Porto de Exanceaster

Alcarothar havia apontado para Ulrich, fazendo parecer que o mesmo era um criminoso. Todos os olhos da multidão fitavam o guerreiro e pareciam famintos para vê-lo morto. Após o discurso do “mestre” dos cavalos, Ulrich iniciou sua fala:

- Senhores, acabo de perder minha primeira batalha na cidade. Desde que cheguei, tive que me contentar com algumas brigas que aconteciam nas tavernas, nada além disso. Era para eu estar lá embaixo agora, matando esses criminosos imundos e provando meu valor aos Jarl. Não sei quem diabos possa ser esse Corvo que vocês dizem, mas poderia ter tido a chance de descobrir se esses populares não tivessem começado a me acusar inutilmente. – estalou o pescoço; para a esquerda e para a direita. – Esses populares e esse “mago” dos cavalos, que me acusa como uma donzela, ao invés de me chamar para um combate singular, já que afirma com tanta convicção que sou alguma espécie de arruaceiro. Estou aqui para iniciar minha expedição a Valleyheim, o que significa que não posso ir preso. – desembainhou Charlotte, fazendo o aço roçar no couro. Aquele era um dos sons preferidos de Ulrich. – Cavalheiros, peço que venham um a um, já que desejam tanto assim me levar preso. Anseio por uma boa briga há muito tempo, espero que não me decepcionem.

Estava uma bagunça no porto. O sangue pintava o chão como tinta, os corpos estavam, estirados como se pertencessem à rua. Ullr havia descido do telhado e olhava a cena, atemorizado. Nenhuma batalha o havia preparado para aquilo. Mas ele fez bem. Olhava o corpo de uma menina atingida por uma flecha dos bandidos. Ouviu os gritos de Aldryck e se lembrou da ordem dada.

“Ullr! Consiga-me cinco escudos entre os mortos, quantas flechas conseguir pegar, e algumas armas.”

- Sim senhor!

Aldryck nem ao menos olhava para Ullr. Ele sabia o quanto a batalha fora árdua, mas estava preparado para mais. Ele queria mais.

Ullr olhou para sua aljava, vazia. Com dor no coração virou-se para o corpo da menina e tirou a flecha do seu peito. Os olhos abertos, frios, sem vida. Balançou a cabeça e logo esqueceu disso.

Foi em direção a antiga barricada e viu boa parte de sua flechas quebradas. Algumas estavam intactas e muitos corpos estava cheios delas. Ele logo tirou as flechas e foi colocando em sua aljava. Foi até os arqueiros mortos e tirou as aljavas deles.

– Acho que não vão mais precisar disso.

Em pouco tempo já havia enchido três aljavas tirando a sua. Tratou de olhar ao redor e procurar os melhores escudos. Cinco, Aldryck dissera. Aldryck já estava desamarrando os nós e Ullr apressou-se, tropeçando por entre os corpos. Ele trouxe os cinco, dos dez escudos da barricada, e mesmo alguns estando aranhados e um pouco perfurados, estava em bom estado.

Quando o barco já estava sendo trazido, Ullr já colocava os escudos e as bolsas.

– Pronto senhor. Se precisar de suprimentos posso ir à taverna buscá-los.