer acreditar que esta ilha é algo mais que um pedaço de terra. Vamos embora antes que consigam nos atingir aonde não há escudos! – Dizia Ulrich enquanto apontava para a cabeça.

- Partiremos assim que Yggdri estiver em condições. Com ou sem vidente.

- Sua espera terminou, Sigulf.Vanlandi sai de dentro da tenda trazendo Yggdri enquanto o sol desponta no horizonte – Eu devo respostas a todos e as darei neste momento. Peço para não me interromperem.

O vidente ajuda Ygddri a se sentar e indica para o resto da tripulação fazer o mesmo. Olhando para todos, ele começa:

- Meu nome é Vanlandi e eu sou um Vanir. Alguns de sua terra já ouviram falar de nossa raça, já que somos “irmãos” dos Æsir. Nós, os Vanir, nascemos com um dom conferido desde a criação: o dom da vidência. Por esta razão nossos olhos são alvos, por serem capazes de ver além de qualquer criatura. Eu vejo todos os futuros de todas as pessoas. Eu detenho o conhecimento do que irá acontecer caso se levantem e o que irá acontecer caso permaneçam sentados. De todos os Vanir, os meus olhos enxergam mais ao longe, sendo capazes de ver séculos à frente. Mas eu nunca fui satisfeito com isso. De que me adianta o conhecimento futuro se eu não posso contextualizá-lo? As visões acabam por se tornar delírios. Descontente com esse entrave, eu resolvi seguir o exemplo do grande Odin e fiz um sacrifício.Vanlandi retira a franja que cobria o olho esquerdo, revelando não possuí-lo mais – Ao sacrificar um de meus olhos, meu alcance foi reduzido para algumas décadas, porém ganhei algo muito mais importante: eu passei a ser capaz de enxergar o passado. Por esse motivo, sei tudo a respeito de todos vocês. Até mesmo as coisas que vocês não compartilham com ninguém.

O Vanir resolve se sentar para continuar o que dizia. Deixa o cajado de lado e coça a barba por alguns instantes. Antes que qualquer um inicie um diálogo, ele retoma sua fala:

- Todo esse conhecimento não pode ser usado à esmo. Nós, Vanir, somos proibidos de interferir diretamente no destino das pessoas ao custo de nossa sanidade. O máximo que podemos fazer é influenciar as escolhas das pessoas. Enquanto estas ainda não sabem o que somos, podemos até mesmo aconselhá-las, como fiz com você, Sigulf, porém após a realidade revelada, nem mesmo isso nos é permitido, afinal, quem iria contra os conselhos de um vidente? Vim ao encontro de vocês por um motivo. Motivo esse que não posso revelar, graças às limitações que citei anteriormente.

Neste momento, o vidente pára e começa a desenhar algo na areia com seu cajado.

- Quanto a esta ilha, seu nome é Græðgi. Como podem perceber: Ganância. Há muito tempo, uma divindade extremamente gananciosa repousou nesta ilha para maquinar seus planos de conquista. Durante dois séculos, ele esteve aqui, infectando o solo, as árvores, as próprias entranhas desta terra com sua cobiça sem limites. Passado este tempo, a divindade partiu para possuir tudo o que existia, mas ao mesmo tempo deixando uma dádiva para trás. Suas energias corromperam e transformaram a ilha em um organismo vivo. Um organismo que deseja tudo para si. Græðgi desenvolveu artifícios para conseguir o que queria, alterando o clima à sua volta. Dessa forma, inúmeras tempestades acontecem à volta desta ilha sempre que um barco passa por perto. Ao vencer a tempestade, os coitados se deparam com a visão de uma ilha convidativa, com muita vegetação e um clima propício. É assim que Græðgi engole suas presas. Assim que põem os pés aqui, todos estão condenados a nunca mais sair desta ilha, passando a figurar como propriedade desta. As criaturas que vocês enfrentaram ontem eram aquilo que sobrou dos últimos seres a pisarem neste local. Cerca de cinquenta deles, reduzidos à metade pela sordidez desta ilha. Para entender melhor, observem o barco de vocês.

Todos se viram e se deparam com Víðirkæsia sobre um solo rochoso. Onde havia água, agora prevalecia pedra. Grandes escarpos de pedra se erguiam em volta da ilha, impedindo o acesso ao mar. O medo toma conta dos tripulantes ao perceberem que não havia saída daquela ilha. Vanlandi continua sua história:

- As tripulações que vêm para cá encontram recursos atrativos, como flora frutífera, fauna e depósitos de água limpa. A ilha os fornece tempo o suficiente para que o terreno a sua volta possa se erguer e evitar que os condenados sejam capazes de partir. Assim que Græðgi os têm, tudo cessa. A flora morre, a fauna desaparece e a água seca. A fome e sede atacam os capturados, mas por incrível que pareça, eles não morrem. Não, Græðgi não permite. Sem se alimentar, mas também sem perecer, os capturados vão, aos poucos, assumindo aquela forma decrépita que vocês testemunharam. Isso se torna pesado para a mente de uma pessoa. Os mais fracos de espírito são os primeiros a ceder. Desesperados pela fome, eles começam a atacar seus semelhantes, visando sua carne. No momento em que comem a carne de seus companheiros, eles se tornam algo totalmente diferente. Bestas ensandecidas que só tem gosto pela carne de gente. Assim, aqueles que devoram seus companheiros se transformam e se juntam em uma espécie de bando, a espera do próximo navio que trará a carne que os saciará. Mas não pensem que os devorados encontram sua saída da ilha, pois não o fazem. Suas almas ficam presas neste local, sem ir a Valhalla ou a Hel, constituindo propriedade de Græðgi, eternamente em sofrimento. A única maneira de deixar esta ilha é no momento em que ela se abre para outro navio. E para que isso aconteça enquanto vocês ainda são o que são, o outro navio tem de possuir algo de valor muito maior para Græðgi . Para a sorte de vocês, existe um conhecido que me deve um favor e, à sua vista, a ilha simplesmente irá esquecer que vocês existem. Farei com que ele navegue para essas águas, fazendo com que Græðgi abra suas portas para a refeição mais deliciosa de sua existência. Vocês devem estar todos dentro de Víðirkæsia o mais rápido que puderem, pois não demorarei. Neste momento eu lhes dou uma escolha. Podem acreditar em mim e sair desta ilha ou duvidar e ficar nela. Eu sei exatamente o que acontece com cada alternativa, mas como expliquei, não posso lhes dizer. A decisão é de vocês. Partirei para arranjar tudo e não responderei mais perguntas até que façam sua escolha, até por que seriam perguntas que não poderia lhes responder de qualquer forma.

O vidente caminha em direção à floresta ignorando quaisquer apelos ou chamados vindos da tripulação.


AVISO OFF:
Paradoxo
Paradoxo

[EXPEDIÇÃO] O sal, o relâmpago e o fogo - Página 2 Empty Re: [EXPEDIÇÃO] O sal, o relâmpago e o fogo

23/05/13, 04:03 am
Sigulf ainda estava atordoado com o acontecimento. Enquanto Vanlandi falava, ele tentava se concentrar em suas palavras, porém a sua mente parecia levar-lhe a outro lugar, a uma espécie de amontado de cavernas. Um diálogo com Raygar e Ullr parecia invadir a sua mente. Uma criatura gigantesca, hibrida de tubarão e homem, parecia tentar devorar a sua carne. Respirou fundo e se focou, ouvindo atentamente o Vanir. Quanto ele partiu, foi o primeiro a falar a seus companheiros.

– Não vejo outra opção e acredito que vocês também não, nós vamos aceitar as palavras do Vanir e deixar nosso destino nas mãos dos deuses. Que Odin nos guie e que Loki não tente mais me tirar de perto de vocês, vocês são a minha tripulação e são vocês que eu devo proteger.

Não sabia porque havia dito aquela última frase, ela apenas havia saído involuntariamente dos seus lábios. Rapidamente outra imagem veio a sua mente, um homem que fizera-lhe uma proposta, ele aceitou contrariado, sabendo que iria ter que pagar por aquilo futuramente. Não sabia o que, mas sabia que havia feito a coisa certa. Balançou a cabeça e gritou aos seus homens.

– Eu sou o seu Jarl, vocês me escolheram para guia-los. Então, me escutem. Arrumem tudo e vamos partir. Quero as coisas no barco o quanto antes!



Última edição por Arco em 30/05/13, 10:03 pm, editado 1 vez(es)
Sombria
Sombria

[EXPEDIÇÃO] O sal, o relâmpago e o fogo - Página 2 Empty Re: [EXPEDIÇÃO] O sal, o relâmpago e o fogo

30/05/13, 01:18 pm
Svanna olhava, perplexa, para o Jarl Sigulf, que já se movia em direção ao barco. Algo havia acontecido com o mesmo, mas o momento não dava oportunidade para maiores explicações; Vanlandi havia feito sua proposta: Ou eles deixavam a Ilha imediatamente em troca de outra tripulação, ou eles ficavam.

Depois de tudo que aconteceu, a Pequena Loba achava certa dificuldade em não acreditar no vidente, afinal, de acordo com o próprio, eles só estão vivos por causa da sua aparição. E após apenas algumas horas atracados naquela Ilha, ela duvidava que mais alguém da tripulação ainda queria ficar ali. Seria toda ilha que eles encontrassem pela sua expedição desse jeito?

– Vamos, vocês ouviram o Sigulf. - Ela arruma suas coisas e se necessário ajudaria Yggdri a arrumar suas coisas também, logo levando tudo para o barco o mais rápido possível. – Me ajudem a levar Yggdri até o barco. Quanto mais cedo sairmos daqui, melhor.
Réptil
Réptil

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30/05/13, 09:37 pm
– Svanna, dê-me o homem. – olhou para a guerreira. – Não estou insinuando que você não consiga levá-lo. Pelo contrário, vi como a Pequena Loba se sai durante a batalha e gostaria de, futuramente, confiar minhas costas às suas. Mas por enquanto deixe que eu ajude nosso companheiro. Ao contrário de você, não fui ferido durante a batalha. Pegue minhas coisas e leve por mim, eu fico com Yggdri.

O Jarl já caminhava em direção ao barco e não poderiam demorar nem mais um instante. O fedor da magia incomodava Ulrich, mas ele não tinha coragem suficiente para admitir que começava a acreditar em tais coisas. Esfregou o polegar no botão de Charlotte e caminhou, pensativo, em direção a Yggdri.
TZ
TZ

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03/06/13, 11:43 am
Ainda desnorteado por seus ferimentos e pelo frenético combate, Yggdri ouvia, sentado, o discurso do Vanir. Já ouvira falar sobre aquela raça, em lendas e antigas histórias, porém nunca poderia imaginar que veria um, podia vê-lo e ouvi-lo, aquilo não era uma lenda, e sim realidade. Perdido em seus pensamentos o Æsir ferido deixou de escutar partes do que Vanlandi discursava, porém compreendia o básico.. deveriam se aprontar para partir, e um amigo do vidente os ajudaria a escapar.

Quando o Vanir se foi, em direção à floresta, Sigulf fora o primeiro a se pronunciar. Falava que não tínhamos outra opção, e que deveríamos arrumar tudo e partir. Yggdri sentia a autoridade na voz do Jarl, e, mesmo debilitado, sabia que deveria ajudar seu líder e seus irmãos de combate, então vagarosamente ergueu-se e começou a arrumar suas coisas. Após um tempo, Svanna e Ulrich vieram para ajudá-lo.

-Obrigado, amigos - falava vagarosamente por sua respiração prejudicada, mas com firmeza.

Com o auxílio de seus companheiros pegou seu escudo, machado e demais pertences, levando as demais cargas para o barco em algumas viagens; enquanto isso a batalha retornava aos poucos à sua mente, e com essas lembranças o rapaz reavaliava seus erros, pensando em como ser um guerreiro melhor em futuros combates.
Etéreo
Etéreo

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04/06/13, 12:48 am


[EXPEDIÇÃO] O sal, o relâmpago e o fogo - Página 2 Zviagem

O sal, o relâmpago e o fogo: O desfecho do Gigante


A tripulação do Víðirkæsia se apressava para desmontar o acampamento e partir daquela ilha amaldiçoada. Todos levavam o que podiam carregar até o barco da maneira mais breve possível. Ivor carregava imensas trouxas contendo vários dos utensílios utilizados para montar o acampamento. A cada passo que dava, o Æsir sentia uma dor lhe tomar conta do lado esquerdo inferior do abdômen. As feridas causadas pelas criaturas estavam incomodando mais do que ele esperava. Ainda assim, Ivor não diminuiria o passo por algo tão pífio.

Svanna – juntamente com Eric, Ugo e Veni – colhia o pouco que restara de suprimentos na ilha. Græðgi ainda não havia renegado totalmente seus recursos. A Pequena Loba se conservava impressionada pelos acontecimentos da noite anterior.

Ulrich ajudava Yggdri a subir à bordo. O guardião ainda se encontrava em péssimas condições. Ao mexer suas mãos, o homem-livre percebe que não as sente da mesma maneira. Toda a fineza do toque havia se esvaído. Yggdri sentia seus braços entorpecidos. Seus dedos, incapazes de realizar quaisquer tarefas mais delicadas. Contudo, o Æsir não dançava aquela música por muito tempo, afinal estava vivo e, considerando as circunstâncias, era tudo que poderia esperar.

Sigulf estava pensativo. Rodeava a fogueira preservando imagens de outro local em sua cabeça. Há muito pouco tempo, ele esteve em um lugar diferente, mais perto de casa, lutando pela vida de outros companheiros. O Jarl relembra a promessa que fez e também a pessoa a quem lhe dedicou. Os pensamentos do Æsir são interrompidos por uma pedra brilhante, em meio aos restos da fogueira. Examinando melhor, Sigulf percebe que se tratava de uma das garras improvisadas utilizadas pelas criaturas. O Jarl rapidamente se apossa de todas as garras que se encontravam na fogueira, os únicos restos palpáveis da cremação das criaturas. Eram feitas de uma pedra desconhecida, brilhante e muito dura, com grande capacidade de corte. Sigulf não sabe o que aquilo valeria, mas não estava disposto a deixa-las para trás.

Todos sobem ao barco e esperam que a maré se levante mais uma vez, como Vanlandi havia dito que aconteceria. A tripulação fita os grandes escarpos que cercavam a ilha, contando os momentos para que as formações rochosas afundassem no mar e lhes permitissem passagem. O tão esperado escape do pesadelo. Um barulho interrompe o silêncio formado pela esperança dos tripulantes e todos se voltam para o fundo do barco atracado. Era Vanlandi que também embarcava em Víðirkæsia.

- Está tudo pronto. Basta-nos esperar.

Os tripulantes não proferem uma palavra sequer. Nenhuma das almas daquele barco se encontrava no humor para conversa sem propósito. Todos os seus anseios se resumiam em continuar a viagem para bem longe de Græðgi.

No horizonte, uma pequena embarcação se faz vista. Ela se move misteriosamente sem vela ou remo. Apenas uma pessoa era distinguível em seu interior. Um provável Æsir que se mantinha em pé bem ao centro de seu transporte. À medida que a embarcação se aproxima da ilha, o nível do mar começa a subir e um leve tremor pode ser percebido. As escarpas que cercavam Græðgi começam a afundar. Estava realmente acontecendo. Víðirkæsia possuía uma verdadeira chance de sair daquela ilha.

Em poucos minutos, Víðirkæsia já se encontrava em mar navegável e todos assumem suas posições. A tripulação rema em direção ao mar aberto, querendo deixar para trás toda a angústia de um lugar amaldiçoado. Ambas as embarcações se cruzam a uma distância considerável. Neste instante, o ser que vinha para tomar o lugar da tripulação faz uma reverência para todos, portando um sorriso cheio de malícia no seu rosto. Todos os presentes no barco não entendem muito bem o significado daquele gesto, exceto Sigulf e Vanlandi que fecham o cenho, embrulhando uma raiva que seria digerida em dias futuros.

Todos permanecem remando e ansiando para que fiquem fora do alcance da ilha da ganância de uma vez por todas. Subitamente, os remos se tornam mais pesados e o barco começa a perder velocidade. Uma rápida olhadela para fora do barco revela a todos o que acontecia. Enormes tentáculos se aderiam ao casco do barco, puxando-o e retardando-o. Yggdri se levanta de supetão e fita toda a tripulação. Seus olhos estão completamente enegrecidos, como que portando a própria sombra. Com um sorriso, o homem-livre diz:

- KRAKEN!

Yggdri
balança os braços e gargalha freneticamente. Svanna e Ulrich soltam os remos para imobilizá-lo. Ivor, que se encontrava na parte traseira do barco, grita para a tripulação:

- Deixem os remos comigo! Cortem esses tentáculos malditos! Vamos embora daqui!

Atendendo aos suplícios do Sangue-de-Gigante, todo o resto da tripulação empunha uma arma e começa a dilacerar os tentáculos que tentavam impedir o escape de Víðirkæsia. Ivor usa toda a sua descomunal força para remar com toda a potência que seu corpo pudesse oferecer. Os braços do gigante Æsir se equiparam com o puxar do Kraken.

Aos golpes, os tentáculos vão se soltando do barco, um a um. E com um golpe de machado de Sigulf o último esforço de Græðgi para deter a tripulação é vencido. Os olhos de Yggdri voltam ao normal e este se aquieta sem entender o que passou. Svanna, num rompante de alívio, grita:

- Conseguimos! Estamos livres desta ilha maldita! Por Odin! Eu vou contar aos meus irmãos, todos os dias, como o poder de um Kraken foi encolhido perante a força do grande Iv...IVOR!!

Todos se viram para o Æsir somente para encontra-lo extremamente pálido e coberto de suor. Sua aparência denunciava que o sangue lhe havia esvaído do corpo. Em seu abdômen, uma extensa mancha vermelha pintava suas vestes tomando uma imensa área de tecido. Os olhos de Ivor, pesados, se tornaram foscos e seus lábios repetiam curtos movimentos enquanto as mesmas palavras eram emitidas da sua garganta:

- C-conseguimos...c-conseg...c-con...

Todos se aproximam, perplexos e atônitos. As lágrimas descem pelo rosto de Svanna enquanto Sigulf, examinando a ferida abdominal de Ivor, confirma o que todos temiam: O sangue-de-Gigante estava morto. Sigulf fecha os olhos do companheiro e cerra sua expressão em tristeza. Incapaz de reter sua dor, o Jarl torna ao vidente em fúria:

- Você prometeu!! Disse que nos tiraria da ilha!! Todos nós!! Olhe bem para ele, olhe bem para Ivor!! Ele deu a vida para cumprir uma promessa que você fez!!! Ele morreu remando! Ivor não se foi batalhando o Kraken! Ivor não se foi com seu machado em mãos, banhado no sangue de batalha! Ivor morreu remando! Vamos, Vanlandi, diga para mim como Ivor entrará em Valhalla?! Como suas promessas vazias o colocarão ao lado dos deuses em seu banquete eterno?! Responda, Vanlandi!!

O Vanir despeja singelas lágrimas ante a fala de Sigulf e também não contém seus sentimentos:

- Sim, Sigulf! Eu prometi a vocês uma forma de sair da ilha e foi exatamente isso que eu lhes proporcionei! Eu não posso fazer as escolhas para vocês! Como eu gostaria de escolher, mas não posso...não posso! Ivor decidiu se sacrificar por todos! Foi a decisão dele e apenas dele. Foram suas palavras e seus braços que permitiram que todos terminassem vivos. Nada disso é fácil para mim e você não tem a menor idéia de como é estar neste lugar. Ser capaz de saber tudo o que acontecerá e ainda assim impedido de intervir. O sentimento de impotência, ser obrigado a ver todo o sofrimento se repetir e não poder fazer nada. Por isso, eu rogo para que todas as medidas que me são permitidas sejam o suficiente para alterar o curso do destino. Contudo, na maior parte das vezes elas não são. Eu conhecia Ivor muito mais do que qualquer um de vocês e Odin é testemunha de como eu queria poder evitar sua morte. O único alento a que me atenho é a certeza de que nem mesmo o Pai de todos pode contestar o valor de Ivor, pois seja com espada ou remo, o sangue-de-gigante partiu levando consigo o direito de dizer a qualquer um que até mesmo um Kraken sucumbiu ante a força de seus braços.

O Vanir enxuga as lágrimas que derramara e procura por fim ao conflito:

- Eu sugiro que cumpramos aquilo pelo que Ivor se sacrificou! Que nos mantenhamos vivos e que lhe providenciemos uma cremação digna! Há terra não muito longe daqui.

- Nós sobreviveremos, sim. E nós acharemos terra para que possamos dar a Ivor um funeral digno. Mas não será a terra que você indicar. De agora em diante, cuidarei pessoalmente para que a tragédia da impotência não decaia sobre você novamente...

A tripulação veleja durante dois dias, ainda lamentando a perda de Ivor. No início do terceiro dia, terra é avistada. Ao se aproximar da encosta, todos percebem que o mar ferve naquele local e que a água é extremamente quente. A terra encontrada é de uma extensão extraordinária, provavelmente sendo mais que uma simples ilha. Alguns rios alaranjados e brilhantes podem ser percebidos nas montanhas ao fundo da paisagem. O barco atraca e todos começar a desembarcar quando são surpreendidos por um ser enorme, de aproximadamente cinco metros que vem ao encalço da tripulação. Todos percebem uma semelhança entre a cor da pele do ser e a cor da pele de Ugo. O ser gigante grita para todos do barco:

- O que vocês, Asgardianos, fazem aqui em Muspellheim, terra dos Gigantes de Fogo? Odin mandou vocês aqui novamente? Pois saibam que não haverá mais negociação!


Gigante de Fogo:
Paradoxo
Paradoxo

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04/06/13, 08:51 pm
Observando o habitante e ouvindo o nome do local, Muspellheim, Sigulf já sabia onde eles estavam, um local que havia escutado em lendas e também em sua viagem a Jötunheimr. Lá, Sigulf havia aprendido que realmente os Gigantes de Gelo não eram os únicos a habitar o mundo e soube um pouco sobre os Gigantes de Fogo e também sobre a terra de Muspellheim. Sinalizou para os seus aliados e disse baixo.

– Não tomem nenhuma atitude precipitada, ou podemos acabar chamando a atenção de outros deles... Se preparem, caso aja combate, mas não façam nada que possa nos prejudicar.

Virou-se então para o gigante de fogo e caminhou em sua direção.

– Não somos Asgardianos, meu caro, apesar da possível semelhança física, somos Winteranos, pois viemos de Winterheim e nenhum de nós está aqui a mando de nenhum Asgardiano. Eu sou o Jarl Sigulf Svardstal e essa é a minha tripulação, estávamos a procura de uma terra onde pudéssemos descansar e realizar os ritos funerários de um dos nossos, que morreu nos salvando do ataque de um Kraken, próximo a maldita ilha Græðgi. Tenho certeza que qualquer gigante adoraria conhecer Ivor, ele era praticamente um de vocês. Por favor, amigo, estamos em paz e não queremos nenhum problema com os senhores dessa terra.

Sigulf gostaria de evitar o embate, mas estava preparado para caso acontecesse um. Já havia lutado contra Gigantes de Gelo e sabia como enfrentar criaturas muito maiores que ele, além disso, já ouvira falar da ferocidade e das habilidades dos Gigantes de Fogo, dessa forma não seria surpreendido.



Última edição por Arco em 05/06/13, 04:07 pm, editado 1 vez(es)
Sombria
Sombria

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05/06/13, 01:30 pm
Svanna continuava a contemplava o mar, em completo silêncio. Fazia agora mais de dois dias que ela não pronunciava uma palavra, imersa em seus próprios pensamentos. Nas mãos, um pequeno souvenir que não tinha quando saíram da Ilha.

Dentro de sua cabeça, ao contrário do oceano, seus pensamentos eram turbulentos. Não podia evitar de refletir nas palavras que disse e os juramentos que fez no Templo de Odin lá atrás, em Winterheim. A tripulação do Víðirkæsia eram mais do que companheiros, eram irmãos, de valor tal qual os próprios irmãos de sangue da Pequena Loba. De pensar que Ivor tivesse morrido tão rapidamente em sua jornada, e sem ser em batalha, só aumentava a insegurança da mesma em relação á si própria e aquela expedição.

Ela já se sentia culpada pelo estado de Yggdri, e com a morte de Ivor, Svanna se perguntava se aquilo também não era culpa dela também, como companheira e guerreira. A única conclusão que podia chegar, ao final, era que agora deveriam continuar indo em frente, ou tentar morrer de maneira honrosa para evitar que o destino do companheiro não se inflingisse sobre qualquer outro daquele barco.

É então que eles se aproximam da costa de mais terras desconhecidas, e enquanto contemplava as montanhas no horizonte e os lagos alaranjados que escorriam deles, ela percebe, na praia, vultos se movendo. Dois, pra ser mais exato, um seguindo atrás do outro, do que pareciam ser um casal. O primeiro vulto parecia ter fisico mais frágil, como os de uma mulher, e o outro era o oposto, largo e alto, muito parecido com o de um homem como Ivor. O segundo vulto parece ser seduzido pelo primeiro pra terra adentro, os dois então sumindo da vista da garota. Ela olha pros companheiros para ver se mais alguém havia visto aquilo, e ao ver que não, apenas amarra o souvenir - que havia retirado do cabo do machado de Ivor, como uma lembrança do mesmo - que tinha em mãos no cabo da própria espada, e faz preparações pra desembarcar.

Quando atracam na Ilha e descem do barco, logo eles são abordados por um gigante, de pele de mesmo tom da de Ugo, falando coisas como se eles não fossem os primeiros ali em Muspellheim, mencionando os Asgardianos. Isso rapidamente deu um traço de esperança a Svanna de que estariam próximos de Asgard, mas logo a tensão a atinge novamente, com a possivel ameaça de um combate novamente ali mesmo, contra aquela criatura. Com as instruções de Sigulf, a Pequena Loba permanece em silêncio, mais atrás do Jarl, apenas observando o Gigante de Fogo e a conversa entre os dois, com a mão não muito longe do cabo da espada.
TZ
TZ

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07/06/13, 05:56 pm
Dias de puro silêncio se passaram após a fuga da ilha maldita. Muito havia acontecido, e todos estavam imersos em seus pensamentos e considerações...

Yggdri recuperara grande parte de seu vigor nestes silenciosos dias, apesar de ainda sentir dores vindas de algumas lesões em seu tórax, e um pedaço de pano amarrado à cabeça cobria sua grotesca ferida causada pela orelha arrancada...

Mas nada daquilo o incomodava mais do que a frenética gargalhada que ainda ecoava em sua cabeça. Ele se lembrava de todos os acontecimentos daquele dia, mas sentia como se estivesse fora de seu corpo durante toda a fuga... E, quando o kraken atacou... sentiu-se completamente fora de si; sua vista havia escurecido completamente em pleno dia de céu sem nuvem alguma, e imagens incoerentes vinham à sua mente.

Mas o pior de tudo era saber que poderia ter ajudado. Mesmo gravemente ferido, ainda poderia ajudar Ivor com os remos, trabalhar em equipe com o sangue-de-gigante... mas tudo o que fez foi aquietar-se em um canto, perdido em meio ao caos. "Sua falta de atitude matou Ivor", a própria voz do guardião ecoava durante aqueles silenciosos dias de navegação... atormentava-se com a culpa, Ivor era seu irmão juramentado, um guerreiro valoroso e digno, algo que Yggdri jamais seria...
Yggdri deveria ter morrido pela maldita ilha, não o meio-gigante.

Ao acordar do terceiro dia, o luto e pesar do homem sem orelha não diminuíra uma gota, ao contrário, aumentara grandemente, e ele sentia que mais um dia de lamentação e calmaria poderia ser seu fim. Se jogaria para a morte naquelas águas... ferventes?!
Avistavam uma massa de terra, terras realmente extensas; terras de calor. A tripulação aproximou o navio da costa, e agora desembarcavam, quando, surpreendidos, veem a aproximação de uma criatura terrível; um ser de proporções gigânticas, alguém muito maior que o falecido Ivor, de péle negra como a noite e cabelos alaranjados como chamas. O ser, agressivo e em voz grave e poderosa qual trovão, questionava a presença dos Æsires, confundindo-os, porém, com Asgardianos.

Sigulf rapidamente instruiu seus homens e tomou as rédeas da diplomacia com o Gigante de Fogo. Yggdri, de escudo nas costas e machado em sua cinta, encontrava-se, assim como Svanna, atrás do Jarl; como se fossem a "guarda" do nobre. O homem-livre estava preparado para qualquer coisa, e acontecesse o que fosse, não confiaria tão fácil em criatura que age com tal despeito a seus deuses.
Réptil
Réptil

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10/06/13, 10:59 am
Ulrich já havia perdido vários companheiros durante o tempo que viveu. Homens que lutaram lado a lado, que renderam boas conversas em tavernas e que deram orgulho às Valquírias. Ulrich, ainda hoje, se mantinha em luto por alguns companheiros do passado e sabia que Ivor, a partir de agora, estaria entre eles. Conversaria com os deuses sobre o Sangue de Gigante até o fim de seus dias.

Agora o momento era outro. Um Gigante de Fogo encontrava-se diante da tripulação e o Homem sem Honra estava com os nervos à flor da pele, sedento por qualquer forma de derramamento de sangue para, inutilmente, poder vingar a morte do companheiro. Ouvira as ordens do Jarl, mas rezava para que seu corpo tivesse entendido da mesma forma que sua mente, caso contrário iria colocar a sua vida e dos companheiros em risco.
Etéreo
Etéreo

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10/06/13, 09:26 pm


[EXPEDIÇÃO] O sal, o relâmpago e o fogo - Página 2 Zparadas

O Sal, o relâmpago e o fogo: Voltando às cinzas

O gigante ouve a resposta de Sigulf e se aproxima da tripulação. Ele nunca ouviu falar sobre a terra que os estrangeiros clamavam ser originários, mas não percebia qualquer sinal de mentira nas palavras do Jarl. Olhando um pouco mais de perto, o Jötunn percebe distintas marcas no machado de Sigulf e também no casco de Víðirkæsia. Não conseguindo disfarçar o semblante surpreso, o Gigante torna a falar com a tripulação:

- Meu nome é Draenr! Se há algo que deva ser respeitado acima de qualquer coisa são os ritos de passagem. Os mortos devem ser honrados, não importa a que povo pertençam. Vocês dizem não ser Asgardianos, mas vindos de uma tal de Winterheim. Nunca ouvi este nome por aqui. Contudo, ao observá-los melhor, entendo que são conhecidos do grande Kha'arg. Deveriam ter se anunciado desta forma desde o início. Qualquer um do povo do Grande Ferreiro é bem vindo em Muspellheim! Seres que vivem do fogo são semelhantes, não importa sua raça.

Draenr
se assenta em um tronco caído na areia da praia que emite um som como se fosse rachar. Após acomodar-se, o gigante de fogo se dirige novamente aos forasteiros:

Aguardarei enquanto finalizam os ritos para seu falecido companheiro. Após isso, insisto para que me acompanhem até o palácio real. Surtr vai querer saber notícias de seu velho amigo.

Draenr
sorri e espera, calmamente, assentando no tronco.


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