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Devon H.
Devon H.
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11/01/16, 12:47 am
Centro de Nova Capital, NC.
11:57 am.


O sol refletia intensamente nas vidraças dos prédios altos de Nova Capital, suas ruas movimentadas como sempre. Às portas de um largo edifício de aparência executiva, porém, uma comoção incomum acontecia naquele exato instante.
Uma das portas de vidro da entrada do lugar é repentinamente atingida por uma bola de lama, acertando em cheio onde se encontrava o nome e o logo da empresa: “UNARCO S.A.”.

– SEUS PORCOS!

– ASSASSINOS!

– NÃO ESQUECEREMOS!


Deitados do chão da calçada estavam uma dúzia de pessoas, quase empilhadas uma em cima das outras, cobertas de lama e encenando estar mortas. Logo atrás, outro grupo maior gritava e levantava cartazes de protesto, no mesmo estado dos caídos. A cena chamava a atenção de alguns transientes e congestionava o tráfego da rua, enquanto era possível enxergar alguns funcionários da empresa dentro do prédio, escondidos.

Não demora até que uma equipe de reportagem aparece por ali, se aproximando do local a pé e parando em um local apropriado para um bom enquadramento do que acontecia.

– Aqui tá bom? Beleza. – Pergunta a repórter, ajustando suas vestimentas e cabelo.

– Tá pronto, Jarbas? Vamo lá. Em 3.

O câmera faz a contagem, e em pouco tempo, a gravação começa.

– ... Como vocês podem ver, os protestos continuam aqui em frente à sede da UNARCO em Nova Capital, um mês e meio após o acidente em Saruana, no Amazonas. O desastre, considerado como um dos piores desastres ambientais do Brasil, foi provocado pelo rompimento da barragem de Vesúvio, da própria mineradora, liberando uma enxurrada de lama que sepultou a cidade de Saruana, e que ainda avança para cidades vizinhas pelo rio Arayá, deixando pra trás um rastro de destruição ambiental por onde passa.

– A UNARCO lá lançou uma nota dizendo que o rompimento foi causado por uma falha estrutural, e que está fazendo todo o possível para reparar os danos e ajudar as famílias das vítimas do desastre; entretanto, ela ainda enfrenta diversas críticas, e vários estudantes e ativistas ainda tomam as portas das sedes da mineradora pelo Brasil, protestando contra a declarada “impunidade dos verdadeiros responsáveis pelo desastre”.


Em meio à multidão de pessoas que cercavam o local, mais gente coberta de lama começa a aparecer. A encenação toda feita às portas da mineradora parecia se intensificar, com mais gente jogando lama contra as vidraças do lugar; do outro lado, do lado de dentro, ouvia-se os baques da mesma contra o vidro, que lentamente cobria a visão do lado de fora do prédio, e deixava apenas os xingamentos abafados.

De repente, algo atravessa uma das vidraças, assustando a todos; o projétil atirado segue todo o térreo do prédio até parar em uma parede, perto dos elevadores. Instintivamente se abaixando, alguns funcionários do local olham para trás, notando o projétil fincado na parede:
Era uma lança.

O pessoal que protestava do lado de fora se entreolha em um breve e assustado silêncio, procurando por um autor. Logo, mais vidros se quebram, e é possível ouvir o som de vários outros projeteis cortando o ar, enquanto pessoas cobertas de barro começam a “cair do céu” e aterrissarem em cima dos carros parados na rua, causando confusão e pânico entre as pessoas no local.

Do grupo de protestantes no meio de tudo, saem meia dúzia de mulheres cobertas de lama seca e não muito mais do que isso, portando armas brancas diversas. Elas andam destemidas para dentro do prédio, onde podia se ver todos os funcionários caídos, alguns feridos.

– POLÍCIA! DEITA NO CHÃO! – Grita um de dois policiais militares armados que aparecem, já dentro do prédio antes do ocorrido.

Uma das mulheres se vira para o policial, apontando a lança pra ele. Ele dá alguns tiros na direção dela, mas tudo que se vê é o resvalar de lama na moça; ela então retruca, cravando sua lança através do seu peito e o levantando no ar. O outro policial logo recebe o mesmo destino, enquanto um verdadeiro esquadrão de mulheres continua a avançar prédio adentro.
Do lado de fora, o caos também estava instaurado, à medida que mais ataques aconteciam por toda parte...

================

A bordo do Fhurão 05, NC.
15:10 pm.


O moderno furgão do Instituto Victória Cardoso balançava um pouquinho mais do que o normal enquanto cortava as ruas da capital do Brasil. Sentado na parte de trás, Arco checava mais uma vez as suas flechas e equipamentos, assim como o resto do time do Força Heroica ali ao seu lado: Tubarão, Impacto e Iceberg. Eles saíram rapidamente e por isso tudo foi feito ás pressas, à medida que aquela situação podia ficar pior a cada segundo.

“– ... Nova Capital ainda está em estado de alerta. Há algumas horas atrás, ocorreram uma série de ataques aleatórios na região mais nobre da cidade, cercando a região do bairro Barão da Conquista, onde dezenas pessoas foram feridas e até agora foram confirmadas três mortes. Ainda é desconhecido a razão dos ataques, mas fontes dizem que os autores dos ataques tinham os seus corpos cobertos de barro e portavam armas brancas diversas, como lanças, arcos e espadas. As autoridades dizem que esse pode ser um ataque terrorista super-huma--“

O pequeno televisor conectado ao teto do veículo muda de repente sua imagem, mostrando então Matriz em sua tela.

– Muito bem. – Arco se levanta no meio do apertado furgão, olhando para seu time e os dois homens armados ao lado deles, parecendo ser de um batalhão especial. – Vamos começar.

– Vocês viram o noticiário. Nova Capital está sofrendo um ataque nesse exato momento. De acordo com informações, os autores são “um grupo de guerreiros de barro”. A Polícia Militar não consegue neutralizá-los, então são super-humanos, no mínimo; se não... Mágicos. – O líder de campo faz uma breve pausa, irritado só de pensar na possibilidade.

– ... E o que a gente tem a ver com isso? Não somos um grupo de resposta. Esses caras aqui são. – Tubarão olha pro lado, juntando ambas mãos à sua frente, entre suas coxas. – Ainda por cima o que mais tem nessa cidade é vigilante pra conter esse problema.

– Você está certo. A equipe tática da Polícia e alguns vigilantes da cidade já estão contendo tudo. Mas a nossa missão não é essa. Matriz?

– Sim. Vocês com certeza já ouviram falar da UNARCO, né? Aquela mineradora que pouco tempo atrás a barragem lá dela explodiu e cobriu uma cidade inteira com lama? Então, a sede dela aqui em NC foi um dos lugares atacados, mas ao contrário dos outros, esses tais guerreiros de barro não deixaram o prédio. Eles ainda estão lá, com reféns. Esse é o único caso de reféns nesse ataque até agora.

– Nós temos velhos aliados na Polícia, então estamos fazendo uma colaboração com eles nesse caso. Vamos entrar naquele prédio e ajudar a tirar aqueles reféns.

– Perai... Guerreiros de barro tomando refém a responsável por inundar uma cidade com lama? – Impacto diz, após pensar um pouco. – Tá meio na cara isso daí num tá não? É gente querendo vingança, pô!

– ... Ou pelo menos é isso que eles querem que todo mundo pense. – Responde Arco, num tom corretivo. – Vocês perguntaram o que a gente tem a ver com tudo isso. Matriz?

– Então, nós descobrimos que 78% das ações da mineradora são de propriedade da Chimera Corp. Em outras palavras, a UNARCO S.A. é uma subsidiária da Chimera Corporation.

– Espero que ainda se lembrem dos ataques à Chimera Corp., a pouco tempo atrás. – Diz o arqueiro, com certo peso. – Esse poderia ser outro ataque, disfarçado de algo maior. Eles não conversaram com os negociadores da Polícia até agora; não fizeram nenhuma demanda, ou pediram nenhum tipo de recompensa pelos reféns, o que me faz acreditar que eles estão comprando tempo.

– Estamos chegando no local, senhor. – Diz o motorista, outro policial da força-tarefa como os dois na parte de trás.

– Ainda não temos NADA sobre quem eram aquelas pessoas aquele dia, nas instalações da Chimera Corp. E com esses ataques, a situação fica ainda pior pro nosso lado em relação ao debate todo sobre super-humanos – especialmente se algo ruim acontecer lá dentro daquela sede.

– ... Essa pode ser nossa melhor chance de começar a virar isso tudo.
– Arco diz, com uma determinação forte em meio ao seu olhar sério.

– A missão está dada, Força Heroica. Entrar, derrubar esses guerreiros, salvar os reféns. Simples e rápido.

O Fhurão 05 para no quarteirão da sede da UNARCO, que se encontrava completamente isolado pela polícia. Haviam viaturas policiais por todo o lado, enquanto PM’s e equipes táticas se comunicavam entre si, se preparando para eventualmente agir.
O time do Força Heroica sai do furgão junto dos três policiais táticos, que vão direto para os cabeças da operação ali.

– Aí estão eles. – O major da Polícia Militar vai até Arco, cumprimentando ele com um aperto de mão. Logo em seguida, um homem de vestes táticas se aproxima dos dois. – Arco, esse é o comandante do Grupo de Resposta Especial a Super-Humanos.

Os dois se cumprimentam da mesma maneira.

– Nós temos o perímetro isolado aqui. Como vocês já devem saber, os terroristas não fizeram nenhuma demanda. Ninguém entrou ou saiu daquele prédio ainda. De acordo com que a gente sabe, têm pelo menos 15 ou mais alvos lá dentro, e pelo menos 60 reféns.

– Olharam as câmeras de segurança do lugar?

– Eles quebraram todas elas.

Roberto acena com a cabeça, olhando então para o prédio.

– Vocês têm o mapa do lugar?

– Aham. O lugar tem quatro andares, basicamente só escritórios, muitos corredores. Temos um mapa lá na viatura se quiserem dar uma olhada.

Arco aciona o seu comunicador, falando por ele agora.

– Matriz, já upou o mapa do lugar pra gente?

– Já tá nos seus cintos.

– Beleza. Como quer fazer isso, Comandante?

– Vocês quem mandam. – Ele retruca. – Nossos atiradores disseram que não há ninguém perto das janelas, então eles devem estar refugiados no âmago do prédio mesmo. Eu sugiro que vocês tentem entrar por cima, pelo telhado ou pelas próprias janelas, e a gente começar pelo térreo depois de vocês. Seu grupo é menor do que o nosso, então vocês vão poder se infiltrar melhor do que a gente.

– É só dizer quando estiverem prontos.


Spoiler:


Última edição por Nova em 14/01/16, 12:33 am, editado 1 vez(es)
Caveira FH
Caveira FH

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11/01/16, 11:18 pm
Durante um dos treinamentos da guarda real Atlante, Tubarão é derrubado violentamente pela capitã da guarda.
- Arghh essa doeu... Você não facilita mesmo pra mim heim… Diz ai qual é o teu problema comigo? – Pergunta Ed caído no chão.
Ela para por alguns segundos , respira fundo e diz o que pensa sem muitos rodeios.
- Mesmo você tendo nos ajudado bastante nos últimos tempos, ainda não confiamos plenamente em você! Responde a mulher puxando o rapaz, que se levanta para um segundo round.
- Ah qual é? Eu contei a minha vida pra vocês, e vocês confirmaram minhas histórias, eu não sou como os carniceiros do Atlas,  já disse!  

-Mas continua sendo meio humano, o que nos faz desconfiar de você. Nós não confiamos  nos humanos.

-Por que?  O que os humanos fizeram de tão grave pra vocês?....

-Humanos são traiçoeiros, são uma raça de seres mesquinhos e egoístas, que matam por menos que nada, uma raça que trata seus semelhantes como inimigos, que não respeita a opinião alheia, uma raça que não respeita o próprio planeta que vive. Os humanos vão matar uns aos outros e vão levar o planeta junto. E isso inclui a nós! É isso que tanto tememos, a ganancia tão grande e a falta de equilíbrio que eles trazem ao mundo.... Ed fica sem resposta apenas observando sua treinadora. Ela nitidamente nervosa em seu discurso apenas da as costas e se retira do local
-Fim de treinamento, pode descansar soldado....
---------------------


Agora
Os 4 membros da Força heroica estão reunidos com algumas tropas especiais.

O comandante do grupo sugere que os heróis entrem por cima enquanto o Grupo de Resposta Especial a Super-Humanos. avance em seguida pelo térreo.
-Eu vou entrar com os  fardados galera. Não desmerecendo vocês, mas alguém tem que proteger vocês de serem empalados como os outros caras.
ninguém aqui quer virar coxinha de buteco hoje não é?  E convenhamos olha meu tamanho pra uma entrada na surdina hahah.


O comentário de Tubarão irrita alguns membros do grupo tático que apenas o encaram com raiva, mas talvez a ajuda do brutamontes fosse um bom apoio.

- Quem sabe eu até não esmurre um desses engravatados filhos da puta “sem querer”
K.O
K.O

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12/01/16, 10:04 am
Sala de video, o que antes ja foi o comodo mais disputado do Instituto durantes as noites de grandes programações, agora nada mais era do que uma grande caixa vazia de almas, apenas aparelhagens que de nada servia se ninguém usasse. No sofá, Yuri dava uma pausa no livro que estava lendo, na capa, “Como ser um cara humildão. De Canho, Tu”. Ele olhava a sala e relembrava os momentos divertidos que ali teve, ela até podia ver a silhueta dos alunos brigando pelo controle, e ele desligando todos os aparelhos da energia. Ele deixa escapar um sorriso que logo some pra dar espaço a um semblante angustiado.

Quando é que tudo mudou…” - Pensava deitando a cabeça no encosto do sofá, adormecendo segundos depois.

A TV quase no mudo exibia um longa animado, o jovem não assistia, mas deixa-la ligada tornava o comodo um pouco menos triste.

“Era provavelmente o quinto ou sexto dia mais frio de toda a minha vida. [...]”

Ele acorda assustado, como se estivesse caindo em seu sono, ele se agarra no sofá e com os olhos arregalados olha para a porta, não tinha ninguém, ele então relaxa no sofá, ele pega o livro que estava em sua virilha, e percebe que o mesmo esta com uma fina camada de gelo.

- Merda… me mijei todo.

------------------------------------

Durante alguns segundos tudo ficou em silêncio, acho que todos estavam esperando que Arco se manifesta-se, mas parecia que ele não estava muito a fim. Tubarão então tomou a frente, dizendo o que iria fazer.

- Cêrto, nada contra a sua ideia, comandante, ela até tem um tom lirico, sabe? Gostei do seu modo de pensar. Mas eu vou com o grandão. - Ele então da um tapa nas costas do Tubarão. -[b] Meu brilho é muito intenso para passar despercebido, entende? Preciso ser visto. E é muito mais facil pro cabeça de bagre acertar o barro se ele estiver solido feito gelo![/b] - Terminada, dando um soco na palma de sua mão, indicando que estava pronto pra ação.
Paradoxo
Paradoxo

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12/01/16, 01:02 pm
Arco ainda não se sentia completamente seguro frente a Força Heroica, a memória de todos os acontecimentos ainda eram frescas na sua cabeça e ele estava pensativo. Perdeu-se um pouco no tempo e quando retornou do devaneio, viu Iceberg e Tubarão tomando as suas decisões. Concordava com a ideia de Edson, mas “para variar”, Yuri estava querendo aparecer e tomando uma decisão errada. Não contestou. Olhou para Impacto e esperou que ele tomasse alguma decisão também, mas pelo visto ele estava aguardando as suas ordens. Por um segundo, Arco teve um “déjà vu” com aquela cena.

– Então sobramos nós dois, Impacto. Vamos por cima, como sugerido. E nos encontramos com o casal ali onde a ação estiver ocorrendo. – Retirou uma de suas flechas e entregou para Tubarão. – Quando estiver entrando no prédio, finque essa flecha na entrada, no solo. É uma flecha rastreadora – uma das melhores invenções da Fabricadora. Ela vai escanear todo o prédio e nos orientar com quaisquer novidades. Vamos nos aproveitar que o prédio é pequeno e usá-la.

Sacou seu arco e atirou mais duas dessas flechas, através das janelas do prédio, uma no segundo e outra no terceiro andar. Depois atirou uma flecha-arpéu até o teto do prédio e deu a mão para Impacto, para que os dois pudessem subir juntos. Chegando no topo do prédio, atirou mais uma flecha-rastreadora, para por fim escanear o prédio inteiro. Acionou o comunicador, para falar com a sua equipe e os policiais.

– Impacto e eu vamos descer em silêncio, buscar os inimigos, falamos com vocês se encontrarmos algo. Lembrem-se da prioridade: resgatar os reféns. Não façam bobagem, ok Berg? Desligo. – Virou-se para Impacto. – Você é nossa vanguarda, se eles atacarem você nos protege e eu contra-ataco com velocidade. Mas, a prioridade são os reféns, se os encontrar, sua missão é protege-los com toda sua capacidade. Eu dou conta dos inimigos.
Temporal
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12/01/16, 02:28 pm
"Parece piada... O chefe desacreditado e o soldado irresponsável, juntinhos no fim. Saudades das férias dele, receber ordens da patroa foi a melhor fase da Força Heroica desde que a Amanda se foi." - Pensava, ao ver que Tubarão e Iceberg já tinham tomado seus rumos, esboçando um leve sorriso de canto de boca. Apesar de tudo, seguir o plano do comandante era a melhor opção a ser seguida. E no final das contas, Impacto concordava com Arco pela simples obrigação que sentia em manter as aparências, assim como fazia com seu pai quando não aguentava mais treinar rugby.

- Tá certo. Vamos ver com quantas lanças se derruba um Impacto.

Simples e direto, Diego irá prosseguir com o plano, aumentando sua força e resistência conforme receba golpes, para melhor combater os inimigos e, caso encontrem os reféns, ajudar o maior número possível por vez.
Devon H.
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12/01/16, 07:13 pm
Após dado o momento em que se decidem sobre como proceder, acaba que o time do Força Heroica se divide em dois: Tubarão e Iceberg seguiriam junto à força-tarefa do GRES pelo primeiro andar, enquanto Arco e Impacto seguiriam pelo telhado, em uma tática mais precisa. O comandante acena com a cabeça e logo todos seguem com o plano.

Tubarão e Iceberg se juntam ao esquadrão de fardados. Eles checavam e carregavam armas e equipamentos especiais, diferentes da polícia comum, ou até mesmo do que se via nas ruas; não pareciam ser armas de fogo comuns, mas armas modernas que faziam sabia-se-lá-o-quê. Ambos os jovens recebiam olhares do grupo, especialmente depois das palavras de Edson sobre eles “precisarem de proteção”.

A situação continua dessa maneira enquanto eles se posicionam em frente a entrada do prédio, até que Tubarão se vira para um deles e se aproxima. O híbrido era obviamente maior do que os homens ali, mas nenhum deles aparentavam estar intimidados.

– Se algum de vocês tem algum problema com a gente, acho melhor a gente resolver esse B.O. aqui agora. Eu não quero comprometer a missão. – Diz Edson, olhando pros lados.

– Eu concordo. – Diz o Comandante, em frente ao grupo. – Temos algum problema aqui, rapazes?

Há então um momento de silêncio, respondendo o homem. Yuri logo surge dentre os soldados e toma a frente, com as mãos levantadas.

– Calma, rapaziada. Eu já vi SWAT na Tela Quente, eu sei como é que é a parada com vocês. Eu e o grandão aqui, a gente já tá acostumado com esse tipo de ação, saca? É só vocês darem a assistência e deixarem a porradaria pra gente...! – Ele termina, formando socos-ingleses de gelo nos punhos e fazendo brevemente alguns passos de dança.


Duas flechas, uma seguida da outra, são atiradas nas janelas abertas do segundo e terceiro andar do prédio, com somente a força exata para entrarem pelas mesmas e caírem cravadas no chão, ambas ativando suas cabeças cilíndricas que passavam a piscar uma pequena luz vermelha. Logo, outra flecha cai no terraço, abrindo em um arpão que se agarra na beirada. Arco e Impacto rapidamente sobem pela corda ligada à mesma, não vendo ninguém através das janelas.

Já no terraço, Arco crava a última flecha-rastreadora em um canto e fala pelo comunicador, em frente à porta da escadaria que levava ao quarto andar, logo antes de se virar para Impacto.

– Você é nossa vanguarda, se eles atacarem você nos protege e eu contra-ataco com velocidade. Mas, a prioridade são os reféns, se os encontrar, sua missão é protege-los com toda sua capacidade. Eu dou conta dos inimigos.

– Tá certo. Vamos ver com quantas lanças se derruba um Impacto.

Após ouvir as palavras de Arco no comunicador, a equipe "Bravo" do Força Heroica e o GRES se preparam, tornando-se em pequenos grupos em formação.

– Muito bem, rapazes. Vamos entrar em 3. 3, 2...

A dupla de Arco abre a porta do terraço e logo adentra as escadarias, ao mesmo tempo em que o grupo do GRES pisa sob os cacos de vidro na entrada da sede, avançando rapidamente enquanto faz uma varredura do local.

Tubarão e Iceberg observam o salão de entrada do prédio, onde a primeira coisa que podiam ver era o logo da UNARCO na parede, manchando de lama claramente por mãos. No chão, haviam diversos objetos e papéis caídos, além de três corpos, dois policiais caídos e um homem engravatado, caído perto dos elevadores. Alguns dos homens do Grupo de Resposta checam os três, e sinalizam que o pulso deles era inexistente.
Enquanto cada cômodo do lugar é varrido, Edson crava a flecha rastreadora dada por Roberto no chão, fazendo com que um sinal fosse emitido por todo o andar e mostrasse qualquer movimento no mapa holográfico, sendo atualizado a cada cinco segundos.

===

Deixando as escadarias do terraço, a equipe “Alpha” avança cautelosamente pelos corredores do quarto andar do prédio, Impacto seguindo na frente, enquanto Arco segue logo atrás, com o arco apontado por cima do ombro direito do companheiro, em formação tática. Por ser um prédio largo, ele tinha vários corredores extensos, mas poucas portas, pelo menos naquele andar, que parecia ser usado mais para armazenamento de materiais e arquivos.

Parando por alguns instantes, Arco ativa seu mapa holográfico para verificar o movimento no prédio inteiro e o que ele encontra são muitos pontos, alguns se movendo por toda parte, mas a maioria se movendo muito pouco. Obviamente, por ser a base de movimento, eles não podiam ver indivíduos que estivessem parados, mas saber quem se movia e aonde já era uma vantagem incrível.

O líder de campo do Força Heroica observa um pequeno grupo de ponto se movendo ao sul de onde eles atualmente estavam, e logo sinaliza em silêncio para Diego a direção para onde deveriam ir.

Os dois se esgueiram até a beirada de um cruzamento entre dois corredores. No final do outro corredor havia uma sala, de onde vinha o movimento, e espiando com cuidado o corredor Diego e Arco então avistam os tais guerreiros de barro, em frente à porta aberta da sala de arquivos, podendo se ouvir o som de choro e conversa mais a frente, provavelmente de reféns lá dentro.

–  … Não, peraí… – Diego aperta os olhos ao observar os inimigos de cima a baixo.

Ambos notam que os dois inimigos à frente eram mulheres. Elas pareciam humanas, estando cobertas desde o cabelo preso até os pés por uma camada de lama seca, mas usavam apenas adornos diversos por baixo, estando nuas. As duas conversavam entre si, ambas com lanças. Logo, mais duas saem pela porta, sendo a mesma coisa das outras, também com lanças.

–  É um bando de mina pelada, porra...! – Diego sussurra.

As quatro pareciam ser as únicas ali, mas logo iriam se mover do corredor em direção à dupla.

===

Tubarão e Iceberg, a equipe “Bravo”, evitam os elevadores e sobem as escadarias para o segundo andar, ainda acompanhados da equipe do GRES. Yuri aperta o seu cinto e abre o mapa holográfico do segundo andar, notando muitos pontos se movendo nesse andar, que parecia ser mais aberto.

– Aí galera, presta atenção! Toma cuidado, que eu tô achando que o couro vai comer é nesse andar ai agora... – Ele diz, abrindo um leve sorriso.

Ainda sem sair da escadaria, a equipe do GRES fica atenta, fazendo silêncio total e já mirando por cima do cano de suas armas.

Eles abrem a porta das escadarias, verificando o lugar rapidamente. Eles estavam agora no caminho de entrada de um largo escritório logo à frente, repleto de escrivaninhas e cubículos, continuando depois da parede à direita, que escondia o resto do lugar.

Todos seguem cautelosamente até a esquina da parede, os pontos ainda se movendo devagar ali, logo depois da mesma. Eles param logo antes, o comandante à frente fazendo um sinal de contagem de três segundos com a mão para se virarem.

Em três segundos, Tubarão, Iceberg e os soldados da GRES pulam pra fora da cobertura, quase atirando até notarem o que estava à frente: diversos homens de terno e gravata e roupas sociais, pendurados de cabeça pra baixo por um pé no teto do extenso escritório, logo acima das escrivaninhas e computadores do lugar. Era possível notar cortes e manchas de sangue na camisa social de muitos deles, senão todos, mas não dava pra saber se estavam mortos. Eles balançavam levemente de um lado a outro, sendo o movimento que era captado no mapa holográfico.

– Puta que pariu. Eles mataram todo mundo? – A voz de Yuri até falha durante a frase, olhando todos os funcionários pendurados. Tubarão, ainda atento, vai seguindo junto aos soldados pelo escritório.

– Esse tá vivo!
– Esse também!

– Eles estão vivos!
– Dizem alguns soldados, que checam o pulso dos homens pendurados.

Tubarão olha para uma escrivaninha, notando que o parecia ser uma lança saindo pra fora da parte de baixo dela.

– Merda…

– OLHOS À FRENTE!
– CONTATO INIMIGO!!

Aparece então uma fronte de arqueiras de debaixo das mesas, que imediatamente atiram uma salva de flechas contra o grupo. Todos conseguem se desviar, incluindo Iceberg, que por pouco não é acertado no peito. Um grito alto e coletivo de guerra é ouvido, enquanto mais grupos de mulheres cobertas de barro aparecem de todos os lados, portando lanças, porretes e espadas.

Iceberg vê alguns homens do GRES ativar equipamentos contra o chão, gerando pequenos murais de energia verde para se proteger. Um deles atira sua arma contra uma guerreira que se aproxima dele, a mesma levando uma descarga elétrica concentrada que certamente deteria – ou pior – qualquer ser humano, mas ela apenas para por alguns instantes, se enfurecendo em seguida e acertando o homem com uma porretada. Do outro lado do escritório, um soldado consegue derrubar uma arqueira com uma arma de lufada de ar, enquanto um pequeno grupo se digladiava entre lanças e cassetetes taser.

Tubarão, que também observava todo o conflito ao seu redor, leva um murro no rosto de uma das guerreiras, se desviando em seguida do corte da lança. Ele fica impressionado por um segundo, à medida que aquele era provavelmente um dos socos mais pesados que já havia levado de uma mulher além da Nova.

Iceberg também estava na mira de uma arqueira, enquanto outra guerreira corria na sua direção pra lhe atacar.
Caveira FH
Caveira FH

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12/01/16, 09:12 pm
Tubarão observa os soldados do GRES em ação e percebe que de fato não era um grupo comum, pareciam ter um treinamento diferenciado e suas armas eram de altíssima tecnologia, seja lá quem fossem aqueles caras, era nítido que eles sabiam se virar muito bem.

"Acho que falei bosta, esses caras dão conta do trampo, só espero que continuem como aliados..."

Antes que pudesse concluir seu raciocínio o hibrido é atingido por um soco desferido por uma das guerreiras. Um soco extremamente poderoso,  tão forte quanto os de Nova. Tubarão mal tem tempo de revida, já tendo que se esquivar de um segundo golpe, dessa vez a guerreira usava sua lança.

"Eu sempre gostei de ver luta de mulher na lama, só não sabia que elas eram tão bravas, melhor acabar logo com essa merda antes que mais gente se machuque de verdade..."

O grandalhão da alguns passos para trás, segura firmemente seu tridente e encara a mulher revestida por lama.

- Ai moça o que acha de eu te levar pra casa, te dou uma banho, a gente bota um filminho pra rodar, faz uma sacanagem, cê sabe, todo mundo sai feliz... ou a gente cai na porrada e você sai daqui cheia de hematoma... Apesar que na opção anterior você também sairia... Ah foda-se cai pra dentro porquinha!

Ele avança contra a mulher, mas percebe que Yuri, seu colega de equipe estava com dois grandes problemas, um deles o de ser atingido por uma flecha. Rapidamente ele pensa em agarrar a mulher a sua frente e joga-la contra a arqueira, para que assim Berg voltasse sua atenção apenas para a  adversaria a frente.

-Cuidado Berg, se protege!
K.O
K.O

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13/01/16, 10:32 am
Aquelas armas realmente eram impressionantes, e toda a disciplina que eles demonstravam em qualquer movimento que faziam era de assustar. Toda aquela tecnologia, como ele adoraria fazer uma propaganda usando aquelas coisas, iria render muito dinheiro…

- Tubarão, acho que eles ficaram irritados com suas palavras. Não guardaram nem o melhor pro final, eles tão usando o Ultra no Round 1!! - Dizia gesticulando impressionado com o que tava acontecendo. - Acho melhor a gente não ficar pra trás, não quero ser motivo de piada quando eles se encontrarem pelados no vestiario ao final do dia.

A porradaria tava solta, era um pega pá capá de todo lado. Lama, tiro, bomba.

- Mulher pelada com lama, homens com rifles armados, é uma campo de batalha ou um bacanal? - Dizia, buscando se posicionar melhor naquele cenario.

- Eu não vejo tanta mulher querendo me matar assim desde o “Encontro das que nunca receberam a ligação no dia seguinte de Iceberg”. Sério, eu juro que estava sem créditos!

Enquanto tagarelava sem parar ele observa que estava na mira de duas lamasentas, ele ja se preparava para tentar se virar quanto escuta seu companheiro Tubarão, e logo entende as suas intenções. Normalmente ele ignoraria a ação de seu parceiro de equipe e se prepararia para os dois ataques, porém, suas novas leituras lhe ensinava também a confiar nos seus colegas de trabalho.

Ignorando totalmente a arqueira, Iceberg logo projeta um escudo de gelo em sua mão esquerda enquanto o seu braço direito é tomado totalmente pelo seu poder, fazendo uma espécie de lamina de gelo, pronto para confrontar a inimiga que se aproximava.

- Ok grandão, eu te cubro, você me cobre, e inspirados pelos soldadinhos ai, a gente faz um ótimo trabalho em equipe para superar os numeros!!! - Terminava, indo em direção ao Tubarão.
Temporal
Temporal

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13/01/16, 02:12 pm
Até agora, a "dupla maravilha" estava funcionando bem, não que tivesse acontecido algo demais... Iceberg também ainda não havia cometido nenhuma falha para aparecer, já sendo um alívio para Diego.

- Aproveita a distração que o pessoal tá causando lá embaixo... São só elas quatro? Não deve ser difícil... Vamos continuar sendo furtivos? - Sugere Impacto, sussurando, antes de Beto dizer alguma coisa. - Se notarem que a gente tá aqui, podem fazer alguma coisa com os reféns lá dentro. Não podemos deixar que isso aconteça. Espuma?

Tendo a confirmação de Arco, Diego prepararia a granada de espuma que tinha à sua disposição e apontaria para uma das duplas, deixando a entender que a outra deveria ser atingida por Roberto e então, a arremessaria. Caso falhasse, partiria para o combate corpo-a-corpo, tentando ser rápido e direto, as nocauteando o quanto antes.
Paradoxo
Paradoxo

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13/01/16, 02:33 pm
Roberto observa o quarteto de adversárias se aproximar, precisa pensar em algo rápido para aquela situação. Ele analisa as inimigas e tira algumas conclusões. Porém, antes de poder apresentar o plano mirabolante que havia imaginado, Impacto o interrompe com uma sugestão consideravelmente adequada. Ponderou. E concordou com ele.

– Pode ser então, espero que não erre essa granada. Espuma é útil e não tão disponível quanto possa parecer. Acerte bem no meio das quatro e eu cuido do resto.

Considerando que a granada de Impacto iria se espalhar e alcançar as quatro, ainda que não completamente. Arco preparou três flechas de espuma para atirar em sequência. Pretendia usar o mínimo possível delas, apenas para completar a prisão feita por Impacto.
Devon H.
Devon H.
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14/01/16, 01:12 am
Um soldado do GRES é jogado contra uma escrivaninha, enquanto do outro lado uma das guerreiras cai de joelhos depois de levar um golpe de cassetete taser na coxa, já sujo de lama. O combate continuava por toda a parte no escritório; flechas, raios de descarga elétrica e lufadas de ar eram trocadas por toda a parte, acertando de raspão ou pior alguns homens pendurados de cabeça pra baixo no meio de tudo.

– ÍYÕH ÕHNE TAKOY JAHGAAA!!

As mulheres respondem o grito de guerra de uma delas com os seus próprios, no meio do combate. Tubarão ouve a mulher à sua frente dar o seu grito altíssimo também, aproveitando a pequena pausa para fazer seu próprio comentário.

– Ai moça o que acha de eu te levar pra casa, te dou uma banho, a gente bota um filminho pra rodar, faz uma sacanagem, cê sabe, todo mundo sai feliz... ou a gente cai na porrada e você sai daqui cheia de hematoma... Apesar que na opção anterior você também sairia... Ah foda-se cai pra dentro porquinha!

A sua oponente já se aproximava com um golpe da lança, que o híbrido apara com seu tridente. Os golpes dela são rápidos e seguidos, e o fazem pensar que ele tinha sorte de ter aquele treinamento de tridente com os atlantes. Edson usa sua força e dá um empurrão com a haste do seu tridente pra dá-lo espaço e uma pausa dos ataques, observando então uma arqueira mirar em direção à Iceberg.

– Cuidado Berg, se protege!

Yuri nem olha pra trás, confiante de que seu parceiro cuidaria de tudo, se preocupando com a outra inimiga a sua frente. Pensando rapidamente, Tubarão larga o tridente e pula pra cima da sua oponente, a agarrando por uma das coxas e pescoço. Apesar delas serem fortes, Tubarão ainda tinha a vantagem do tamanho e peso, o que o facilita em executar o golpe; porém, a mulher consegue fazer um corte na perna do meio-tubarão logo antes, sendo lançada de mal jeito. Ela não acerta a arqueira, mas intercepta a flecha no ar, sendo atingida nas costas e caindo em cima de uma escrivaninha.

– Porra... – Resmunga Edson, agarrando seu tridente novamente e olhando pra sua coxa.

Dos braços de Iceberg surgem massas crescentes de gelo que se tornam, respectivamente, um escudo preso ao seu antebraço esquerdo e uma enorme lâmina disforme de gelo começando no antebraço direito. O golpe de porrete da guerreira que avança contra ele é pesado, quebrando parcialmente o escudo de gelo só naquele golpe e lançando o braço dele pra baixo, abrindo seu corpo pro próximo ataque. Iceberg se move pra lateral e tenta perfurar a moça com um golpe da sua lâmina – o gelo da mesma era grosso e feito por poder, e por isso era praticamente cega, porém ainda era razoavelmente pontiaguda – , mas mesmo assim o golpe apenas rapa toda a lama do estômago da moça. Ele consegue tempo o suficiente só pra levantar seu escudo mais uma vez e defender outro golpe, que estilhaça seu escudo em pedaços.
Olhando somente pros restos de gelo presos a seu antebraço e de volta pra guerreira, Iceberg logo dá vários passos pra trás, se encontrando com Tubarão.

– Ok grandão, eu te cubro, você me cobre, e inspirados pelos soldadinhos ai, a gente faz um ótimo trabalho em equipe para superar os números!

=====

Impacto e Arco observavam do canto da parede o grupo de quatro guerreiras que se encontrava de frente pra uma sala cheia de reféns, no fim do corredor. Elas caminhavam na direção deles, se aproximando a cada segundo que eles ainda pensavam em como deter as quatro.
O líder de campo do Força Heroica bolava uma estratégia rapidamente, mas quando se vira para falar, ele vê Diego retirar a granada de espuma do seu cinto.

– Se notarem que a gente tá aqui, podem fazer alguma coisa com os reféns lá dentro. Não podemos deixar que isso aconteça. Espuma?

– Pode ser então, espero que não erre essa granada. Acerte bem no meio das quatro e eu cuido do resto. – Concorda o rapaz, retirando algumas flechas da aljava.

Sem perder tempo, Impacto retira o pino da granada e joga-a em direção ao quarteto, que observa com surpresa o objeto quicar e deslizar até elas. Um segundo depois, a granada começa a expelir uma enorme quantia de espuma que começa a cobrir as pernas das mulheres de um lado do corredor ao outro. Em pânico, as guerreiras tentam sair dali, mas três delas são atingidas por flechas que têm o mesmo efeito, acabando em uma expansão simultânea incrível de espuma que acaba por fechar completamente a área do corredor aonde elas estavam, as prendendo com sucesso.
O grupo “Alpha” então sai da cobertura da parede, ambos olhando para o corredor que agora se encontrava sem saída. Há um momento de silêncio no local.

– Hmmm... – Diego então se pronuncia. – … Isso é mais espuma do que eu esperava...

– ... Os reféns tão do outro lado, né? – Completa o rapaz, colocando as mãos na cintura.

– Poisé.

O silêncio volta, enquanto os dois continuam a olhar o corredor fechado. Diego balança a cabeça e com um suspiro começa a andar em direção à espuma, se preparando para destruí-la novamente, até que Arco intervém:

– Espera aí. – Roberto abre o mapa novamente do lugar no cinto. – Já eliminamos elas. Os reféns estão seguros. É melhor darmos a volta.

Os dois se entreolham, Impacto acenando com a cabeça. Eles logo começam a voltar pelo caminho que vieram.

– Perae, a gente vai dar a volta por onde?

=====

Tubarão dá um golpe pra frente com o tridente, passando raspando pelo porrete da guerreira já sem lama à sua frente e cortando o ombro dela, o que a faz dar um urro de dor. Ele consegue enxergar a lança que aparece de repente pela lateral, aparando o golpe da nova oponente com a haste da sua arma. A mulher do porrete tenta fazer uma investida de oportunidade contra Edson, mas logo recebe um golpe nas costas da “lâmina” de Iceberg, que agora era usado como um “porrete meio pontudo” assim como a arma dela. Ela se vira em um golpe que pega no novo escudo de gelo do rapaz, completamente disforme de tanto se refazer, e ele devolve mais três golpes consecutivos com toda força, em uma verdadeira troca de pancadas na qual Iceberg parecia vencer.

Edson lia os golpes da sua oponente com facilidade, conseguindo ver brechas onde poderia ataca-la a cada movimento. Ele defende mais dois golpes antes de avançar de repente com velocidade: prendendo os dentes do seu tridente no meio da haste da lança da guerreira, ele gira então sua arma e seu corpo num movimento que joga a lança dela há alguns metros dali, a desarmando. Teimosa e imparável como suas companheiras, a moça parte então para socos e cotoveladas no meta-humano híbrido, que consegue passar a haste do seu tridente por trás dela e travá-lo nas suas costas com as duas mãos, a impedindo de fugir, e com uma forte cabeçada, a desacordando. Tubarão se vira a tempo de ver Iceberg quebrar a sua lâmina na cabeça da outra guerreira, a jogando desfalecida no chão.

O time “Bravo” então olha para o resto do escritório, notando que a batalha já havia terminado, com o grupo deles e do GRES vitoriosos.

– OK, CHECKUP: QUEM ESTÁ FERIDO? – O comandante pergunta, enquanto os soldados se recuperam e caminham pelo lugar, checando as guerreiras caídas.

A força-tática do Grupo de Resposta começa a se ajudar, uns mais feridos do que outros.

– E vocês dois, vocês estão bem? – Ele pergunta ao dois membros do Força Heroica.

– Melhor do que isso só com uma dessas na minha cama hoje à noite. – Responde Yuri, apenas sentindo o antebraço esquerdo.

Tubarão deita no chão a guerreira que ainda estava nos seus braços depois da cabeçada, agora sem toda aquela camada de lama. Agora ele passava a nota-la um pouco melhor, observando os seus adornos e a cor da sua pele.

– Machado?

– Sim, senhor? – Um dos soldados se aproxima.

– Relatório de combate.

– Ahn, nenhuma baixa do nosso lado. A maioria está com ferimentos leves, mas temos três homens com perfurações de grau variado e um com um braço quebrado. Temos duas baixas inimigas até agora, mas a maioria até agora parecem ter sido só desacordadas. A AS-15 parece ser bastante efetiva contra elas.

– Sem querer cortar o papo bom entre vocês, Comandante, mas essas mulheres parecem ser indígenas. – Interrompe Tubarão. – Jovens, também. Praticamente da nossa idade.

– Você está certo; mas independentemente de quem sejam, nós ainda temos que terminar essa missão. Machado, reúna os 5 homens menos avariados, e deixe o resto aqui nesse andar. Peça pra eles soltarem esses homens pendurados logo de uma vez e manterem um posição avançada aqui mesmo. O resto vai subir com a gente.

– Sim, senhor.

O homem de cabelos brancos então se afasta um pouco, acionando o seu comunicador no colete.

=====

– Fox-Hotel, está na escuta? Fox-Hotel, câmbio?

Impacto se ergue da beirada de uma janela, entrando pra dentro da sede novamente e ajudando logo em seguida Arco, que se solta da flecha-arpão que estava cravada ali. Eles se agacham, enquanto Arco aciona o comunicador.

– Fox-Hotel na escuta.

– Primeiro e segundo andar limpos. Achamos mais de uma dúzia de reféns machucados, mas a maioria bem por enquanto. Estamos a caminho do terceiro.

– Em direção a mais alguns reféns aqui no local. Sem complicações.

– Se possível traga-os para o segundo andar, temos homens lá ainda.

– Câmbio. Nos vemos no terceiro andar.

A dupla então volta a se mover pelos corredores, tentando se aproximar de uma sala vizinha àquela a qual estavam os reféns. Obviamente por questões estratégicas, a sala com os reféns era pra dentro do prédio, e não tinha janelas, obrigando a se atravessar os corredores.
Arco observava o mapa holográfico, notando que a maioria dos pontos pareciam convergir em direção ao terceiro andar, mas a área onde estavam estava vazia, ou pelo menos até então. Roberto nota a aparição de repente de dois pontos na sala à frente, perto da porta em frente ao corredor.

– Impacto--

Arco tenta puxar o ombro do companheiro, mas é tarde demais. Impacto dá de cara com uma guerreira no meio do corredor, e há um breve momento de reação de choque entre as duas partes.

– ÍYÕH ÕHNE TAKOY JAHGAAA!!

Dois segundos depois, há uma rápida troca de projeteis: A guerreira joga sua lança em direção ao jogador de rúgbi, ao mesmo tempo que ele lança uma rajada certeira na moça.
Diego sente uma fisgada no ombro. Seu corpo absorveu toda o impacto da lança, mas a ponta da mesma ainda era uma lâmina afiada, e perfurou o seu ombro. Ele vê a sua rajada arrancar boa parte da lama do corpo da moça e arrastá-la pra trás, mas ela consegue se manter de pé, usando os braços pra proteger o rosto e o peito. Ela logo tira uma espada rústica da cinta, enquanto algo aparece ao lado da moldura da porta.

Arco dificilmente não enxergava algo, até mesmo no seu campo periférico de visão – especialmente quando era um arco. Ele vê por meio segundo a flecha, e se desvia sem nem pensar, sentindo o ar cortar acima da cabeça. Havia uma arqueira na porta, e logo, sai mais outra guerreira com outra lança, tornando uma luta de três contra dois.

=====

O grupo da força-tática de resposta a Super-Humano e os outros dois integrantes do Força Heroica sobem mais escadarias, chegando ao terceiro andar. Avançando com a mesma calma e atenção do andar anterior, eles notam que o lugar era bem espaçoso, abrindo-se mais à frente no que parecia ser uma área mais espaçosa ainda no centro de salas de reunião e escritórios. O andar certamente tinha um ar “mais caro” do que o de baixo.
Dali mesmo, eles já podiam ver, à alguns metros de distância, mais quatro ou cinco engravatados pendurados de cabeça pra baixo, todos concentrados mais ou menos no centro da área aberta, e em frente a esses homens, mais um grupo de guerreiras. Em pouco tempo, uma das guerreiras cobertas de barro nota a presença do grupo e alerta o resto.

– íyõh õhne takoy jahgaaa!! – A moça prepara a sua arma, junto das outras.

O esquadrão do GRES abre fogo, lançando diversas lufadas de ar que atingem e empurra com força o grupo de guerreiras pra trás, despindo o barro delas. De repente, alguém toma a frente do grupo, e todos os tiros de ar parecem se dispersar, atingindo e destruindo parte do chão e do teto. Todos veem uma guerreira de armadura prateada se protegendo com um escudo, retomando a posição ereta quando os tiros terminam.
Tubarão e Iceberg notam a distinta mulher alta. Além da própria armadura em si, ela tinha cabelos ruivos, olhos azuis, além de uma complexão e diversos adornos completamente diferentes das outras mulheres indígenas. As outras guerreiras se preparam pra atacar, mas a guerreira de armadura as segura.

– Egôy, ãhtige. – Diz a mulher, estendendo o braço para que elas não avançassem.

– Vocês são. Os guerreiros deles. – Falava com certa dificuldade a guerreira ruiva. – Nós temos, seus porcos...! – Ela aponta pro homem engravatado o qual torturava, parecendo ser os executivos mais altos da sede.

– Vocês mataram, nossa Irmãs. Não mais. EU ser líder; EU ser Chefe de Guerra. EU luto vocês agora!

Mais guerreiras aparecem, todas elas se agrupando atrás da ruiva de armadura, assistindo com suas armas abaixadas o que estava pra acontecer. Ela retira a sua espada da cintura, caminhando em direção ao grupo do GRES e da equipe “Bravo”. Tiros de eletricidade são disparados contra ela, mas dessa vez ela nem mesmo levanta o escudo, a eletricidade parecendo rebater da sua armadura.

Os tiros, porém, são o que a fazem começar a investir correndo. Ela atinge um dos soldados com um encontrão de escudo, o lançando violentamente através de uma parede, seguindo então com um golpe que fatia a arma de eletricidade do próximo soldado em duas. Ela parece aguardar o ataque de mais alguém, no que leva um golpe de cassetete taser na nuca. Ela chega a se inclinar pra frente com o golpe, mas logo devolve um golpe de escudo que lança esse soldado pra dentro de uma sala ao canto.

Ela então olha para o grupo que resta, incluindo Tubarão e Iceberg.
Paradoxo
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14/01/16, 01:52 am
Reagindo o mais rápido que podia ao ataque das mulheres-de-lama, Arco sacou duas flechas com toda sua agilidade e apontou para cima. Gritou um código para Impacto – Luz! – que significava uma coisa comum nas missões da Força Heroica: flechas atordoantes. Disparou as flechas em direção as adversárias, de forma que as flechas estourassem nos pontos médios entre as três. A explosão de luz e som cuidaria de atordoa-las por tempo o suficiente para que Arco e Impacto pudessem contra-atacar.

– Impacto, você cuida de retirar a lama de cima delas com suas rajadas, eu as apago com minhas flechas. Fácil assim, ó!

Em seguida já armou uma flecha-rede e disparou contra a arqueira. Sabia que a pior coisa que podia acontecer a alguém que dependia exclusivamente de arco-e-flecha era ter sua visão retirada e seus movimentos restritos. Dessa forma esperava que a rede imobilizasse a arqueira por tempo o suficiente para que ele pudesse derrotar as outras duas.

Por fim, aguardaria Impacto retirar a lama dos corpos das adversárias, para em seguida atirar flechas elétricas contra as partes desprotegidas delas. Contava com as poderosas descargas elétricas para nocautear as adversárias com facilidade.
K.O
K.O

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14/01/16, 11:23 am
- Eu acho que eu congelei a cueca. - Dizia Iceberg ao olhar aquela amazona imponente e poderosa a sua frente. Um pouco assustado talvez, mas ereto.

Ele observa seus aliados sendo neutralizados facilmente, suas armas pareciam não fazer efeito contra a possivel lider, e um a um eles iam caindo. O desespero começa quando a mesma se vira contra eles, o bicho ia pegar.

- Certo tutuba, eu não to sabendo legal o que fazer com esses poderes, mas não pense que eu perdi a pratica, acho que eu to com cãibra. Bem aqui ó, ta vendo? Ta saltada a veia. - Dizia enquanto se entortava todo tentando mostrar qualquer parte do corpo não especifica, apenas pra mostrar. - Não da pra ver desse seu angolo ai. Mas vamos nessa.

- Seguinte, até onde eu sei não neva no Brasil, e essas indias ai estão todas peladas, você ta acostumado com baixas temperaturas do mar, e eu sou o Pica de Gelo, eu congelo tudo, transformo essa sala num grande freezer, e tudo fica mais facil? Ok? Ok! Melhor plano que alguém poderia ter nesse momento. Segue minha ideia que a gente brilha! Enquanto elas batem queixo de frio, e começa a doer até pra respirar, a gente senta a ripa nessas biscates… - Dizia, todo empolgado dando uns pulos. - Uh. Só não posso descer muito se não os reféns vão morrer. - Levava a mão no queixo, como se estivesse preocupado.

- Ok, Tainá! Mim quebrar sua cara!

Para colocar o plano em Ação, Iceberg vai usar seu caminho de gelo para ter mobilidade enquanto taca gelo na caralha toda, congela chão, parede, alternar entre gelo e estacas pontudas para acertar a amazona, tudo isso para debilita-la com o terreno que ela desconhecia e limitar seus movimentos.

- É dia de neve, Bebê!
Caveira FH
Caveira FH

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14/01/16, 06:22 pm
As adversárias anteriores haviam sido  oponentes consideráveis, esta a frente do grupo seria com certeza um desafio maior.

-Índia com cabelo de salsicha? Fala sério... isso ta mais pra um cosplay arretado da Red Sonja

Tubarão segura seu tridente com força, ele havia "aprendido" a forma que aquelas guerreiras lutavam. Possivelmente esta seria um desafio maior, mas ainda assim o grandalhão estava confiante.

Iceberg propões uma estratégia em usar o frio como uma pedra no sapato para as peladonas ali presentes, Ed concorda, já haviam feito algo semelhante algumas vezes. Usar o gelo para deslizar ou se esquivar de golpes poderia abrir grandes vantagens  para os heróis ali presentes.


-Cara eu vou sair na mão com a furiosa ali, mas preciso que você congele aquela marda de escudo dela, ela sabe usar aquilo e vai por mim, ela vai usar.

Se aproveitando de que compreendeu o estilo de luta das guerreiras, Tubarão irá partir com tudo para cima da amazona a sua frente, se auxiliando do gelo em campo para se movimentar.
Temporal
Temporal

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14/01/16, 07:16 pm
"É, as coisas não voltaram a ser como antes... E provavelmente nem vão, não tão cedo... Meu plano não foi de lá um dos melhores, mas qual era a necessidade de três flechas, se elas são tão escassas assim? To tentando te engolir, capitão, mas tá cada vez mais dif..." - Por um breve momento, Impacto perde-se em seus pensamentos, se distraindo e trombando com mais uma guerreira.

Diego se estremece com o ferimento da lança. Mesmo tendo absorvido o impacto do arremesso, ainda havia se cortado, fazendo com com que sentisse uma dor que não sentia a tempos. Ele leva sua "mão boa" ao ferimento, tentando pressioná-lo, enquanto Roberto traça uma estratégia e mais mulheres aparecem. Então, ao terminar de ouvi-la, estende seu dedo médio e o indicador na direção de Arco, mostrando o sangue, e num movimento rápido, fecha seu punho e o aponta na direção das guerreiras, disparando rajadas com carga total.
Devon H.
Devon H.
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15/01/16, 06:22 pm
O encontro entre a equipe “Alfa” e o grupo de guerreiras havia acontecido há apenas acabado de ocorrer, mas as reações de combate são imediatas. Desviando da flecha atirada na sua direção, Arco puxa rapidamente duas flechas da sua própria aljava, mirando alto. Impacto observa a guerreira que havia lhe acertado com a lança avançar pra cima dele com os punhos levantados, defendendo e absorvendo um soco logo antes de ouvir o líder de campo logo atrás:

– Luz!

Duas flechas atingem o teto do corredor ao mesmo tempo que Impacto fecha seus olhos e vira a cabeça, e de repente tudo fica branco, e um zumbido agudo invade os ouvidos de todos ali. Roberto, tendo se protegido do atordoamento, consegue ver Impacto dar uma espécie de gancho que atinge a guerreira à menos de um metro dele em uma poderosa rajada, a arrancando do chão e a lançando através do corredor à frente. A segunda guerreira, que portava a lança, mesmo cega ainda tentava atingir algo, dando golpes no ar de um lado pro outro que batiam nas paredes laterais do corredor; Diego se afasta um pouco, evitando de levar outro corte da arma.

– Impacto, você cuida de retirar a lama de cima delas com suas rajadas, eu as apago com minhas flechas. Fácil assim, ó!

Arco, mais atrás, se agacha, mirando uma flecha-rede na arqueira deles, que também estava cegada, mas que ainda se encontrava protegida parcialmente pela moldura da porta da sala à frente. Ele calcula o momento e o ponto exato do seu tiro por um momento, e abrindo os dedos, ele deixa a flecha ser lançada, que atravessa o corredor e bate, no meio do ar, na lança da guerreira. Com isso, ela muda sua trajetória, usando a lança como uma tabela para que ela atingisse perfeitamente a guerreira depois da moldura da porta; a cabeça da flecha então se abrindo e lançando uma fina e resistente rede que a cobre.

Diego nem presta atenção no tiro de Roberto, nervoso com o fato de que havia sido ferido e que havia outra lança sendo balançada pra todo lado à sua frente. Como se fosse lançar uma bola através de um campo de futebol, ele joga o corpo pra frente e larga o braço, culminando em uma rajada tão forte que derruba a parede inteira da sala de onde havia saído as guerreiras, jogando não só a guerreira com a lança mas a arqueira já imobilizada pra dentro da sala. Já sem o zumbido no ouvido, os dois conseguem ouvir o barulho de gritos femininos ali perto, dentro de alguma das salas à frente.

O líder de campo e atual diretor do Instituto observa Impacto seguir pra dentro da sala destruída, enquanto a primeira guerreira que havia sido derrubada começava a se levantar, ainda no corredor. Ele nota que a moça havia sido despida da maioria do barro que cobria o seu corpo, a deixando nua. Parado no lugar, o rapaz então retira outra flecha, atirando-a na moça. A flecha atinge no estômago da jovem indígena, a eletrocutando fortemente, e a derrubando no chão novamente, desacordada. Observando atentamente à cena toda, quase que como um teste, é possível ver a cabeça de Roberto acenar levemente quando ele a vê cair novamente.

Impacto se aproxima das duas guerreiras caídas, seu carregador no peito indicando que estava cheio de energia novamente. Ele estava pronto para atirar outra rajada daquelas, até que algo se engancha no seu punho e o puxa pra trás. Quando ele se vira, pronto pra dar um golpe, ele nota que era o arco de roberto no seu punho, o rapaz logo atrás dele.

– Que que foi, Roberto?! A gente tem que acabar com essas mina é a--

– Acalme-se. Você já fez o seu trabalho.

Arco então crava com a mão duas flechas elétricas nas duas guerreiras, respectivamente, eletrocutando ambas e as desacordando, como a outra. Diego fica impressionado, sendo que elas haviam aguentado a potência dos seus golpes mas não às flechas elétricas.

– O barro. Isso que protegia elas.


====


– Pessoal, é o barro. O barro é que protege o corpo delas da maioria dos ataques. – Ouve-se a voz de Arco no comunicador.



Tubarão e Iceberg observam a figura amazônica de armadura se aproximar deles a passos firmes, preparada para lutar contra ambos.

– É, eu acho que isso não se aplica muito no caso dela... – Comenta Berg, pronto para correr.

A guerreira ruiva avança contra o meio do grupo, escudo erguido à sua frente. Os soldados se afastam pra longe, enquanto Tubarão pula pro lado, e Iceberg deixa um traço de gelo estalando pra trás a medida que cria uma pista, pela qual desliza pra longe.

O plano já havia sido traçado, e Yuri estava executando-o: Ele passava rapidamente como um surfista pelo espaçoso escritório, apontando suas mãos para todo lado, as quais emanavam uma fumaça fria que abaixava a temperatura e congelava a umidade do ar, começando a congelar os cantos do lugar. Ele chega a passar perto das outras índias, que apenas se afastam com medo dos poderes do rapaz.

Tubarão se desvia de dois golpes da espada da amazona de armadura, aparando um golpe com a haste do seu tridente. O choque das duas armas ressoa, como se os metais de ambas tivessem propriedades especiais. O híbrido tenta usar como base o padrão de luta das outras guerreiras que enfrentou para ler os golpes da oponente, mas em comparação a ela, era como se as outras fossem alunas iniciantes; ela era rápida, forte, experiente e agressiva, sem contar com todo o conjunto de armadura e escudo que ela tinha. Por isso, ele tinha sérios problemas em manter a distância e controlar a batalha com seu tridente.

Edson se vê cada vez mais pressionado com cada ataque, resolvendo então dar um golpe surpresa e fingir um ataque girado, acertando-a ao invés disso com a sua cauda. O golpe rasteiro parece dar certo, pegando num dos pés dela e a desequilibrando. A brecha é aproveitada e Tubarão ataca com seu tridente, conseguindo acertá-la na parte superior da armadura, chegando a liberar faíscas e deixar um risco no local; mas um corte na armadura era inútil, e ele logo se defende do revide com o escudo que estava por vir.

Tubarão é atingindo pelo escudo, sendo arrastado pra trás por certa distância. Ele não havia voado pra trás somente por causa do seu corpanzão, mas ainda assim, ele sente o seu tridente vibrar fortemente na suas mãos por causa do golpe.


– Ok, Tainá! Mim quebrar sua cara!

Iceberg passa surfando pelo lugar, lançando duas estacas de gelo contra as costas da guerreira, mas eles apenas chamam a atenção da mesma pra ele. Ao ver ele deslizando na pista de gelo, a amazona ruiva calcula a trajetória do criocinético e dá um chute à frente, pegando exatamente na pista a ser criada pelo rapaz e a estilhaçando, o fazendo cair no chão.

– Ah, quale, eu tava só zuando com você, era uma brincadeira -- pera carai...! Produção! PRODUÇÃO! – Clama Iceberg no chão, se arrastando rapidamente pra trás.

Vendo seu oponente em um estado tão patético, ela dá um golpe atravessado com o escudo no rosto de Yuri, arrancando sangue da sua boca e o deixando grogue. Tubarão aparece logo atrás, e a guerreira tenta conectar outro golpe seguido com o escudo, mas quando o golpe atinge o meio-tubarão da Força Heroica, dessa vez o golpe não o arremessa pra trás, apenas o empurra com a força dela, como se tivesse perdido força.

A amazona fica perplexa por alguns segundos. Tubarão olhava para a camada de gelo que cobria a maior parte do escudo dela, e vendo também a brecha, ele consegue conectar um golpe com a base da haste no queixo da mesma, seguido de um estocada com o tridente que faz um corte não só na área descoberta do estômago da mesma, mas no braço direito dela também.

A guerreira ruiva dá alguns passos pra trás, cada expiro seu soltando uma fumaça, devido ao frio. Como ela usava não muito mais do que a armadura, seu corpo já começava a se sentir dolorido, especialmente nas extremidades.


Ela observa mais a frente, atrás de Tubarão, as suas companheiras sendo rendidas pelos soldados, todas com frio e seus revestimentos de barro secos e em pedaços duros, sendo quebrados pelos homens do GRES. Ela cai sobre um joelho, vendo o sangue escorrer do seu braço e barriga, mas logo se congelando. É possível ver seus olhos azuis começarem a lacrimejar.

– Não… Não, não... – Ela dizia, ainda olhando suas irmãs sendo colocadas contra o chão do escritório e algemadas.

– Eu não, vou deixar... – Seus dentes se apertam uns contra os outros, enquanto Tubarão se aproxima.

Ela tenta bater repetidamente com o escudo contra Tubarão, mas ele defende todas com facilidade.

– Acabou, água de salsicha. Não se levant-- – Ele então nota que ela havia quebrado todo o gelo do escudo com aqueles ataques.


Ela então se levanta com tudo, usando as duas mãos para dar um encontrão de escudo contra Edson. O golpe lança o jovem híbrido através do teto, direto pro quarto andar. Ele cai em cima de um painel de controle, com as telas das câmeras de segurança, destruindo boa parte do equipamento.

Completamente grogue, Edson vê duas guerreiras, uma enorme – maior do que ele – e outra magra à sua frente, perto da porta. Elas se entreolham, e talvez por sorte, elas correm pra fora do lugar, o que tranquiliza o rapaz, que momentaneamente via dobrado.

– Vocês, destruíram nossa lar... Nos ameaça-ram... E subjugaram nossas irmãs aqui em cidade...

Ela segue andando, importunada pelo frio e pelo ferimento, mas incrivelmente persistente. Ela chuta Iceberg prum canto antes que fizesse algo, sem tirar os olhos do grupo do GRES.

– TOMAR COBERTURA! – Grita o comandante, vendo a guerreira.

A amazona retira sua lança dourada das costas quando vê os homens se espalhando, atirando-a contra um dos soldados e cravando-o contra uma parede, a lança atravessada no seu peito.

– Vocês não, vão matar mais ninguém... Não vão e-enterrar mais ninguém em lama... Não enquanto eu estiver viva...!

– ÍYÕH ÕHNE TAKOY JAHGAAA!!


====


Impacto e Arco finalmente chegam a sala vizinha à dos reféns, e pra surpresa deles, naquela sala mesmo já haviam mais reféns. Os dois percebem que todas ali eram mulheres, funcionárias do local, amarradas com cordas, e algumas amordaças também. Entre prantos e conversas baixas, elas logo notam a chegada dos dois, o grupo de reféns variando entre emoções de medo e alívio ao ver ambos.

– Está tudo bem, estamos com a Polícia, viemos resgatar vocês.

– Isso. Um grupo da força-tática está nos andares de baixo pra ajudar a gente, vocês estão a salvo.

A dupla imediatamente vai até a parede da sala, e com uma explosão controlada, abre caminho pra sala ao lado, onde originalmente havia visto mais reféns. Logo, eles começam a ajudar a todos.

– Vocês sabem se vocês são os únicos reféns nesse andar? – Pergunta Arco para quem quer que soubesse responder.

– Ahn... A gente não sabe. Elas reuniram todas as mulheres e trouxeram aqui pra cima. Os únicos separados da gente foram os homens... Vocês já resgataram eles? Eles estão bem?

– Nós resgatamos mais gente, mas não tenho confirmação se são os homens... Você sabe por que eles separaram os homens de vocês?

– ... A-A chefona delas eu acho disse que estava nos “libertando” das mãos deles – dos homens. – Ela responde. – – Ela disse que logo, todo o “Patriarcado” iria cair, assim como esse caiu.

– A “chefona”?

– ... Aham. É uma mulher gigantesca, cabelo curtinho, coberta de barro. Não sei se ela é a chefe, mas eu vi ela dando ordens a todo mundo e foi ela que falou com a gente. Ela também disse que... Que quem se colocasse do lado dos homens iria morrer como eles. Mas pra ser bem sincera, ela mesma parecia mais um homem do qualquer outra.

Arco e Impacto se entreolham. Logo, eles averiguam novamente o quarto andar através do mapa holográfico, e dessa vez, não havia sinal nenhum de movimento além do deles; não havia mais ninguém. O caminho para a flecha-arpão por onde eles entraram no prédio não era muito longe, e elas podiam descer por ele pelo menos até o segundo andar, onde estava o GRES.

Eles imediatamente descem para o terceiro andar.



A amazona se aproxima do seu grupo de companheiras de guerra presas, atenta para a presença de qualquer soldado por perto. Do canto de olho, ela nota a rápida chegada de mais dois indivíduos no local: Arco e Impacto. Eles notam a situação do local, e Iceberg começando a se levantar em um canto, e rapidamente entendem que a ameaça era a mulher ruiva logo à frente.
Eles tinham um curto tempo de planejar algo antes que ela avançasse contra eles.
Paradoxo
Paradoxo

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16/01/16, 02:47 am
Chegando ao local da batalha, Arco observa uma adversária bem diferente das que havia enfrentado aquele dia: uma guerreira com armadura completa, escudo e armas bem afiadas. Não havia lama e com isso sua estratégia para enfrentar a poderosa chefe das inimigas teria que ser adiada. Pensou rapidamente em uma nova estratégia de combate, envolvendo todos os membros da Força Heroica e do GRES.

– Segura o viagra aí, Impacto. – e lançou para Impacto três pontas de flecha, uma atordoante, uma elétrica e uma explosiva. – Se carrega com isso e usa quando eu der a ordem. Tubarão, você a distraí e abre as brechas que preciso para atacar.

Preparou uma sequência de flechas, para poder dispará-las nas oportunidades mais adequadas. Usaria duas flechas de espuma nas pernas da adversária, para tentar diminuir a sua mobilidade. Depois usaria duas flechas de chamas, para tentar aquecer o metal de sua armadura. Após isso, daria uma ordem para Iceberg.

– Agora congele o metal aquecido! Um choque térmico vai detonar a durabilidade do metal. – após esse comando já prepararia quatro flechas explosivas, que pretendia atirar sobre os pés da guerreira. Com uma explosão controlada pretendia jogá-la para o andar de baixo, longe de todos ali.

– GRES, usem suas armas para despedaçar a armadura dela. AGORA! - dessa forma pretendia que a adversária não pudesse mais contar com sua poderosa defesa.

– E agora você acaba com ela com força total, Impacto! – seria sua ordem final para o seu time. Se conseguisse derrotar a adversária, ordenaria aos homens do GRES que retirarem as prisioneiras do local.
Caveira FH
Caveira FH

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17/01/16, 02:32 pm
Durante mais uma de suas longas conversas, Tubarão tentava convencer sua então treinadora de que a humanidade não era tão ruim quanto os atlantes imaginavam.
-Você deveria ser mais aberta, nem todo mundo lá em cima é como você pensa.

-Eu sei Ed, mas todos os que conhecemos ao longo desses anos foram verdadeiros monstros. Por que acha que vivemos como lendas, escondidos no fundo do oceano sem nunca termos aparecido?

Ele para por alguns segundos pois sabia o quão ruim as pessoas poderiam ser, mas ainda tinha fé nelas.
-Eu sei como vocês se sentem, mas as coisas estão mudando, as pessoas estão ficando mais abertas para o desconhecido, talvez seja hora de se mostrarem.... Ela rapidamente corta o dialogo do hibrido.

-Para a humanidade inventar que somos uma ameaça e vamos ataca-los? Para os homens imporem suas leis em cima do nosso povo,  leis onde o dinheiro fala mais alto que a liberdade? Temos riquezas aqui que seriam valiosíssimas para as nações lá de cima, o que os impediria de nos atacar?
Ela se mostrava nitidamente incomodada com a ideia de humanos e atlantes viverem no “mesmo mundo”.

- Se fossemos atacados pelos humanos nós não ficaríamos parados, revidaríamos com tudo! Sangue se paga com sangue. Agora me diga e você, o que você faria? De que lado estaria?
---------------------

Agora

-Arghhh essa doeu pra caralho! Minha cabeça ta girando...

Ed se vê jogado em uma sala com várias telas das imagens das câmeras de segurança, as duas mulheres que estavam no local haviam saído imediatamente, se não fosse alguma ilusão causada pela pancada Tubarão jurava ter visto uma guerreira com mais de dois metros de altura ali, ainda bem que sairam... Ou não.

O herói pega seu tridente entre os escombros e equipamentos destruídos e da uma olhada nas telas que ainda funcionavam.  Arco e Impacto haviam chegado no andar de baixo, as coisas iam esquentar por lá.

Arco passa algumas instruções para a equipe inclusive para Tubarão, que continuava observando as imagens das guerreiras, firmes e focadas no que vieram fazer.

Aquelas mulheres lutam como se tivessem perdido tudo, e talvez perderam... Tudo por causa da ganancia do homem e a falta de cuidado com tudo a sua volta...Isso não ta certo...

Ele pega sua granada de espuma e a deixa preparada.
“Sangue se paga com sangue” uma frase que havia ouvido a um tempo atrás martelava em sua cabeça.
Ele sabia da capacidade das guerreiras, principalmente a ruiva que havia enfrentado, e as outras duas que estavam naquela sala talvez fossem tão perigosas quanto. Os homens do GRES também não estava para brincar, muito sangue já havia rolado naquele lugar. E por que?

Ed se aproxima da cratera esperando o momento certo para saltar e voltar ao andar de baixo, onde usará sua granada de espuma contra uma ou mais guerreiras afim de parar essa briga insana.


-Sem mais sangue....
Devon H.
Devon H.
http://fabricadeherois.blogspot.com.br/

T03E04 - Do Barro Empty Re: T03E04 - Do Barro

18/01/16, 01:45 am
O time do Força Heroica havia se reunido novamente, agora em torno de uma poderosa oponente: a misteriosa amazona ruiva que se encontrava ali no gelado terceiro andar da sede da UNARCO, próxima a Arco e Impacto.

Ela observa os dois rapazes, enquanto Arco rapidamente traça uma estratégia e lança algumas flechas para o companheiro ao seu lado, preparando a sua arma. A guerreira percebe a intenção de lutar da dupla e logo fecha a cara novamente, partindo pra cima deles.

Impacto não perde tempo e lança uma poderosa rajada contra a índia de cabelos vermelhos, mas ela se esconde atrás do escudo, que abre a rajada em todas as direções, destruindo ainda mais o local. Ela ainda se aproxima correndo, atingindo então o jogador de rúgbi com um encontrão e para a surpresa do mesmo, o lançando através do local até uma parede ao longe.

Percebendo o poderio da moça, o arqueiro e líder de campo do Força Heroica se afasta rapidamente, tentando manter a distância dos ataques da mesma; e era só essa evasão constante que o mantinha intocado. A amazona era implacável, tentando atingi-lo com chutes, rasteiras, golpes de espada e de escudo. Logo, tiros de uma arma de fogo são ouvidos e vistos ricochetearem da armadura reluzente da guerreira, vendo-se então o Comandante do outro lado do lugar, com uma pistola em mãos.

A distração funciona e logo a chefe de guerra das índias é atingida por trás por uma rajada de Impacto, a arrastando pra frente e quase a derrubando no chão. Arco consegue atingir uma flecha nos pés da moça, que logo expande em uma massa de espuma que a prende no lugar tentando se mover. Pensando rápido, ela parte pra usar sua espada pra cortar a espuma, fatiando alguns pedaços antes de sentir outra flecha atingir suas costas.

A cabeça da flecha incendiária ativa uma reação química parecida com térmite, queimando e soltando faíscas vermelhas. Ela leva uma das mãos por cima da cabeça, tentando arrancar a flecha das suas costas, enquanto é bombardeada por projeteis e rajadas.


Tubarão pega seu tridente do chão, ainda na sala de segurança. Ele havia visto outras guerreiras no local, mas elas haviam corrido pra algum lugar; além de que, ouvindo o som de batalha abaixo dele, ele sabia que ainda tinha outro problema maior lá embaixo.
Mas as palavras e a perseverança da amazona faziam com que o híbrido pensasse sobre todo aquele embate, e logo o rapaz pula pelo buraco pelo qual foi lançado, caindo no frio andar de baixo novamente. Ele observa o embate que ainda ocorria na sala ainda coberta pelo gelo de Iceberg, Arco dando ordens no comunicador e a guerreira sendo se defendendo de todo jeito que podia do time do Força Heroica em conjunto com o GRES.

Afastado de tudo, Edson guarda o tridente, pegando então a granada de espuma que tinha na cintura, olhando atentamente ao combate.

A flecha ainda queimava intensamente nas costas da amazona, começando a dar aquela vermelhidão reluzente à armadura indicativo da expansão do metal devido ao calor. A guerreira em si se focava ao invés disso em se livrar da espuma, terminando de fazer os cortes necessários bem quando Iceberg se aproximava para seguir os planos de Arco.

O criocinético se aproxima correndo com as duas mãos apontadas pra frente, tentando congelar o peitoral da índia ruiva e causar um choque térmico; mas quase tem suas mãos decepadas por um golpe de espada. O que ele recebe então é um golpe do cabo da espada no nariz, que espirra sangue na moça, logo antes de ser levantado do chão pela mesma.

Similar ao que Tubarão havia feito anteriormente, a amazona lança Yuri através do escritório, atingindo Diego. Com seus poderes, ele ignora o impacto e consegue agarrar o companheiro, que ao contrário dele se machuca com o choque. O que o jogador de rúgbi não espera, preocupado com o colega que havia se chocado contra ele, é a lança dourada que é jogada na sua direção não muito depois disso. A lança de uma das guerreiras de barro, anteriormente, havia feito uma perfuração leve no rapaz, tendo sido na maior parte amaciado pelas suas habilidades; aquela lança, porém, devido ás suas propriedades mágicas, ignora completamente a absorção de energia do rapaz e atravessa o ombro do rapaz, o jogando pra trás e extraindo um urro do mesmo.

A guerreira vê Arco atirar outra flecha, se defendendo com o escudo. A flecha, sendo outra incendiária, começa o mesmo processo da anterior no escudo. Com mais espaço agora sem os ataques de todas as direções, ela se alonga e consegue arrancar a outra flecha das costas. A flecha então é jogada na direção do arqueiro, que consegue pular pro lado, e em seguida, a segunda flecha é arrancada do escudo e arremessada na direção dos soldados do GRES, que também se afastam.

Respirando ofegante e com uma indicação clara de que lutaria até a morte escrita nos seus olhos azuis, a amazona vê então Edson, o Tubarão, mais a frente. O jovem híbrido levanta os braços musculosos pra cima, demonstrando que não iria ataca-la.

– Ei! Eu não vou lutar com você.

A moça ignora as palavras do rapaz e avança com seu escudo avermelhado de calor, no que ele joga rapidamente a granada de espuma, que explode contra a defesa da moça. Uma parede de espuma surge entre os dois por algum tempo, mas que rapidamente pode-se perceber uma luz avermelhada surgindo no meio dela. Em pouco tempo a amazona rasga por entre a espuma, aparecendo mais uma vez.

– ME ESCUTE! EU NÃO VOU ATACAR VOCÊ! EU SEI QUE VOCÊ PODE ME ENTENDER! – O rapaz clama enquanto a vê se aproximar, ainda de braços ao alto.

– Sem mais sangue....

A guerreira então para, apesar de ainda manter a pose de batalha. Ela olha para Tubarão atentamente, em silêncio.

– Escuta: Eu não luto por esses porcos que estão pendurados ali. Nós sabemos o que aconteceu com vocês; e eu estou tão puto com esses desgraçados quanto vocês. Nós todos estamos. O PAÍS INTEIRO está!

– Eu não vou derramar mais sangue, porque ELES já derramaram o suficiente. Eu peço que você não derrame mais também. Por favor. Isso não vai trazer suas irmãs ou ninguém de volta. Isso só vai piorar as coisas! Olhe pra elas!

A amazona vê o rapaz apontar pra trás dela, mas demora um pouco até que ela se vira, observando através do rombo na parede de espuma as outras guerreiras caídas. Ela então parece finalmente abaixar a guarda por um momento, se virando para o rapaz com um semblante muito mais emocional.

– … S-Sua intenção, são, verdadeiras, Filho das Profundezas. – Ela retruca. – – ... Mas, não sei se suas palavras, são.

– ... Nós não somos os seus inimigos.

– … Todo, o homem é. – Ela responde, quase que automaticamente.

– ... Estou aqui pra te provar o contrário.

– … Então, talvez, elas estejam, erradas... – A guerreira abaixa a cabeça, meio pensativa.

– ... “Elas”?

Tubarão então vê Iceberg aparecer por detrás da moça, ensanguentado. Ele é rápido, e joga um bloco de gelo contra as costas da moça, ainda quentíssimo. O choque térmico é rápido, e logo uma explosão ensurdecedora acontece.
Quando Edson olha novamente para a amazona, ela está caída no chão, se contorcendo e  tendo largado o escudo e sua espada no chão. Arco e os soldados se aproximam rapidamente, prendendo suas pernas em espuma e a eletrocutando na cabeça, enquanto algemam suas mãos com algemas especiais como as outras guerreiras. Tubarão vê a moça ser carregada por quatro homens pra fora do local, esperneando, gritando e chorando intensamente. O Comandante do GRES rapidamente manda vasculharem o resto do prédio por mais reféns ou guerreiras.

A missão havia sido um sucesso.

====

Instituto Victoria Cardoso. 20:43 pm.

“– ‘ATAQUE DAS AMAZONAS’, é como está sendo noticiado agora os ataques que ocorreram hoje mais cedo em Nova Capital. Os ataques foram confirmados pelas autoridades como sendo de autoria de uma tribo de indígenas guerreiras, todas mulheres, que aparentemente procuravam vingança pela destruição causada pelo rompimento da barragem da UNARCO--“

O Doutor coloca a televisão do seu escritório no mudo, cruzando então as pernas enquanto permanece sentado no seu sofá, de frente para o pequeno grupo atuante do Força Heroica naquele dia, Yuri e Diego ambos enfaixados.

– Eu tenho que confessar, até mesmo eu estou embasbacado. – Hugo comenta, colocando os braços sobre sua coxa. – Eu pensava que elas eram somente lendas.

– Então aquelas índias eram amazonas de verdade? “AS” amazonas das lendas?

– As lendas brasileiras são referência à tribo das Icamiabas. Essas mulheres expulsaram os espanhóis da Amazônia na época das Grandes Navegações, e todo outro grupo de homens que tentou invadir as terras delas antes ou depois deles. Pelo que ouvi falar delas, elas são realmente poderosas; mas achei que elas já não existissem mais. – Ele balança a cabeça. – Se realmente são elas, então isso explicaria muita coisa. Os equipamentos mágicos não são uma surpresa, mas sim que apenas uma delas tinha armadura. Provavelmente o acidente da barragem fez o que nenhum homem fez até hoje e exterminou a tribo delas, as deixando com um bando de garotas novas e inexperientes, como disseram, e apenas uma amazona de verdade.

– Uma amazona mais branca que a gente. – Retruca Arco.

– Não é tão surpreendente assim, levando em consideração que as amazonas geralmente procuram homens em certas épocas para ter filhas e continuar a tribo. Ela pode ter tido um pai ruivo, algum explorador da Amazônia que deu sorte.

– ... Não, ainda tem alguma coisa errada aqui. Vocês disseram que as reféns fizeram menção de uma “chefe” das índias, uma mulher enorme. A amazona era alta, mas nem tanto; quando eu fui arremessado pro outro andar, eu acho que eu vi essa tal guerreira gigantesca. A amazona também disse que “ELAS poderiam estar erradas” sobre os homens serem todos do mal, o que também não casa muito com essa ideia ai.

Há um silêncio no lugar, todos olhando para Edson.

– ... Eu acho que as verdadeiras pessoas por trás desse ataque escaparam daquele prédio...

======

Em algum lugar desconhecido.

Em um pequeno apartamento comum, a porta do banheiro se abre, e uma mulher gigantesca, que precisa se agachar e se apertar pra sair pela porta, aparece só de toalha, enrolada na cintura. Ela era incrivelmente musculosa, usava cabelo castanho curto, militar, tinham várias tatuagens, e não ligava de estar com os seios à mostra.

– Puta que pariu, eu achei que aquele barro não ia sair mais de mim. Como você conseguiu tomar banho tão rápido, ‘Morfa?

Sentado na cama do quarto estava o que parecia ser um homem bastante andrógeno, usando roupas púrpuras. Ele parecia meio tímido, com as pernas cruzadas.

– A intenção realmente era do barro não sair simplesmente com água, Bruta. – Responde uma voz feminina madura, o homem (ou mulher) andrógeno a frente ainda calado(a).

A mulher enorme vê então, sentada em uma cadeira ao canto do quarto, uma mulher de cerca de 40,50 anos, de roupas largas e sandália. Ela tira longos e ondulosos cabelos ruivos presos e olhos azuis, por trás dos óculos de leitura.

– A-A-Ah, S-Senhora...! E-Eu não sabia que você já havia chegado...

– É bom ver vocês duas.

Há um breve momento de silêncio. A enorme e musculosa mulher fica sem jeito, incapaz de olhar nos olhos da mulher ruiva que se encontrava ali presente, até tomar coragem de pronunciar aquelas palavras.

– ... Nós sentimos muito pela sua filha. Não podíamos voltar por ela...

– Ela estava lutando pela Causa. Falando nisso, vocês conseguiram as informações?

– S-Sim! Está tudo contido num pen drive, senhora.

– Então, apesar dos pesares, o sacrifício da minha própria filha valeu a pena. – A mulher madura diz, com um status de poder velado em suas palavras.   – Graças ao feito de vocês, minhas irmãs, nossos objetivos estão infinitamente mais pertos. Hoje foi apenas um pequeno passo...

– ... Mas logo, todos os homens cairão...



Fim de episódio.
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