T02E06 - O Bonde

Jardim da Redenção Nova Capital
05 de Fevereiro de 2022, 11h15

No esconderijo dos "Foras da Lei" Incrível e Barata olhavam alguns recortes de jornais e matérias em sites de notícia da região. A dupla observou um crescente número de crimes envolvendo meta-humanos nos últimos meses. Detalhe curioso, é que os crimes aconteciam em áreas próximas do Jardim da redenção, mas pareciam não ter uma relação direta uns com os outros. As descrições não batiam, e os poderes dos criminosos segundo as vítimas pareciam diferentes em cada um dos crimes.

Incrível estava quieto, se questionando se o que faziam era realmente certo. Depois de tudo o que aconteceu, talvez se tivessem ficado quietos as coisas poderiam ter sido menos piores. Bom, pelo menos conseguiram salvar os quatro heróis presos. Mas teve um grande custo pra isso.

-Er Barata... eu nem te agradeci... Valeu por ter conseguido as identidades novas pros 4 lá, eles merecem um novo recomeço....

-Precisa me agradecer não, era o mínimo que eu poderia fazer, as coisas ficaram feias pra eles também né?

-É, a merda toda desandou....

-Falando nisso, alguma notícia do V8?

-Nada... As meninas devem ter ido atrás dele, já tem uns dias que não falo com elas...

-Talvez o cara nem volte...

-Talvez...é muita pressão.

- Há, eu sabia!!! Grita Barata dando um tapa na mesa que quase faz o velho computador desligar.

-O que foi mano?

-Descobri a fonte do problema, é melhor chamar os outros...



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Jardim da Redenção Nova Capital
05 de Fevereiro de 2022, 20h10

Horas mais tarde no mesmo dia no esconderijo do grupo agora estavam: Incrível, Barata, Penumbra, Babalu e Clone.

-Algum sinal dos demais? Pergunta JP enquanto o restante da equipe responde balançando a cabeça negativamente.

-Não tem problema, o trabalho dessa noite vai ser coisa simples... Pelo menos eu espero...


JP puxa um quadro até o centro da sala onde os 5 estavam. Neste quadro um mapa do bairro, alguns pontos circulados e algumas matérias de jornais pregadas ao redor do mapa.

-Uma série de crimes envolvendo meta-humanos vem acontecendo nos últimos meses aqui pela região. Poderia ser algo comum, mas não é. Nós sabemos que a  maioria das pessoas que tem poderes hoje ou se encontram presas ou estão fugindo da super polícia. Estes crimes são em sua maioria bem aleatórios, indo de roubos, assaltos, vandalismo e até homicídio...

Mas são exatamente os tipos de crimes que essa galera comete, não to entendendo onde tá a novidade... Comenta Penumbra.

-Perai, rolou alguma fuga da prisão e a gente não tá sabendo?

- Gente, escuta o que ele tem pra falar...     Corta Barata.

- Aparentemente os crimes não tem uma relação, e são cometidos por pessoas diferentes, em lugares diferentes e cada um com sua motivação.
Um dos caras, um maluco incendiário chegou até a ser preso. E adivinhem, quando ele chegou na delegacia, ele era um cara normal sem poder algum.

-Será que esse povo tomou aqueles comprimidos da polícia?? Pergunta Clone.

- É o que vocês vão descobrir...
O Barata conseguiu alinhar os casos e rastrear algumas informações chaves, o que o ajudou a  encontrar onde provavelmente é o ponto de distribuição das “super pílulas”. O local é um galpão de materiais recicláveis do outro lado do bairro. Vou precisar que vocês investiguem isso, preciso que descubram o que tem ali, quem ta lá, quantos são, enfim... Só tomem cuidado, a área é dominada por uma gangue conhecida aqui na região como “O Bonde” Eles são bem casca grossa....

-Você não vai com a gente? É isso? Questiona Babalu.

- Dessa vez não, eu tô atrás de uma outra informação, e se eu conseguir algo, acho que ganho alguma vantagem pra gente... Mas vocês dão conta, confio em vocês...Pra nossa sorte vocês quatro são o grupo ideal pra uma missão furtiva... Responde o rapaz virando as costas para o quarteto.

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→ Missão para Clone,Penumbra, Babalu e Barata Postem até o dia 15/04, às 18h.
→ O primeiro post é mais interpretativo, apenas para dizerem como vão se infiltrar no local, e como vão investigar a área. ( A ideia é que hajam sem serem vistos)
→O Local é um galpão de muro bem alto no final de uma rua pouco movimentada. Pra saber o que tem dentro, apenas estando lá dentro.

Centro de Nova Capital
04 de Fevereiro de 2022, 21h30

-Mãe! Mãe!... Mãe, dá pra deixar eu falar? - Kelly estava numa conversa que já durava vários minutos com a sua mãe Sueli por vídeo chamada, já fazia muitos dias que a heroína não entrava em contato com seus pais.- O estágio tá sugando toda minha energia, to estudando pra caramba. - Isso é verdade - Não tenho tempo nenhum sobrando. - Isso é muito mentira.- Você sabe como é, por que você não fica no pé do Jonas assim? Ele liga pra gente só no Natal e você não fala nada.

-Olha como você fala comigo menina, o seu irmão mora praticamente do outro lado do mundo e já tem família própria, você por outro lado mora a vinte minutos daqui de casa, você tem que vir mais aqui.

-Tá bom mãe, assim que der eu dou um pulo aí... Eu to com a cabeça muito cheia agora, tive uns problemas com uns amigos e como amanhã é sábado eu pretendo aproveitar pra estudar um pouquinho, outra hora eu ligo, beijo.- A garota joga seu celular na cômoda e se joga na cama, pra tentar dormir, se lembrando dos acontecimentos na delegacia, a imagem do seu novo aliado com as mãos banhadas de sangue de um policial ainda era muito pesada pra ela, e enquanto caía no sono ela pensava "Será que o que tô fazendo realmente tá valendo a pena?"


Do outro lado do Jardim da Redenção, Nova Capital
05 de Fevereiro de 2022, 21h25

-E aí Barata? Já conseguiu alguma informação pra gente? - A Garota falava pelo comunicador já posicionada para iniciar o plano previamente estabelecido, Barata irá localizar pontos cegos no sistema de segurança para que Penumbra possa teletransportar Babalu e Clone para dentro do galpão, Babalu tentará capturar e desacordar alguém que esteja lá dentro para que Clone possa se disfarçar e investigar o local, o trio pretende seguir juntos com Clone na frente enquanto Barata dá suporte acompanhando a movimentação pelas câmeras.

-Por onde a gente vai começar?

...

- Não sei exatamente qual era o poder dele, mas não conseguia atingir ele de jeito nenhum. - Diz Bruno á Hatano, contando sobre os últimos acontecimentos na delegacia.

- Já vi ideias idiotas, mas essa superou. É você que lidera esse carnaval aí, garoto?

- Não não. Tem um menino muito esperto lá, ele costuma tomar á frente. Até agora, tem dado certo.

- Você, todo rebelde trevoso, recebendo ordens de um moleque... quem diria... - Diz Hatano, com seu velho e bom tom irônico, uma marca registrada.

- O "moleque" tem mais vivência e maturidade que você, um véio paia e gagá, que ultimamente não anda sabendo a diferença entre uma vassoura e um bastão de jojutso. - Responde Bruno, com um leve sorriso no canto da boca. O rapaz coloca sua mochilas nas costas, pega um copinho de café e sai da academia. A noite ia ser longa pelo visto, o pessoal iria se encontrar no esconderijo dos foras-da-lei.


- ... Pra nossa sorte vocês quatro são o grupo ideal pra uma missão furtiva... - Diz Incrível, depois de passar o briefing da missão: Investigar um galpão, que possivelmente é um ponto de distribuição das super pílulas.

Juntos, os 4 vigilantes (Bababu, Barata, Clone e Penumbra) bolaram um plano. Barata iria tentar identificar se há algum sistema de segurança no galpão. Se for um ponto tão importante como imaginam, com certeza deve ter algo do tipo. Se isso se confirmar, a ideia é achar pontos cegos em que Penumbra possa auxiliar Babalu e Clone a se teleportarem pra dentro. Lá dentro, Penumbra continuará nas sombras, acompanhando os outros dois vigilantes, sendo assim um fator surpresa caso dê algo errado. Ao mesmo tempo, usará suas habilidades investigativas, e tentará entender melhor tudo que está acontecendo ali.

Vou te contar, esse lance de participar de um grupo e não tem um celular é complicado... Por isso, falei com uns amigos meus da feirinha pra conseguirem um pra mim. Nunca fui de cobrar favores, mas senti a necessidade. Então consegui esse celular sensacional, um tal de Nokia 3310 versão 2017, que alguém comprou na empolgação e não queria mais. Não é tão atual como a de alguns amigos, mas consigo receber mensagens e tem um jogo da cobrinha que Meu Deus.

Então, assim que me mandaram um SMS [sim, agora estou conectado], pulei lá no QG e fui informado da próxima missão. Se tem gente traficando as super pílulas, então a encrenca é das boas. E quando o Incrível fala do "Bonde", eu até gelei. Já vi gente do mau se cagar só de ouvir o nome desse grupo. Então, a equipe bola um plano para investigar. Meu papel é de reconhecimento, então tive uma ideia. Tem um dos mendigos com quem eu ando que vive atrás de recicláveis para vender. Vou assumir a aparência dele por enquanto, só pra sondar o lugar até ver algum funcionário para me camuflar melhor. Ficarei observando o ambiente, como os funcionários trabalham, e esperar as dicas dos outros para saber como agir.

As "super-pilulas" que estavam sendo consumidas pela super-polícia não era novidade pra Juca, e mesmo que não admitisse a si mesmo, e lutasse contra a distribuição das mesmas, ele sabia que aquela droga ia chegar nas ruas, era inevitável. O nome "Barata" era até comentado entre alguns super-coxas, eles sabiam que onde havia um carregamento de pílulas, a presença do vigilante, ironicamente sem nenhum super-poder, era esperada.

Um dos motivos de Juca ser tão amargurado com o uso das pílulas era que sua empresa, ao invés de investir em segurança e tecnologia, havia seguido na direção do dinheiro e cobiça, sendo apenas mais uma na indústria que alimentava a super-polícia e a MP dos heróis. Aquilo não descia, e por mais que Juca não tivesse muito afeto por super-heróis, toda aquele situação o tornou aliado de alguns deles.

Depois de investigar ao lado de Incrível, lá estava o Barata, ao lado de mais vigilantes foras-da-lei. A ideia era entrar sem ser visto, e apesar de curtir uma pancadaria, Juca também apreciava o estilo furtivo.

- Beleza. Babalu, Penumbra e Clone. Vamos descobrir que merda esses caras tão aprontando... - posicionado ao lado dos outros três, ele procura um botão em seu visor, acionando o modo furtivo em seu traje. - Sistema véio do caralho... Infelizmente a única forma de acessar o sistema de segurança do galpão é acessando os cabos, depois talvez eu consiga visualizar as câmeras. Vou averiguar os arredores, mantenham-se atentos nos comunicadores. - ele apanha a pistola de seu cinto. - Depois que tivermos acesso e vocês entrarem, Penumbra pode me buscar e nos levar pra dentro do jogo.

Usando seu gancho, ele escalaria o muro e desceria pro outro lado na busca de uma caixa de distribuição externa para obter acesso as câmeras, fornecendo alguma informação ao grupo. Se necessário, irá desacordar "guardas" ou "seguranças" com porradas e gás tóxico se necessário.

Já são quase dez da noite e os quatro se encontram escondidos em uma construção abandonada próximo ao local onde supostamente seria o esconderijo dos traficantes.

-Tem certeza que é aqui? Pergunta Babalu.

-Tenho... levei algumas horas pra calcular as coisas, mas é certeza que isso aqui não é só um galpão de reciclagem, tem coisa grande lá dentro...


-Shhh.... Se liga ali no portão! Tem alguém saindo...



-Passa o binóculo pra cá, quero ver também!
O portão principal se abre, e um carro sai do local. Dentro do veículo, 3 homens bastante mau encarados. Clone consegue observar bem o motorista, a ponto de copiar sua forma com certa facilidade.

-Acho que agora isso facilita nossa vida... Diz Clone com a forma do motorista do veículo.

Assim que o veículo some totalmente da vista dos quatro, Barata da o passo inicial do plano indo até a caixa de energia do galpão tomando muito cuidado para não ser flagrado pelas câmeras da rua, ou mesmo por alguma pessoa. Apesar de ser um sistema simples, ele tinha que tomar cuidado pra não cortar totalmente a energia do local.

Antes de desligar as câmeras e o sistema de segurança do galpão, ele consegue acessar as imagens e percebe que apenas três homens estavam lá dentro. Todos em uma única sala jogando baralho. Aparentemente estavam desarmados.

-Pessoal, só tem 3 caras lá dentro,pelo que tô vendo tão desarmados, mas sei lá né...Eu vou cortar as imagens das câmeras e alarmes e vocês entram... Desligando tudo em 3, 2, 1... é com vocês!




Um portal de pura escuridão se abre diante do trio, Penumbra faz o sinal com a cabeça e as sombras engolem os três de uma só vez.

- Seguinte gente, sem chamar a atenção. A missão aqui é só fazer um reconhecimento, talvez  nem tenha nada demais... Babalu vem comigo...


Ocultos pelas sombras Penumbra e Babalu  vão pelos cantos fazendo o reconhecimento do local. As pilhas de materiais recicláveis compactados ajudavam eles a se esconderem naquele labirinto de lixo.
Já Clone, agora na forma do homem que viu anteriormente, tentava se aproximar da sala onde estavam os três rapazes  na intenção de ver ou ouvir algo que pudesse ser útil.
Ele se aproximava de forma discreta, e a cada passo ficava mais perto daqueles homens, até que ele se assusta com uma mão em seus ombros.

-Qualé Sumiço, tá fazendo o que aqui? Ceis já não tinham vazado não?

Pego de surpresa por um quarto homem que estava no local, Lucas tenta dar uma desculpa de improviso, mas era nítido o nervosismo em seu rosto.
-Não.. quer dizer Sim! Eu voltei pra pegar uma parada que eu deixei aqui..



-Que parada porra? Olha a hora cuzão, já era pra vocês estarem lá na festa do italiano fazendo o serviço... Qual é mano, ta querendo passar a perna na gente? Por que tu ta aqui todo na miúda ouvindo a conversa dos caras?


-Que isso mano... eu só vim pegar uma parada aqui e já vou voltar...


-Peraê cuzão, cadê a cicatriz da tua cara?
Clone fica estático nesse momento, apesar de ter dado uma boa olhada no motorista do carro, esse detalhe passou despercebido a seus olhos.
Antes mesmo que pudesse tentar dar alguma resposta ao homem a sua frente, Lucas sente um forte soco no rosto que o derruba na mesma hora, e para piorar a situação o faz voltar a sua forma normal.

-Mas que merda é essa? Pergunta o traficante assustado com a figura que via diante de seus olhos.


-AI RAPAZIADA TEM INTRUSO AQUI!!! Grita o homem enquanto retira algo de seu bolso.

Os três homens que estavam na salinha ao lado jogando baralho chegam até o local onde Clone estava caído, nesse momento um projétil estoura no chão próximo a eles, liberando uma espécie de gás lacrimogênio.

Babalu aproveita a vantagem que Barata lhes deu e com seus braços elásticos puxa Clone para junto deles.
Os quatro heróis estavam agora frente a frente ao grupo de traficantes, separados apenas por uma cortina de fumaça que se dissipava aos poucos...

-Quatro contra quatro... vai ser interessante Diz Babalu aumentando suas enormes mãos emborrachadas.

-Pode postar que vai ser sim sua piranha!!! Responde um dos traficantes, enquanto esticava os braços como se fossem tentáculos.

-Acham mesmo que vão invadir nossa área assim tão fácil e sair daqui de boa... Nóis é o Bonde Porra!!! Diz um grandalhão engolindo uma pílula. Os outros dois ao lado fazem o mesmo.

-Eu tava certo... sabia que esses caras estavam envolvidos com as "super-pílulas"


-A gente tá fudido....


O BONDE:  Casca-Grossa, Pancadão, Borracha  e Rojão   






→ Prazo de postagem: Se possível até domingo as 14h
→ Os Membros do Bonde são ND Médio

Esses caras tomaram as pílulas? Quem inventou essa merda não cogitou que poderia cair nas mãos erradas? Preciso descobrir um jeito de "desativar" essa vantagem deles. - Pensa Penumbra, enquanto junto com os outros heróis, encara O Bonde. Os números estavam equilibrados, 4 contra 4. Mas da última vez que o vigilante sombrio enfrentou um criado da pílula, não teve muito sucesso.

Esse cara com a corrente na mão... parece ser bem forte. Vamos ver até que ponto!

Os heróis se separam, e cada um ataca seu alvo. Penumbra vai contra o criminoso conhecido como Pancadão. Penumbra tenta segurar os movimentos do bandido fazendo as sombras subirem pelas suas pernas. Logo após, se teleportará para atrás do alvo, visando imobilizá-lo com as tonfas, no velho conhecido Mata Leão. Se o plano não sair como esperado, Penumbra usará todas as suas habilidades de luta para se defender dos fortes golpes do oponente, sempre procurando uma oportunidade de derrubá-lo.

-Eu não acredito que eu ouvi isso! - No mesmo instante que a palavra piranha saiu da boca de Borracha, o sangue de Babalu ferveu, ela cerra seus punhos com toda força e bateu com um deles no chão, fazendo o concreto se quebrar, agora tinha ficado pessoal e sem se virar para os companheiros a garota fala. - Seguinte, Não quero ninguém me atrapalhando, eu vou surrar esse nojento até os dentes dele saírem na urina.

Babalu começa a comprimir suas pernas para acumular energia, ela dará um salto na direção de borracha, e chegará aplicando socos poderosos com seus punhos gigantes, ao mesmo tempo tentará enrolar seu corpo no do inimigo, seu objetivo é testar a capacidade elástica do inimigo e comparar com a sua. - Você vai aprender a nunca mais falar isso pra nenhuma mulher seu resto de camisinha usada!

- Funcionou... - Juca se recolhe ao lado do grupo e vê a fumaça verde começando a dissipar. - Eu tava certo... sabia que esses caras estavam envolvidos com as "super-pílulas" - ele cerra os punhos com uma raiva acumulada, endireita sua postura e observa os quatro que se intitulavam O Bonde se transformarem após ingerir as pílulas.

- Vai sobrar o grandão pra mim... - Barata puxa dois cartuchos de seu cinto, e deixa o gancho na prontidão, sua estratégia de contensão teria que funcionar. - Que privilégio, vou fazer você cuspir essa merda.

Se aproveitando da pouca fumaça ainda no ar, o Barata irá adotar uma sequência usando suas bombas explosivas e de luz, intercalando disparos a longa distância na altura da cabeça para desnortear o Casca-Grossa. - Casca grossa sou eu hahahahah! -  Quando tiver espaço pra entrar, ele irá usar os fios de aço do gancho para envolver o grandão, descarregando toda sua munição se necessário. Por fim a ideia é meter a porrada e questionar o grupo até eles soltarem informação.

Agora lascou tudo! Agora vamos ter que enfrentar esses maníacos, e eu já fui exposto! Porcaria, perdi meu elemento surpresa... O que eu faço agora? Bem que os poderes do V8 seriam legais agora. Minha única chance é jogar o maior caô da minha vida e torcer para dar certo.

Vou acessar os poderes do Penumbra e levar o gordão pra algum outro lugar onde tenha pouca interferência externa. Vou deixar ele bem nas sombras, pra confundir seus sentidos, e assumir a aparência mais assustadora que eu lembrar dos filmes de terror. Talvez a da Freira, daquela maluca do Chamado, sei lá, vou improvisar. Minha ideia é despertar um temor inato dele, talvez a associação com algo que ele já tenha visto e tema possa surtir efeito.

Vou tentar amedronta-lo o máximo que eu puder, para que baixe a guarda. Provavelmente ele é durão, pode sacar que é o metamorfo da parada. Mas minha ideia nem é que ele acredite que eu sou um fantasma, mas me conectar com o medo dele para desestabiliza-lo. Se ele cair na rede do medo, ótimo. Mas como provavelmente ele não vai, vou aproveitar a confusão para levá-lo a entrar nas sombras que eu criar, para ele se afastar cada vez mais. Quando ele menos esperar, a próxima sombra será para levá-lo a uma altura de 4 andares, e deixá-lo em queda livre. Agora, se ele resistir ou puder voar, o jeito é pegar alguma barra de ferro bem forte e ir batendo nele de surpresa até ele cair.

Minha sorte não é das melhores...

-Eu não acredito que eu ouvi isso! - Resmunga Babalu ao ser chamada de piranha por um dos traficantes.
Furiosa, a jovem cerra seus punhos com toda força e bate com um deles no chão, fazendo o concreto se quebrar. Tal ato chega até a assustar os próprios parceiros de equipe.

- Seguinte, Não quero ninguém me atrapalhando, eu vou surrar esse nojento até os dentes dele saírem na urina.


– Ouviram a moça. Nunca contrarie uma mulher em estado de fúria.... Penumbra me empresta seus poderes, acho que tive uma ideia...  Diz Clone ao tocar nos ombros do aliado sombrio e logo em seguida sendo tragado pela escuridão


-E ai acha que a gente da conta? Pergunta Barata.

-Temos que dar né...Pode ficar com o rolha de poço de brinde, eu pego o outro... Responde Penumbra, desaparecendo por um portal de sombras.

-Cara exibido...

Do outro lado da cortina de fumaça os quatro traficantes, já com seus poderes ativados se organizavam para defenderem seu território.
– Ai negada a parada é o seguinte, nenhum desses arrombados vai sair daqui com vida hoje ta ligado? Diz “Casca Grossa”

– Demorô! Vai ser suave quebrar esses merdinhas, nenhum forte de verdade pra bater de frente com o Bonde... Responde o musculoso “Pancadão” enquanto amarrava a camisa na cintura.

-Pra Cima deles Rojão!!! Diz Borracha se afastando dos demais.

– Ja é... Aê seus arrombado! Pensa rápido!



Um feixe de energia luminosa atravessa a cortina de fumaça indo na direção de onde estava o grupo de heróis. Apenas Babalu e Barata ainda continuaram ali, por sorte ambos conseguem se esquivar do ataque.
A rajada luminosa passa adiante e atinge uma das paredes do galpão explodindo como fogos que iluminam toda a área.
Antes que Rojão fizesse um novo ataque, uma massa de total escuridão o “engole”. Se aproveitando disso, Barata avança na direção de Casca Grossa.
Babalu começa a comprimir suas pernas para acumular energia, em seguida, ela dará um salto na direção de Borracha.

- Você vai aprender a nunca mais falar isso pra nenhuma mulher seu resto de camisinha usada! Grita a moça trocando socos com o rapaz.

-Vaca!! Eu vou te comer,  depois te cuspir igual chiclete sem gosto e ai vou pisar em você como se fosse merda...



- Cê fala demais otário!  
Com um dos punhos em tamanho gigante a garota elástica da um soco certeiro na cabeça do rival a afundando no chão. O rosto de Borracha fica cravado no piso. Com a cabeça achatada como uma panqueca o traficante com poderes elásticos, tenta se livrar da situação entrelaçando o seu corpo ao de Babalu.
Como uma briga de serpentes, os dois começam a rolar no chão entrelaçando cada veis mais seus corpos maleáveis.

Pof... Pof... Pof..
.
Três lampadas estouram deixando aquela parte do ambiente ainda mais escura. Pancadão, o membro musculoso da gangue caminha com uma corrente enrolada nos braços a procura de algum dos heróis.

–Aparece logo cuzão, vai ficar se escondendo no escurinho? Cai pra dentro, vem tranquilo que eu to doido pra mandar um de vocês pro necrotério!...
Em total silêncio, Penumbra surge por de trás do grandalhão e lhe aplica um mata-leão. Suas habilidades marciais geralmente o ajudavam a vencer oponentes maiores e com maior força física. Porém esse caso era diferente, o rival do herói sombrio, era forte como um touro, e um golpe comum jamais o pararia.
Penumbra é agarrado pelos braços e arremessado no chão. Pancadão tenta pisotear o mascarado, mas este rola para o lado e aplica uma rasteira usando suas tonfas.

-Maior o tamanho, maior o tombo...

Rapidamente ambos se levantam e avançam um contra o outro em uma luta corpo a corpo. Penumbra possuía a vantagem de ser mais rápido, além da pouca visibilidade no ambiente. Porém sabia que se levasse um golpe certeiro poderia ser fatal.
O bombadão tentava a todo custo golpeá-lo com sua corrente, mas Bruno conseguia se esquivar. Até que em um momento, Pancadão da um forte pisão no chão, desestabilizando o controlador de sombras.

Penumbra é agarrado pelo pescoço e jogado contra uma caçamba de material reciclável. Com certa dificuldade o vigilante se levanta, e quando olha para o lado vê seu rival com um motor velho em mãos.
O grandalhão arremessa a peça na direção de Bruno, que só sobrevive ao ataque pois é engolido pelas sombras no momento exato.
Ele ressurge por trás do rival, e o ataca novamente com suas tonfas, mas agora ele tinha total certeza  que somente uma luta corpo a corpo não seria o bastante.
Então, usando suas sombras que subiam pelas pernas do adversário, o deixando ainda mais lento, Penumbra começava a criar a sua vantagem.


Do outro lado do galpão de recicláveis, Barata travava uma luta corpo a corpo contra “Casca Grossa” e não era atoa que o grandalhão levava o apelido. Sua pele era praticamente impenetrável e dura como pedra. Nenhum ataque de Juca parecia surtir efeito. A não ser nele mesmo, que já sentia as dores de dar “murro em rocha”

– Desiste seu bostinha, minha pele é blindada hahahah  



- Seus olhos também são?    
Uma bomba luminosa estoura no rosto do traficante, o fazendo dar passos para trás.

– Ahhh meus olhos!! Seu filho da puta , eu vou matar você!!! 



Grita o homem tentando agarrar o vigilante, que se esquiva para o lado já preparando um segundo tiro.
- Me matar? Há, todos tentam, mas até agora, nada... Segura  mais essa! 



Uma bomba explosiva atinge em cheio Casca Grossa. A explosão não faz o efeito desejado, a não ser destruir parte da roupa do traficante, que agora avançava ainda mais irritado.

Com a explosão, uma das capsulas que o homem guardava cai próximo aos pés de Juca. Ele pega o comprimido e o guarda em um de seus bolsos, mas acaba sendo golpeado no processo.
Seu rival parecia furioso, e disposto a tudo pare vencê-lo.

Não muito longe dali,
Rojão se encontrava em uma espécie de domo totalmente escuro, a única luz do local, era o brilho de seus poderes na palma de suas mãos.
– Aparece desgraçado!!!
Grita ele disparando rajadas explosivas para todos os lados.
Cada uma das explosões dos fogos de artificio danificavam um pouco o domo de sombras, Clone precisava agir rápido, pois a cada segundo sua vantagem diminuía.
Mesclando seus poderes de metamorfose, com o controle de sombras, Lucas surge diante de Rojão com a aparência um monstro de filme de terror. Mais precisamente a “Loira do banheiro de buteco”
Uma forma cadavérica, e extremamente repugnante, com um dos visuais mais assustadores já vistos na tv.


– Aaahhhhhh

O susto é tão grande que Rojão literalmente, começa a descarregar seus poderes de forma descontrolada. Era como se uma queima de fogos digna de um revelion estourasse dentro do domo de sombras.
As explosões luminosas consomem as sombras, e começam a voar de um lado para o outro do galpão atingindo pilhas de material reciclável e criando pontos de incêndio no local.
Lucas é atingido por uma das explosões e acaba caindo desmaiado perto de um foco de incêndio.


De volta ao embate entre Babalu e Borracha, os dois continuavam com seus corpos entrelaçados, trocando socos e ofensas.
A jovem então decide ver quem podia esticar mais. Enrolando suas pernas em uma viga, com o resto do corpo ela passa a se esticar junto de seu rival por todo o ambiente, passando perto dos incêndios, se entrelaçando entre máquinas, pilhas de material e tudo mais que pudesse encontrar.
O esforço pra ela parecia ser enorme, mas para o traficante parecia ser ainda maior suportar.
E de fato era. As super pílulas no organismo humano possuem um tempo de efeito. Geralmente os poderes duram por algumas horas, porém quanto mais usar os poderes, mais rápido será o efeito no organismo. E naquele momento, Borracha era esticado a seu máximo.
Ele da um grito de dor enquanto solta o pescoço de Kelly, que também o solta desfazendo os nós e laços que fizeram com seus corpos.
Borracha retrai seu corpo o mais rápido que pode, ele tenta se mover, mas estava sem forças. Sua estrutura física agora parecia um elástico velho e molenga. Ele então se joga no chão, encolhido em posição fetal gemendo de dor, esperando os efeitos da pílula acabarem de vez.
Babalu, por outro lado, parecia ter aguentado bem a situação. Apesar de exausta, e das dores no corpo, ela havia levado a melhor.

-  Credo, isso foi nojento. Nunca mais me enrosco em alguém assim... Aff, preciso de um banho, um não uns três no mínimo...

Com o corpo totalmente coberto por uma camada de pura escuridão, Pancadão já não se movia.
Bruno o segurava naquele “casulo de sombras” esperando até que uma ajuda chegasse ou que o efeito das pílulas parasse.
Porém algo lhe chama a atenção. Luzes para todos os lados começavam a deixá-lo enfraquecido. Mais precisamente luzes dos focos de incêndio.
Não demorou muito até ele ver Clone caído próximo a uma pilha de papelão em chamas. Rapidamente ele usa seu poderes jogando o rival o fazendo ser engolido por um portal de trevas enquanto corre até o colega caído para ajudá-lo.

As chamas já consumiam praticamente todo o galpão. Barata ainda via dificuldades em vencer seu rival.
Seu arsenal de bombas estava no fim, seus golpes não tinham efeito e as dores em seu corpo eram insuportáveis. Talvez para um humano normal vencer alguém indestrutível seria impossível naquele momento.

Seria esse o fim? Exausto, ferido e assustado. Dando alguns passos para trás, Juca chega até uma parede, ele olha para o lado e vê uma caixa de força. Nesse momento ele pensa em algo arriscado. Com um disparo certeiro de seu gancho, ele  envolve o corpo do grandalhão com um cabo de aço.

– Não vai me parar com essa merda...  Retruca o gordão tentando se livrar dos cabos.

- Veremos... 



Barata prende a ponta que estava em sua mão na caixa de energia provocando um curto circuito. A descarga elétrica passa pelo corpo de Casca Grossa botando finalmente um fim na luta.

Após os duros combates os quatro vigilantes conseguem se reunir próximo a saída do local.

– Temos que sair daqui, esse lugar ta virando um verdadeiro inferno, eu já to começando a derreter...


– Perai, a gente veio pra investigar essas merdas, tem que ver se os caras tem algum carregamento das pílulas em algum lugar aqui, se essas paradas caírem nas ruas isso sim vai ser o inferno...  



– Esquece essa merda! A gente não tem tempo... O Clone ta machucado, a gente tem que sumir daqui logo... 



– Cof cof...Gente, isso tudo, o fogo... vai atrair bombeiros, polícia e tudo mais... vamo embora por favor... cofcof...



– Tão ouvindo isso? Sirenes! Vamo sair logo daqui...  



– Certo, vamo, vamo... por aqui.. conheço uma passagem pelos esgotos...  



– Há, ótimo, agora sim que eu vou precisar de um banho mesmo... Eu devia ter aceitado entrar pra academia....
Os quatro heróis se retiram do local, largando o galpão em chamas para trás.
Antes que as labaredas consumissem totalmente o lugar, um veículo sai de lá em alta velocidade.

Resultado:

________________________________________________________________________
Em algum lugar da cidade...
No topo de um prédio uma figura encapuzada parecia esperar a chegada de alguém. Não demora muito até que Incrível desce das nuvens indo de encontro a pessoa que o aguardava.

- Foi mal o atraso, tive que fazer uma rota diferente... eu nunca sei se tem alguém me seguindo ou vigiando o que eu faço... Esse lugar é seguro né? 



- Se não fosse eu não teria marcado aqui...



- Eita, curta e grossa. Tá certo, você é especialista nesse tipo de coisa, tenho que confiar...Mas e ai me conta o que conseguiu?
 

A figura encapuzada entrega uma pasta para Incrível, nela algumas imagens, recortes de jornais, cópias de testemunhos e cópias de arquivos policiais.

- Caramba! Esse cara fez tudo isso? 



- Eu cruzei as informações, e acredito que esses assassinatos foram todos ele sim...



- Ele sabe agir na surdina pelo jeito, todos esses crimes, por anos e nenhum suspeito?

 
- Nenhum, ele sabe como agir..O lance desse psicopata é matar heróis, principalmente os em inicio de carreira...Deve ser algum tipo de serial killer.


- A Mentalista foi a última que ele matou? 



- Aparentemente sim... Pelo menos é o que se tem registros...Mas qual seu interesse no caso dela?


- Conheci um cara que quer se vingar da morte dela...Ele era um de nós. O Golem. Hoje ele trampa pra super polícia caçando a gente... 



- E vai ajudar ele assim mesmo?


- O cara tá perdido, não é má pessoa...ele só quer justiça e não sabe como conseguir...E outra se eu soltar as informações certas pra ele, ele pode passar um pano pra gente em algum momento. 



- Sei... Toma cuidado viu. Eu vou continuar a procurar esse maníaco. Qualquer coisa eu informo você...


- Beleza. Se cuida você também.... E Índigo, valeu mesmo pelo corre!
A arqueira acena com a cabeça e se retira do local saltando entre os prédios até sumir na escuridão.

- Maníaco da Capa... a gente vai achar você...
Resmunga Incrível ao dar uma ultima conferida nos papéis antes de alçar voo e sumir dali também.