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Paradoxo
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Desenvolvendo os Personagens Empty Desenvolvendo os Personagens

26/06/18, 09:16 am
Esse tópico tem o intuito de desenvolver melhor a relação entre os personagens, através de posts de acontecimentos fora das missões.

Como funciona?

Dois ou mais jogadores combinam entre si que seus personagens irão realizar uma interação. Um dos jogadores abre um .doc no Google Drive e cada um vai postando a ação de seu personagem, dando sequência ao anterior.

Quando a interação estiver pronta, um dos jogadores vem aqui e posta ela completa em um único post, seguindo o modelo a seguir.

Os moderadores (JB, Supra e eu) irão vir aqui, avaliar, aprovar, editar, censurar, etc., as bostas que vocês postarem.

MODELO:

O primeiro post é um exemplo que desenvolvi juntamente com o Jão para os nossos personagens.
Paradoxo
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Desenvolvendo os Personagens Empty Re: Desenvolvendo os Personagens

26/06/18, 09:17 am
CHAKRAS

Personagens envolvidos: Garuda e Espectro
Data: 9 de Janeiro de 2017, dois dias antes da primeira missão da nova equipe.
Horário: Por volta das 15h

Garuda meditava em seus aposentos, sentado num tapete colorido. Os sólidos de efeagatênio se moldavam em diversas lótus que se abriam e fechavam ao redor de seu corpo, através do uso de sua telecinese. Sua mente se expandia pelo Instituto, ele absorvia pequenos pensamentos e sensações soltas no ar, tentando conseguir a maior quantidade de informação sem invadir efetivamente a mente de todos ali. Tentava treinar a sua mente para melhorar ainda mais os seus poderes e torná-la ainda mais poderosa. Sentiu a aproximação de Espectro, com quem vinha tendo conversas constantes e antes que o veterano chegasse a sua porta, fez com que ela se abrisse e disse.

– Pode entrar, Davi. Que tema iremos debater hoje?

Radesh sorriu, abrindo os olhos e fazendo os sólidos repousarem sobre a mesa do seu quarto.

- Isso ainda me assusta um pouco, Radesh. E olha que sou eu quem geralmente assusta o pessoal por aqui. - Brincou Davi, com um sorriso simpático, o garoto sorriu de volta.. - Posso?

Se sentou também com as pernas cruzadas, quando Radesh sinalizou para que o fizesse, e começou.

- Sabe, estive pensando nas nossas últimas conversas sobre os chakras e como isso nos aproximou. E bom, claro que você já percebeu... - retirou o boné cuidadosamente, revelando sua cabeça raspada, e em especial a marca em sua testa, para a qual apontou com o dedo enquanto continuava a falar. - … mas eu tenho estampado nada mais nada menos que ajnã na minha testa. Claro, já li muitos e já conversei com muitas pessoas sobre isso: Doutor, Bartholomeu, mas como não conversamos sobre isso antes, queria saber qual a sua visão sobre isso: a marca em minha testa. - Cruzou seus dedos e apoiou seus braços sobre suas pernas, inclinando o corpo levemente para frente, com um semblante sério.

Observando bem a marca e ouvindo aquele som sendo proferido pelo amigo, Garuda invocou novamente os seus poderes telecinéticos e fez com que os sólidos voltassem a voar e agora assumissem novas formas, representando o chakra “ajña”, que estava marcado na testa de Espectro.

– Ajña, também conhecido como “Terceiro Olho” ou “O Olho de Shiva”. O que posso dizer? Para que local devemos levar essa conversa? - fez com que os objetos girassem em torno deles com velocidade e iniciou um link telepático, criando um novo cenário ao redor dos dois. Não mais estavam no alojamento do Instituto, mas sim no vácuo do espaço, observando a Terra de longe. – Você deve conhecer a história da religião Hindu e de suas três divindades mais poderosas, não vou me alongar nisso. Shiva: para alguns “O Destruídor”, para outros “O Transformador,”possui um terceiro olho em sua testa - o olho que tudo vê e que permanece constantemente fechado. Quando aberto, consome tudo que encontra-se na sua linha de visão através do fogo. - fez com que uma imensa cabeça de Shiva surgisse e liberasse as chamas sobre a Terra, fazendo-a ser consumida e se tornar cinzas. – Para nós estudiosos dos chakras, Ajña é o sexto chakra - das cinzas um homem em posição de lótus se formou e nele todos os chakras brilharam levemente, exceto pelo chakra posicionado entre suas sobrancelhas, que brilhava intensamente num azul índigo. – e ele é responsável por ligar as nossas visões físicas e espirituais, elevando a mente e encontrando compreensão superior onde normalmente nada se vê. Mantendo o ajña aberto, estamos mais próximos da visão de Shiva. - a imagem criada se modificou novamente, se aproximando da cabeça até se transformar num cérebro humano, lá dentro dele, um ponto azul índigo – Algumas pessoas relacionam esse chakra com a glândula pineal, que fisicamente se parece muito com um “terceiro olho” e têm várias funções ligando o corpo a mente... mas, dúvido que você não soubesse disso tudo, Davi. Eu gostaria de saber o que esse símbolo significa para você... de onde ele veio... o que ele faz... - desfez a ilusão, aguardando respostas de Davi.

Davi estava deslumbrado com aquelas visões, assim como já havia ficado outras vezes antes. - Bom, de fato, eu já tinha ideia disso. E respondendo suas questões, creio que essa marca em especial... - Tocou levemente a marca em sua testa. ... não é como as outras que me conectam com minha ascendência. Acho que, além disso, ela é a responsável também pela minha percepção, entende? Daí vem minha curiosidade, por que essa marca é diferente das outras? Aliás, minha curiosidade só aumenta por saber que ajnã é o único chakra que veio marcado no meu corpo quando nasci. Não há nenhum outro. - Deu um leve suspiro, refletindo sobre essas questões.

Enquanto Radesh analisava a questão levantada. Alguns segundos de silêncio foram interrompidos pelo comunicador de Garuda que tocou sobre a mesa. Ao colocar o ponto, ele soube que era Doutor, chamando-o para um treinamento. Assim que desligou, Espectro recebeu a mesma chamada. E os dois saíram para encontrar o tutor.


Última edição por Garuda em 03/07/18, 10:14 am, editado 1 vez(es)
K.O
K.O

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29/06/18, 12:46 pm
SONHOS

Personagens envolvidos: Antares e Garuda
Data: 10 de Janeiro de 2017, um dia antes da primeira missão da nova equipe.
Horário: Por volta das 6h


O suor descia pelo seu rosto até pingar pelo seu queixo, seu coração palpitava rápido e sua respiração era pesada, qualquer um diria que ele acabou de sair de um treinamento intenso preparado pelo Granizo, mas era apenas o resultado de sono perturbado e uma luta consigo mesmo durante a noite… Jean então se levantava de sua cama rumo a sua caminhada em busca de sono, algo que já era quase uma rotina nesses últimos dias.

Os passos de Antares ecoariam pelos corredores do instituto se eles não fossem tão tímidos e cautelosos, o jovem tentava até mesmo não perturbar o silêncio naquela madrugada. Após algumas horas de caminhada solitária pelos arredores da propriedade, Jean se depara com outro aluno no pátio do Instituto, era Garuda, que meditava em posição de lótus enquanto vestia apenas suas calças. Jean tenta passar por ele sem atrapalhar o que parecia ser o seu ritual sagrado, porém, de alguma forma Garuda acaba sentindo a presença de Antares e desperta de seu “transe” olhando fixamente para o garoto. Jean, desconfortável, tenta rapidamente desviar o olhar e seguir seu caminho...

- Jean! - Radesh diz com uma voz serena que de certa forma diminui o constrangimento.

- Desculpa se te atrapalhei... - Dizia enquanto ficava menos tenso.

- Tudo bem, o sol já está para nascer. Observe-o comigo e deixe a primeira luz da manhã afastar os fantasmas que te arrancaram da cama tão cedo - Agora se ajeitando no chão, saindo da posição inicial.

Durante toda a sua vida Jean teve apenas sua irmã como amiga e todo aquele lance de se socializar era muito novo pra ele, suas relações ali eram muita rasas, porém, Radesh era o que mais se aproximava de um amigo no meio de tanta gente naquele instituto…

Jean aceita o convite com um aceno de cabeça e logo se ajeitou no chão gelado do pátio. Na linha do horizonte ja era possível ver o sol apontar sua luz, e durante alguns minutos ambos ficaram apenas quietos, observando o céu e esvaziando suas mentes…

- Radesh… - Jean quebra o silêncio. - Eu sonho todos os dias com a morte de nossos companheiros na nossa primeira missão…

---------------------------------------------------------------------------------------------

Radesh olhou para Jean, mantendo o semblante calmo e tranquilo. Podia sentir a inquietude da mente de Jean, mais do que o normal, como se ela gritasse para ele. Tentou ligar as suas mentes e dividir um pouco da sua tranquilidade com o amigo, enquanto absorvia um pouco daquela inquietação.

– Você sabe como surgem os sonhos?

Jean franze o cenho demonstrando uma cara de espanto e reflexão, ele nunca havia parado pra pensar na origem de algo tão comum… Ele tenta puxar em sua memória alguma explicação, mas não consegue encontrar nada.

- Não… Nunca pensei sobre isso.

– O Bodhisattva Nagasena contou ao Rei Milinda, há aproximadamente 2050 anos, que existem seis caminhos para o sonho. - tentou intensificar a influência psíquica sobre Antares, enquanto explicava para eles as origens do sonho segundo Nagasena. As três primeiras eram influências orgânicas, a quarta uma influência sobrenatural, a quinta se dava através de influências do passado e a sexta por influências do futuro. – Porém, os chamados sonhos proféticos são muito raros e uma dádiva que poucos conseguem alcançar. Você e eu estamos longe desse tipo de iluminação, Jean. E com certeza não estamos tendo uma influência sobrenatural sobre você. Seus pesados vem da sua mente inquieta e de algo que te aflige no passado... você quer falar disso?  

A voz calma e o jeito compreensivo de Radesh poderiam até deixar Antares confortável, mas não o suficiente para ele se abrir tão facilmente, a quase amizade deles caminhava para um rumo que alegrava Jean e ele tinha medo de ser julgado pelo seu passado sombrio e estragar tudo. Ele ja viu rejeição entre os jovens ali dentro por conta de gostos musicais, ele não queria aquilo pra si.

- É que…   - Relutava para continuar.  - É que passei por muitas tragédias até chegar aqui, todas por minha causa. Tenho medo que isso se repita toda vez que eu estiver por perto. - Suspira, como se aquelas palavras tirasse um peso de seu peito.

– Você tem seus corpos no passado, Jean. Eu também tenho os meus. A vida trás aprendizado e evolução, pagar pelos nossos atos faz parte do karma. Buda acreditava que não devemos se elevar e tentar rebaixar os outros, mas também não devemos elevar os outros e nos rebaixar. Devemos aceitar o karma e buscar compensar nossas atitudes. - observou o céu se avermelhar no horizonte e apontou para que Antares também observasse. – Você parece ter se acostumado a ficar sozinho para se proteger e não causar mal, essa proximidade está lhe assustando. Mas, lembre-se que depois de uma noite tenebrosa, sempre há um amanhecer. - Se calou e deixou a natureza fazer o seu espetáculo diário, que infelizmente poucos sabiam apreciar.

-Espero que a minha tempestade esteja no fim… - Dizia Jean acompanhando Radesh naquele silêncio após absorver suas palavras.
Morfo
Morfo

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02/07/18, 08:58 am
DESCONTROLE

Personagens envolvidos: Morfo e Arsenal
Data: 12 de Janeiro de 2017, horas depois da missão em El Salvador.
Horário:
6:12

Os primeiros raios de sol começavam a iluminar Nova Capital, a noite havia sido bem agitada para os jovens da Força Heroica, que precisavam de merecidas horas de descanso, mas antes disso Carlos chamou Tiago para a cozinha pra uma conversa sobre a falta de controle dele durante a missão.

-Fala Carlinhos, cê quer me dar os parabéns pela missão de hoje?

-Na verdade, eu quero falar sobre outra coisa que aconteceu lá - Carlos da um suspiro, e começa a tirar suas luvas antes de continuar.

-O que aconteceu?

-Naquela hora que você tava batendo naquele maluco elétrico, você parecia meio fora de controle.

-Ué? A gente tinha que dar conta daqueles caras, pô. Talvez eu tenha pego pesado, mas eram eles ou a gente.

-Eu sei, mas ele já tava derrotado, e você não parava de atacar, se o Alex não tivesse chamado sua atenção você não tinha parado.

-Eu só tava dando o que ele merecia, ou você não percebeu que ele tava querendo matar a gente?- O humor de Tiago parecia mudar enquanto falava.

-Mas nós tínhamos que atacar para nos defender, e ali você tava agindo como eles.

-Olha, eu acho que sei o que tá acontecendo aqui, o suposto poder que cê tem de líder de campo tá subindo a sua cabeça, e agora você tá querendo controlar tudo que a gente faz. - Tiago começa a falar de maneira agressiva e avançar para cima de Carlos aos poucos.

-Calma Tiago, você tá confundido as coisas, a questão aqui, é o exemplo que você tá dando pro pessoal novo.

-Exemplo pros novatos? Eu não tenho que ser exemplo pra ninguém, a gente tinha uma missão pra cumprir, eu fiz o que precisava ser feito. - Tiago se aproximava cada vez mais encarando Carlos, e sem perceber com a mão no balcão de granito da cozinha ele absorvia o material aos poucos em um tom agressivo.

-Calma aí Tiago, eu só queria...

-Queria nada, você virou um merda depois que a sua mãe morreu.

A ultima frase de Tiago traz um silencio pro local, Carlos olha nos olhos do rapaz chocado com o que ele havia falado, ele tenta falar algo, mas muda de ideia no ultimo momento. Tiago, em contra partida, para pra pensar no que acabara de dizer, ele se afasta e olha pra sua mão transformada, ele encara Carlos pela última vez e deixa o recinto.

-Deixa eu me despedir da Nova antes que ela vá embora de novo.
Sopro
Sopro

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03/07/18, 11:13 am
DESCOBERTAS

Personagens envolvidos: Garuda, Sísmico e Centelha
Data: 11/01/2017, logo após a missão
Horário: Antes das 08h.

A missão havia se encerrado e os heróis, novatos e veteranos, voavam a bordo do FHalcão, de volta para o Instituto –  para casa. Garuda havia se sentado ao lado de Sísmico, de frente para Centelha. Observava a pedra no pescoço dela, que ela segurava e esfregava como se para aliviar o estresse e a tensão de tudo que havia acontecido. Começou a pensar sobre a pedra, quando sentiu um cutucão na costela.

Sísmico estava com o celular na mão, pesquisando coisas aleatórias na Internet, fazendo testes do Buzzfeed. De repente, acabou esbarrando em uma notícia que não fazia muito sentido: dez anos atrás uma heroína chamada Centelha havia salvado um importante empresário de um incêndio. Ao abrir a notícia ele se deparou com uma foto curiosa - uma mulher vestia o mesmo uniforme que a aliada deles. Resolveu mostrar para alguém a curiosidade, o único ao seu lado era Garuda.

– Olha isso, Radesh. Parece que nossa Centelha é uma espécie de... – tentou pensar em algum termo para defini-la.

– Avatar... - respondeu Radesh, pensando em sua religião. Apesar de não ser nem de longe a palavra que seu colega havia imaginado, ele prosseguiu.– Como Krishina foi de Vishnu.

Eles sorriram, enquanto Radesh contava a história de Krishina para Pedro. O garoto adorava quando as pessoas ouviam as suas histórias, se sentia próximo dos colegas assim. E Sísmico ficava feliz por ter uma conversa assim e entender melhor a forma de ver o mundo de seus companheiros.

A frente dos rapazes, Centelha absorta em seus pensamentos, entre ouve a conversa de seus dois colegas, voltando seu olhar rapidamente sobre eles, esboçando um leve sorriso – lhe agradava ver as pessoas socializando e se conectando. Guardando o colar de volta sob o traje, a moça se vira para Estática e Umbra, ao seu lado – Eai, Miguel, como foi a primeira missão com o crush? –  Agnes abre um largo sorriso para os amigos, enquanto o FHalcão começa a se aproximar de Nova Capital.


Última edição por Sísmico em 10/07/18, 09:57 am, editado 1 vez(es)
Vulto
Vulto

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03/07/18, 02:31 pm
RELÍQUIAS

Personagens envolvidos:  Garuda e Centelha
Data: 18/01/2017
Horário: 9h da manhã

Os alunos estavam de folga, cada um realizava atividades pessoais que lhe agradavam mais. Radesh havia passado os últimos dias intrigado com o que havia descoberto através de Pedro, o Sísmico. Abordou Agnes em um dos corredores:

– Eu estava procurando por você! Bom dia, Agnes. - entregou um papel para ela. – Ganhei esse voucher num sorteio no Insta. É pra um café da manhã pra dois, tudo livre, naquela padaria gigante que tem aqui perto. Bora? Tô com fome.

– Ah… Bom dia, Radesh. Claro, por que não? – responde Agnes, surpresa pelo convite inesperado, mas visivelmente contente com aproximação do colega de equipe.  Para ela, amigos nunca eram demais – Só me dá cinco minutinhos, pode ser? – ela aponta o dedo sobre ombro, em direção a seu quarto.

Radesh sorriu, concordando. E aguardou.

---

Duas horas depois, os dois retornavam - após tomar um abastado café da manhã e provado de muitas coisas gostosas - caminhando por uma praça muito arbórea, onde Radesh gostava de se sentar para meditar e observar a natureza. Durante o café da manhã os dois haviam conversado sobre coisas triviais, como gostos pessoais, histórias do Instituto, etc.

– Eu estava me perguntando... como você veio parar no Instituto? - olhou para ela, mas logo prosseguiu. – Acho que posso estar sendo indelicado de perguntar sobre você sem falar de mim... Minha história é meio clichê até, eu sou órfão e descobri meus poderes na adolescência. Acabei fazendo umas besteiras junto com o outro grupo que fiz parte antes do nosso, algumas minha culpa, outras nem tanto. - fechou os olhos e seu semblante ficou sério, como poucas vezes ficava. – Precisei buscar muito apoio espiritual para superar as cicatrizes que ficaram em mim... E fui encaminhado para o Instituto, acho que estou gostando muito de lá, de todo mundo e até das missões. - Voltou a sorrir, como se nada tivesse acontecido. – Sua vez?

Agnes sorri de volta para o garoto, feliz em ouvir sua história – Sim! Também estou gostando bastante, principalmente das amizades que tenho feito por lá… E confesso que tenho me divertido socando bandidos –  Agnes solta uma leve gargalhada – Bom, a minha história é bem simples, na verdade, nada de muito peculiar pausa, buscando por palavras – Filha do meio; duas irmãs; pai viúvo; amigos comuns, mas maravilhosos – ela sorri, ao lembrar daquelas pessoas – Meus poderes também despertaram na adolescência... Acho que pelo que você já me viu fazer, pode imaginar como eu os descobri – ela ri, referenciando sua fumocinese – Tentei bancar a vigilante por um tempo, antes de vir para o Instituto. Foi numa dessas que eu conheci a Fernanda, a Estática... – No mais, nada traumático, felizmente. Tive uma vida muito boa, devo admitir... – ela pausa novamente, um pouco mais do que da última vez – Bom, pra não dizer que não há nada de interessante, acredito que a coisa mais extraordinária na minha história, sem dúvidas, seja a minha mãe... Ela, além de muitas outras coisa, é o motivo deu estar aqui... – seu olhar se dispersa por um momento, fitando o horizonte, com a mão sobre a pedra presa ao colar em seu pescoço, em seu semblante, um misto de tristeza, saudade, orgulho.

– Então é isso, ela era a sua mãe... a Centelha original, das notícias que o Pedro encontrou na internet. - pensou e imaginou que a mãe da garota não estava mais entre eles, tentou não ser indelicado ou insensível. – Nós estamos ajudando as pessoas, como ela fazia antes de nós. Ela deve estar orgulhosa de quem você está se tornando, Agnes.

– Sim –  diz a garota com um sorriso no rosto – fico feliz em poder ajudar os outros, sabe, ajudar as pessoas a – ela prolonga a fala, buscando um termo em sua mente – a brilharem... –  uma sensação estranha de dejavu a atinge ao dizer aquelas palavras. Agnes franze a testa, com um semblante confuso.

– Agnes? Está tudo bem? – pergunta Radesh, preocupado.

– Sim, sim... –  responde ela, ainda fitando o nada – é que eu acabei de ter um dejavu... Estranho… é como se eu já tivesse ouvidos essas mesmas palavras antes…

– Não me pareceu um simples dejavu... pareceu algo mais intenso, como se uma memória antiga tivesse caído sobre você. - ativando a telepatia dele, Radesh pode sentir a intensidade da memória, como se ela gritasse do fundo do subconsciente de Agnes. – Eu posso tentar ajudar você a se lembrar... se você permitir.

Um pouco hesitante, ela concorda com aceno positivo. Era estranho a ideia de deixar alguém ler seus pensamentos, mas a conversa com Radesh nas últimas horas havia lhe dado confiança suficiente. Radesh retirou as sandálias, deixando os pés descalços tocarem a grama do lugar, respirou fundo e levou as mãos a cabeça de Agnes, tocando-a levemente nas têmporas. Antes de fechar os olhos, Agnes pode ver uma folha cair de uma árvore e passar entre os rostos deles...  

---

O Sol da tarde entrava pelas janelas, através das cortinas, banhando a sala de uma casa familiar. Sentada num sofá, uma mulher grávida descansava, tranquilamente, e sobre sua enorme barriga, uma garotinha de olhos verdes turquesa repousava sua cabeça:

– Ouviu a sua irmãzinha? – indaga a mãe, docemente.

A garota acena positivamente, sorrindo
– Eu ouvi a Clarinha se mexendo, mamãe! – diz entusiasmada, se movendo até o peito da mãe, num abraço.

Com a cabeça recostada, a criança acariciada uma pedra alaranjada, presa num cordão, sobre o peito da mãe:


– Que pedra é essa, mamãe?

– É uma ágata de fogo – responde a mulher – uma pedra muito especial. Foi a vovó quem me deu, quando eu era um pouco mais velha do que você.

– Foi um presente de "niversário"? – questiona a garotinha.

– Não – ri docemente a mãe – Foi em um outro momento… um outro dia, muito especial, um dia que também irá chegar para você, filha.

A garota fita a mãe, seu olhar inocente tem uma mistura de fascínio e indagação:

– Que dia é esse, mamãe?

Levando gentilmente a mão ao rosto filha, ela diz – Um dia, minha pequena, uma faísca vai se acender dentro de ti, e você irá brilhar como nunca antes. Posso ver isso em seus olhos, Agnes, assim como minha mãe viu nos meus. Mas, mais do que brilhar, você irá buscar ajudar outras pessoas a brilharem também, por que essa é a maior dádiva que você pode dar ao mundo: compartilhar dessa luz que habita em você. Uma luz intensa, que também te tornará mais forte..., mas não precisa ter medo, por que esse é o seu destino Agnes... é parte de quem você é.

---

Ao abrir os olhos, Agnes viu que a folha ainda caia na frente de seu rosto. Para eles havia passado um grande momento, mas no mundo real, não havia passado um segundo sequer. As lágrimas escorram nas bochechas da garota – Obrigada, Radesh – diz, em meio a soluços e um sorriso emocionado – Obrigada.

– Eu que preciso te agradecer, Agnes, por dividir esse momento comigo. Vamos para o Instituto, acho que já chega de emoções por hoje. - Sorriu para a amiga, mas seus olhos também derrubavam lágrimas. Ele não havia só “assistido” a memória, havia sentido com Agnes tudo que ela sentira. Era impossível não se abalar.


Última edição por Centelha em 13/07/18, 05:24 pm, editado 2 vez(es)
Chip
Chip

Desenvolvendo os Personagens Empty Re: Desenvolvendo os Personagens

10/07/18, 05:30 pm
DIA DE TREINAMENTO

Personagens envolvidos: Espectro e Sísmico
Data: 17/01/2017
Horário: 05:30

O sol começava a nascer por detrás de algumas árvores, o pequeno riacho que corria a metros dali proporciona um dos poucos sons que se podia escutar, até que aos poucos o canto dos pássaros denunciava a paisagem natural ao redor de Davi. O garoto, vestido de roupas brancas largas como sempre fazia ao meditar, praticava alguns movimentos de luta com seu bastão, com giros, saltos e chutes altos. Recordava-se dos ensinamentos de Adina durante seu período na Ordem, e um dia almejava ser tão bom lutador quanto sua instrutora era.


Ainda sentia uma dor leve nos ombros, de sua última missão, o que não o impediu de prosseguir com seu treinamento. Porém, graças ao Doutor, o ferimento se curava cada vez mais rápido.

Davi escutou um som no meio dos arbustos. Numa ação rápida lançou seu bastão para cima num movimento giratório e parou com as mãos na cintura e um sorriso pouco comum no rosto, olhando para Pedro, que surgia por entre as árvores. Seu bastão caiu em pé ficando na terra fofa a poucos centímetros de seu pé. Logo após, uma maçã caiu rolando aos seus pés.

- Me desculpe fazer você levantar tão cedo, Pedro. Mas quanto mais cedo a gente começar melhor. - Diz com um sorriso no rosto, se abaixando para pegar a maçã aos seus pés. - Aceita? - Oferece ao recém chegado Pedro.

- Não tem problema, Davi. - Responde Pedro, ainda bocejando entre uma palavra e outra. - E obrigado pela maçã. Levantei tão cedo que nem tomei café da manhã. - Diz ao veterano, com a voz levemente arrastada, o que demonstrava sua fadiga acumulada devido ao seu esforço na missão passada.

- Mas então, você comentou comigo algo sobre treinar uma combinação, como é isso? - Pergunta a Davi, enquanto ainda mastiga a maçã, que já está na metade, depois das mordidas vorazes de Pedro.

- Então, eu estava lendo alguns livros sobre lendas judaícas ontem e lembrei de você. - Parou por um segundo, esperando uma reação de surpresa em Pedro. - E bom, sendo mais direto, já ouviu falar sobre golens, os gigantes de pedra? São seres inanimados, feitos de matéria-prima básica como pedra ou terra e que ganham vida de forma mística. Por isso eu te chamei, para fazermos um teste. Já sabe onde eu quero chegar? - Perguntou com ar desafiador para Pedro.

- Tem certeza, Davi? Quero dizer, você ainda não está totalmente recuperado desse ombro… Sem contar que eu também não estou cem por cen… Ah, do que é que eu estou falando? Tudo bem, vamos nessa! - Seu sorriso e semblante deixam evidente que, gradativamente, Pedro perdia sua timidez e suas dúvidas.

- Bom, se é assim vamos começar com algo um pouco menor que um golem, que tal? - Pergunta ao seu companheiro de treino, mas ele não espera uma resposta. Logo após de terminar a sentença, Pedro cruza os braços na altura do tórax e mantém seus punhos e olhos fechados, iniciando sua concentração. Parecia estar ativando sua armadura, mas era diferente, as pedras subiam e tomavam uma forma humanóide, uma estátua do próprio Sísmico formava-se diante dos dois jovens.

Isso mesmo, Pedro, seu trabalho é manter tudo como uma unidade, como uma forma única e sem igual. E o meu trabalho… você sabe. - Davi dizia animado enquanto via seu colega usar seus poderes.

- Se quiser fazer alguma coisa, essa é a hora Davi. - Pedro diz, ainda concentrado para manter a estátua de pé.

- Vamos lá, então. - Respondendo o geocinético, o garoto careca se concentra e transforma seu corpo em uma forma espectral, como de costume. Olhou fixamente para a estátua à sua frente e então, em grande velocidade, voou em sua direção, usando sua intangibilidade para atravessar a estátua. Porém o garoto não passou para o outro lado. Ao invés disso, estava dentro da estátua, se concentrando para conectar a sua energia com aquele corpo de pedra. Porém, sem sucesso. Sua forma espectral saltou para fora do construto como se fosse rejeitado, e cansado, caiu de joelhos no chão, já em sua forma material.

Ao mesmo tempo, o rapaz ruivo não aguentou por muito mais tempo e seu corpo desaba, prostrado ao chão. Mesmo com os esforços dos dois a combinação não se concretizou.

- Parece que não deu certo… quer tentar de novo? - Pergunta o rapaz, ainda tentando se levantar depois do esforço.

- Nós temos a manhã inteira livre. - Disse com um sorriso no rosto. - Pronto pra mais uma? - O jovem pergunta, enquanto estende a mão para ajudar Pedro a se erguer.

- Hmpf, então foi assim que você chegou a ser um dos tops do Instituto... - O rapaz fala, enquanto aceita a ajuda de Davi, se levantando logo em seguida. - Vendo seu esforço, não tem como eu ficar aqui parado. Muito bem, pronto? - Com sua confiança renovada pelo veterano, o jovem solta um sorriso enquanto se prepara para usar seu poder mais uma vez.
Vulto
Vulto

Desenvolvendo os Personagens Empty Re: Desenvolvendo os Personagens

13/07/18, 05:11 pm
PENSAMENTOS

Personagens envolvidos: Centelha, Espectro e Estática
Data: 22/01/2017
Horário: Pouco antes das 17h.

Depois de uma tarde de treino com sua amiga Fernanda, Agnes se encontrava na cozinha. Com os fones no ouvido, cantarolava distraída, em tom baixo, uma música do Jorge Vercilo, enquanto preparava uma vitamina de frutas para repor as energias gastas – “Chega de bandido pra prender; de bala perdida pra deter; Eu tenho uma idéia: Você na minha teiaaaa”.

Enquanto isso, Davi cruzava um corredor em direção ao mesmo cômodo. Havia passado parte da manhã e a tarde inteira na biblioteca pesquisando alguns livros antigos e havia esquecido de tudo, até mesmo de almoçar. Só lembrou quando seu estômago roncou alto.

Ao virar o corredor, ele viu Agnes de longe e hesitou por um segundo… – Não, Davi! Não para, continua, cara! – …mas continuou a andar, um pouco mais travado e devagar do que antes – Vish… o que eu falo agora? “Olá Agnes”? Muito sério. “E aííí”? Não, muito descolado. “Boa tarde, moça”? Nossa, não, ela não é a atendente da padaria – Enfiou as mãos nos bolsos e contraiu os ombros de timidez.

Quando o garoto enfim passou pelo batente da porta, só conseguiu soltar um: – O-o-oi... – em voz baixa, com a sobrancelha levantada, acenando de leve com a mão. Com o volume alto, Agnes nota o seu colega de equipe entrar na cozinha, não ouvindo o que dissera, mas entendendo seu objetivo pelo aceno de mão:

– Ei! Davi! – diz, retirando os fones e acenando de volta, abrindo um sorriso amigável – Tudo na boa?

– Tudo suaaave! – Disse imitando seu amigo Tiago – Que isso, Davi? Você não fala assim. Esse não é você. Mas ok, e agora? o que vou fazer? – Olhou nervoso ao redor, com os braços travados para baixo, batendo os dedos na perna – Geladeira – Pensou alto, apontando na direção que havia olhado, e quando ficou de costas para Agnes, revirou seus olhos, pensando nas bobagens que estava falando – Tá, agora você pega o que tiver que pegar e dá o fora daqui pra não passar mais vergonha! – Abriu a geladeira, enfiando a cabeça dentro dela, analisando o que tinha ali.

Agnes, na bancada, percebe o nervosismo do rapaz. Seu jeito diferente e antissocial já lhe rendera até um apelido entre os seus amigos – “Gasparzinho creep” – pensa –  Muita maldade da Fê e do Miguel com o coitado... só por ser "diferente"... Se for pensar por ai, eu sou a mais "esquisita" aqui dentro... às vezes parece que sou a única sem um drama pra contar... –  Ela observa o garoto procurando algo na geladeira – Ei, Davi. Quer um pouco de vitamina também? – diz, erguendo a jarra do liquidificador, tentando uma aproximação amigável – Seu ganhasse uma moeda por cada pessoa tímida que eu puxo papo... – pensa, abrindo mais o sorriso. Nesses momentos, era difícil não lembrar de Isa.

Ao ouvir Agnes lhe chamando e oferecendo algo, Davi se apressa para responder. – Isso seria... – levanta a cabeça abruptamente, batendo na geladeira, podendo até ser ouvido um estalo forte – ...magnífico! – Ele se afasta, agora mais devagar, instintivamente leva a mão à cabeça com uma cara de dor, ao mesmo tempo que tentava retribuir um sorriso tímido. – Magnífico? pff. Você nunca foi assim, Davi. Por que isso logo hoje? – Retira alguns ingredientes da geladeira e os deposita no balcão. – Sanduíche? – Ofereceu o garoto – – Aceita? – Falou rápido, acreditando não ter sido claro antes.

– “Magnífico” – repete ela, sorrindo – Não diga até provar, mas sim, a receita do meu velho é realmente “magnífica” –  dando uma golada no copo com vitamina, ela passava a jarra –  Vou querer um pedaço sim, obrigada –  responde, se servindo – Ai ai… ele ta mesmo nervoso – pensa a garota, com certa preocupação – Será que tudo isso é timidez? Ouvi dizer que sua história é complicada, então não me surpreenderia tamanha introversão – Notando o nervosismo do garoto, Agnes busca amenizar a situação de alguma forma, como sempre costumava fazer – Então… missão dura essa nossa última, né? Aquele grandalhão azul me deixou de cabelo em pé –  ela ri, e continua – Mas tu deve ter ficado boas. Já deve ter acostumado a essas coisas.

Davi começava a se sentir menos desconfortável com Agnes – – B-bom... – Segurou o copo de vitamina em uma mão, e se apoiou com o cotovelo na bancada, relaxando, mas um pensamento ecoou em sua mente – Descolado demais! – e o garoto se pôs de pé novamente – ... a gente sempre vê algumas coisas pesadas, mas depois sempre piora. – Arregalou os olhos, temendo assustar Agnes – NÃO! Não é que sempre piora, mas sempre vem alguma coisa mais difícil.. digo, o desafio é sempre maior. Você me entendeu – Se enrolou com as palavras, e já se rendendo à vergonha, apenas abaixou a cabeça em negação – Daqui a pouco ela já vai perceber que você tá nervoso desse jeito. Relaxa, cara. Puxa papo:

– Ma-mas e você? Como você ficou? – Tentou render a conversa.

Agnes sorri amigavelmente, percebendo a preocupação de Davi em não assustá-la –  Fico mais tranquila em saber disso – ela pausa, dando uma mordida no sanduíche – Só de me lembrar daquela cena, me revira o estômago – diz a si mesma, mentalmente – Mas, infelizmente, vou ter que encarar coisas assim se quiser ser uma ”Centelha” de verdade, como a minha mãe.

– Sua mãe? O que voc-- – Quando Davi se sente mais à vontade e menos nervoso com aquele encontro inesperado, é interrompido por Fernanda. – Droga.

– SAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAIIIIIIIIIIII QUE EU TÔ LOOOOUUUCAAAAAAAAAAAAAAA!!!

Fernanda chega pulando na cozinha, começando então a dançar e rebolar como uma dançarina de Funk.

– DEIXA EU DANÇAR, DEIXA EU DANÇAR, DEIXA EU DANÇAR, DEIXA EU DANÇAR, DEIXA EU DANÇAR, DEIXA EU DANÇAR. SABE ONDE VOCÊ TÁ?! É NO BAILE DA GAIOLA! ME SOLTA, ME SOLTA, ME SOLTA PORR-- – A moça de repente percebe que Davi está no local, tendo só visto primeiramente a amiga, para imediatamente a dança.

– … E ai Davi. – Ela diz, tirando os fones de ouvido e abrindo um sorriso levado, olhando pros dois.

– Porra, loira! Quer me matar do coração? – a garota gargalha com a palhaçada da amiga.

– Vim te buscar, viada, nossa aulinha de Funk tá nos aguardando. Hoje tem essa música nova que eu tava cantando aqui, hein. Larga essa vitamina aí e vambora…!

– Nossa, mas tu quer judiar de mim mesmo, né – diz, dando um último gole na vitamina e se levantando – Desculpa, Davi. Outra hora a gente conversa mais, ok? – Agnes se despede, se juntando a Fernanda.

– Hehe, ok. – Davi diz baixinho, ficando novamente embaraçado. Durante o diálogo das duas amigas, o garoto apenas havia observado tudo, sem reação, com um riso leve de nervosismo – Parabéns, Davi, você foi “ótimo”, você foi “magnífico” – Debruçou sobre a bancada, dando socos na mesma.

Já do lado de fora, Agnes percebe a falta de seus fones de ouvido – Fê, esqueci uma coisa na cozinha – diz, apontando com o dedo sobre o ombro – Segura aí que eu já volto – Virando-se num pulo, ela caminha apressadamente até o cômodo – Olha só, que cabeça a minha... esqueci meu-- – A garota, anuncia, entrando de repente e se deparando com Davi, debruçado a bater na mesa – ...us fones… – Ela termina, sem jeito. O garoto, surpreso, se levanta de supetão, mal conseguindo esboçar uma reação além de um sorriso envergonhado.

Sob risadas nervosas, ela recorre aos fones de ouvido, saindo a passos rápidos do local – Ok… talvez ele seja um “pouquinho” estranho.
Prisma
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Desenvolvendo os Personagens Empty Re: Desenvolvendo os Personagens

09/08/18, 12:15 am
Retornos


Personagens envolvidos: Flor do Luar e Granizo
Data: 01 de Março de 2017
Horário: Por volta das 15h

Uma luz magenta brilhante surge no meio do jardim do Instituto, assustando os alunos que estavam próximos. Crescendo, a luz revela-se sendo um portal, e dele sai Flor do Luar, trajando uma bata branca com detalhes cor de rosa, sob uma longa e larga capa marrom que parecia duas vezes o tamanho da garota.

Num gesto rápido com as mãos, o portal se fecha e suas roupas se transformam, se modificam, virando uma camiseta branca e um short jeans de cintura alta, enquanto um par de tenis vermelhos se materiaizam em seus pes com meias de cano alto. Todos os alunos ao redor olhavam a cena sem piscar.

Spoiler:

---

Já tinha um tempo que eu não pisava no Instituto. O Conselho sugava todo e qualquer tempo que eu poderia ter, com todos aqueles livros, pergaminhos, feitiços e treinos mágicos. Eu estava me tornando, finalmente, uma verdadeira feiticeira e, por mais cansativo que fosse, segui-los foi a melhor decisão que tomei.

Era esquisito voltar, mesmo que de forma breve. Granizo havia me contactado, pedindo relatórios sobre demônios catalogados com paradeiros desconhecidos. Dezenas de cabeças novas pelos corredores; me lembrou meu primeiro dia. Meus amigos. Nova, Carlos, Erick, Vic, Beto...

No trajeto até a diretoria, pude perceber os inúmeros olhares dos alunos curiosos e os cochichos. Aparentemente, pelo que ouvi, além de chamar atenção por ser linda(pele bonita e cabelo brilhante eh tudooo), meu nome era conhecido por ali. Como deveria ser mesmo. Não dediquei aquilo tudo pra nao ter meu reconhecimento. Devia ter uma estátua em minha homenagem nesse lugar.

---

- É bom que esteja me esperando com um café - falei, ao entrar na sala de Granizo.

- Ana! Que bom que você veio pessoalmente - disse Bruno, levantando-se de sua cadeira, me cumprimentando com um aperto de mão.

- Corta o papo furado, velho. Tá aqui o que você me pediu. - respondi, de forma seca, colocando os relatórios sobre a mesa do diretor. - Me estranha o Carlos estar aceitando tudo que tá acontecendo aqui.

- O quê? Do que é que você está falando, garota? Que tom é esse?  - disse Bruno, mudando seu tom e expressão ao notar um olhar crítico que não controlei. - Educação nunca foi mesmo o seu forte.

- Sabe, quando eu vim pra ca eu nao tinha outro lugar pra ir. Eu achava que aqui eu ia aprender a usar meus poderes, encontrar um propósito, ia salvar vidas e o mundo ia ficar melhor. Mas hoje, agora, eu vejo o quanto tudo isso é absurdo. Levar essas crianças para essas missões suicidas não é educar, não é ensinar a controlar poder, tendo que lutar pela própria vida num campo de batalha, as vezes perdendo um dedo, uma mão, uma perna. As vezes nem voltando, honestamente. Você tem algum psicólogo por aqui, alias?

- Ah, então é por isso que veio pessoalmente? Para me contar que você acha que o Instituto é um erro? Já que você tem todas as respostas agora, qual é a sua brilhante sugestão para esses garotos? - Perguntou Granizo, cruzando os braços.

- Você e a Amanda são iguais. Cheio das promessas vazias pra fazer com que essas crianças limpem a sujeira de vocês. Quando eu vim pra cá ela me prometeu que ia me ajudar a encontrar meu pai. Nunca mais tocou no assunto. Três anos aqui e nenhuma pista, mesmo com todos os recursos que esse lugar tem.

- Esse seu ego inflado ainda vai te trazer muitos problemas. Como te aguentam naquele Conselho? Isso é ressentimento então, garota? Como você diria, guardar rancor engorda, viu? - provocou Bruno.

- Velho idiota - disse, esboçando um sorriso - Eu sou grata, acredite se quiser. Sem vocês eu não teria encontrado o Conselho. Mas olha a ironia, no meu segundo mês de estudos lá eu localizei o meu pai. Eu encontro qualquer pessoa que eu quiser agora. Fora outras coisas. - me gabei - As coisas são bem diferentes hoje, mas é um capítulo que eu preciso encerrar. - disse, percorrendo o escritório - A questão é que a maioria desses jovens vem pra cá buscando alguma coisa, mas com o tempo acabam se perdendo e esquecendo o objetivo deles aqui. Eu esqueci o meu, mas me lembrei quando fui embora.


Parei por um momento.

- … Não quero soar mal agradecida, velho, mas isso deveria ser uma escola, não um matadouro. Voce tem gente experiente aqui, alguns mais velhos que eu, por que não são eles que você manda pra essas missões suicidas? Eles não são tão descartáveis quanto esses outros de 17, 18 anos?

Granizo se senta na beirada de sua mesa.

- Essas crianças precisam de um guia. Eles querem ser heróis, ou simplesmente foram amaldiçoados com o fardo de ser um meta-humano. Estamos dando a chance deles não só entenderem seus poderes - como você mesma fez, não se esqueça - mas de fazer A DIFERENÇA. Você sabe que ninguém é obrigado a participar do Força Heróica. - Ele faz uma pausa. - Alguns desses jovens também não tem pra onde ir. Quem vai cuidar deles? Você vai? O Conselho vai? Você confia na PEGASUS pra fazer alguma coisa? Toda luta tem seus momentos difíceis. Na minha época, não havia ninguém para nos guiar. Isso aqui é algo bom.

- Quando eu precisei ser líder, a gente não tinha ninguém para recorrer. Mentor nenhum. Ninguém responsável ou com mais experiência. Mas acho que isso não faz diferença, né. Idade não quer dizer sabedoria. Essa ideia de que gente velha sabe das coisas. Falando da sua época, como se fosse a mesma coisa. Talvez se todo mundo morrer igual aos seus amigos “da sua época” você finalmente aprenda. - alfinetei. Confesso que essa foi golpe baixo.

- OLHA AQUI GAROT COF COF - Ele se altera e dá alguns passos mas é interrompido por uma tosse intensa, que o fez se escorar na mesa pressionando o próprio peito.

- Além disso ainda tem esse seu outro segredo aí, né, que você não contou pra eles, presumo - disse, cruzando os braços. - Nao posso te curar, você sabe disso. Sei que foi pra isso que você me chamou aqui de verdade. Sua doença faz parte do ciclo natural da vida, mudar isso alteraria a ordem das coisas e tanto eu quanto a minha magia sairemos corrompidos. Nenhum de nós dois quer ver isso, acredite. Mas... - pausei, realizando um movimento com as mãos. Imediatamente Granizo se viu sem nenhuma dor - … Posso mascarar a sua dor, pelo menos por enquanto.

Bruno, se sentindo melhor fisicamente, tirou o braço da mesa e se pôs novamente de pé, ainda com a mão direita sobre o peito.

- … Você está certa. Você não é um “velho”, como eu. E por isso, tem muito o que aprender e a entender sobre as coisas. Espero, de verdade, que você viva o suficiente pra passar por tudo que virá. Aí, você entenderá. - Disse, se sentando na cadeira.

-  E o que seria exatamente, velhote? Perder alguém que eu amo? Perder amigos, família, amores, companheiros de equipe? Você tá tão equivocado quanto essas suas roupas de 10 anos atrás.

- Olha aí. Sempre recorrendo à mesma ofensa, como uma verdadeira “garota má”. Você é cansativa, princesa. - Disse Bruno, suspirando e arrumando uma pilha de papéis na mesa.

- Eu já disse o que eu queria dizer e to indo embora, não se preocupe. - disse, já me dirigindo pra porta do escritório.

- Vou dizer aos garotos que você veio e deixou um abraço. - disse Bruno, tentando desfazer o clima ruim que ficara. - E obrigado pelo alívio da dor.

- Nao sei quanto tempo vai durar, mas acredito que vai ser suficiente. - disse, já de frente pra porta.

- Você vai voltar para sua caverna mágica e desaparecer novamente? - questionou Granizo.

- Como te disse, sei onde o meu pai ta agora. Ainda tenho muita coisa pra aperfeiçoar e um plano astral para monitorar, mas preciso concluir essa historia. Vou atrás dele, com a ajuda da Nova se ela topar. - respondi, pensativa. Significaria muito ter a ajuda da amiga nessa sua jornada, por mais pessoal que fosse.

- Encontrou ela também? Nao sei se ela quer ver rostos familiares, muito menos resolver o problema dos outros. - Opinou o velhote. Como se alguém tivesse perguntado.

- Já te disse, encontro qualquer um. Além do mais, sou chata e insistente. Ela não tem escolha. - disse, erguendo uma das sobrancelhas e olhando em direção a Granizo.

- Isso ninguém pode negar. Bem, foi pelo menos bom te ver bem. - Finalizou, levantando uma das mãos, num tom de despedida.

- Tenta não morrer até a gente se ver de novo. Pense no que eu disse, antes que isso aqui vire um cemitério. - finalizei, saindo dali.

Tinha muita coisa pela frente.
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