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T02E02 - Presos Políticos

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05/04/21, 07:40 pm
Jardim da Redenção, Nova Capital
31 de Janeiro de 2022, 12:15


Dentro de uma das milhares de casas aglomeradas no Jardim da Redenção, João Pedro, o Incrível, aguardava a chegada dos seus companheiros de luta. Em momentos diferentes, todos deveriam aparecer por ali, buscando não dar brechas nem fazer qualquer um que observasse aquilo pudesse anotar pistas. À frente dele, sentado num sofá que já teve dias melhores e usando uma camisa de botões com forte cheiro de naftalina, estava Ayres Britto, o ex-herói Capitão 9. Outrora, um grande personagem das telinhas. Hoje, um improvável aliado na causa dos Foras-da-Lei, e uma figura quase paternal para Incrível.

— O senhor não precisava vir, Seu Ayres... — Incrível começou, exalando preocupação, mas foi interrompido pelo velho herói.

— Um velho não pode ainda lutar pelo que acredita? Eu vivi uma ditadura, garoto. Não gosto da ideia de outra aparecer. E fui eu quem convocou essa reunião, não?

— Sim, mas...

— Pode ficar tranquilo, garoto. Eu sei me cuidar.

Ayres fez um joia com a mão, e a dupla ouviu as correntes do portão da residência se moverem. Era uma mostra de que os outros estavam chegando. V8, Devaneio e Moleca foram os primeiros a passar por aquela porta. Penumbra, Babalu, Orbital e Clone chegaram logo depois, com o metamorfo assumindo uma forma humana que o escondia com perfeição. E, por fim, o novato Barata atravessou a entrada da casa. Os nove se ajeitaram, e Ayres apenas os assistia. Como pedido, nenhum deles usava seus trajes de super.

— Acredito que estamos todos aqui... — Ayres se levantou, indo até a cozinha da casa e voltando com uma bolsa de zíper, abrindo-a e pegando uma pasta que parece ter mais idade que todos ali presentes.

— Em pleno 2022 e ainda usamos papéis… — Babalu ri, olhando a pasta.

— Eu não sei mexer nesses tablets, tá certo? Incrível até tentou me ensinar, mas eu já sou um velho gagá que mal sabe usar um celular... — Ayres manteve seu semblante sério, abrindo a pasta e tirando alguns papéis com imagens em preto e branco. — Trouxe umas notícias que meu neto me mostrou e eu pedi pra ele imprimir. Deem uma lida nelas aí... ou abram no celular mesmo — Ayres completou ao ver quase todos pegarem um celular, e colocou os papéis sobre a mesa.

Nas folhas, as impressões mostravam que eram notícias dos grandes portais de imprensa, ainda que muito parecidas entre si, quase um Ctrl+C Ctrl+V. Todas tinham um viés voltado ao registro e à lei, e alguns faziam excessivos elogios à atuação da Super-Polícia na prisão de quatro vigilantes na Toca do Guará. Segundo constava, os quatro passariam pelo julgamento de custódia e, à noite, seriam transportados para o Complexo do Inferno, nome popular do Presídio Christian Cavalieri, que é o único presídio exclusivo para supers, localizado nos arredores de Nova Capital.

— Talvez vocês já tenham ouvido falar neles. Eles se auto intitulavam os "Guardiões da Toca". Foram presos depois de serem detidos enquanto perseguiam um grupo de ladrões de carro, e foram flagrados sem o RNH.

— Chama Solar, Corvo, Mestre Amarelo e Torpedo. Esses são os nomes dos quatro. Soube da atuação deles... — o fim da frase ficou no ar, mas a informação de Penumbra foi confirmada por Ayres.

— Soube por um amigo meu que é policial que eles foram levados pro 3º DP, em Laranjeiras. Meu neto tirou algumas fotos, e elas estão aqui. Também tem outras coisinhas interessantes.

Ayres puxa um envelope da bolsa, o abrindo e mostrando uma série de fotos da delegacia de polícia no bairro do Laranjeiras, assim como fotos dos arredores, registros de tráfego e informações que eram exclusivas demais para serem pegas por um velho de 80 anos.

— Acho que é óbvio que, se eles forem presos, as coisas vão ficar mais complicadas para nós. Principalmente por que isso é estratégia mais velha que eu. Usavam muito esse tipo de prisão na ditadura, como forma de dar avisos a quem se opusesse às atitudes do regime, então vocês precisam salvar esses rapazes.

O grupo se entreolhou. Apesar de já estarem unidos há alguns meses, essa era a primeira vez que fariam um ato que não envolvesse protestos.

— Dividam-se em dois grupos. Um grupo irá invadir a delegacia e resgatar os quatro heróis. Como vão invadir, o que farão lá dentro, isso é por conta de vocês, mas tentem ser o mais discretos possíveis. O outro grupo terá uma missão mais arriscada: chamar a atenção da polícia, e ganhar tempo o suficiente para o resgate acontecer. Meu parceiro na polícia não conseguiu me passar tantas informações, mas esperem sempre pelo pior. Super-policiais, proteção a nível de presídio… e tentem não ser capturados, ok? Boa sorte.

Informações


→ Todos os membros dos Foras-da-Lei jogam nessa missão. Usem o primeiro post para se dividirem nos grupos.
→ Prazo de postagem: 07/04, às 20h.
Barata
Barata

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06/04/21, 12:10 am
Há alguns dias Juca trocava mensagens com um pervertido na internet, um homem que criava diversos perfis nas redes e marcava encontro com menores.. Aquele seria seu último. Barata joga o abusador contra o poste, fazendo sua cara sangrar. Ele prende seu corpo usando um cabo de aço, e desfere mais alguns socos diretos nos ferimentos do rosto. - Fica quietinho aí, não vai demorar pra te acharem, eu já emiti um chamado.

De seu antebraço, a imagem de um mapa é projetada como um holograma, indicando a chegada breve de duas viaturas policiais após a denúncia anônima de Juca. - Em outros tempos, eu ficaria pra ver sua cara de verme sendo levado no camburão, mas você deve saber que tão querendo mais a minha pele do que a sua, cara. Por incrível que pareça. - como um imã, ele cola no cabo de aço uma espécie de cartão-pendrive, contendo todas as provas necessárias contra o tarado.

- Te poupei de algo bem pior. Espero que nunca cruzemos nossos caminhos novamente.

O herói mira sua pistola em direção ao alto, disparando uma garra que o puxa logo após se fixar na armação de um prédio próximo, sumindo da visão do criminoso.

__________________________________________


Fazia tempo que Juca vinha tentando contato com Incrível. Com sucesso, a ideia de trabalhar com super poderosos que agiam fora da lei alimentava a sede que tinha de bater de frente com o governo vigente. Ele queria cutucar.

Juca dirige um carro popular em direção ao endereço marcado, no Jardim Redenção. Por fora do veículo, apenas um item desvalorizado com o tempo, mas por dentro, o painel do carro ostentava uma grande tela que exibia um mapa da região e alguns apontamentos nele, ocorrências e chamados da polícia e super-polícia, interceptados pelo sistema de antenas tecnológicas e discretas que Juca havia instalado em alguns pontos da cidade.

O vidro fumê do carro escondia a luz que cobria o rosto de Juca, que pilotava discretamente, descaracterizado como combinado, e escutando algumas notícias sem muita atenção, aquele horário estava reservado para outro assunto.

Se aproximando do local, estaciona o carro afastado do ponto de encontro. Ele apanha uma caixa de papelão no banco do passageiro e desce do veículo, trajando calças velhas e um suéter verde, e na cabeça um boné surrado que fazia sombra na sua cara. Um óculos escuro também preservava um pouco da sua identidade.

Quando Juca entra na residência, ele tenta reconhecer alguns rostos daqueles que acompanhava frequentemente nas notícias e registros de câmeras deletados por ele mesmo algumas semanas atrás. A falta das cores e uniformes dificultou um pouco a identificação das figuras, mas ele sabia que estava entre heróis extremamente atuantes nos últimos tempos, agora como foragidos da lei.

Após acenar pra algum deles, Juca permanece no canto mais discreto e escuro da sala, com sua caixa embaixo do braço, ouvindo atentamente a explanação de Ayres, o Capitão 9. O ex-herói joga algumas impressões e fotos sobre a mesa, e com a mão livre Juca é um dos poucos que apanha um deles, observando uma notícia que já havia lido antes, sobre a prisão dos "Guardiões da Toca".

- Impressionante.. Aposto que os ladrões de carro não sofreram quase nenhuma punição. - indignado, ele segue ouvindo alguns burburinhos e comentários na sala, e então Ayres joga um envelope na mesa. - Agora sim, informação quente. - se anima após identificar o brasão da polícia nos documentos. Ele larga sua caixa por um instante e se aproxima com mais anteção olhando algumas fotos e um registro de tráfego da região do 3º DP.

- Beleza senhores, é um prazer estar reunido com vocês. - Juca apanha novamente sua caixa de papelão e a inclina sobre a mesa, despejando alguns comunicadores pra fora do pacote. - São pontos eletrônicos, se a gente vai se dividir em grupos acho que pode ser útil. Acho que tem pra todos.

Juca se interessa por cada ideia que é sugerida, e fica decidido que ele ficaria de vigia do lado de fora da delegacia, no topo de um prédio baixo, passando informações e monitorando o movimento da super-polícia, através de um hack no sistema de vigilância e interno, como mencionado por Incrível. - Então, partimos?


Última edição por Barata em 06/04/21, 04:57 pm, editado 1 vez(es)
Incrível
Incrível

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06/04/21, 02:36 pm
Eu nunca me dei bem nesse negócio de equipe tá ligado? Dês de moleque aprendi a me virar sozinho, então sempre preferi trabalhar só na maioria das vezes...
Mas nada contra times também, foi até bacana agir em grupo como no caso do "Capitão 9" ou nas vezes em que os "Novos Benfeitores" se reuniram. Apesar de que os BF nunca foram um grupo de fato, foi mais algo montado pela mídia após o atentado de 7 de Setembro. A cidade precisava de um super grupo e nossa ação em conjunto foi a brecha que eles queriam pra ganhar em cima de nós. A gente era muito diferente, cada um tinha seus objetivos e suas cruzes pra carregar.  Pra provar que nunca foi um grupo de fato, assim que as coisas começaram a ficar difíceis e veio a lei, a tal equipe se desmanchou. Teve gente que decidiu sumir, teve gente em cima do muro, teve gente que preferiu se debandar pro lado dos engravatados, e eu sobrei... Não queria me aliar a esse povo, mas também não podia deixar a cidade na mão. A galera gosta de holofote, coisa grande, mídia... Mas entrar na sujeira e ajudar gente pobre e fudida quase ninguém quer. Não da ibope tá ligado?
Mas eu não ligo pra isso, já fui da fama pra lama, e ainda to aqui. Tô na rua ajudando quem precisa de verdade, e eu não tô sozinho.  Dessa vez a gente tem um grupo fechado, com as mesmas ideias e mesmos objetivos, e isso nos torna cada vez mais fortes. E nos faz também um alvo pra muita gente, mas isso é papo pra outra hora...


O grupo estava reunido no local marcado, Ayres passa o relatório da missão para os nove que ali estavam. Os jovens se entreolham, pareciam apreensivos, afinal era a primeira "missão" oficial em equipe. E o objetivo nada fácil. Invadir uma delegacia e resgatar quatro heróis que ali estavam.
Toda a ação deveria ser rápida e precisa, afinal quanto mais tempo levarem pra agir, mais chance para as autoridades anti-supers aparecerem.

-Seguinte pessoal, a gente vai ter que agir de forma rápida e limpa. Se a gente ter mole a casa vai cair pra geral. Seria até fácil  a gente só entrar lá descendo o braço em geral,  e depois salvando os quatro. Mas não é tão simples.  Precisamos agir com cautela. Um grupo precisa primeiro se infiltrar no local, e ver como estão os quatro presos,  precisam ver também o numero de guardas, quem controla as celas  e as coleiras inibidoras, e o principal, ver se tem algum agente da super polícia ali... Assim que a coisa começar acontecer esses caras vão engolir aquelas pílulas e em coisa de menos de um minuto já vão estar com poderes... Clone, Moleca, Devaneio, Penumbra são os melhores pra se infiltrarem. Barata você consegue entrar no sistema da polícia de alguma forma? vamos precisar de imagens de câmeras apagadas no momento da fuga, não podemos nos comprometer...  

O rapaz da uma pausa e continua a falar.

-Outro grupo precisa estar do lado de fora, causando algum tumulto ou algo que chame a atenção. Precisa ser gente que aguente o tranco caso chegarem os reforços...
Orbital, vamos precisar que você zere a gravidade na rua em frente a delegacia.  As viaturas flutuando com certeza vão chamar a atenção de muita gente, incluindo os policiais lá de dentro. Assim que eles saírem pra fora V8 e Babalu ficam com a tarefa de botar eles pra dormir.
Eu vou bloquear as duas vias que dão acesso até a delegacia fazendo uma barricada com carros, e alguma unidade chegar eu tento distrair eles...

Assim que o resgate for feito nós vamos precisar fugir e despistar quem estiver na nossa cola... peguem esses comunicadores e vamos nos manter em contato direto. É isso pessoa, esse resgate não pode dar errado até por que, o nosso também tá na reta, e amanhã ou depois pode ser um de nós nessa situação...  
Moleca
Moleca

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06/04/21, 04:39 pm
A fumaça saia dos lábios de Dira fazendo uma dança mesmerizante enquanto se desfazia no ar. Naquela noite atendia uma mãe desesperada, querendo ajuda com filho atormentado por espíritos malignos. Enquanto banhava a criança desacordada com folhas sagradas e soprava fumaça sobre sua cabeça, seus olhos reviraram em transe enquanto os ancestrais agiam através de seu corpo.  Muitas noites eram assim desde que Pai Dodó encerrou sua jornada no mundo material e Moleca assumir os serviços de feitiçaria.

Com o fim da noite de trabalhos, ela descansa deitada no telhado à procura de respostas nas estrelas… “Antigos, quem é essa figura monstruosa que constantemente se aproxima de meus amigos nos meus sonhos?”... Mas os brilhos no céu nada diziam, Coroado era afastado do centro de Nova Capital, mas ainda assim era preciso esforço e atenção para enxergar constelações.

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Sem abusar da sorte, Dira tinha vencido de lavada no pedra, papel e tesoura, e pilotaria a moto com o descontente Vanderson na garupa. Atravessariam o Engenho até chegar em Redenção. Estranhando o silêncio de V8, Moleca vai mais devagar.

- Pô Sansão, vai ficar puto só pq cortou os dreads?

- É pelo dread sim, po. Nem é pq eu tenho 100 quilos sendo carregado por uma pirralha de um metro e meio, não.

- Tá com medo é? - descrevendo uma curva bem fechada e desviando por um tris de um gato que atravessava a rua eles desafiam a gravidade naquela moto - Hoje é seu dia de sorte... Koew Vanderson, fala comigo, a gente não é irmão?

- Não é isso... Tsc... Não é nada não, só neurose, nada de mais.

- Tu só acumula neurose, provoca na mente uma necrose, contamina os outros igual virose, abre o jogo sobre quem causa tua cirrose

- Po nega, to muito nesse pique de rimar não. Rimei, rimei e rimei e não adiantou de nada, olha como a gente tá? Caçados, marginalizados, fudidos... Tudo na mesma.

- Agora eu vi - ela freia a moto repentinamente, fazendo o pneu de trás dar uma levantada antes de parar totalmente - Escuta aqui, é novidade mesmo ser marginalizado? Fudido? Vanderson até pouco tempo atrás a gente foi sequestrado por aqueles mafiosos! É a Sara não é?

- E agora quem quer sequestrar a gente é a policia. Os caras podem fazer isso com aval do governo, pelo menos da primeira vez foi contra a lei.

- Não sobrou ninguém que você se importa? Porque olha, eu não sou uma super poderosa, mas faço tudo pelo povo do terreiro, pela Dev, por você. Se você não tem alguém que ama por quem lutar pode descer da moto e voltar pro terreiro.

- Caralho Dira tu acha que eu não faço isso por vocês tbm? Eu daria minha vida por vocês duas, mas tenho medo de no fim não adiantar de nada.

Dira olha para trás e sorri para Vanderson enquanto da uns tapinhas no seu ombro.

- Ei grandão, se você puder voltar a andar de queixo erguido, e orgulhoso de quem você é, e do trampo que você faz... Pra mim já vai ser recompensador.

O resto do trajeto foi preenchido com o ronco daquela moto cortando as avenidas. Foram os primeiros a chegar naquela casa, e Dira foi logo procurando onde sentar. Falou bem pouco, principalmente depois do sermão do Capitão pro estarem todos no celular. “Sobreviver a uma ditadura, e ajudando a molecada a impedir uma segunda… Talvez eu aprenda muito com esse grupo sobre como manter o legado do Baba…”.

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No dia do resgate teria que ignorar  o frio na barriga para realizar a infiltração. Confiaria em sua sorte entrando pela porta da frente, jogaria aquele migué nos policiais da recepção sob um complicado B.O para ser registrado. Lançaria um sútil feitiço de encanto, que deixariam suas perguntas irresistíveis. Coletaria o máximo de informações possíveis enquanto deixa seu comunicador ligado.
Clone
Clone
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06/04/21, 05:23 pm
Enquanto eu me dirigia para a casa, ficava pensando que aparência eu pegava. É a casa do velho? Será que eu devo ir de coroa, pra acharem que eu sou amigo da velha guarda ou coisa do tipo? Vou de enfermeira, pra pensarem que vou aplicar remédio nele? Aliás... blerg, melhor não. Vai que o cara confunde as coisas. Acabei me atrasando pra encontrar a turminha da Tropa do Juliet, e fiquei meia hora tentando lembrar onde era a casa... Poxa, todas parecem iguais pra mim. Até que enfim, eu encontro um rosto conhecido, o Penumbra, já quase entrando na  tal casa. Enfim, tive a grande ideia para meu disfarce. Saí da aparência do seu Raul para assumir a do... do... qual é o nome? Aquele maluquinho lá, que fez o do tapa olho no filme dos Vingadores.

- Cheguei. - falo abrindo um sorrizão amistoso.

- Muda essa cara pra uma menos famosa, por favor... - falou revirando os olhos.

Assim que entramos na casa, eu como o cara do tapa olho, mas de barba e dreads (#estilo), fomos atualizados da missão. Cara, só eu não tenho um celular nessa casa? Enfim, geral falando dos planos, Incrível sugere que eu invada o local para libertar os heróis presos.

-Chá comigo, chefia! Posso entrar e sair de lá tranquilo. Eu assumo a aparência de um dos guardas, pego as chaves ou o que quer que usem para prender os caras e os liberto de lá. Samantha, você poderia nos cobrir, deixando os quatro invisíveis ou com aparência de guardas também? Penumbra poderia ficar nas sombras, adiantando pra mim como é o local, e talz... Quanto menos interação com pessoas eu tiver, melhor. E quanto mais informações tiver, mais fácil fica. Aí é contigo, Moleca.

Que legal! Já me sinto o Tom Cruzes no Missão Impossível.


Última edição por Clone em 09/04/21, 05:54 am, editado 1 vez(es)
Orbital
Orbital

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06/04/21, 05:55 pm
Já há algum tempo, Orbital não se reunia com outros heróis. Sempre agindo sozinha, até o dia em que foi salva por alguns dos que estavam agora reunidos na casa do Sr. Ayres. Pelos recentes acontecimentos na cidade e em sua vida, era estranho pra ela estar com outros heróis, lembrava da ultima vez que esteve em uma equipe, o quanto foi bom, e o quanto deu ruim depois. A jovem ouvia atentamente as instruções da missão de resgaste e ignorava seus pensamentos sobre o passado. Não conhecia os Guardiões do Guará, mas se sentia responsável e obrigada a ajudá-los. Não falou quase nada durante a reunião, mas quando Incrível passava suas orientações, e falou que precisava dela, disse tentando parecer firme:

- Pode deixar comigo Incrível! Dou conta de uma bagunça, além do mais eu tenho conterrâneos precisando de nossa ajuda. - Fala tentando ser enigmática péssimamente.

Passada as instruções, era hora de por a teoria na prática. Chegando de frente com a delegacia, a jovem tentará fazer com que os carros e possíveis viaturas do local flutuem a uma boa altura para chamar a atenção. Orbital tentará ficar fora de vista enquanto manipula a gravidade do ambiente, dando brecha para seus companheiros fazerem sua parte.

- Espero que funcione! Caso a coisa ficar preta vou ter que entrar em ação jogando esses carros na porta de saída, talvez funcione!


Orbital
V8
V8

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06/04/21, 10:04 pm
Vanderson se sentia distante dos amigos recentemente, observava Dira olhando as constelações no gramado do terreiro em Coroado, mas não queria atrapalhar o transe da amiga, preferia ficar em um canto, escondido nas sombras da casa mal iluminada. Com um cigarro na mão e olhos no horizonte, lembra do calor do corpo de Sara se esvaindo e sente vontade de chorar, mas não consegue. Ao piscar os olhos, mantem as pálpebras fechadas e tem vontade de dormir, mas também não consegue, teme os pesadelos e, por mais uma noite, fica acordado pensando no que perdeu.

No caminho para a casa de JP na garupa de Dira sentiu falta dos cabelos longos balançando ao vento e lembrou de rolés com Sara antes de tudo ir por água a baixo. Depois disso se xingou por não conseguir tira-la da cabeça, tinha assuntos no presente para tratar, o passado não vem ao caso no momento. Ficou de pé atrás do sofá que Samantha se sentou e quando o Capitão 9 contou sobre as noticias olhou as informações pela tela do celular da pequena.

- Conheci de olho esses moleques na época da gravadora, ela ficava em Laranjeiras.

Mais dor vinda do passado, provocando mais raiva e uma sobrancelha levantada no rosto de Vanderson.

Ao ouvir o plano de Incrível, gostou da ideia de poder apagar uns policiais.

- Quando vocês entrarem podem tentar arrumar um carro? Um camburão ou algo assim, pra facilitar a fuga. Na pior das hipóteses a Samanta deve conseguir fazer o bagulho se passar por uma van transportando uma familiazinha feliz de gente branca. A polícia não vai nem ligar.
Penumbra
Penumbra

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06/04/21, 11:19 pm
Diário de Penumbra - 31/01/2022 - 23h50 - Aqueles quatro vigilantes da Toca foram pegos atuando sem o Registro. Logo vão ser transferidos para um presídio totalmente estruturado para super humanos. Isso tá cada dia pior. Talvez não há "protesto" maior contra essa zona toda, do que libertá-los. E é por isso que vamos agir oficialmente como equipe hoje. Pelo o que eu sei, tem algumas caras conhecidas, outras nem tanto, mas são todos corajosos o suficiente pra peitar o sistema. E isso me enche de orgulho. Bem, vamos lá! Não dá pra esperar mais!

Bruno vai em direção ao endereço combinado. Tudo muito discreto, sem chamar nenhum pingo de atenção. Até que ele se depara com um velho conhecido, com habilidades mímicas, disfarçado de um  personagem dos cinemas.

- Muda essa cara pra uma menos famosa, por favor... - Diz Penumbra, enquanto adentra a casa para entender melhor todo o plano. Encabeçados por Incrível, todos definem seus papéis no resgate, e por fim partem para a ação.

Penumbra irá aguardar a primeira onda de infiltração, aonde Clone, Moleca e Devaneio farão o reconhecimento da estrutura interna da delegacia. Com essas informações precisas, o vigilantes das sombras irá se teleportar para o ambiente das celas que os vigilantes estão presos. Se necessário, irá derrubar os vigias da prisão, ou pelo menos prender eles com suas sombras. Com o caminho livre, irá abrir um portal que transporte os heróis pra fora da delegacia, aonde irão se reunir para auxiliar os vigilantes na fuga.
Devaneio
Devaneio

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07/04/21, 08:41 am
Na esquina da casa onde combinaram a reunião, alguns minutos antes da hora marcada, Samantha estava encostada na parede, praticamente escondida. Era a primeira vez que voltaria a ser Devaneio em muito tempo e já começaria revelando sua identidade secreta para um bando de desconhecidos. Os temores rodavam a mil em sua mente, pensando se não estava sendo imprudente outra vez. A hora marcada chegou antes que ela pudesse se acalmar e ela retoma o caminho para a casinha a tempo de ver Dira e Vanderson chegando de moto. Acenou para eles sem jeito.

Desconforto era a sensação mais familiar para Samantha nos ultimos tempos. Estava desconfortável com seus amigos, que ainda não haviam recuperado a intimidade de antigamente; com aquele grupo de estranhos e com a missão passada a eles. Mas aos poucos isso foi passando. A presença de Vanderson e Dira vai aos poucos deixando-a mais confiante. Demorou para reconhecer o Clone, mas depois acenou pra ele e riu de seu jeito engraçado. Enquanto planejavam o que fazer, aquele grupo de estranhos desajustados tomou a forma de um batalhão aos seus olhos, focados em fazer justiça pelos que mais precisavam.

"Engraçado que há pouco tempo estávamos todos julgando o Incrível e agora somos tão vilões quanto ele aos olhos dos engravatados."

No dia da invasão, Devaneio fica no grupo de reconhecimento. Ela usa suas ilusões para disfarçar os companheiros como guardas até libertarem os prisioneiros. Lembrando-se das medidas que os policiais da cidade tinham contra os super-seres, Samantha também fica de olho pro caso dos prisioneiros estiverem usando coleiras inibidoras de poderes. Caso estejam, ela procura o policial responsável por controlar as coleiras e tenta confundí-lo com ilusões para libertar os prisioneiros, ou ao menos evitar que machuque-os de alguma forma.
Babalu
Babalu

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07/04/21, 05:10 pm
Mesmo dentro da casa do velho Ayres, Babalu mantinha o capuz na cabeça e os óculos escuros, e evitava olhar diretamente para a maioria dos que estavam presentes enquanto falava, não que ela não confiasse nas pessoas que estavam ali, mas só Ayres e Incrível sabiam sua identidade, e desde que a MP foi aprovada ela vem ficando cada vez mais neurótica com sua identidade secreta, o medo de que as pessoas que ama sofram alguma tipo de risco com a revelação desse segredo só crescia, então quanto menos pessoas souberem, melhor, e ela também não fazia a menor questão de saber quem são os companheiros fora da vida heróica.

Com o plano definido, Babalu pega o comunicador fornecido por Incrível - Acho melhor o pessoal da infiltração ficar esperto quando a gente começar a bagunçar fora da delegacia, eles tem quatro metahumanos detidos lá dentro, ele com certeza vão reforçar a segurança ao máximo nos quatro no menor sinal de problema, tirar as coleiras deles seria o ideal pra pelo menos te ajudarem na fuga se necessário.

V8, eu e você, um de cada lado da saída da delegacia, assim que começarem a sair a gente derruba eles em duas frentes.- Babalu vai tentar envolver alguns guardas com seu corpo e estrangulá-los até desmaiarem, e com os braços livres irá socando o restante dos guardas.
Atieno
Atieno

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08/04/21, 02:04 am
Após uma rápida discussão, o grupo se reuniu no bairro do Laranjeiras, tomando suas posições. Cada um carregava, nos ouvidos, um ponto eletrônico fornecido pelo Barata, conseguindo ter contato uns com os outros. O próprio Juca já estava posicionado e, de certa forma, animado. Acima de um pequeno prédio de apartamentos, o Barata ativou seus visores, tendo informações de seu sistema e conseguindo tranquilamente hackear os sistemas da polícia, mantendo uma conexão wireless e vendo as câmeras de segurança. Haviam decidido agir à noite, quase de madrugada, então as imagens estavam em preto-e-branco, típicas de câmeras com infravermelho.

— Ok, estou conectado. Até agora tudo normal. — Juca levou a mão ao ouvido, dando um sorriso. — É contigo, Infiltração.

A confirmação chegou aos ouvidos de todos, que deram seus primeiros passos. Moleca, sozinha, correria para dentro da delegacia, enquanto Babalu e V8 se posicionavam à entrada desta. Devaneio e Clone já se disfarçavam, enquanto Penumbra, Orbital e Incrível aguardavam em seus pontos de ação.

— O segundo andar possui 5 policiais, estou tentando ver se são parte da Super-Polícia.

— Boa sorte, Moleca — Incrível disse, sem esperar resposta de Dira, começando a flutuar no ar e vendo o que podia usar no bloqueio da via.

Sorte. Era engraçado desejar isso à uma das pessoas mais sortudas do mundo. Mesmo assim, Dira se sentia um pouco tensa. E assim ela fez, trabalhando uma face de desespero, até mesmo desarrumando um pouco suas vestes. Ao passar pela porta principal, Dira viu que o balcão da delegacia tinha três policiais, vendo que havia um aparelho de TV no alto, podendo ouvir os resultados da estreia dos campeonatos estaduais e vendo que os policiais se focavam naquele programa. No corredor à esquerda, um segundo policial guardava a entrada, e usava a farda típica da Super-Polícia. Era o primeiro sinal de alerta. À direita, havia uma escadaria, "decorada" por algumas poltronas, vendo uma policial que também usava a farda especial. Era hora do show.

— Moço! Por favor, me ajuda! — Dira gritou, se aproximando e apoiando-se à beira da bancada, tendo até dificuldade em olhar por cima dela. Os policiais olharam na direção da garota, um deles já prontamente indo até ela.

— O que houve, garota? O que aconteceu? — seu tom de voz exalava preocupação. O feitiço da Moleca estava funcionando.

Os outros policiais, principalmente os dois da Super-Polícia, voltavam seus olhares para Dira. Naquele momento, Devaneio e Clone, disfarçados como dois policiais comuns, entram na delegacia também, como se estivessem chegando na hora que Moleca ia pedir por ajuda.

— Tem uma doida com poderes agindo aqui perto! Eu consegui fugir, mas tem gente em perigo! Eu preciso de ajuda!

A senha foi dada. Orbital baixou seus óculos na face e se concentrou. As viaturas estacionadas à frente da delegacia começaram a flutuar, e Penumbra aproveitava para correr para a lateral da delegacia.

Um tanto afastado, Incrível observou as vias de acesso. Não hesitou em começar a empilhar carros, bloqueando duas das oito ruas do quarteirão. Ao erguer voo, no entanto, teve a impressão de ser observado, sentindo a presença de algo... ou alguém.

Enquanto Moleca gesticulava com os policiais, Devaneio e Clone caminharam na direção do corredor protegido, aproveitando que o policial deixou seu posto para ir ouvir o que Dira dizia. Os dois se aproximaram da porta, passando por ela sem dificuldade, só para se depararem com uma segunda passagem, bloqueada por uma porta de metal. O problema? Havia um leitor de retina. Pelo vidro da porta, os dois conseguiam ver um corredor todo tecnológico, com iluminações em LED e com um super-policial sentado de frente a duas celas luminosas. Acima deles, uma câmera ia direto em suas faces.

Na recepção, Dira ensaiou um choro de medo, fazendo os dois super-policiais irem acudi-la. A policial feminina tocou seu ombro, olhando de cima pra baixo e dando um sorriso calmo.

— Fique tranquila. Qual o seu nome? Venha, vou te dar um café, pra você poder descansar. Sou a agente Thaís, ok? Amei sua roupa, você é parte de um terreiro? — a policial começou a levar Dira para a cozinha da delegacia, puxando assunto para acalmar a heroína, enquanto os carros voadores na entrada já chamavam a atenção dos policiais da recepção.

— Que porra... — o super-policial se aproximou da porta com cautela, seguido pelos outros quatro que já seguravam em armas. Orbital fazia as viaturas darem piruetas e até "se beijarem", o som dos pára-choques colidindo selava a união daqueles dois veículos.

Assim que saíram, os agentes foram surpreendidos. Os dois primeiros que saíram, incluso aí o super-policial, foram agarrados por Babalu, que enroscou seus braços nos pescoços deles, os estrangulando. Do outro lado, V8 desceu um super-forte cacete, ouvindo mandíbulas se quebrando e vendo policiais rolando pra frente. Os gritos dos agentes da lei alertaram todos os outros, inclusive a agente Thaís, que andava junto de Dira e olhava pra trás.

— Se esconda, garota! Se esconda lá. Não saia de lá! — ela apontou para a cozinha, se virando e já puxando uma das pílulas. Ao toque do ombro, deu um sinal que foi gravado por Barata. — Central! 3ª DP! Temos um 486! Repito, temos um 486! — Thaís concluiu, engolindo a pílula e correndo até a recepção, se encontrando com todos os policiais que estavam no andar superior.

De frente à porta do corredor especial, Samanta viu que o policial que cuidava do corredor parecia agora agitado. Ele segurava a pílula que tomaria se necessário. Assim, Devaneio levou a mão ao ouvido, avisando Penumbra e vendo, do lado de fora, as sombras tomarem o ambiente e o herói noturno aparecer no corredor.

Bruno já viu o super-policial que guardava as celas em prontidão, e viu ele engolir a pílula. Usando as sombras, Penumbra atacou o policial, mas viu um campo de força bloquear seu poder. Pelo jeito, não seria tão simples derrubar aquele guarda.

Nas ruas, Incrível ouviu de Barata que os reforços tinham sido convocados. João Pedro já havia se antecipado, e feito quase todos os bloqueios, faltando apenas o último. Então, por reflexo, se esquivou de uma estaca de pedra que atingiu o asfalto onde ele estava, voando e evitando mais duas estacas que furavam o solo. Ao se virar, viu um herói de todo corpo rochoso se aproximar, vendo um símbolo que já tinha ouvido falar.

— Incrível! — o homem de pedra apontou para ele. — Que droga, eu não esperava por você fazendo isso. Mas é meu dever te parar, então colabora aí!

Informações


Testes:

→ Prazo de postagem: 09/04, às 23:00
→ ND coletivo: Médio (entre 8 e 14). O guarda das celas tem ND 12. A agente Thaís tem ND 16. Os policiais do 2º andar tem ND variável (entre 5 e 8). Golem tem ND 15. Ações livres (podem até evitar combate).
→ A agente Thaís demonstrará poderes elétricos.

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Clone
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08/04/21, 09:05 pm
Quando eu vi o tira da pesada agitado e pronto pra virar super, eu gelei. Até olhei pra minha mão, vai que eu fiquei feioso de novo. Mas logo vi que o motivo dele estar assim era o Penumbra. Agora lascou tudo, o plano foi por água abaixo... Ou será que não? Até agora, ele só está vendo o Sr. Noir ali, não é? Ele não sabe que eu e a Samantha somos infiltrados. Melhor contar com essa vantagem. As trancas são feitas com um leitor de retina, é? Que fofo... Olho pra Samantha e sussurro:

Confia em mim, só segue o roteiro, ok?

Pretendo transmutar o olho do policial que está lá dentro para poder abrir a porta da esperança, e assumir o poder que ele tem. Mas vou jogar com o elemento surpresa e fingir que sou parça dele.  Ficando entre ele e Penumbra, darei uma piscadela pro nosso bom detetive para ele entender que sou eu. Daí, falar para o Policial:

Vejo que está com problemas aí, meu chapa. Mas o caos tomou conta lá fora. Alguns supers estão nos atacando, e disseram pra chamar toda a super polícia que tem aqui. Vai lá, estão precisando de você. Eu cuido desse otário aqui. É uma ordem, vai vai VAI! Eu vou ficar bem.

Meu plano é a Sammy derrubar o cara no corredor, enquanto ele confia na gente, enquanto eu e o Penumbrado aqui libertamos os nossos amigos. Espero que dê certo, pois não quero perder ninguém aqui.

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Penumbra
Penumbra

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08/04/21, 09:45 pm
Que merda! Achei que seria mais fácil derrubar esse cara! - Pensa Penumbra, enquanto some nas suas sombras, procurando uma nova oportunidade de ataque. O vigilante já planejava seu próximo golpe, quando percebe a tentativa de um outro policial abrir a grande porta de metal que fechava o corredor.

Um já está sendo difícil de lidar, dois vai ser impossível. Vou precisar de ajuda. - Pensa Bruno, enquanto se mantém em movimento pelos portais de sombra. Pelos comunicadores, Penumbra chama os outros heróis da invasão. - Clone, Devaneio, tô encrencado aqui dentro. Preciso de ajuda!

Enquanto o reforço não chega, o vigilante sombrio continuará se movendo no ambiente, e se houver alguma brecha, tentará atingir o policial com suas sombras. Quando os outros heróis chegarem e o auxiliarem a conter o super, Penumbra focará em libertar os vigilantes presos, dando continuidade em seu plano inicial de teleportar todos para fora dali.

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Orbital
Orbital

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09/04/21, 11:01 am
A ação de V8 e Babalu havia chamado atenção dos policiais de dentro, o que era bom e ruim ao mesmo tempo. Orbital decide entrar na dança também dando suporte aos seus amigos e entrando no combate. A jovem tentava a todo custo esconder suas emoções, mas naquele momento que a confusão se aumentava, não se conteve soltando um sorriso ao ver uma policial que vinha para a recepção confiante.

- Venha pra mim moça, por sua cara parece ter tomado seus remédios né! Cadela do governo... - Dizia Orbital tentando provocar a policial.

Orbital flutuava acima do chão, preparando seus orbitóides para o combate. Pretendendo ir com tudo para cima da policial que abara de se tornar alvo de suas frustrações, quanto a situação geral. Cris vinha por semanas guardando raiva do governo e agora era hora de descontar esta raiva, considerando todos que apoiaram o registro dos heróis culpados por todas as perdas.

- Não vou me segurar, vou lançar o que eu puder nesta policial hipócrita, quer que nos registremos mas vocês usam essas drogas que dão poder, ironia né.

Orbital além de seus orbitóides tenta erguer lixeiras e qualquer outras coisas que estiverem na rua pra jogar na policial, tentando desestabilizá-la ou nocauteá-la. Conseguindo tais feitos, mesmo com raiva, somente tentara imobilizar a mulher pondo um de seus apetrechos por cima dela com gravidade suficiente para prende-la ao chão.

Orbital
Incrível
Incrível

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09/04/21, 01:30 pm
Mas que merda é essa?  
Pensa Incrível olhando assustados as estacas rochosas que quase o atingiram.


Uma voz vindo o outro lado da rua chama a atenção de JP.
— Incrível!
o homem de pedra apontou para ele. — Que droga, eu não esperava por você fazendo isso. Mas é meu dever te parar, então colabora aí!

Peraê... quem é esse cara mesmo? Eu já vi ele...Ah.. lembrei! Golem! Não acredito que é mais um pro lado desses vermes...

JP desce até a rua e fica flutuando a poucos centímetros do chão. De forma calma, ele mostra as mãos sinalizando que não atacaria, enquanto se aproxima lentamente do herói geocinético.

-Golem né? Tá mesmo do lado deles mano? é serio cara?... Olha, eu não quero briga com você... aliás, a gente não tá aqui pra brigar com ninguém. Tamo numa missão de resgate e só!  A gente veio pra salvar uma galera que é como nós. Gente que é igual a mim, ou a você...

Incrível para por alguns segundos sua fala, enquanto desce até o asfalto. O rapaz crava fortemente os pés no chão enquanto lentamente vai abaixando os braços e ficando com os  punhos cerrados. Ele olha fixamente para Golem enquanto volta a falar:

-Eu não sei o que andam falando da gente pra vocês, mas te garanto que a gente tá do lado do bem, a gente só quer fazer o que é certo... E uma coisa eu te digo, não vão nos parar. Nem você, nem ninguém!

Apesar de não conhecer pessoalmente Golem, Incrível se recorda de já ter lido algo no passado sobre o rapaz, chegou até ver um vídeo ou outro do geocinético em ação, já tinha ideia do que estaria por vir.
Incrível sabe que Golem provavelmente irá até o fim com suas ordens. E sabe também, que iniciar um combate com os ex- vigilante ali nas ruas, será um tiro no pé. Isso só queimaria ainda mais o filme dos heróis foras da lei. Era preciso agir com sabedoria, mas sem perder o foco na missão.

Sua intenção, é partir em alta velocidade na direção do rival, agarra-lo com força e voar o mais alto possível com ele.
 Lá em cima, longe do solo e provavelmente com medo de cair, Golem estaria em desvantagem, e assim talvez poderia ouvir melhor o lado de JP e seus aliados.
Babalu
Babalu

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09/04/21, 04:12 pm
-Alguém tem alguma informação aí dentro? Devaneio? Clone? Alguém?.- Ela falava pelo comunicador esperando algum tipo de resposta, após derrubar os primeiros policiais, Babalu se escondia atrás de um dos carro estacionado na rua esperando algum tipo de retaliação enquanto observava os policiais na entrada da delegacia, logo uma mulher vestindo o uniforme da polícia especial aparece na recepção, seu corpo parecia emitir correntes elétricas, com certeza já havia consumido a pílula.

Antes que pudesse pensar em alguma coisa, Orbital já começou a provocá-los, especialmente a policial. -Droga menina, numa hora dessas você não pode agir por impulso assim.- Os objetos da rua começam a flutuar, a garota iria começar a atacar a agente, mas também estava se tornando alvo fácil do restante dos policiais.

-V8, vamos dar cobertura para Orbital.- Babalu aproveitará a distração causada pelo ataque de Orbital a Thais e irá contra os policiais ao redor da agente, ela esticará seus braços, pegar os policiais e jogá-los para a direção oposta da delegacia na rua, caso tentem atacá-la após isto ela irá avançar aplicando socos elásticos.
V8
V8

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09/04/21, 05:59 pm
Vendo a destruição da porta da delegacia, V8 se sente instigado a derrubar todos os policias, mas ao ver Orbital e Babalú se lembra do corpo em chamuscado de Sara e se contem. Ele logo começa a correr na direção das aliadas usando sua super agilidade e usa seu próprio corpo para tentar proteger as duas de possíveis disparos feitos na direção delas usando sua super resistência.

- É agora que eu tenho que lançar alguma frase feita sobre ser o escudo dos justos? – Ele dá um sorriso de canto de boca antes de começar a desferir socos explosivos na direção dos policiais tentando dispersa-los.
Devaneio
Devaneio

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09/04/21, 06:19 pm
A cada passo dado dentro da delegacia, Samantha se pergunta mentalmente o porquê de estar ali. Amedrontada e insegura, ela queria correr, só continua firme para não estragar o plano e acabar com todos presos. Por sorte, Clone estava mais confiante e segue liderando o caminho.

Assim, ao lado do transmorfo, ainda se disfarçando como policial, ela segue a deixa.

— A casa caiu, amigo. Entrou no lugar errado, somos três contra um, melhor não reagir! — Quando entram na sala e Clone fica entre Penumbra e o super-policial, ela se dirige para o herói e finge colocar algemas ilusórias nele, em seguida entregando-o para Clone. — Agora vamos lá pra fora, precisam de todo mundo.

Ela espera o super-policial baixar a guarda para então atacá-lo com uma rajada psicodélica em todos os seus sentidos, como já havia feito contra supervilões antes, enquanto puxa o ar de seus pulmões o suficiente somente para evitar que gritasse e para desacordá-lo, sem fatalidades.
Moleca
Moleca

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09/04/21, 09:19 pm
- Cara, esses PM só comem porcaria? - Dira pegava alguns snacks na cozinha até ouvir a voz de Babalu solicitando ajuda. no comunicador.

Cautelosa Dira vai na direção da confusão na recepção, e tenta espiar a situação sem ser vista. Gesticulando enquanto sussurra rimas antigas elas tece nós de magia e os direciona para os policiais e para Thaís, lançando sobre eles o inverso de seu poder. Uma maré de azar deveria ser suficiente para facilitar o êxito de seus aliados.


Barata
Barata

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10/04/21, 02:28 pm
- Se segura Juca... - o homem cerrou os punhos por um momento. - Tempo. Sem equívocos. Se segura... - ele acompanhava a movimentação de seus novos parceiros enquanto eles invadiam a delegacia e outros ficavam à espreita para ação.

Após passar a situação que tinha acesso a todos, Barata tenta mais um ataque ao sistema virtual da polícia, dessa vez iria invadir o sistema de comunicação e autofalantes do local, passando uma mensagem para desestabilizar e confundir.

- Só mais dois firewalls.. - ele suspira, tentando sua invasão. Enquanto o sistema processa em segundo plano, no seu visor, ele vê a aproximação de Golem, que encara Incrível.

- Vamos jogar sujo.. - ele ri, sacando sua pistola e acoplando a garra na ponta. Barata ia mirar no pé de Golem, o puxando pra cair e atrapalhar o embate com o colega. Quando invadir em mais um nível, usará as informações pra manter seus parceiros atualizados e bagunçar o sistema de luz e som da delegacia.
Atieno
Atieno

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10/04/21, 10:01 pm
À frente da delegacia, mais e mais objetos flutuavam, conforme Orbital se enfurecia com seus próprios pensamentos. Babalu observava aquilo com atenção, vendo quase tudo que havia na rua começar a flutuar, e convocando Vanderson para o combate. A provocação de Orbital tinha resultado em algo. Os três começaram um confronto direto com os policiais, toda e qualquer possibilidade de movimento silencioso já tinha ido pras cucuias. Era um ataque direto á delegacia agora.

A agente Thaís corria para fora, as correntes elétricas pulsando em seu corpo. Atrás dela, os outros policiais já corriam com armas em punhos, prontos para atirar. Cristina arremessava literalmente qualquer coisa contra Thaís, que usava da energia para parar os objetos no ar e os arremessar para fora. Seu olhar era tenso.

— Pare, antes que alguém se machuque! — Thaís gritou, enquanto se esquivava de um dos orbitóides de Orbital.

— Vocês não pararam! Você terá o que merece, cadela do governo!

Diante da porta que separava o corredor de celas especiais do restante da delegacia, Clone observava atentamente o super-policial lá dentro, com Devaneio o olhando por trás. Aos poucos, Samanta percebeu que Lucas ia conseguindo montar uma forma perfeita daquele guarda. Provavelmente ele teria uma senha. Era esse o palpite de Clone.

Penumbra, por sua vez, bancava o Scooby-Doo ao passar por vários portais e ir saindo em locais diferentes. A cada ataque umbracinético contra o guarda, novos campos de força iam se formando. Mesmo não tendo um poder de forma constante, aquele policial parecia ser muito bem treinado a usar suas super-habilidades. Dentro das celas, os quatro Guardiões da Toca assistiam àquela cena, sem entender muito bem o que se passava.

Um pouco mais afastado de lá, Golem e Incrível se encaravam, um desafiando o outro a tomar o primeiro movimento, mas ao mesmo tempo sem nenhum deles fazê-lo.

— O que você está fazendo é errado! Você não é a lei para decidir quem vive e quem morre. — uma nova estaca de pedra ia se formando na mão esquerda de Golem.

João Pedro ainda tentava convencer seu adversário a parar. Mas estava óbvio que Golem não iria ceder. E, quando o geocinético lançou a estaca, Incrível desapareceu em alta velocidade, deixando apenas um forte vento que moveria os cabelos de Allan, se caso não estivessem petrificados. Sua armadura de rocha começou a formar longos espinhos, mas algo inesperado aconteceu: uma garra agarrou seu pé, e um puxão o desequilibrou o suficiente para derrubá-lo.

De longe, no topo de outro prédio, Barata ria, fazendo um joinha para o nada. Incrível poderia ver aquilo, ou talvez não. Mas não iria deixar de cumprimentar. Enquanto isso, seu visor indicava as informações de firewall, com Juca conseguindo acesso total às câmeras e começando a decodificar tudo.

Allan se levantava devagar, confuso e procurando quem o atingiu com a garra. Quando se virou para trás, deu de cara com incrível, que enfiava a mão em sua armadura e conseguia puxar seu uniforme.

— Bora dar uma voltinha, quero te explicar uma coisa... — Incrível finalizou, erguendo voo e levando Golem para os céus de Nova Capital, com a velocidade ajudando a literalmente desfazer a armadura rochosa do geocinético.

Dentro da delegacia, Moleca mantinha ao máximo seu papel, mas o pedido de ajuda de Babalu interrompeu sua degustação de tranqueiras. Caminhando com cautela, ela pôde ver que Thaís havia recuado para dentro da delegacia, vendo que os policiais começaram a abrir fogo. De seu ponto de visão, ela pôde ver V8 saltar à frente da entrada, vendo que ele recebia os tiros e parecia aguentar bem. Como forma de agir, Moleca começou a sussurrar canções mais antigas que a memória, começando a perceber as energias ali presentes. Começava a manipular a sorte das pessoas ali presentes, e já via a dificuldade dos policiais em conter seus companheiros aumentar consideravelmente.

Surpresa pra ela foi não sentir uma energia ruim vindo da agente que a atendeu. Medo foi sentir a fúria de V8 de longe.

Vanderson, ao saltar diante da recepção, deu espaço para Kelly passar com os braços, a vendo agarrar dois policiais e puxar pra fora. No entanto, cada tiro que recebia o fazia sentir maior irritação. Os socos explosivos apenas faziam os policiais se afastarem, e os tiros aumentarem. Cada bala que resvalava em seu tórax o fazia pensar em tudo aquilo. Aqueles policiais... eles representavam essa suposta "nova fase". Eles representavam completamente essa opressão. Patrocinaram a destruição de sua vida. E, na cabeça de V8, o discurso de Orbital também veio. O ódio que Cristina exalava o contagiava. Ele sentia aquilo. Não. Ele sentia o dobro daquilo. Sua gravadora fechando... sua casa perdida... seus sonhos desgastados... e Sara. Morta.

A explosão seguinte foi mais forte do que deveria ser.

Um aviso sonoro da porta foi ouvido quando Clone conseguiu acertar a retina e liberar a passagem. Na mesma hora, Penumbra cessou os ataques, como se estivesse rendido. O guarda observou Devaneio e Clone se aproximarem, e viu Penumbra erguer as mãos em rendição.

— A casa caiu, amigo. Entrou no lugar errado, somos três contra um, melhor não reagir! — Devaneio gritou, baixando os braços de Penumbra e criando algemas ilusórias, girando o herói umbracinético e o levando contra a parede.

O guarda que cuidava das celas pareceu relaxar um pouco, se aproximando dos dois heróis disfarçados. Ao ponto de nem perceber o óbvio.

— Que porra tá acontecendo? É um ataque!?

— Isso mesmo, parceiro. Tão precisando de ajuda lá fora, tá rolando um ataque maciço. Vai lá! A gente dá conta aqui. — Clone gesticulava, apontando para o lado de fora enquanto olhava nos olhos do policial.

Sem hesitar, o guarda acenou e começou a correr... apenas para cair no chão com as mãos na cabeça e começar a gritar feito um louco. Várias cores pulsantes apareciam na visão do homem, que tentava fechar os olhos, só para perceber que as cores venciam as barreiras de suas pálpebras. O ar começou a faltar em seus pulmões, sem que ele percebesse que Devaneio estava simplesmente reduzindo ao máximo a circulação de ar no local.

Só quando o guarda parou de se mexer é que Devaneio cessou seu movimento, removendo sua ilusão e se revelando para Penumbra.

— Não precisava ter me socado contra a parede, baixinha — Penumbra ajeitava seu uniforme, rindo enquanto Devaneio apenas dava de ombros. Em seguida, Bruno partiu à ação, tentando se teleportar dentro das celas. Por algum motivo, no entanto, ele não conseguia atravessar aquela barreira luminosa.

— O que foi? — Devaneio se aproximou, olhando para Penumbra.

— Como eu temia... — dois dedos coçavam o queixo de Bruno, que adotava um tom inquisitivo. — Eles instalaram celas com proteção total. Eu não consigo atravessá-las, elas bloqueiam meu poder. Isso é tecnologia digna do Complexo do Inferno...

— E como que vamos tirar eles daí? — Clone questionou, preservando a forma do policial.

— Talvez eu possa dar uma força, hein?

A voz de Barata ecoou pelo sistema de comunicação do corredor de celas. Longe dali, Juca havia acabado de passar pelo último firewall, e agora tinha o controle de tudo o que fosse tecnológico dentro da delegacia. Para sua não-surpresa, via os símbolos do Renovar estampando toda a tecnologia da delegacia.

— Hum... interessante... então são eles que fazem isso? Deixa eu ver aqui, e se eu apertar esse botão vermelho?

Na hora, o sistema de energia da delegacia começou a falhar, e as celas se desligaram. Os quatro presos caminharam pra fora das celas, alguns deles estando machucados.

— Olá, meus caros. Vamos logo embora daqui, antes que os reforços cheguem e nós não consigamos mais tirar vocês daqui — Penumbra se aproximou deles, e se virou em direção à parede, abrindo um portal de sombras, por onde todos fugiram.

Nos céus de Nova Capital, acima das nuvens, Incrível segurava Golem pelo colarinho, vendo o medo dele estampado na face.

— Vai me matar mesmo!? — Allan gritou, se segurando firme nos braços de João Pedro, vendo uma negação do fora-da-lei.

— Não, cara. Eu te trouxe aqui pra cima pra gente poder bater um papo. Eu não sou esse criminoso que deve estar todo mundo dizendo. Nós lutamos pela liberdade, cara! Pela liberdade de agir. O sistema só tenta nos controlar, ele não está interessado na segurança do povo. Se estivesse, não ia nos colocar em coleiras.

— Liberdade? Olha o que a liberdade de ação já provocou! Muitas mortes poderiam ter sido evitadas se as leis fossem mais rígidas. Muitas pessoas poderiam ser ajudadas de verdade com os heróis tendo registro. Heróis são pagos, cara! A gente não pode ser o bastião da justiça.

— A gente tá do lado do bem, eu insisto. A gente quer fazer o que é certo... e não o que nos falam que é certo. Agora a gente tá aqui lutando um contra o outro. Mas e se começarem a te mandar matar oposição? E se você se tornar uma pedra no sapato e o governo botar os heróis para te exterminarem? Cara, isso é perigoso demais, a gente tá lutando contra isso, à favor da justiça e do que é certo!

Golem se calou por alguns instantes. Parecia que sua mente havia viajado um pouco. Ele cerrou os olhos, observando João Pedro.

— Olha... Incrível, eu sei que você tem boas intenções e o caralho a quatro. Mas... cara, minha prima morreu lutando por essa cidade. E ela não morreu no dia da invasão... ela morreu por que foi salvar uma pessoa que não queria ser salva. Um maníaco que se fingiu de vítima. Se ela estivesse registrada, ela não estaria sozinha naquela hora... ela estaria viva. Mentalista morreu e ninguém nem se lembra dela. — a voz de Golem passou para um tom mais pesado e choroso. Incrível o observava meio atônito. — Minha prima morreu dando a vida por essa cidade, e nem ao menos é lembrada no Memorial dos Heróis. Ela caiu como uma anônima. Ninguém pede por justiça pra ela. Ninguém clama por saber quem foi seu assassino, tampouco busca a punição. Ninguém foi abraçar os pais dela. E sabe qual é o pior de tudo? Ela morreu sem gritar. Sem clamar ajuda. Por que ela não podia fazer isso.

O silêncio tomou conta dos dois. Incrível sabia que Golem era seu adversário. Que estava do lado oposto. Mas... ele também tinha um forte motivo para estar lá.

— É...

Um grito contido de susto chegou aos ouvidos de João Pedro nos céus. Algo havia acontecido.

Às portas da delegacia, Babalu girava seus braços no ar e arremessava os dois policiais dentro de uma caçamba de lixo, correndo em seguida até eles. Os dois haviam feito a caçamba virar na rua, mas todo o lixo que ali estava já começava a flutuar e a ser atirado contra o prédio. Kelly esticava as mãos novamente, arrancando as armas dos policiais e as arremessando acima de um dos prédios ao redor. A dupla pareceu aflita e tentava atacar a heroína, sacando cassetetes e sendo golpeados com socos no rosto, despencando ao relento.

Orbital, por sua vez, se esquivava de algumas rajadas elétricas da agente Thaís, até que conseguiu atingir a cabeça dela com um de seus orbitóides, a prendendo no chão com a força gravitacional. Num voo baixo, Cristina adentrou a delegacia, evitando as explosões cada vez mais poderosas de V8, e começou a ampliar muito a força gravitacional da policial, a prendendo no chão.

Thaís tentava se mexer, mas apenas conseguia mover a cabeça, olhando diretamente para Moleca. No entanto, uma explosão ainda maior tomou a atenção das três que estavam dentro da delegacia, todas olhando na direção de V8.

Moleca arregalou os olhos, levando as mãos à boca numa reação legítima. Diante dela, de Orbital e da agente Thaís, V8 descia o cacete nele, dando mais socos do que em qualquer outra coisa.

— Não... — Moleca engoliu em seco. A energia que Vanderson exalava era péssima. Não era aquela cena que a incomodava. Era o que V8 deixava transparecer que a fazia temê-lo.

Orbital olhava assustada para aquela cena. Seu coração palpitava, e ela se aproximava da situação, levando uma das mãos à testa e olhando para Vanderson. Babalu correu para dentro da delegacia depois, vendo os punhos de V8 gotejarem sangue. Um que não era o dele.

— ...precisamos sair daqui. Agora. — Kelly esticou uma das mãos e tocou o ombro do rapper. — Vamos.

Vanderson tremia bastante, estando muito ofegante. A fúria tinha tomado conta de si. Aquele... aquele não era ele. Aquilo não era ele. Sem hesitar, todos eles partiram em disparada para fora da delegacia, desaparecendo entre as ruas do bairro das Laranjeiras.

Do topo de um dos prédios, Juca observava pelo seu visor tudo aquilo, dando um grito de susto abafado.

— Incrível... a missão terminou. Vamos embora. — sem mais nada dizer, Juca partiu em fuga daquele prédio.

Voando na direção do chão, Incrível deixou Golem ali, ambos pensativos. Os dois se encararam através de suas máscaras, não vendo os olhos uns dos outros.

— Golem... a gente vai tentar honrar a memória da sua prima. Mas, por favor, pense no que te disse. Nós não somos os vilões.

E João Pedro partiu voando, apenas descobrindo o que aconteceu na delegacia por fora.

---------------------

3º DP de Nova Capital, Laranjeiras
01 de Fevereiro, 11h00


Vários jornalistas se aglomeravam nas barreiras policiais que cercavam a delegacia, e a notícia da fuga de quatro presos super-poderosos era veiculada em todos os jornais. Os jornais também citavam que, durante o resgate, um policial foi morto e outros 2 foram gravemente feridos. Não havia um canal de TV aberta que não se dedicasse a cobrir, minunciosamente, todos os detalhes daquele acontecimento, explorando ao máximo a dor da família do policial morto, e tratando os fugitivos como meros bandidos.

Dentro da delegacia, uma multidão de policiais tirava fotos de tudo, mas nenhum deles ousava chegar perto de dois dos heróis da Academia Benfeitores, salvo algumas fotos de longe. Diante de uma tela holográfica, Chip ia digitando algumas coisas, e Atieno estava ao seu lado, vendo as imagens que o tecnopata ia mostrando.

— E... pronto. Recuperei as imagens de câmeras da região. Olha só isso aqui, Atieno — Chip deixava rolar as imagens, enquanto Atieno parecia arrepiado. A voz de Danilo parecia mais artificial do que antes. Sua própria armadura lhe dava um aspecto bem mais robótico que humano.

— Certo...

Diante dos olhos dos dois, as câmeras mostravam Incrível empilhando carros nas ruas ao redor da delegacia, e mostravam o rápido embate dele com Golem. O herói geocinético estava, naquele instante, prestando esclarecimentos sobre a noite anterior, então nenhum dos dois Novos Benfeitores podia falar com ele naquela hora.

— Pelo jeito, o Incrível tá envolvido com a galera que invadiu a delegacia aqui. E fiz uma varredura rápida aqui, consegui perceber alterações gravitacionais e detectei os padrões explosivos. Ainda estou recuperando os sistemas, pois eles foram invadidos e varridos por um tal de Barata. Era só isso que você queria saber?

— Ah? Sim. Sim, sim, era só isso mesmo, Chip. Valeu mesmo. Vou deixar você continuar aqui, obrigado.

Andando pra fora da delegacia, Miguel deu de cara com aquela enorme quantidade de jornalistas, mas nem perdeu tempo com eles, criando uma escada de energia e saltando de um lado para o outro da rua, prendendo as garras na parede de um prédio e o escalando.

Ao chegar no teto, Miguel retirou a máscara, coçando os olhos e se sentando.

"Atieno, você não vai fazer isso, né? Não tá pensando em fazer essa loucura, né?"

— Pode ficar tranquilo, Hodari. Pode ficar de boa... — o herói suspirou, se levantando e olhando para a delegacia. — Caralho, Incrível... no que que você tá se metendo, afinal?

Recolocando a máscara, Atieno partiu saltando alguns prédios, desaparecendo no horizonte.

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