T02E01 - Primeiro Ato

Base Militar Bonicenha, Rio de Janeiro
29 de Janeiro de 2022, 21:30

O helicóptero militar Libélula-2 se aproximava do cerco à Base Militar de Bonicenha, próxima à divisa entre o Rio de Janeiro e Minas Gerais. O céu escuro camuflava o movimento daquele transportador, impedindo também que o brilho do símbolo dos Novos Benfeitores se destacasse.

Dentro da aeronave, a Turma Alpha se sentava em duas fileiras, uma de frente à outra, cada herói preso por cintos e sentindo os leves declives de uma pequena turbulência. Do lado esquerdo, Métrico, Forja, Meia-Noite e Espelho. À direita, os três Quimera estavam um ao lado do outro, na ordem: Verde, Azul e Branco.

Ao centro do corredor que separava os dois lados, lâmpadas de LED se acenderam, cortando o escuro e revelando um monitor descendo do teto e parando à altura dos heróis. Na tela, a imagem de Érica Lima, diretora da Academia, se fez presente.

— Vocês estão mais do que prontos para isso. Depois de mais de 6 meses de preparo intenso, é chegada a hora da ação. O Libélula-2 está os levando até a Base de Bonicenha, onde um sequestro que já dura mais de 3 dias está em curso.

Todos puderam notar que, em seus pulsos, um pequeno dispositivo se acendeu, vindo de uma pulseira que todos ganharam na partida. Nele, uma pequena projeção holográfica mostrava um mapa da Base Militar, além de um símbolo em péssimos tons de verde e amarelo, completamente longe de qualquer símbolo nacional de fato.

— No dia 26, os soldados desta base militar se amotinaram durante uma visita do Ministro da Defesa da Argentina, Juan Martin Meléndez, e fizeram ele e todo o resto da comitiva de reféns. — conforme Érica falava, as fotos do ministro e de seus assistentes passavam pela tela — E, ontem, um dos amotinados apareceu e arremessou um veículo contra os soldados, elevando o nível de perigo e provocando essa convocação a vocês.

A tela mudou para uma gravação da TV Universal, mostrando um homem erguendo um jipe militar e o arremessando contra os soldados do cerco, e a explosão acabou interferindo na transmissão da emissora.

— Identificamos este homem como Emanuel Silva, codinome Quebra-Ossos. Ex-herói, se aliou a um grupo conhecido como "Patriotas", cujo símbolo é esse verde e amarelo horrível que vocês podem ver em seus pulsos. Esse homem é suspeito de ter envolvimento em alguns atentados envolvendo políticos governistas, e nos dá a entender que esse amotinamento não é uma obra de meros soldados revoltosos. O grupo, por sua vez, está envolvido em manifestações anti-democráticas, que pedem, dentre outras coisas, intervenção militar, prisão de ministros do STF e até mesmo a deposição da presidente e obrigatoriedade de militarização de heróis.

Os dispositivos agora mostravam uma ficha completa do inimigo, mostrando seus antecedentes e poderes conhecidos, e também mostrava algumas manifestações deste grupo. O símbolo do RNH aparecia no canto.

— Apesar de nossos detectores de temperatura anotarem cerca de 50 assinaturas de calor, não sabemos quantos ali são Patriotas, e quantos são reféns, então tomem cuidado. Calculamos cerca de 50 pessoas amotinadas, e suspeitamos que todos sejam parte dos Patriotas. Vocês tem permissão para incapacitar seus inimigos. Libertem o embaixador e voltem ao cerco. Não provoquem danos à base. Solicitei ao Chip que enviasse em seus dispositivos um detalhamento do plano. Boa sorte.

Com o monitor se apagando, um sinal sonoro apitou nos pulsos dos heróis, que puderam ouvir um áudio de Chip. A voz robótica provocava certa estranheza em Métrico. Mesmo fazendo meses que estava trabalhando com Chip, ainda era estranho ouvir sua voz daquela forma.

— Seguinte, cambada. Vocês vão se dividir em dois grupos: Infiltração e Resgate. Cada um de vocês terá, no pulso, a projeção contendo o grupo em que estão.

Assim que Chip fala, a todos são revelados os grupos, cada um vendo o nome pulsando no dispositivo.

GRUPOS:

— O grupo de Infiltração será responsável por abrir uma passagem, derrubando o máximo de Patriotas que conseguirem, e segurando as pontas para o Resgate agir. O grupo de Resgate, por sua vez será responsável não só por tirar o ministro de lá de dentro, como também por derrubar quaisquer defesas internas dos Patriotas e desabilitar sua cadeia de comunicação. As chances de sucesso são de 99%, então sigam o plano do jeito que ele foi dito. Boa sorte no desembarque. Um pára-quedas portátil foi incorporado em seus uniformes, usem com sabedoria. Nos encontramos no ponto indicado no mapa.

Quando o áudio de Chip termina, o grupo consegue ver que, ao fim do corredor, uma porta se abre para baixo, formando uma rampa de salto, e os cintos de todos se abrem. Abaixo deles, a pequena cobertura de mata atlântica que circundava a base militar jazia quieta, apenas respondendo ao vento.

Ao pousarem, os muros da base militar se faziam presentes. Era possível ver quatro soldados patrulhando em duas torres de madeira com pouco mais de 5 m de altura, segurando fuzis e olhando em várias direções. Um quinto movimentava um foco de luz horizontalmente, passando à frente do portão a cada 30 segundos. Da posição em que estavam, os sete heróis podiam ver que jipes militares estavam espalhados e estrategicamente postados à frente dos cinco dormitórios, cada jipe com duas pessoas. E o galpão que provavelmente seria o centro de comando estava com suas luzes apagadas.

Informações

→ Todos os membros da Academia Benfeitores jogam nessa missão.
→ Prazo de postagem: 07/04, às 20h.

Ao embarcar no helicóptero, Yago sentiu uma leve ansiedade e receio do que se aproximava, mas ao alçar voo aos céus, foi tomado pela paz e serenidade da noite. Ali de cima tudo parecia menor, imaginou que essa era a visão de Deus sobre os homens e por um momento quase esqueceu da realidade da situação. 

"Foco...o que temos aqui... "Patriotas" fazendo pessoas inocentes de reféns em nome de um Brasil melhor, poético..."

Yago terminou de ouvir as instruções e sentiu novamente o peso da responsabilidade. Analisou seus colegas de equipe, todos pareciam competentes, não foram chamados à toa para o grupo de elite da Academia dos Benfeitores, mas esse teste iria definir o destino de cada um.
 
Sem a intenção de se exibir, Meia-Noite saltou sem ativar o paraquedas abrindo um portal abaixo de si e outro próximo ao chão, caindo suavemente no meio da mata.

Abriu portais próximos à base militar, apenas para servirem de "olhos e ouvidos" observando as defesas e planejando os movimentos com cautela, fechando-os em seguida.

Meia-Noite respirou fundo e  aguardou o restante dos benfeitores se agruparem para discutir o plano.

-Eu posso derrubar primeiro o cara do holofote, ele passa a luz em frente ao portão a cada 30 segundos, então vou deixar um tentáculo simulando o movimento para não chamar a atenção. Vocês do grupo de infiltração invadem em seguida. Eu vou garantir que o grupo de resgate chegue até o prédio principal em segurança, quando nos infiltramos do lado de dentro do prédio, eu dou o sinal.

A intenção de Meia-Noite é abrir um portal atrás do homem que movimenta o foco de luz, derrubando ele com um tentáculo em volta do pescoço e usando esse mesmo tentáculo para mover o holofote em frente a o portão a cada 30 segundos, assim evitando chamar atenção. Em seguida ira criar portais para servir de abertura nos muros, permitindo acesso dos demais.

Caso tudo ocorra bem, irá se reunir com Métrico e Espelho, partindo em direção a base furtivamente com ajuda dos portais, onde ira criar um específico  para adentrar a base. Caso seja avistado em algum momento, irá usar de prestidigitação para roubar a arma do patriota até que um dos seus companheiros o derrube.

Para Dalton, a excitação da estreia pelos Benfeitores e a importância da missão eram equivalentes. Cada momento vivido a bordo do Libélula-2 era motivo de orgulho pro jovem recruta. Sentado e concentrado, o Quimera Verde ouvia tudo com a máxima atenção e, após as coordenadas de Chip, ele percebe que o momento que tanto aguardou, finalmente chegou. A rampa de salto se abre.

Buscando inspiração para suas primeiras primeiras palavras como líder dos Quimeras, Dalton recebe um cutucão de seu companheiro Branco e ignora, levantando-se. - Chegou a hora soldados! Foi para isso que treinamos! Ativem os trajes e sincronizem tudo. Com um toque no painel de seu antebraço, a armadura verde ascende alguns filetes de luz em pontos estratégicos, intensifica seu brilho e diminui na mesma velocidade. A armadura do Quimera Verde estava pronta pro combate, concedendo-lhe super-força e resistência.
- Recebemos as ordens do Chip, sabemos que teremos resistência lá embaixo. Atenção!!

No momento em que Meia-Noite salta sem paraquedas, o orgulhoso Quimera salta em seguida.

***Vamos pousar aqui*** Ainda em queda Dalton avista Meia-Noite graças à tecnologia de sua armadura, marca a localização e sincroniza com Branco e Azul. Em solo, após todos chegarem, Verde traça o plano pegando o gancho de Yago.
- Meia-Noite vai cuidar do holofote. Azul! Branco! Vocês cuidam dos guardas nas torres! Desarmem! Nocauteiem! ...e permaneçam sem serem vistos!
- Métrico e Espelho, sigam as ordens de Chip e vão com Meia-Noite, lá dentro é com vocês!
- Forja, ainda não há necessidade de nos expormos ainda. Ficamos na retaguarda, mas preparados! Atacaremos pelos flancos se precisar, eu vou nos guardas do jipe da direita pro meio, você nos da esquerda pro meio! Afirmativo?

Após o plano traçado, mentalizando sua ação, caso necessário, Quimera Verde pretende golpear os guardas com cruzados no rosto, sem rodeios, avançando com agressividade.

A Turma Alpha da Academia Benfeitores finalmente partiu em sua primeira missão. O Libélula-2 levava os três Quimeras de frente aos demais: Métrico, Meia-Noite, Espelho e Forja. Daniel, o Quimera Branco, não tirava os olhos destes último. Sua sorte é que o visor escuro de seu capacete impedia que Wesley percebesse seus olhares. Sentia um pouco de raiva e inveja, talvez desejo, pelo seu colega ser tão aberto quanto à sua sexualidade. Cutucou o líder do trio, o Quimera Verde, como se fosse fazer alguma brincadeira, mas ele se levanta e diz algumas palavras, querendo aumentar a moral do grupo.

Após o salto da aeronave e uma visão de como estavam dispostos os inimigos, Quimera Verde define alguns papéis rapidamente. É quando o Quimera Branco percebe que Forja seria um colega de grupo de infiltração. Precisava ficar o mais distante possível de Wesley, afinal, não queria que pensassem que ele também fosse gay. Preferiu formar dupla com a Quimera Azul. Seriam os primeiros a agir.

Ativando a armadura em um painel de seu antebraço, Quimera Branco agora é mais resistente, forte e veloz. Usando sua supervelocidade, ele correrá alguns metros para tomar impulso e dar mais força ao seu supersalto, pretendendo vencer os 5 metros de altura da torre da esquerda com um único e rápido movimento. E, com seus membros inferiores reforçados pela armadura, Quimera Branco pretende atacar os soldados da torre com uma sequência de chutes poderosos e velozes.

Se sua ação tiver êxito, se manterá em silêncio lá no alto, apenas confirmando o sucesso de sua investida, mas ficará alerta pronto para ajudar os aliados da infiltração: primeiro, os demais Quimeras, e só depois ajudará Forja.

Após todos os meses de uns árduos treinamentos, o time das Quimeras finalmente partiu a bordo da Libélula-2 para a sua primeira missão. O time estava completo. Os três membros do Esquadrão estavam prontos e dava pra ver a tensão em cada um, mesmo sob o elmo da super-roupa. Alanna estava muito confortável com essa missão. Primeiro porque estava em pleno voo, e voar era sua principal habilidade. Segundo porque estava junto de outra equipe de outros heróis para dar suporte.

Era inegável a lembrança da menina aos heróis de sua terra, os super Sentais, para era um sonho que se realizava. Era uma heroína. Pena que seus pais não concordavam com ela. Mas isso não vai atrapalhar ela agora. Então após o sinal, ela mantem o foco no que esta fazendo e pula satisfeita para o céu infinito.

Durante a queda livre, ela já mapeava a posição de onde estavam seus antagonistas nessa missão. Ela ativa sua visão noturna e percebe que há duas torres de vigilância. De acordo com os treinamentos que ela fez, isso seria bem tranquilo. Seja fosse pra ser discreta ou não, ela sabia o que estava fazendo. Antes de chegar o ponto do para quedas, o Quimera Branco se aproxima mostrando que seriam parceiros nessa primeira parte.

Ativando sua armadura, partes mecânicas dão a menina manoplas laser e um forte par de asas de metal. “Agora o dragão vai voar” pensa a pequena menina japonesa, que agora é forte, ágil e uma dragoa azul. Carregando seus plasmas de energia, ela desce num rasante em direção a uma das torres.

Ainda usando a energia cinética da queda, Quimera Azul ira tentar atacar os soldados da torre com um ataque de suas asas. Ao fazer a volta, se ainda tiver algum soldado desperto, tentará ataca-lo com suas rajadas de energia.

Se sua ação tiver êxito, ela irá voar para o alto e ficará dando suporte aéreo para seus companheiros e atacará com suas rajadas de energia para salva-los.

Esta era hora da verdade, Wesley estariam indo em sua primeira missão com Forja, um dos membros que compõem a primeira equipe de heróis da academia, uma responsabilidade recaía sobre seus ombros, por isso, o mesmo não poderia fazer feio, até porque haviam vidas em jogo nesta missão. Ainda na aeronave, o mancebo se encontrava um pouco tensão, mas para que aliviasse, o mesmo manipulava sua esfera de aço buscando relaxar, mas,  após ouvir as instruções de Chip, o jovem percebe que era a hora de agir e deixar as incertezas de lado e focar em seu objetivo estabelecido pelo seu superior. Guardando o objeto particular no bolso, o herói então segue os demais até a rampa de salto e, quando em sua vez o mesmo salta seguindo o grupo.

Vamos lá, sincronizando sua rota de pouso manualmente com a de seus companheiros, Forja aciona seu paraquedas há pouco mais que 60 metros do chão diminuindo drasticamente a velocidade de sua queda e, quando enfim se junta aos demais, este ouve a todos esperando apenas o momento para agir. A tarefa dada ao rapaz era de investir contra os jipes, mas para isso, ele teria de esperar que Meia-noite desse conta do homem com o holofote. Nesse breve intervalo, Wesley volta a pegar sua esfera em seu bolso, e então se concentrando, este passava a absorver as propriedades do metal agora mudando a estrutura de seu copo. Forja agora feito de Aço estava pronto para o combate.

— Bora lá gente, não vamos fazer feio, por favor...

Assim, esperando pelo momento certo, o herói avançaria junto ao companheiro, Quimera Verde, por meio de sua força ampliada agora ampliada, este investiria contra os veículos e os soldados que neles estavam , os atacaria usando tudo que aprendeu em seus 6 meses na academia, socos e  chutes seriam distribuídos e por fim deixaria os carros fora de atividade destruindo seus painéis,  visando apenas nocauteá-los para que futuramente estes fossem punidos da forma correta.

A euforia tomava conta do corpo de Alice enquanto subia no helicóptero com seus companheiros de missão. Durante os seis meses de treinamento na Academia Benfeitores, ela já não conseguia conter sua ansiedade para a primeira missão. Apesar de tudo aquilo ser uma missão séria e perigosa, não parava de se sentir em um filme de super-heróis, os mocinhos indo ao resgate. Já no Líbelula-2, observava atentamente as instruções de seus superiores, enquanto sacodia seu pé no chão em um sinal claro de nervosismo.  Enquanto isso, Espelho projetou um rápido olhar a cada um dos companheiros, com um sorriso no rosto, a fim de inspirar confiança e competência quanto a missão.

 "Preciso parecer confiante e intimidadora, faz parte do trabalho. "

 Pensou, enquanto ajustava suas luvas e arrumava seu uniforme, se preparando para o salto. Apesar de meses de treinamento intenso, nada era como a experiência real. A base militar lá em baixo parecia enorme e o desafio da missão não era tão simples quanto Espelho aparentava achar.

Alice saltou do helicóptero, sentindo o vento acariciar o rosto e de súbito lhe acometeu a vontade de tentar realizar piruetas, mas a visão de seus colegas compenetrados a fez imitar seus movimentos e abrir o paraquedas quando todos o fizeram. Ao chegar, as únicas vozes que soaram foram para planejar a entrada.

- Tudo vai correr bem! Os patriotas vão amarelar.  

A esquipe combinou o plano e Espelho só tinha uma tarefa inicial: entrar sem ser notada. Sua invisibilidade daria conta do recado e também contaria com os portais de Meia-Noite para agilizar a entrada. Caso for avistada ou algum de seus colegas próximos precisar de ajuda, irá distrair o agressor com as duplicatas e se aproximará invisível para nocautear o alvo.

Após quase dois anos sem "entrar em ação" e depois de alguns meses da criação da "Academia Benfeitores", Métrico era convocado para uma missão, juntamente com os novos recrutas: Forja, Meia-Noite, Espelho, e os "Quimeras" Azul, Branco e Verde.

Em pleno vôo, David estava reflexivo e apreensivo, já que com alguns meses de treinamento com ele, a equipe da academia foi enviada em uma missão.

Era a noite, o céu já estava obscuro, mais do que seu coração estava ao relembrar de sua falecida amiga "Magi". Havia feito alguns meses de sua morte, e isso ainda remoía em seus pensamentos, procurando alguma luz em tudo isso. Com isso, a luz do monitor da aeronave se liga, tirando o foco do rapaz em seus pensamentos e se concentrando na missão que ali foi dada. Ao fim da transmissão da diretora da Academia e se aproximando do território inimigo, as portas do avião abrem com um rangido estridente, mais alto do que a voz de Chip em seu comunicador com as divisões das equipes. Assim que se abre por completo, os cintos que prendiam a todos se soltam e ele partem para saltar.

- Bom... É tudo ou nada!!! - Pensa Métrico, se levantando da cadeira enquanto observa todos pulando.

Então, David corre em direção da ponte do avião e salta em queda livre por alguns instantes, ativando em seguida seu Jetpack com um toque em seu cinto, enquanto rastreia a localização de Meia-Noite com seu visor. Assim que o localiza, Métrico parte para sua posição com a ajuda do propulsor, se reunindo com o jovem herói enquanto aguarda os novos recrutas se agruparem.

Quando o grupo se reuni em terra, Métrico discute o plano com os heróis para a entrada do local. Já que não podiam causar danos a base, David não poderia ajudá-los com a entrada, abrindo a discussão para o grupo. Mas ao fazer isso, Yago responde de prontidão, deixando o herói surpreso:

- Muito bem, Meia-Noite!!! Ótimo plano!!! Assim que você der o sinal... A gente entra!!! - Diz Métrico com um sorriso contente em seu rosto.

Porém, David é interrompido pelo líder dos "Quimeras" repassando instruções a todos, o que o deixa aliviado, porem impaciente.

- Garoto... Gostei da atitude, mas relaxa!! Vai dar tudo certo!!! - Cochicha Métrico estressado, enquanto observa Dalton e a todos ali - Pelo que eu me lembro... Eu mesmo treinei cada um de vocês para um momento como esse desde que entraram na "Academia"... Então mantenham a o foco e acalmam-se!!!! Não precisamos de "Líderes"... nem de "Comandantes!!! Precisamos de Heróis... E é isso que nós somos!!!!

E com isso, a "Equipe Alpha" estava pronta para a ação.

Métrico irá encolher-se e adentrar nos portais de "Meia-Noite" que dá acesso ao Complexo, indo em direção ao cativeiro dos reféns, enquanto passar despercebido pelos guardas. Caso seja notado irá alternar sua estatura para combater e neutralizar os inimigos e libertar os reféns em segurança, escoltando-os até a saída.

Em solo, o plano foi traçado — embora com pequenos entraves — e a Turma Alpha partia ao resgate. À frente de todos, Espelho se fez desaparecer naquela escura noite, enquanto Meia-Noite fez uma rápida análise. Por seus olhos em vários pontos, movidos mediante pequenos portais, pôde ver que os Patriotas eram relativamente desorganizados. Poucos pareciam realmente ter porte militar, e alguns ali até mesmo já deveriam ter idade suficiente para terem conhecido os Benfeitores originais. Poderia ser tudo fácil, se todos seguissem direitinho. E Alice não iria hesitar, já partindo em sua forma invisível, se aproximando dos portões principais.

Métrico já também estava pronto pra agir, mas as ordens dadas pelo Quimera Verde surtiram certo incômodo em sua pessoa. Dalton falava como um soldado, passando ordens como se estivesse comandando um batalhão em guerra. Questionamentos pairavam à mente de David, mas todos estes poderiam ser respondidos em outro momento. E também, os Quimeras já tinham partido para sua parte do plano. David só precisava de Meia-Noite, que prontamente ajeitou um portal para que ele invadisse a base.

Nas torres de vigia, os membros dos Patriotas sentiam o sereno da noite bater em suas faces, parcialmente cobertas por uma máscara de pano. O grande holofote que iluminava os portões se movia como sempre, o terceiro patriota sabia manejá-lo bem. No entanto, sem o alcance da dupla, um tentáculo saía por detrás da sala dos holofotes, uma pequena salinha com um painel de controle e um volante. O guia da luz se virou ao ouvir o som de algo cair, mas nem teve tempo de reagir, sentindo aquele braço de energia escura enroscar-se em seu pescoço e o sufocar. Quando tudo apagou, não viu que sua luz continuava a se mover.

A pequena falha da luz foi o sinal que os Quimeras precisavam para agir. Quimera Branco, do chão, sentiu-se desprender daquelas gramíneas após uma curta corrida, dando um salto e aparecendo de frente para a torre esquerda, dando de cara com um soldado que mal segurava seu fuzil. dando-lhe um chute no queixo e o derrubando no piso de madeira. O segundo se assustou com o abafado gemido de dor de seu colega, mas mal teve tempo para virar. Num duelo entre um soldado de verdade e um LARP, a vitória de Daniel foi rápida. À direita, Quimera Azul voou na direção da torre, dando um rasante e golpeando com as asas abertas os dois Patriotas, os derrubando na hora. O problema foi um pequeno erro de cálculo, que Alanna só percebeu na hora em que chegou à frente da torre.

Atravessando o portão com tranquilidade e sem ser vista, Espelho correu até onde Métrico seria deixado no portal, vendo-o disparar na direção dos dormitórios. Ao ouvido de ambos, a voz de Chip se fez ouvir.

— Glitch está sobrevoando a área, e ele detectou 30 assinaturas de calor no dormitório 4. Vão até lá.

E um estrondoso barulho fez tudo ir por água abaixo.

Na torre de guarda à direita, Alanna não percebeu que a distância entre as duas pilastras de madeira que sustentavam o pequeno telhado era pequena demais para suas asas passarem, o fez com que ela trombasse com uma das madeiras, quebrando-a ao meio. Desequilibrado, o telhado colapsou sobre a estrutura, jogando tudo ao chão, incluindo os dois soldados desacordados e a Quimera Azul.

— Azul! Está tudo bem!? — Dalton berrou no comunicador, correndo até os portões e ativando seu visor noturno, sendo seguido por Forja. Um alívio veio quando escutou a voz de Alanna.

— Está tudo bem. Estou bem... — os alarmes começaram a soar muito alto, com todas as luzes acendendo e os Patriotas se preparando para ação. — Mas nosso fator surpresa já era.

Por sorte, a armadura da Quimera Azul a protegeu de sofrer maiores danos, apenas a deixando um pouco dolorida. Mas, na mesma hora em que o desabamento rolou, os guardas dos jipes começaram a se aprontar. Muitos estavam literalmente tirando uma boa sonequinha noturna, mas agora tentavam, a todo custo, se levantar e portar seus fuzis. Outros, claramente mais preparados, saltaram dos veículos militares e começaram a correr na direção da torre. Tudo isso só para serem recebidos com socos de um veloz Quimera Verde, que garantia uma saída dos escombros segura para sua parceira, contendo a primeira horda de soldados.

Forja, um pouco afastado de toda a ação, enfim pôde entrar pra valer na missão, correndo até os Patriotas que ainda estavam tentando se ajeitar e já começando uma porradaria intensa. Oito soldados rasos e sem qualquer treino confrontaram Wesley, que respondeu com os punhos metálicos, dando dores de cabeça que mal poderiam ser imaginadas a aqueles "defensores da moral e bons costumes".

No meio das disputas que envolviam Forja e Quimera Verde, um dos dormitórios se abria, com pelo menos 15 soldados correndo na direção da zona de combate. Toda a iluminação do ambiente estava sendo ligada, dando luz aos Patriotas que corriam contra Forja e os Quimeras Azul e Verde, mas o centro de comando seguia sem qualquer claridade.

Do lado de fora, Meia-Noite ouviu os alarmes e percebeu que ainda não tinha sido notado. Métrico e Espelho passavam pelo mesmo, mas estar às escuras não seria algo tão duradouro assim.

De um dos dormitórios, uma porta foi arremessada contra a grade de arame que cercava o local. De lá, um homem de quase 2 metros de altura e usando um traje todo verde e amarelo saiu, sendo seguido por uma mulher franzina que carregava um escudo redondo estampado com o brasão imperial.

— Tá na hora de agir, grandão... — a mulher sorriu, terminando de vestir a máscara. — Tá na hora de você justificar seu apelido de Quebra-Ossos.

— Cale a boca, Capitã Brasil. Sabe o motivo de eu estar aqui. Não tenho que provar nada a ninguém — Quebra-Ossos retrucou, calçando um par de luvas. — Mas eu já estava doido pra brigar.

A dupla caminhou para ir ao campo principal de combate. Espelho e Métrico tinham a chance de agir. Aparentemente, o dormitório estava desprotegido. E os dois inimigos estavam de costas, indo até o local onde os outros quatro estavam.

Informações

Testes:

→ Prazo de postagem: 09/04, às 23:00
→ ND coletivo: Médio (entre 8 e 14). Quebra-Ossos e Capitã Brasil possuem um ND desconhecido.

Ao observar o caos que havia se tornado a missão, Métrico fica pasmo e extremamente irritado com a situação.

- Grrrrr!!! Droga, Érica!!! Eu disse que a equipe não estava pronta!!! - Refletiu o herói furioso.

Mesmo tendo treinado todos ali no local, David sabia que era muito arriscado agir com os ''calouros", por isso ele não os culpava, pois só estavam cumprindo ordens ali, mas isso não diminuia sua raiva e frustração, já que em poucos instantes, a base que estava calma e serena, se tornou um verdadeiro campo de guerra.

- Se acontecer alguma coisa com esses muleques, eu mato aquela "vadia engomadinha"!!!! - Pensou Métrico.

E como se não bastasse a confusão causada, Quebra-Ossos se revela no campo, arremessando um "portão de aço" contra uma das grades, deixando assim David ainda mais odioso e atônito.

Ao observar atentamente o cenário, David sente falta de Meia-Noite, que se encontrava do lado de fora do complexo, e então, ativa seu comunicador localizado no ouvido, contatando-o.

- MEIA-NOITE, NA ESCUTA!! É O MÉTRICO!!! PRECISO QUE ENTRE SE TELEPORTE PARA A BASE PARA NOS DAR SUPORTE... E RÁPIDO!!! RESGATE OS REFÉNS E SAIA!!! - Diz o herói enquanto observa a situação com a mão em seu ponto de comunicação. - SE PUDER... ESPALHE ALGUNS PORTAIS PARA AUXILIAR A GENTE!!

Ao fazer isso, métrico não observa outra opção ao não ser agir.

- Bom... Eu conheço o Emanuel a algum tempo!!!! Sei bem como são os poderes e habilidades dele - Refletiu Métrico, respirando fundo enquanto observa o campo - Mas aquela mulher é uma completa estranha pra mim!!! Vou cuidar dela e deixar que els cuidem dos outros!!


Métrico tentará se encolher e correrá em direção a Capitã Brasil, fazendo-a perder o herói de vista, assim que se aproximar sorrateiramente dela, irá aumentar bruscamente sua estatura, agarrando-a com suas mãos e a nocauteando, arremessando-a contra o chão. Caso contra-atacado, irá alternar sua estatura encolhendo e crescendo, com a ajuda de seu propulsor para revidar os golpes e neutralizá-la, podendo tambem se utilizar de portais que Meia-Noite possa criar no campo.[/color][/b][/i]

Meia-Noite ouvia as instruções de Métrico em seu comunicador, sentindo o tom preocupado do colega de equipe. Yago, porém, se manteve calmo, abrindo novamente a planta holográfica da base e calculando seus próximos movimentos para auxiliar os colegas.

-Não é teleporte, eu...ok entendido. Me digam quem vocês pretendem atacar, e eu vou garantir que vocês cheguem perto o suficiente pra dar o primeiro golpe.

A intenção de Yago é abrir um portal perto de cada alvo para que seus colegas de equipe ataquem com o máximo de eficiência. Aproveitando que ainda não foi visto, irá se deslocar em direção a base principal à procura dos reféns, invocando tentáculos para derrubar quem ficar em seu caminho e abrindo portais para passar por obstáculos. Se conseguir encontra-los, irá abrir um portal pra fora da base onde os reféns podem sair em segurança.

Juntos, Dalton e Forja conseguiram abater os soldados dos jipes e se surpreenderam, inesperadamente, pela incompetência dos adversários. Não eram soldados de verdade.

O fator surpresa não é mais um benefício do grupo e agora todas as luzes de alerta focam no local da briga, que promete ficar ainda mais intensa. Mais e mais patriotas saem do dormitório. Acreditando serem mal treinados como os demais, ainda assim, a ameaça é grande e, mesmo com sua companheira Azul ao seu lado, o Quimera Verde convoca o trio completo.

***Branco! Precisamos de você aqui!*** diz pelo comunicador do grupo.

Também pelo comunicador, os outros heróis trocam informações de suas posições. Após ouvir tudo, Dalton diz: - Quimeras! É hora de agirmos juntos. Esse Quebra-Ossos deve ser o mais perigoso. Impedi-lo é a nossa prioridade.

-Yago, nos coloque atrás dele. Teremos o fator surpresa novamente. Solicita o militar enquanto avalia sua armadura para mais um combate.

Assim que Meia-Noite abrir o portal, Verde seguirá o plano e atacará o alvo com seus poderosos punhos, golpeando-o nas partes mais letais, tentando nocauteá-lo ou dificultar suas ações para auxiliar nas investidas da Azul e do Branco. Dalton também irá contar com a resistência da armadura para absorver os possíveis golpes de contra-ataque de Quebra-Ossos.

A investida da equipe não saiu muito como o esperado por Wesley, ao dar conta dos soldados nos jipes, o jovem notou que mais soldados iam ao seu encontro, o herói teria que ser rápido em decidir o que iria fazer no meio do conflito, pois, além dos homens armados que se aproximavam, duas figuras não muito familiares entravam no embate.

— Ótimo, essa missão tá sendo “incrível” — Murmurou com ironia.

O mancebo então se vê na tarefa de dar conta dos soldados, visto que os que enfrentou não tinham bom treinamento, Forja espera que estes também não sejam rivais difíceis de se lidar, mas apesar de sua confiança, ele não contaria apenas com seus punhos, na verdade, eles os usaria, mas de um jeito diferente. O herói sabia que a desvantagem numérica pesaria para o seu lado, por esta razão, Forja entraria em contato com sua parceira Espelho usando seu comunicador.

— Espelho, essa seria uma boa hora para se multiplicar e me ajudar aqui amiga, fico agradecido desde já!

Wesley se utilizou de sua metamorfose para alterar a forma de seus punhos, os transformando em marretas — cabeças de marretas, para ser mais específico —, desta forma seus ataques ganhariam mais força. Era hora de voltar a luta, Forja, vendo que seus inimigos se aproximavam, os atacaria com suas marretas de aço, seus golpes seriam desferidos com a intenção de nocautear seus oponentes rapidamente, pois, não pretendia estender a luta, devido a não saber se estes eram mais treinados que os anteriores.

Alanna sabia que seria complicado um bom resultado em uma primeira pressão por conta de seu nervosismo, mas não imaginou que seria algo tão catastrófico. Mas mesmo que tenha conseguido eliminar os soldados da torre, pois o plano a perder com sua falha. O fator surpresa não era mais um benefício do grupo.

- Como fui tão descuidada. Isso poderia ter causado a minha morte e a falha da missão. Tenho que ter mais atenção. - Pensa a menina se recompondo de sua queda.

Após a sua recuperação, a garota em sua armadura azul levanta voo e observa que com o alarme soando, fruto de seu feito, ela observa que vários soldados aparecem para entrar no combate. Ao perceber a presença do seu companheiro verde, ela voa ate seu encontro.

***Branco! Precisamos de você aqui!*** diz a quimera verde pelo comunicador do grupo. E logo em seguida foi dito a seguinte ordem:

- Quimeras! É hora de agirmos juntos. Esse Quebra Ossos deve ser o mais perigoso. Impedi-lo é a nossa prioridade.

Entendendo sua parte no plano, ela imediatamente levanta voo e chega no ponto onde o Quebra Ossos estava e percebe que o mesmo já estava em luta contra o Quimera Verde. Então a Quimera Azul, esquece sua falha e foca no seu próximo ato.

Ainda em voo, ela ira energizar suas manoplas e atirar contra o Quebra Ossos suas rajadas de energia. Sempre que a Quimera Verde der espaço para não atingir o mesmo. Ela usara sua agilidade para esquivar, caso o mesmo jogue alguma coisa nele ou alguém tente atirar nela. E manterá os ataques a distancia contra o seu alvo.

Espelho já havia entrado na base e já maquinava o plano de adentrar nos dormitórios para salvar os reféns. Porém, com o incidente de um dos quimeras, o plano todo da equipe sofreu mudanças.  Com os inimigos alertas, Alice ficou observando o ambiente em busca de novas ordens e refletindo os erros, afinal, ninguém era livre de deslizes nas missões.

- Deu ruim. Equipe, o quê faremos agora?

As novas ordens vieram, Meia-Noite iria salvar os reféns e  Espelho ajudaria Forja com os soldados. O treinamento de 6 fora árduo e sempre souberam que imprevistos poderiam acontecer. Mesmo assim, Alice ficou surpresa.

- Ok, menino metálico! O reforço está a caminho. O resgate é todo seu, Meia-Noite!

Respirou fundo e partiu para a ação, em um misto de nervosismo com empolgação, afinal, seria sua primeira luta de verdade.

Alice iria invisível até os soldados e criaria 3 duplicatas para distrair os inimigos e desferir golpes. A espelho original iria sorrateiramente até cada um deles afim de nocautea-los enquanto estão distraidos lutando contra as cópias.

- Hey verde e amarelo! Eu sou a original! Não, não, é ela!

***Branco! Precisamos de você aqui!*** diz Verde pelo comunicador do grupo.

Daniel deixava de socar os rosto de um dos soldados da torre, se sentia tão bem em bater naqueles palermas que perdeu a noção do tempo. Com um salto magnífico, o Quimera Branco saltou ao lado de Azul e Verde, numa pose exagerada, ao mesmo tempo que algo explodia atrás de si, dando um efeito pirotécnico ao ato.

- Quimeras! É hora de agirmos juntos. Esse Quebra-Ossos deve ser o mais perigoso. Impedi-lo é a nossa prioridade.

Agindo como se fosse parte de um cardume contra um peixe grande, Branco se une a Azul e a Verde aproveitando os movimentos dos companheiros. Quando Verde fosse golpear com suas garras de leão, Branco não daria trégua a Quebra-Ossos, usando sua velocidade na intenção de atingi-lo sem que ele percebesse, afastando-se em seguida. Assim que Azul disparasse suas rajadas e se tornasse alvo do adversário, o Branco entraria em ação novamente, usando seu super salto para acertar o inimigo pelo alto, tentando aproveitar pontos cegos. A intenção maior de Branco é usar seus poderes com as pernas da armadura para atingir veloz e fortemente Quebra-Ossos, sempre tentando se posicionar de modo a se manter à distância de um salto.

Vendo todo o perigo em que a equipe se enfiou, David sentiu uma irritação crescer em seu tórax. A ele, o peso de ser o herói há mais tempo ativo dentre os sete aparecia constantemente. Num dia, estavam todos treinando nas confortáveis instalações da academia. No outro, estavam em campo, lutando contra terroristas. E um deles era um conhecido de Métrico: Emanuel, o Quebra-Ossos. Pela cabeça do experiente herói, pairava uma dúvida: como Emanuel foi parar nisso?

No campo principal de batalha, a aproximação de novos agentes de combate fez o grupo se aglomerar. Dois mascarados ameaçavam o sucesso do resgate, e eles pareciam perigosos. Alguns já ouviram falar, mesmo que vagamente, do grandão de verde e amarelo. Agora, ele estava do outro lado.

Espelho e Forja foram os primeiros a se mexer. Com um toque rápido no comunicador, Forja convocou Espelho para junto de si, posteriormente tornando a extensão de seus braços em um par de marretas, fazendo com que suas mãos tomassem formas cilíndricas, feito marretas. Do seu lado, os Quimeras Azul e Verde se preparavam, sob comando de Dalton, e tomando como alvo o grandalhão Quebra-Ossos.

Do lado de fora ainda, Meia-Noite escutou as instruções de Métrico, e sentiu um arrepio correr por sua espinha. David estava muito mais nervoso do que o esperado, e suas instruções haviam sido rápidas e até um pouco atropeladas, mas era o suficiente para Yago entender. A calma seria um diferencial para Meia-Noite... o problema é quando existe, em disputa, uma posição. E Dalton chegou ao comunicador de Yago, dando uma ordem contrária à de David.

— Mas minha função é resgatar reféns! — Yago retrucou no comunicador. Se havia alguma calma, ela se dissipou naquele instante.

— Temos uma oportunidade de ter vantagem, vai logo Meia-Noite! — Dalton retrucou no comunicador.

E, em seguida a aquilo, Espelho avisou Meia-Noite de algo pior: o resgate estava apenas por sua conta, pois ela estava indo para o combate direto. Um dilema se instaurou na cabeça do jovem herói. Ajudar no combate ou aproveitar e resgatar os reféns? O tempo estava passando.

Entre os dormitórios, Métrico começou a correr, mirando a Capitã Brasil. Encolhendo enquanto disparava, foi tranquilamente se aproximando, crescendo de forma brusca e agarrando a adversária com as duas mãos, escutando ela gritar de susto.

— Capitã! — Quebra-Ossos gritou, saltando para tentar agarrar-se à mão de Métrico.

No ar, segurando um dos dedos de Métrico e já ficando quase 4 metros acima do chão, os reflexos de Emanuel foram essenciais para que ele cobrisse seu corpo com metal, conseguindo aguentar as três rajadas de energia que vieram de Quimera Azul, que voava na sua direção. No entanto, quando tentou se defender, Emanuel sentiu David chacoalhando a mão e não pôde se segurar, começando a cair.

— Vai, Branco! — Alanna avisou no comunicador.

— Xá comigo! — Daniel respondeu, saltando de encontro ao gigante metálico e o golpeando de baixo pra cima, desviando a rota de queda de Quebra-Ossos para cima de um jipe, ouvindo o alto som de metal amassando.

Forja começou a investir no combate físico contra aqueles soldados, se esquivando de tiros e golpeando os soldados na lateral da cabeça. Por trás, três versões de Espelho corriam para a luta, dando muita brecha para aparecer. O trio, a cada instante, se focava em dois adversários, seguindo um padrão de desarme e evasão, dando a chance da verdadeira Alice se aproximar e golpear nucas e cabeças, derrubando um a um seus oponentes. Um pouco atrás, Wesley precisou juntar os dois punhos diante da face para suportar os tiros, recuando alguns passos. Não conseguia avançar sendo alvo de tantos tiros. E foi aí que portais com contorno azulado apareceram diante de Forja, os tiros sendo engolidos naquele vazio escuro.

Yago, ainda oculto, se focava em ajudar no combate primeiro, para então salvar os reféns. Concentrado, Meia-Noite abria pequenos portais diante de Forja, sentindo os tiros invadindo a dimensão paralela para qual os portais direcionavam. O pedido do Quimera Verde, entretanto, o perturbava. Yago conhecia seus poderes, mas também conhecia seus limites. E ainda tinha que fazer um portal que permitisse resgatar sabe-se lá quantos reféns haviam.

No alto, a Capitã Brasil tentava se soltar de Métrico, golpeando seu punho com o escudo. Métrico sentia a dor, e sua altura era o que o impedia de soltar a Capitã, pois a força dela era muito grande. David tentou golpeá-la com um peteleco, atingindo apenas o escudo da Capitã Brasil. Um "empate" tinha acontecido ali, pois David também não conseguia apertar o corpo da Capitã, ele era muito mais resistente do que o esperado.

— Rá! Tá achando mesmo que vai ser fácil, grandalhão!? — a Capitã riu, bloqueando mais um golpe com o escudo. — Você não vai ser capaz de me atingir enquanto eu estiver com meu escudo!

— Ah... é? — Métrico arqueou a sobrancelha, e simplesmente arrancou o escudo da mão dela, o arremessando longe feito um frisbee. — Ok, problema resolvido.

Antes que ela pudesse reagir, Métrico a arremessou com tudo contra o chão, gerando uma pequena cratera e remexendo muita terra. A poeira subiu até encobrir parcialmente as luzes dos refletores, e se espalhou o suficiente para, por alguns instantes, atrapalhar a visão de todos. David se encolheu em seguida, se aproximando para verificar se realmente tinha detido a inimiga.

No chão, Dalton via Quebra-Ossos se levantando do meio do jipe e mantendo um semblante furioso. Ao lado do Quimera, um portal de contornos azulados se abriu, para alegria do herói. Meia-Noite havia seguido suas instruções, lhe dando uma vantagem. Yago, afastado, começava a se sentir ofegante. Talvez sua energia não fosse o suficiente.

Conforme os portais de Meia-Noite pipocavam no campo de batalha, Forja pôde agir, enquanto Espelho acelerava a derrubada de oponentes. Uma de suas duplicatas tinha sido abatida, fazendo Alice sentir um pouco daquela dor. Algo suportável. Wesley, por outro lado, juntou as duas mãos e ampliou as marretadas, atingindo três atiradores de uma vez só. Agora, eles viam seus inimigos reduzirem de 15 para 2. Os dois soldados restantes, vendo seus parceiros abatidos, ergueram as mãos em rendição. A luta estava vencida para os dois heróis.

Se levantando do meio do objeto retorcido que outrora foi um jipe, Quebra-Ossos viu que seus companheiros de luta haviam sido abatidos, e sentiu a fúria tomar conta de si. Não poderia deixar uma segunda falha acontecer. Tinha apostado tudo naquele movimento.

— Malditos! Não percebem o perigo comunista que existe nesse país!? — Emanuel gritou, insano.

— E a gente voltou pra 1964 agora, é? — Daniel retrucou.

Alanna, no ar, carregava suas manoplas e mirava em Quebra-Ossos, disparando várias vezes e vendo que Emanuel recuava a cada tiro, vendo que ele erguia o braço para se proteger. O metal que recobria seu corpo era uma camada extra de proteção.

Quimera Verde chegava por trás de Quebra-Ossos, dando um soco em suas costas e fazendo Emanuel largar o jipe no chão, ouvindo novamente o som de quebra. O ex-herói se virou e começou a socar Dalton, atingindo seu tórax, cabeça e baço com socos bem feitos. Não pensou, no começo, de que isso poderia ser uma armadilha. Por debaixo do capacete, o militar sorria.

Diante dos dormitórios, Meia-Noite se lembrou do aviso de Chip, abrindo um portal para adentrar ao dormitório 4. Ao atravessar aquele local, viu que haviam vários beliches arrastados para os lados, e que mais de 15 pessoas, entre soldados e diplomatas, estavam amarrados uns aos outros, alguns deles amordaçados. Os olhos dos reféns se focaram em Yago, alguns se assustando ao ver o uniforme e ligar ao jeito que Yago chegou. Temiam pelas vidas, o herói podia sentir.

— Acalmem-se! Eu vim aqui em nome dos Novos Benfeitores. Vocês serão salvos.

Ao dar dois passos, Yago sentiu um gelo na espinha ao encontrar o ministro Meléndez no meio dos reféns. Todos os reféns estavam posicionados em um círculo, mas Meléndez estava pendurado. E havia uma bomba presa em seu terno, com um dispositivo eletrônico mostrando a mensagem "Armed". Um dos reféns, provavelmente um soldado, avisou o perigo de forma trêmula.

— E-eles disseram que... se um de nós tentar fugir... eles explodem a-a bomba...

Os olhos de David se ergueram para dentro da cratera, e a Capitã Brasil realmente parecia abatida. Havia ferimentos em seu corpo, e ela estava com os olhos totalmente fechados. Métrico ergueu a mão ao comunicador, recuando alguns passos e ficando mais de fora da zona de combate. O chamado de Yago chegou ao seu comunicador, com Métrico levando a mão ao ouvido. Seus olhos se arregalaram com o aviso.

— Tem uma bomba aqui, Métrico. Tem uma bomba aqui!

Quebra-Ossos terminava sua sequência de golpes com um cruzado no queixo, mas seus olhos não acreditavam no que viam: aquele power ranger verde não parecia sequer ter sentido tanto o impacto ou a dor. Na verdade... ele parecia até estar brilhando.

— Minha vez.

O Quimera cerrou os punhos, começando a golpear Quebra-Ossos vária vezes, vendo Emanuel sentir cada golpe. Sem poder reagir muito, Emanuel sentiu os disparos atingirem suas costas, se virando e tentando correr na direção da Quimera Azul. Mas, sem que pudesse sequer chegar perto, sentiu um choque contra seu corpo, sendo arremessado contra outro dos alojamentos, arrebentando uma das pilastras e fazendo metade dele desabar sobre si. Agora ele estava abatido. Só faltavam os reféns...

— Meia-Noite, repita a informação. Há uma bomba, é isso mesmo!?

— Confirmo isso. Tem uma bomba no ministro, eu não sei como ela está programada!

— Tente tirar a bomba dele com um portal — Dalton interferiu na comunicação, falando de forma autoritária e andando na direção do dormitório 4. O alojamento militar estava intacto. David encarou Dalton, claramente incomodado com o jeito do companheiro.

— Eu... eu não sei se consigo abrir um portal tão preciso assim! A bomba tá presa ao ministro.

— Calma. Não podemos tomar uma ação precipitada. Precisamos da ajuda do Chip. Vá tirando os outros reféns...

— Nossos superiores confiaram essa missão a nós. Nós podemos resolver isso. O ministro é a nossa prioridade.

Os outros heróis se aproximavam de Métrico e Quimera Verde, percebendo o clima começando a pesar conforme a voz de Métrico ficava mais firme e irritadiça.

— Ninguém aqui sabe desarmar uma bomba, garoto. Precisamos de auxílio e temos que resgatar o máximo possível de vidas!

— Yago, tente tirar a bomba do ministro. Agora! — Quimera Verde ignorou Métrico, que se irritou de vez.

Meia-Noite não sabia o que fazer. Ele sabia dos objetivos principais, e temia contrariá-los. O embaixador era a prioridade. E, esticando as duas mãos, o herói começou a se concentrar, tentando abrir um portal entre a bomba e o ministro, seguindo o que Quimera Verde dizia.

No entanto, um "clic" iniciou um temporizador de 5 segundos no visor da bomba, fazendo Yago arregalar os olhos.

— Ah, droga...

A explosão aconteceu logo em seguida.


Yago tossia bastante, abrindo os olhos e olhando ao redor. Estava do lado de fora da base militar, e uma coluna de fumaça subia de dentro dela. Do seu lado, um portal ainda estava aberto, com Meia-Noite o fechando na hora.

Correndo para dentro da base militar, Meia-Noite precisou saltar por vários destroços espalhados pelo chão, encontrando seus companheiros se levantando também, alguns mais feridos do que outros. Aparentemente, todos estavam bem, mas o fogaréu tomava conta do local onde os reféns estavam. Ninguém tinha saído de lá...

— ...satisfeitos? — Métrico se aproximou de Meia-Noite e Quimera Verde, com um olhar cansado. Haviam ferimentos em seu corpo. — Não somos soldados. Somos heróis. É bom que lembrem disso.

Dalton ameaçou responder, mas a mão de Alanna em seu ombro o conteve. Pelo comunicador interno dos quimeras, ela repetia um simples "Não vale a pena" para Dalton. Enquanto eles se reuniam, vários veículos da polícia e o Libélula-2 se aproximavam da base militar. Os sons de sirenes impediram que mais conversas fossem feitas.


Local desconhecido
30 de Janeiro de 2022, 09h00

Ligada, a TV era a única fonte de luz naquele quarto. A única também que iluminava um tabuleiro de xadrez que tinha várias peças movidas, e algumas caídas. Atrás da fileira de peças brancas, um homem ouvia atentamente a reportagem que passava na TV. Do seu lado, um smartphone com a tela ligada e a mensagem "pacote eliminado com fogos".

— ...o sequestro ao Ministro da Defesa da Argentina, Juan Martin Meléndez, terminou de forma trágica na noite de ontem. As forças militares, com auxílio de super-heróis registrados, não foram capazes de impedir uma explosão que vitimou todos os reféns. Influente, Meléndez se tornou uma figura conhecida da política internacional após discursar, em plenário da ONU, sobre os riscos do armamento em massa, além de ser um ponto crucial no combate ao lobby armamentista. Meléndez deixa esposa e filho. Os responsáveis pelo atentado, identificados como Emanuel Silva, de codinome Quebra-Ossos, e Elisandra Delchiaro, de codinome Capitã Brasil, foram presos e levados ao Complexo do Inferno, aguardando julgamento por terrorismo. Membros do grupo terrorista conhecido como "Os Patriotas", eles--

Antes da TV se desligar, um homem que ali estava moveu um cavalo preto, capturando um peão branco.

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