[FHverso] Epílogos
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Quebra-Ossos
Atieno
Clone
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[FHverso] Epílogos
23/10/17, 08:31 am
Espaço para os jogadores postarem as reações ao final de cada missão. Os dados que os Jogadores postarem aqui pode ou não ser usado no futuro. Mudanças no personagem ou interações com NPCs importantes devem ter aprovação do Mestre.
- Atieno
Re: [FHverso] Epílogos
23/10/17, 12:44 pm
EPÍLOGO – ATIENO – MISSÃO 1 - DESFILE DE CONFUSÕES
- Spoiler:
- Mantinha-me sentado num canto separado, sendo tratado do ferimento à bala que recebi. Apesar de tudo, não doía tanto, talvez por causa da adrenalina que percorria meu corpo. Os poderes já haviam cessado, e meu amuleto parava de brilhar, mas não sentia confiança ainda em retirar a máscara. Não ainda.
"Bom trabalho, Atieno"
"Apesar dos pesares..."
"Sabe... esse é só o começo. Essa é a menor das ameaças que o guerreiro Atieno enfrenta."
"Apesar dos pesares..."
Cerrava o punho, sentindo a dor novamente. Percebi, então, que os paramédicos pareciam se afastar, deixando que alguém se aproximasse... com uma fita métrica. Antes que pudesse falar qualquer coisa, Flora começou a tomar medidas de meu corpo com a fita, mesmo que com o cuidado de não mover meu braço baleado. E eu?
— Mas o que... — disse, olhando seu rosto, e ficando anestesiado.
Como é bonita! Igual a um campo florido no primeiro dia da primavera, com o sol se pondo ao fundo e com o adocicado perfume das gardênias...
"Atieno, fecha a boca que você tá babando"
Fechei a boca, só ouvindo as risadas animalescas de Hodari.
— Tsc... meio fora de forma...
Ruborizei. Ela estava me analisando? Por que? E... meu Deus, por que não consigo me concentrar pra falar? Ela faz qualquer um perder o ar! Mesmo que haja um ferimento em sua cabeça, em nada ofusca sua beleza que aflora os hormônios de um jovem adulto.
— Ehm... oi?
— Olha, de todos os que vi lutando, você é o único que tá usando... essa porcaria que chama de roupa. Qual o seu nome?
— Eu... ehm... Yago...
— Não, não, falo o seu nome de herói. Seu codinome.
— Ahn...
— Você é novo nisso, não é?
Acenei com a cabeça, por não conseguir ter alguma palavra pra falar.
"Você tá passando vergonha..."
— Logo imaginei. Novatos... — ela responde, fazendo uma cara que indica que não sou o primeiro que ela vê nessa situação. — Mas eu gostei de seu estilo de luta, e você ajudou também a salvar as pessoas.
— Obrigado... — ruborizo completamente. De tão vermelho, quase roxo fiquei.
— Só que, assim, você não pode sair por aí lutando contra o crime com um... isso é um estojo rasgado na sua cara? Amarrado num fone de ouvido? — ela disse, tocando o cabo do fone que resistia segurando o estojo na minha cara.
— O chamado foi tão rápido que não pensei em nada melhor... — respondo, passando a mão esquerda na nuca e cerrando os dentes de dor.
— Acho que, em todos esses anos, esse é o traje mais tosco que já vi... e olha que eu já vi coisas horrorosas — ela ri, me fazendo ficar totalmente ruborizado.
"HAHAHAHAHA!! Ela te pegou de jeito!"
"Hodari, vou mergulhar você na privada!"
— Mas, sabe... eu gostei do seu amuleto — Flora diz, tocando na pedra que utilizo de amuleto, com a imagem de Hodari estampada nela. — Hum...
"Acho que me apaixonei... aaaaah... HAHAHA!"
Fiquei sem palavras, novamente. Percebi ela puxando um smartphone com a tela rachada do bolso, e a vi digitando algumas coisas nele. No meio da digitação, notei-a me observando várias e várias vezes, até que ela mirou a câmera pra mim e tirou uma foto, cegando-me com o flash acidental.
— Desculpe, deixei o flash ativo.
— Percebi... argh! — respondo, piscando os olhos várias vezes para limpar a visão daquelas cores distorcidas que preenchem nossas vistas após uma forte luz tocá-las.
— Olha, como agradecimento, e até mesmo como incentivo, eu quero lhe fazer um agrado.
— Um agrado? Hum... que tipo de agrado?
— Olha, me manda seu endereço por whatsapp, e eu vou te mandar um presente, eh... — ela disse, inclinando a cabeça pra mim, indicando que queria saber meu nome. Aliás, não o nome real... o nome de herói.
— Atieno. Meu nome de herói é Atieno
— Atieno? Que nome esquisito. Os nomes bons já foram todos usados? Pelo seu jeito de lutar, e até pelo seu poder, você deveria considerar usar o nome Pantera, ou algo assim.
— Já não está sendo usado? Tipo, pelos filmes, e tal...
— Hehe, estou brincando, garoto. Atieno é um nome original, mantenha-o. Mas, pantera... isso me deu uma ideia para seu uniforme e...
— Uniforme? — perguntei, a interrompendo sem querer.
— Sim, ué. Ou você vai sair por aí batendo em bandidos usando um estojo na cara e uma roupa brega assim?
— É que... nem sei se vou lutar contra o crime mesmo, se vou ser mais um dos heróis, e tal. Assim... meu, será que eu farei diferença? Já são tantos por aí...
Ela ficou calada, me observando. Parecia que eu tinha falado algo de errado... ou algo certo demais. Por alguns segundos, ela apenas me observou.
— Olha, Atieno... façamos assim: eu vou te dar um uniforme, nem que seja só pra você guardar no guarda-roupa. É um agradecimento, tá? Mas... você fez a diferença hoje, filho — ela diz, tocando meu ombro e encarando-me nos olhos. — Todos vocês que estavam aqui hoje fizeram a diferença, tanto na vida dessas pessoas que foram salvas, como até mesmo na minha vida e na do Estelar ali. Então, de qualquer jeito, pensa bem no que quer fazer, tá?
Silêncio. Ela... ela tinha razão. Eu fiz a diferença hoje. Mesmo que com um buraco no ombro, eu ajudei. Fui eu que causei o curto naquele maluco. Eu que cortei dois daqueles tentáculos mecânicos. Eu... eu realmente ajudei. Lembro-me de ter ficado ao lado daqueles dois, e até ter trocado palavras curtas com eles. O de armadura e o com trevas em si... nós tínhamos feito a diferença, realmente. Espero poder reencontrá-los...
"Ela parece ter uma boa intenção... e você, Atieno, tem um bom coração. Sempre teve. Não deixe que seu coração vire pedra tão cedo. Aceite... você fez a diferença, e pode continuar fazendo"
Eram as palavras que precisava ouvir. Tanto de Flora, quanto da mulher que falava comigo mentalmente. Acho que... era isso que precisava acender a chama interna do heroísmo em mim.
— Atieno, esse é meu whatsapp — ela diz, passando um papel pra mim. — Me mande seu endereço, e eu te enviarei pelo correio, tá?
— Meus pais não sabem que eu entrei nessa vida
Ela rolou os olhos. Estava bom demais pra esse momento ser totalmente bom.
— Típico... eu dou um jeito, fica tranquilo. Qualquer coisa, só fale que, sei lá, teve um sorteio e você ganhou uma coisa de uma loja no facebook.
— Tudo bem... obrigado — sorrio, vendo-a abrir espaço para os paramédicos voltarem a me atender.• • •
Dois dias se passaram. Estava com uma atadura no local do tiro, e aparentemente meus pais haviam engolido a história de bala perdida. Só não entendiam por que eu estava justamente no local do ataque. Desejei que não fizessem a ligação com o herói que tinha sido baleado, tampouco que fizessem ligação com as roupas que esse mesmo herói vestia. E, sentado no quarto, ficava conversando com colegas pelo computador, mas segurando o amuleto em minha mão.
As notícias sobre o NCFW ainda pairavam em sites como G1 e Uol, mas já davam lugar de destaque a outros acontecimentos do mundo. Em pouco tempo, o acontecido passaria a ter apenas um lugar na memória obscura das pessoas, e seria relembrado na Retrospectiva 2017. Mas, pra mim... estaria bem guardado num lugar especial.
Foi aí que escutei minha mãe falando com alguém. Parecia que uma encomenda havia chegado. Não... eu mal acreditei. Ela realmente enviou! Abri um sorriso ao ver minha mãe entrando no quarto com a caixa.
— Yago, olha, aquele prêmio que você duvidava chegou — ela me disse, colocando a caixa sobre a cama.
Não perdi tempo em abri-la. E não é que Flora tinha dado um jeito mesmo? Era apenas uma mochila! Uma mochila muito bonita, que minha mãe gostou muito.
— Que mochila bonita essa. E é de marca boa, olha — ela aponta pra marca. — Vê se não esfola ela, tá ok?
— Pode deixar, mãe — respondo, vendo-a sair do quarto.
Assim que ela sai, sinto meu celular vibrar, e o puxo, vendo uma mensagem de Flora na tela.
"Espero que goste, fiz com carinho. Tá em um compartimento secreto. Bjs"
Guardando o celular, vasculhei a mochila, até encontrar um zíper que, ao ser aberto, revelou o compartimento com uma embalagem. Puxei-a mas, antes de abrir, tranquei a porta do quarto e fechei as janelas. Até virei a webcam do PC pra parede. Desembalando o pacote, logo vi... um belo uniforme em tons de branco, cinza e preto, de detalhes bem felinos, e uma máscara ao estilo tribal. Dei um sorriso bobo. Meu uniforme... cara, fantástico...
"Olha, ela até me colocou no uniforme, hehe. Vai ficar muito bom em você, Atieno"
Observei bem o tórax da roupa. Era uma imagem. A imagem de uma pantera negra. Um leopardo de pelugem preta, igual a Hodari. Dei um sorriso. Era o último passo para minha entrada na vida heroica.
EPÍLOGO – ATIENO – MISSÃO 2 - JOGO MORTAL
- Spoiler:
- 00:20
Sentado na minha cama, verificava o uniforme novamente. A missão de hoje me fez pensar muito. Ser um herói… isso era pra mim, realmente? Tenho família, amigos… posso colocá-los em risco se me aventurar por aí usando esta máscara e este uniforme.
Cheirei o ar, tendo a certeza de que havia desativado os poderes, e guardei a mochila dentro do guarda-roupa, junto do uniforme. Tirando a camiseta, joguei-me na cama, colocando os fones de ouvido e ativando minha playlist única, que começava por Rhapsody e passava por Power Quest e Freedom Call. Aproveitava para ver as notícias, notando uma sobre o incidente.
"Hodari, está ai?"
"Sempre estou, Atieno. Diga"
"Estive pensando muito… o que você acha sobre eu contar aos meus pais o que estou fazendo?"
"Olha… pra isso, precisamos conversar frente a frente. Pode fechar a porta?"
Acenando, levantei-me da cama e fechei a porta do quarto, trancando-a. Por garantia, fechei as cortinas também, e foi aí que senti a energia do amuleto brilhar intensamente. E a vi se projetar diante de mim, começando a tomar uma forma diferente... uma forma que, inconscientemente, eu conhecia. E lá estava ele. Todo feito de uma energia azulada, do mesmo tom da lança. Seu corpo felino era enorme, e seus olhos brilhavam intensamente. Era Hodari, projetando-se no mundo material.
— Você... você sabe fazer isso? — perguntei, aproximando-me dele.
— Sim, sou capaz de me projetar a partir da energia do amuleto. Com o tempo, você aprende a fazer isso… mas isso só acontece por que você me aceita.
— Acho que já me acostumei a ter uma pantera negra na minha cabeça, hehe
Vi um sorriso felino em Hodari, e ele se aproximou de mim, passando a cabeça em meu tórax e lambendo-me no rosto. Mesmo feito de energia, senti o contato com ele de forma realista. Até mesmo podia tocar-lhe, sentir sua negra pelugem macia.
— Você é real mesmo...
— O que? Achou que eu não era? — ele disse, se sentando.
— As vezes... cheguei a achar que era esquizofrênico
Ouvi-o rir. Ele realmente se divertia comigo. Ou às custas de minha humilhação. Não dava pra diferenciar ainda.
— Mas então, Hodari… o que você acha?
— Yago, basicamente... você terá que se revelar a seus pais, algum dia. Cedo ou tarde receberá um convite de um grupo, ou algo do tipo. Não poderá viver sempre escondido atrás da máscara de um estudante comum.
— Eu sei disso… é que, ver aquilo mexeu comigo. Eu sinto… sinto…
— Que está traindo eles, não é? Sem contar que, se precisar de cura, como vai explicar os pelos extras, né?
Aceno, dando um risinho. Ele me entendia mesmo… pudera, fazia parte de mim.
— Sabe… — ele continua. — Eu tenho mais de 3 mil anos, e vivo acompanhando suas reencarnações. Sem dúvidas, seu eu atual é o mais complexo de todos. Seu tempo, seus costumes… pela deusa, vocês são diferentes demais. Mesmo acessando suas memórias, foi difícil me adaptar a este mundo. Mas há uma coisa que não muda nunca… e ela fica aqui.
Vejo ele encostar a pata dianteira direita em meu tórax, sentindo uma boa energia vinda dele.
— Sua índole não muda. Você se preocupa com todos, e isso é bom. Portanto, siga o que seu coração mandar.
Sorri, de forma sincera. Acho que era o que eu precisava ouvir. E não apenas na minha mente. Precisava ver alguém falar isso. Ouvir essa pessoa. Por ser filho único, era difícil não ter alguém para desabafar, pra contar segredos. E... talvez fosse Hodari o meu confidente.
— Obrigado… irmão
Vejo-o sorrir novamente, e levanto minha mão pra ele, vendo-o encostar a pata ali. E, mesmo que por alguns segundos, tive a impressão de ver a pata de Hodari mudar, tomar um formato humanóide, até que ele foi absorvido pelo amuleto de novo.
"Boa noite... irmão" — disse mentalmente
"Boa noite, irmão"
• • •
01:30
Silêncio pleno. Nova Capital, a cidade que nunca dormia, estava mais silenciosa. E a porta do quarto de Yago se abre, com Julieta entrando de mansinho. Ela sorri ao ver o filho dormir, e aproveita para tirar uma foto do amuleto. Aquele amuleto que o filho encontrara na África e nunca mais tirara do pescoço.
Ela sentia, mesmo que inconscientemente, que aquela pedra não era um simples objeto de decoração pessoal. Tinha algo a mais. Precisava descobrir toda a história. Teria algo a ver com a mudança na personalidade de Yago. O filho tornou-se mais misterioso nos últimos dias, parecia guardar segredos a mais.
Voltando a caminhar de mansinho, Julieta saiu do quarto e adentrou o quarto do casal. Viu Manoel dormindo, e aproveitou para sentar-se diante do computador, iniciando pesquisas. Afinal, desde que viu a notícia do NCFW... algo mudou. Várias memórias começaram a chegar em sua mente. Um acidente numa escavação na África. Um espírito chegando para salvá-la... uma deusa... um trato.
— Salvarei-te... e tu serás minha escolhida... receberás a essência do leopardo... e terás um filho que carregará tal poder... — Julieta repetiu para si mesma. — Ah, meu Yago... você está com o poder... eu fui uma tola... não deveria ter aceitado isso...
Com um suspiro, ela começa a fazer várias pesquisas, buscando tudo sobre o amuleto... e sobre registros de um guerreiro Atieno no passado. Aproveitaria seu talento de arqueóloga e não descansaria até encontrar algo.
EPÍLOGO – ATIENO – MISSÃO 3 - O LEÃO E O PANTERA
- Spoiler:
- Escuro. Vazio. Nada. Apenas consigo me lembrar do ataque, e da dor. Ah, a dor... arde, queima, não sei descrever. Mas... tudo parece tão pacífico... tão bom...
— Não...
— Calma, Hodari. Ele vai ficar bem...
— Aconteceu de novo, Mwezi... ele vai morrer, eu sei... eu sei...
Diante de meus olhos, duas figuras apareceram, me amparando. Percebia a mulher dos meus sonhos, que Hodari tinha identificado como Mwezi, e percebo o próprio Hodari, assumindo uma forma humanoide. Eles me levavam para algum lugar estranho. Não sabia aonde poderia ser. Foi aí que comecei a sentir a dor... e a gritar. Gritava muito nesse lugar estranho, e a presença deles não estava me ajudando. O pior de tudo é que, mesmo com os gritos, nada saia. Não emitia voz.
— Não, não... eu não posso te perder de novo... eu não posso...
Sentia que Hodari me acariciava, e que chorava diante daquilo. Sua preocupação era total. Mas eu não podia fazer nada. Não conseguia falar, apenas observava. Era como se eu estivesse numa espécie de estado de suspensão. Talvez estivesse inconsciente. Mas tudo aquilo... tudo era real. Era como se eu estivesse em outro lugar, em outro plano. Tentei olhar pra baixo, mas nada vi. Não sabia, entretanto, que tanto Hodari quanto Mwezi viam o estado de meu corpo.
— Hodari... — via ela colocar a mão no ombro do leopardo, e dando um suspiro. — Atieno não tem escolha... você precisa fazer isso, ou ele vai realmente morrer. Esse ferimento é gravíssimo. Leão do Atlas o encontrou antes dele estar pronto para enfrentá-lo.
— Desculpe, mãe... eu não achei que... que seria tão rápido, eu... me ajude...
— Hodari, precisaremos iniciar a fusão.
— Mas, o Yago, ele... ele tem família, ele tem amigos, ele tem uma vida! Ele não pode ser apenas o Atieno!
— Hodari... — de forma fraca, conseguia falar um pouco, balbuciar palavras. — E-eu... não quero... morrer...
Silêncio. Hodari e Mwezi me encararam, trocando olhares logo depois. Tinham minha resposta. E sabiam o que fazer.
— Tudo bem, irmão... não vai doer, eu prometo... você vai se sentir bem melhor depois — ele disse, colocando as duas mãos sobre mim.
E então, comecei a sentir uma energia preencher meu corpo. De alguma forma, sabia que meu corpo físico estava sendo modificado, mas não podia vê-lo. Sentia o que estava mudando, sentia a região ferida ser totalmente modificada, sentia outras modificações tomarem conta de meu corpo. E urrava. Cada urro indicava a dor que sentia. Cada urro indicava a cura da fusão. Cada urro ficava pouco mais animalesco.
— Vai ficar tudo bem... eu prometo, Atieno. Olha, eu... eu vou te ajudar a se adaptar... você nunca vai estar sozinho nisso... nunca vai. Eu prometo.
E, depois disso, o vazio voltou a dominar minha consciência.
EPÍLOGO – ATIENO – MISSÃO 4 – INIMIGO DO ESTADO
- Spoiler:
- As hélices do helicóptero preenchiam com um som contínuo o ambiente. Cada volta de cada haste causava uma dor maior a meus ouvidos. Tudo estava diferente. O que eu achei ser apenas uma possibilidade remota, tornou-se realidade em pouquíssimos dias.
"Yago..."
Escutava Hodari chamando-me, com um tom preocupado. Ele sabia o que eu sentia naquele momento. Qualquer um poderia deduzir aquilo apenas de me ver olhar para o nada.
"Por favor, não me ignore..."
"Fique tranquilo, eu estou bem"
"Eu não quero que você fique assim. É... é algo comum a todos os guerreiros leopardo ficar assim"
"Sim, eu sei, só que..."
"Você sente medo da reação de sua família, não é?"
Mantive-me olhando para o nada, sentindo os olhares curiosos voltados a mim. Eu estava aberrante demais. Uma amálgama tenebrosa entre um humano e um pantera negra.
"Eu não sei o que eu sinto, na verdade. Eu me sinto mais forte, mais atento. Sinto até que não preciso do amuleto para ouvir tudo, para sentir tudo. Sinto que estou mais ágil. Meu corpo está se sentindo bem. Mas minha cabeça está confusa. Não é por ter me transformado nisso. É por não saber o que virá depois."
Senti novamente a presença de Hodari mais forte. Como se ele passasse a cabeça em mim, demonstrando carinho. Vi que o colar brilhava um pouco mais conforme ele fazia aquilo. E dei um sorriso fraco, voltando a olhar para o nada.
"Acho que, agora, não há mais volta... eu já posso contar tudo pra você."
"Como assim?"
"Yago, você não foi escolhido por Mwezi à toa. Tudo aconteceu há muito tempo, em tempos imemoriais. Em tempos que os romanos ainda estavam na aurora de seus domínios. Tudo aconteceu no que hoje vocês chamam de Tanzânia, mas que nós chamávamos de Mayadunia..."
---
Tanzânia, 488 a.C
Uma guerra tribal acontecia na região da atual Tanzânia. De um lado, a tribo de Mwezi resistia bravamente à invasão dos Guerreiros do Sol, da tribo de Qorrax. Antes, todos eram parte de um povo só. Agora, eram grupos inimigos.
— Destruam os traidores de Qorrax! — berrava um dos guerreiros, que traziam tatuagens com o símbolo do sol em seus corpos.
Dentro da tribo, um ritual era realizado rapidamente. O maior guerreiro não havia partido para o combate. Estava junto de vários anciões, sentado com as pernas cruzadas diante de uma espécie de casa tribal. Seu corpo era pintado com várias runas feitas de uma tinta azulada, que diziam ter sido extraída diretamente da luz da lua.
— Anciões, deixem-me lutar! — gritava o guerreiro, escutando os gritos de seus amigos que eram mortos pelas tropas de Qorrax. — A tribo precisa de mim!
Os anciões, entretanto, nada diziam. Apenas finalizavam as pinturas corporais. E, quando a última gota de tinta caiu sobre o corpo do guerreiro, ele foi instruído a se levantar.
— Badru... você é o meu maior guerreiro — uma bela voz feminina começava a crescer, vindo na direção do guerreiro pintado. — Eu lhe encarregarei da maior missão de todas. Aquela que apenas posso confiar ao maior de todos.
Uma mulher saía da casa, emanando um brilho azulado de seu corpo. O guerreiro Badru arregalou os olhos, ajoelhando-se de forma respeitosa. Era a deusa Mwezi. Em seus braços, ela carregava um filhote de leopardo, que tinha runas em seu corpo em padrões semelhantes às runas pintadas em Badru.
— Este é Hodari. Meu filho — dizia Mwezi, entregando o filhote para Badru. O pequeno pantera negra abriu os olhos, revelando um forte brilho azulado, e lambeu o rosto de Badru.
— Deusa... o que quer que eu faça?
— Você verá...
De repente, as runas de ambos começaram a brilhar, e Badru sentiu a energia azul cobrir seu corpo. Rapidamente, sentiu-se mudar completamente, tornando-se um híbrido entre homem e pantera, com um colar em seu pescoço. O colar continha uma pedra azulada, com a forma de uma cabeça de pantera.
— Em seu corpo, carregará meu filho, Hodari. Em seu pescoço, carregará o coração dele. É sua função, Badru, proteger Hodari com sua vida. Eu uni suas almas. Vocês são como irmãos. Suas almas estão ligadas para todo sempre. A partir de hoje, Badru, você será conhecido como Atieno, o guerreiro leopardo. O protetor do Coração de Hodari.
Um forte som foi ouvido por todos ali, fazendo com que Badru se virasse. De longe, ele via os leais a Qorrax avançando contra a tribo. Era o fim da tribo de Mwezi. E ela, começando a se desfazer em luz, disse apenas algumas palavras finais.
— Vá, Atieno. Proteja Hodari, e ele te protegerá. Não deixe que Qorrax ponha as mãos no meu filho. Proteja-o de um jeito que não poderei.
O guerreiro, então, partiu, fugindo das forças de Qorrax e, eternamente, defendendo a vida de Hodari. Geração após geração. Reenarnação após reencarnação.
---
O helicóptero já havia deixado os heróis, mas eu não ia sozinho para casa. Junto de mim ia André, o Jogo de Cartas. Precisava contar aos meus pais sobre aquilo que me acontecera.
Ao chegar perto de casa, vi minha mãe, Julieta, desesperada no celular. Podia ouvi-la chorar. Pudera, eu fiquei 1 dia desaparecido. Até meu pai estava em casa. Havia uma aura de desespero ali. Eu podia sentir.
— Está pronto, Yago? — comentou André, caminhando ao lado dele, ainda vestido como Jogo de Cartas.
— Sim... — respondi, suspirando. — Vamos lá.
"Fique tranquilo irmão, vai dar tudo certo"
Ouvi as palavras de Hodari, e parti adiante. Minha mãe gritou o meu nome, e vi meu pai sair desesperado de casa. Depois, apenas pude ouvi-los chorar, e senti-los tremer. Era bom poder ouvir a voz deles novamente. Sentir seus cheiros. Sentir suas presenças. Mas havia outro problema...
— O que que... o que aconteceu com você, filho? — disse meu pai, tocando as regiões transformadas de meu corpo.
— Tudo pode ser explicado... — disse André, já se apresentando para evitar reações negativas. — Sou amigo de seu filho.
— Você... eu te vi na TV. No ataque ao parque. No NCFW. Você é o cara das cartas, não? — respondeu minha mãe.
— Mãe... ele é um dos heróis de Nova Capital. E... eu também sou.
Vi meus pais se calarem por um tempo... e vi minha mãe acenando. Meu pai, entretanto, parecia confuso.
— Filho... eu estava esperando a hora que você me contasse isso. Uma pochete no rosto, filho? Sério?
Ela riu, e fiquei totalmente tranquilizado. Então, ela começou a contar sobre seus conhecimentos da lenda. Contava também sobre quando ela tinha sido salva por Mwezi, numa expedição há mais de 20 anos. E que tinha aceito ser escolhida para conceber o retorno de Atieno. Seu único filho, eu.
— Nós vamos superar isso, filho. Eu irei te ajudar também. Estudei essas lendas todos esses anos, justamente para quando esse dia chegasse. O dia em que eu precisaria te ajudar. Filho, você tem uma grande responsabilidade em vida. Você deve proteger este colar e aceitar seu destino. Essa é sua missão, filho. Salvar o dia e proteger seu espírito-irmão. Filho... eu te amo, e irei estar do seu lado até o fim. Pode ter certeza disso.
E foi assim que este pesadelo terminou, com um abraço familiar conjunto. Jogo de Cartas até ofereceu ajuda para retomar minha forma humana, mas recusei. É como minha mãe disse... eu preciso aceitar meu destino. Aceitar minha responsabilidade. E proteger meu irmão de espírito. Independente dos custos.
- Quebra-Ossos
Re: [FHverso] Epílogos
23/10/17, 03:08 pm
EPÍLOGOS:
- MISSÃO:
- "Grupo novo de heróis acaba de salvar várias pessoas em desfile de moda em Nova Capital. Apesar dos esforços terroristas de um grupo liderado por um homem com braços de tentáculos, o grupo contando com encapuzados e civis no combate ao crime evitou um massacre ainda maior. Ainda não obtemos informações sobre a real intenção dos vilões, porém o grupo Purificadores foi citado [...]” ... Click – O grande monitor é desligado.
- A missão no desfile foi um sucesso. Parabéns Garoto! Algumas pessoas filmaram a luta, mandou bem no ataque surpresa desarmando o bandido com a tirolesa. Me lembrou de quando invadimos os laboratórios Ultratech para salvar aquelas pessoas que se tornariam cobaias no plano maluco do Doutor Escavassa. Estou orgulhoso de você!
- Obrigado! Sabia que já tínhamos usado isso antes, só não me lembrava aonde.
- Pois é. Tenho boa memória, esqueceu?
- Como se você me deixasse esquecer...
- Ah, organizei uma área maior do laboratório para você usar, já que agora você está por sua conta, vou tirar umas férias de uns dias.
- Vai atrás dela né?
- Bom, acho que Francine já se acostumou em me ver baleado. Além do mais, ela se tornou uma ótima farmacêutica. Sua empresa ganhou outro prémio essa semana.
- Sim, eu vi no canal 37. É melhor você se apressar então, lembra-se daquele cientista que começou a trabalhar pra ela mês passado? Fiquei sabendo que ele também estava interessado nela.
- Droga, aquele cara tem uns 10 anos a menos que eu.
- Ainda está aqui coroa?
- Estou de saída. Preparei um monitor de criminalidade para você. O computador tem um algoritmo que calcula automaticamente situações de risco de acordo com as imagens de câmeras de segurança das ruas e enviam para seu capacete. Quando descer, prepare seu banco de dados. Identifique as características de cada um que pôde notar ali presente. Ah, mais uma coisa, você utilizou seu canhão de forma muito potente contra o terrorista. Como lhe ensinei, o nosso foco não é matar os bandidos. Isso não faz de nós melhor que eles. Preparei um treinamento intensivo para você. Volto em algumas semanas. Sua mãe cuidará de minha avó enquanto isso. Sua biometria abre a porta do laboratório e os funcionários da casa foram informados que você estará estudando para um trabalho de escola nele. Não destrua nada até eu voltar.
- Entendido, mas não foi intencional...
- O controle de seu equipamento É responsabilidade sua. Não precisa de desculpas. Precisa de atenção. Eu tenho uma arma laser capaz de rasgar diversas pessoas ao meio enfileiradas. Aprendi a usá-la para que isso não aconteça. Só consegui isso por meio de treinamento, e é isso que estou propondo para que faça. Posso contar com você enquanto estiver fora?
- Sim, você está certo.
- Ótimo então. Boa sorte! Seu comunicador consegue contato com meu celular caso necessite.
- Obrigado. Cuidarei bem da cidade.
Um último aperto de mãos e Caio, o Dr. Incrível monta em um de seus veículos esportivos mais potentes. Vinicius só ouviu o barulho do motor que em segundos já sumia de vista. “Será que ele já poderia dirigir depois de ser baleado?” Sabia que essa era uma pergunta fácil de responder. Ele não permitiria que outra pessoa tocasse em algum de seus veículos precisos. O jovem se dirige então ao laboratório, uma porta com trava biométrica o permitia descer a um laboratório subterrâneo muito maior. Aparentemente Vinicius havia conquistado um espaço para montar suas próprias pesquisas, investigações e preparar seus planos de ação e esse seria seu ponto inicial.
BANCO DE DADOS PESSOAL DO SONAR:
Eventos:
- NCFW - Nova Capital Fashion Week:
- Desfile de gente rica sobre uma moda estranha. Não deu muito certo esse ano, com o ataque de terroristas sobre o evento.
Pessoas:
- HERÓI - Atieno (Jogador):
- O mais novo homem-gato da região. Nova Capital sempre tem algum desse tipo. Eu o vi conjurando uma lança de energia. Posso estar errado, mas seus poderes são providos de sua pedra no colar. Suas garras também são armas poderosas. Elas ajudaram a abater o líder dos terroristas do ataque ao NCFW. Uma pena que ele não tem um traje. Usar um estojo e fones de ouvido é demais até pra um iniciante.
- HERÓI - Cavaleiro de Aço (Jogador):
- O herói alado se mostrou preocupar com a segurança das pessoas. Embora seja algumas vezes um alvo fácil, se mostrou ser capaz de reagir de forma rápida ao perigo. Fala e age como militar. Acredito que seja capaz de inspirar pessoas e talvez um dia liderar uma equipe de heróis contra o mundo do crime.
- HERÓI - Dr. Incrível (NPC):
- O doutor Caio Arantes Correa é meu mentor e minha inspiração dentre tantos outros heróis. Seu histórico de combate ao crime só deixa a desejar por não levar o crédito de muitas de suas conquistas. Com mais de quarenta anos o cara ainda mora com a avó para que possa cuidar dela e conta com a minha mãe, que é uma enfermeira cuidadora para atender enquanto ele salva a cidade. Foi assim que conheci o cara e acabei descobrindo seu segredo.
Não sei exatamente como faz para conciliar tantos projetos ao mesmo tempo. Ele é um herói, cientista, professor universitário, cuida da própria avó doente e ainda encontra tempo entre seus trabalhos voluntários para se divertir com alguns amigos que vivem nesse mesmo ambiente que ele (e que agora também estou fazendo parte).
Me treinou durante um bom tempo, acreditou em mim e confiou na minha capacidade para fazer da cidade de Nova Capital um lugar melhor. Meus equipamentos foram todos fornecidos por ele. Não só isso, o cara possui a mais incrível coleção de carros esportivos que já vi. Desde carros clássicos aos mais modernos. Ele me permitiu utilizar seu laboratório com acesso total (pelo menos eu acredito nisso) enquanto está fora de férias, após ser baleado.
Foi ao encontro do grande amor da vida dele, de volta para Estrelato, cidade onde nasceu e cresceu com sua família problemática de gente rica demais para sentir algum afeto. Não sei ao certo se ele conseguiria finalmente convencer Francine de que podem ter uma vida a dois, mas isso é pessoal demais para eu poder dar algum palpite.
- HERÓI - Estelar (NPC):
- Estelar é um herói telepata poderoso conhecido dentre os mais famosos heróis do país. Foi ele que fez o chamado levando o grupo a se reunir e ajudar as pessoas no evento de NCFW,
onde a ex-heroína também renomada Flora estava em apuros, tal como outras dezenas de pessoas. Se não fosse ele, muitas pessoas nem teriam chance de escapar àquele desastre.
- HERÓI - Eulas (Jogador):
- Não entendi a desse cara. Ele não falou muito durante o ataque. Ele tem algum tipo de braço verde que se estica.
Poderia ser um bom herói, porém me parece não pensar muito antes de agir.
Aparentemente, estica seu soco na cara dos bandidos e tudo está resolvido.
- HERÓI - Ironia (Jogador):
- Despertei uma aversão à sua metodologia.
Ele simplesmente matou o bandido a sangue frio. Sua aparência de detetive de sobretudo a lá Sherlock Holmes não se torna menos brutal pela máscara de uma figura sorridente. na verdade talvez seja isso que o torne mais sinistro. Sei que ele acabou ajudando na missão do desfile. Só pude reconhecê-lo ao pegar as filmagens de uma câmera de um estabelecimento próximo. As vezes tenho calafrios em olhar para ele novamente.
- HERÓI - Jogo de Cartas (Jogador):
- Vi muito pouco o mago em ação, porém me pareceu ter certa habilidade. O fato de ser capaz de conjurar um espírito escravo para lutar para si me preocupa. O que será que ele poderia fazer se resolver não mais ser um cara bonzinho com a cidade? Será que seria ele capaz de trazer seu próprio exército de espíritos para lutar pelas suas vontades?
- HERÓI - Shinobi Vermelho (Jogador):
- Aparentemente um pirocinético mal treinado metido a lutador. Vestiu um disfarce feito com trapos sujos e fedorentos. O dia do desfile não foi o seu melhor dia. Talvez ele deva treinar mais.
Grupos:
- Purificadores:
- Não sei muito sobre eles ainda, porém algo me cheira a problema nesses caras. Sua última aparição foi na missão do desfile de NCFW. Um homem e seus capangas atacaram com o auxílio de tecnologia pessoas inocentes para chamar atenção de heróis e assim poder eliminá-los. Pelo menos foi o que fui capaz e entender em meio àquela confusão.
- Amôn
Re: [FHverso] Epílogos
23/10/17, 07:01 pm
EPILOGO – CAVALEIRO DE AÇO.
CAPITULO 01
- Desfile de Confusões:
- Preto.
Se a sua pergunta era, o que você vê quando é atingido na boca por tentáculo mecânico? Essa é a resposta. A dor só vem depois, quando você tenta se levantar do chão, onde você se estacou, é aí que seu sistema nervoso decide atacar cada célula do seu corpo, querendo forçar você a ficar no chão por causa da dor e da fraqueza, por isso você precisa de um bom motivo para se levantar, e o Cavaleiro de Aço tinha o melhor de todos, pessoas inocentes que precisavam ser protegidas, então ele se levantou.
Sua postura era tosca, sua forma de combate estava fraca, mas ele se erguia, quando conseguiu abrir os olhos viu Sonar o herói de vermelho, e foi obrigado a passar para ele a incumbência de ajudar os cidadãos, e ficou feliz ao ver que seu pedido foi atendido. O herói agora poderia se concentrar em eliminar a ameaça principal, ele se prepara, tenciona seus músculos, voltando ao controle do próprio corpo, limpa o sangue da boca, estala o pescoço que era o que mais doía no baque e voa para o ataque que todos já vimos.
Um soco na cara, um terrorista no chão. Três heróis lado a lado o encaravam prontos para o combate, o bandido amaldiçoava e tentava se levantar quando caiu novamente, dessa vez babando.
-Desculpem, o papo dele estava me irritando. - Todos olham para cima e veem o famoso herói Estelar, um dos mais reconhecidos em todo o País. - Obrigado por atenderem prontamente meu chamado. Vocês são novos, não?
"Então esse é o poder de um herói de verdade? Somos todos apenas um bando de iniciantes mesmo."
Antes que pudessem responder ele os lembra que existem pessoas presas nos destroços, e precisavam tira-las de lá, O Cavaleiro trabalhou árdua e incessantemente até que cada uma das pessoas fosse tirada de lá de dentro, assegurou que todos fossem tratados e levados para um hospital. O Herói conversava com um policial sobre os tais "Purificadores", sobre o fato de que uma investigação precisaria ser aberta, eles eram um grupo de fanáticos, mas aquele tipo de equipamento deveria ter outra origem, quando de repente algo agarra sua perna.
"Um ataque?!"
-Obrigada por ter salvo a mamãe!
Heitor é pego de surpresa por uma menina de uns 7 anos de idade abraçada em sua perna, quando ele se vira, vê uma mulher e um homem de braços dados logo atrás dela.
-Obrigado por ter salvo minha esposa sr...
-Cavaleiro de Aço - Completou a mulher, que o herói reconheceu como aquela que ele ajudou a levantar para que pudesse fugir. - Se não fosse você eu teria sido pisoteada até a morte lá, obrigada.
-Muitos heróis hoje em dia simplesmente saem por aí quebrando tudo em suas lutas contra os vilões, sem se importar com a população, mas você tirou a minha mulher daquele caos, por isso somos gratos.
Em todos os seus anos como militar, Heitor nunca tinha recebido um agradecimento sincero pelas suas ações, ele não sabia muito bem como agir em relação a isso, não recebeu treinamento de como lidar com pessoas sorrindo para você.
-Bem... er... Acho que só cumpri com o meu dever... Se não fosse eu, seria outro quem salvaria a senhora, tenho certeza. - Ele abaixa para a menina e sorri, e ela ri por causa do buraco em seu dente, mostrando que também perdera o seu dente de leite – Hehe... Vê? Somos todos pessoas comuns. Só o que precisamos é tomar a decisão de ajudar uns aos outros... Bem, eu preciso ir, fiquem bem!
O Cavaleiro de Aço se levanta e dá um passo para trás, em seguida erguendo voo num bater de asas suave, ele parte um pouco acanhado pela situação que acabara de acontecer, mas com um sorriso no rosto, aquela noite mudara a sua vida, naquela noite um ex-militar de transformava num herói, agora ele sabia que aquele era o seu papel neste mundo, podia não ser o herói mais poderoso, nem o mais famoso, nem o mais original, mas ele poderia ser uma pequena fagulha de esperança para algumas pessoas, e estava disposto a morrer por isto.
- Ironia
Re: [FHverso] Epílogos
24/10/17, 11:28 am
- Fantasma:
- EPÍLOGO - IRONIA - CAPÍTULO 1
- Tem mais um aqui! -Disse Sonar apontando sua arma sônica para uma pilha de parede destruida. Eulas agarra um pedaço grande de entulho e retira da pilha de destroços, revelando um sobrevivente assustado.
Todos os heróis presentes estavam ajudando no que podiam. Shinobi Vermelho absorvia alguns focos de incêndio, mas por conta de sua sobrecarga, não fazia com tanta eficiência, porém ajudava como podia. Sonar e Estelar localizava mais sobreviventes perdidos e presos pela destruição do local. Eulas, Flora, Jogo de Cartas e Estelar também resgatava os desolados que ficaram presos na guerra e nos escombros.
Cavaleiro de Aço e Ironia ficaram com o dever de ajudar os enfermos, isso incluia Atieno. Isso não era problema para Cavaleiro de Aço, pois a presença dele emanava segurança. Mas para Pedro, era uma tarefa que ele não gostava muito. Depois do incidente, ele ficou bem anti-social. Cavaleiro de Aço o incentivava de que aquilo era muito importante e que o detetive fez a diferença, mas pro Ironia, tanto fazia o que ele estava fazendo.
- Por quê não entrega estas bandagens para o herói bem alí? -Disse Cavaleiro de Aço apontando para Yago.- Ele se saiu bem hoje, não acha?
- É.
- Posso fazer uma pergunta? -Cavaleiro de Aço ajuda a enfaixar uma vítima, mas sem deixar de puxar papo com seu "colega".- Por quê você usa esta máscara? Você está tentando passar uma imagem amigável ou você foi ferido gravemente no s...
- Olha, sua vontade de fazer novos amigos é invejável. -Disse Pedro sem muita paciência.- Por quê você não dá mais atenção praquela moça alí? -Ele aponta pra uma das sobreviventes não longe de onde estavam.- Ela acabou de sair de um relacionamento recente, está com a auto-estima muito baixa e ainda não encontrou sua amiga no meio dessa bagunça.
- Quê? -Cavaleiro foi pego desprevenido pela atitude do detetive e por ele saber de tal informação.- ...Como...
- Tem uma marca de anel na mão dela. Ainda está recente. pela falta de maquiagem nela em um evento como esse, diria que o cara que terminou com ela e está triste desde então. Ela não viria aqui sozinha, então veio acompanhada de uma amiga. Essa amiga ficou com dó e resolveu trazer ela pra cá pra fazer a amiga se divertir. -Pedro faz uma pausa para dar tempo pro Cavaleiro de Aço digerir todas essas informações, mas logo continua- Explosão, confusão, tiroteio e aqui estamos... E ela quer muito, especificamente, o seu amparo, mas ela não sabe como pedir isso. Se você olhar pra ela agora, ela vai desviar o olhar.
O Herói ficou alguns minutos tentando raciocinar e ligar tudo o que ouviu ate agora e resolve olhar para a vítima.
Dito e feito. A vítima desvia o olhar para uma direção aleatória, mas fica dirigindo rapidamente o olhar para o Cavaleiro. Quando ele Volta sua atenção para o detetive, ele já está longe, não para ajudar outras pessoas, mas pra não conversar mesmo. Pedro caminha em direção ao Atieno pra entregar as bandagens, mas o socorro chega com sons de carros de polícia, ambulâncias e caminhões de bombeiros.
Atieno recebe uma pequena pancada na cabeça e uma bandagem cai no seu colo. Ele procura o responsável, mas não vê ninguém por perto.
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Ironia corre em direção ao seu carro pra fugir dali antes que as autoridades percebam a sua presença. Ele abre o carro, se bagunça com a chave e dá partida no motor, fugindo dali com êxito.
Ele dirige por alguns quarteirões e regula seu espelho retrovisor central. quando volta a sua atenção para o trânsito, uma mulher surge na frente dele, fazendo-o frear bruscamente. Pedro sai do carro ofegante pelo susto pra ver se a mulher estava bem, mas ele não encontra nada. Ninguém. Ele está sozinho no meio da rua e, de repente, uma forte enxaqueca o acerta em cheio, fazendo-o ajoelhar ao lado do carro.
"Amor..."
Ele rasteja, tentando abrir a porta do carro.
"Fecha os olhos que eu tenho uma surpresa..."
Ironia consegue abrir a porta com muita dificuldade, mas ele desaba no interior do carro.
"Você é o meu herói, sabia?..."
O detetive encontra a capsula com comprimidos no acento do passageiro, bem aonde deixou antes.
"Não se esqueça de mim..."
-Eu não vou.- Disse Pedro em meio as dores e lágrimas, tentando desesperadamente abrir o pote. quando consegue tomar sua dose, Ironia tranca seu carro e se deita no banco de trás, esperando seus fantasmas desaparecerem pouco a pouco. Vozes são ouvidas cada vez mais distantes na sua mente até que o silêncio prevalece...
...E lá Ficou...
...Chorando...
- Sequestro de rotina:
- Depois que Pedro começou do zero contra a sua vontade, algumas rotinas esquisitas começaram a fazer parte da vida dele como fazer trabalhos avulsos para garantir sua moradia na casa da Dona Suzana (procurar animais perdidos, babá, apaziguar brigas de moradores, trazer vizinhos bêbados de volta pra casa) e se meter em problemas envolvendo vilões super-humanos e aspirantes a heróis.
mas, com suas pesquisas, informações e teorias que o detetive coleta no seu dia-a-dia, ele despertou interesse de algumas pessoas importantes (algumas com boa índole, outras para venda de dados), o que resulta em sequestros rotineiros e, como hoje é Terça-Feira, era o rodízio da P.E.G.A.S.U.S..
No ato, Pedro estava levando uma sacola pesada depois de ter saido do sacolão quando uma Van prata parou na frente dele. Cinco agentes de terno preto sairam do veículo, porém, nenhum deles estava armado. Apenas um que segurava um saco preto. O detetive sabia que isso iria acontecer, mas era raro a esta hora da manhã.
Pedro pediu a um dos agentes para entregar a sacola no na casa onde estava hospedado e deu permissão para ser sequestrado.
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Informação. A pedra filosofal que trasnsforma ferro em ouro.
Não há nada mais valioso do que saber o segredo de alguem para usar como chantagem.
Não há nada mais valioso do que saber primeiro que seu rival para tomar vantagem.
Não há nada mais valioso do que saber com antecedência para se preparar.
Pedro era bom no que fazia. Dizem os rumores que ele é a pessoa mais esperta e inteligente de toda a Nova Capital. Pode ser mentira o que as pessoas dizem. Ele até que gosta de ouvir esse tipo de coisa, mas é um mero engano se precipitar com tal boato, pois existe uma pessoa melhor que ele.
Um dos agentes tira a sacola da cabeça do detetive, revelando uma sala pequena com uma mesa simples de metal, uma cadeira, um alto-falante encima da mesa, daqueles usados em reuniões e conferências, e mais nada. Sem janelas, vidros espelhados, câmeras de segurança... nada. O lugar perfeito para deixar um diálogo em sigilo. O agente se retira da sala e tranca a porta.
Pedro aguarda alguns poucos minutos, se ajeitando na cadeira, bocejando, coçando o olho até que uma pequena luz vermelha acende no alto-falante. Está na hora de conversar.
- Hoje estou tão feliz quanto um pinto no lixo.
- Você é a pior coisa que aconteceu na vida depois da vida. - Disse uma voz tão padronizada e eletrônica quanto o Google Tradutor. Não é o melhor meio de compartilhar informações, pois não existe pontuação gráfica nesse sistema de comunicação, o que dava certa aflição a quem usasse este método de conversa.
Pode não parecer, mas era o diálogo chave para confirmar a identidade dos presentes.
- Então, o que você desej...
- Você perdeu a cabeça seu saco de bosta.
- ...Fica bem dif...
- Se você quer dar as caras e voltar dos mortos que invadisse o canal da Globo no meio do programa da Ana Maria Braga e tirasse a máscara por que você se meteu no desastre da NCFW.
- ...Olha, Fica bem difíci...
- Tinha duas lendas no evento fora outros super-humanos que se reuniram não sei porquê parece que a cidade gera heróis do mesmo modo que um porco-da-índia gera crias fora tamebm que nosso pessoal estava a camin...
- Você não sabe como estavam as coisas por lá! -Disse Pedro alterando seu tom de voz.- Tinha gente ferida, baleada e assustada lá. Isso sem contar os sentimentos de perda naquele evento!
Silêncio.
- Pra desgraça o seu pessoal. -Disse o detetive um pouco mais calmo.- Se não fosse nós lá naquele caos, a situação estaria bem pior. -Pedro passa a mão na testa, tentando tirar a tensão do rosto.- Olha, eu vou tentar ser mais discreto, ok? Eu irei...
- Como você foi no parque de diversões no centro.
- ...Olha, aquilo...
- Sua definição de discreto é absurdamente irritante eu não sei o que você estava fazendo lá provavelmente perseguindo o fantasma dela seja o que for estou cagando vamos para o que intere...
- Vindo de você, nem parece que é casada.
Silêncio.
Daria pra contar em uma única mão as pessoas que sabem das alucinações do Pedro. Algumas pessoas entendem e respeitam o impacto que isso causou nele e o luto que ele sentia. Ela, por outro lado, tem pouco coração para querer entender isso.
- Você cala essa sua boca.
- Ele tá aí do seu lado, né? Sério, como ele te suporta? Sabia que ela é sem coração o suficiente para...
- Eu juro que se você não calar essa boca eu te trancafio junto com o Leproso e o Megalodon.
- Teve uma vez que ela saiu com um cara chamado Thiago. Ela pegou um espetinho de carne...
Logo, Pedro ouve um grito bem longe de onde estava, mas era claramente uma demonstração de fúria, indignação, ódio e vontade de atirar em alguem. Tudo seguido com o audio do auto-falante:
- Aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa.
O detetive se sente um pouco mal por ter feito ela gritar, mas ele se pega rindo, lembrando dos velhos tempos. Passa alguns minutos de silêncio e Pedro sabia o motivo disso: Ela estava fumando.
- Isso vai te matar um dia. Você deveria maneirar.
- O que eu faço ou deixo de fazer não é problema seu pudim de cana vamos falar de negócios o que descobriu no NCFW.
- Seis pessoas perigosas. Cinco estavam...
- Disso eu já sei eu quero saber de mais.
- Purificadores. Parecem ser novos, mas estão recebendo patrocínio de alguem. -Pedro faz uma pausa para dar tempo de anotarem as informações.- Alguem grande o suficiente para financiar um grupo anti-super-humanos. Nem sei se esse termo existe, mas enfim...
- Não só dinheiro mas a informação de que duas lendas estariam no evento é uma oportunidade única para um ataque de média escala.
- Média?
- Já vi piores mais alguma coisa sobre os outros heróis.
- Nunca ví na vida. Recebemos o mesmo pedido de ajuda e aparecemos lá. -O detetive deu de ombros.- Como você disse, a cidade está cheia de heróis.
- Descobriu alguma coisa.
- Infelizmente é difícil dizer porque...
- Não foi uma pergunta foi uma afirmação você descobriu alguma coisa.
- Estou tentando te dizer: fica dificil entender uma frase com essa coisa. -Ironia aponta para o auto-falante, em vão de mostrar alguma coisa pra alguem.- Descobri pouca coisa, mas nada que revele a índole, origem de habilidades ou prato favorito deles.
Silêncio, Mas o detetive conclui que eles estão registrando todos os dados.
- Parque de diversões.
- Aquilo era um teste. -Pedro joga a perna para o braço da cadeira, se debruçando na mesma.- Não tinha família, perigo real, porra nenhuma. -Ele tira seu bloco de notas do bolso e pigarreia, sinalizando que ira citar uma lista.- Asma, nome merda pra vilão, construtos de luz, controle mental, ilusionismo. Ou esse cara é um magnata excêntrico que gosta de pregar peças ou era um teste planejado por mais de uma pessoa. Alguns até com poderes.
- Faz sentido.
Pedro guarda seu caderno e se ajeita na cadeira.
- Mais alguma coisa?
Silêncio.
- Só não se meta em grandes problemas e que eu te amo bastante.
- ...Tambem te amo. -O sentimento era recíproco, mas vindo de uma voz robotizada, era quase artificial.
Sílêncio
- Até mais e obrigado pelos peixes.
A frase de coclusão, Pedro percebe. Ele sorri de canto de boca e diz:
- Mamãe te achou no lixo. -Essa não era a frase de conclusão, mas ele sempre gostou de importunar ela. A frase se repete:
- Até mais e obrigado pelos peixes.
- ...O mundo irá ser destruído.
A porta é destrancada.
- Ração do mesmo saco:
- Um Chevelle SS 454 é estacionado em um dos becos do centro da cidade. O carro é preto metálico por completo. Seus assentos de couro estão impecavelmente limpos. seu painel é de mógno, O ronco potente do motor e silenciado quando o homem trajando terno preto, calça de linho italiano e sapatos de couro retira a chave da ignição. Do porta luvas, ele retira uma mascara amarela com um sorriso negro, um par de óculos escuros e um chapéu fedora.
Fazia três dias desde que o incidente na PEGASUS ocorreu e Ironia se lembra com perfeição de ter deixado seu carro na base e no dia seguinte seu carro estava parado em frente ao barracão em que ele está residindo. A inspeção em ter uma bomba ou um rastreador no veículo foi feita com a minúcia que somente Pedro poderia realizar.
Desde o "incidente", o detetive não confia em tanta gente quanto ele confiava antes. seu senso de confiança foi destruído junto com sua sanidade. Todos os dias ele checa seu carro, seu quarto, a comida que come, o uísque que bebe, o remédio que toma... Quando dizem que ele é o fundo do poço ambulante, quase não é uma metáfora.
É uma noite de chuva. Um trovão oco é ouvido longe. Pedro sai do carro e se protege de ficar molhado embaixo de um telhado de amianto velho. Consigo, uma pasta com dois nomes estava guardado em um dos bolsos internos de seu terno. Ele olha seu relógio de pulso e percebe que se adiantou no horário. Isso é bom.
Ironia retira uma sacola preta do bolso, coloca a pasta dentro dela e joga no monte de lixo. sorte do detetive que o lixo estava embaixo do mesmo telhado de amianto. Algum bom samaritano que sente pena dos lixeiros que carregam sacos de lixo molhados pensou nos trabalhadores públicos. Feito isso, Pedro entra no carro, dá a partida no motor e dirige para fora do beco, seguindo rumo nas ruas.
--------------------------------------------------------------------
3 horas se passam.
Um homem encapuzado cai de um dos prédios em uma aterrissagem quieta e perfeita. usava uma máscara que cobria apenas os olhos e um colete marrom com uma estampa canina do centro do busto. Ele inclina sua cabeça para cima, como se estivesse ouvindo o ar ou sentindo o cheiro dele.
Sua atenção é direcionada para o monte de lixo embaixo do telhado. Em passos largos, O encapuzado caminha em direção aos sacos de lixo e vasculha entre eles, encontrando a sacola preta com a pasta que Pedro tinha jogado fora. O estranho fareja a pasta para confirmar suas suspeitas: uísque, miozan, olanzapina e pólvora. A união destes itens restringe a lista de conhecidos do homem misterioso para 1 pessoa. Isso se confirma quando ele observa o conteúdo da pasta: duas fotos com dados básicos como nome, altura, peso, habilidades, poderes, fraquezas e outras observações rabiscadas a caneta azul.
No meio da pasta, tem um bilhete escrito:
{Eles precisam de treinamento. O garoto precisa de mais habiliade. A garota precisa de controle. Peça ajuda para a Pérola Negra. Estou ocupado.}
Relutante, o encapuzado guarda a pasta dentro de seu colete, mas quando estava prestes a saltar em direção a um andaime, ele sente algo a mais dentro da sacola. Ele vasculha e encontra um saquinho de petiscos para cães sabor churrasco e um bilhete escrito:
{Bom garoto.}
Isso enfureçe um pouco o homem misterioso, mas ele guarda o saquinho no bolso. Seu animal de estimação merece uma recompensa.
O estranho salta em direção as escadas do andaime do prédio a direita e desaparece na noite.
- Orbital
Re: [FHverso] Epílogos
09/11/17, 11:10 pm
- As últimas semanas têm sido de bastante aprendizado para Daniel. Seu manuseio com armas ninjas, e seu dom pirocinético tem crescido consideravelmente. Mas o que dizer de um jovem que chegou aqui com grandes sonhos e ambição em conquistar suas coisas. Sim, Daniel chegou em minha loja, dizendo, que queria trabalhar para dar uma vida melhor para sua família. Que queria crescer profissionalmente, ser um homem poderoso. Mas eu vi algo mais neste jovem, algo que se assemelha a mim em outros tempos. Não que eu seja tão velho, sou pouca coisa mais velho que este jovem. Enfim ele tem uma chama interior, uma vontade tão grande ascender, fazer o diferencial na vida das pessoas, talvez por isso resolvi treina-lo. Tanto para ajudar por lenha nessa fogueira, como para tentar reacender a minha ... -
Mais um dia de trabalho e Daniel já estava ansioso para dar sequência aos seus treinos com Rafael, porém alguns pensamentos tomavam sua mente.
- Como as coisas estão ficando mais estranhas nesta cidade. Óbvio sempre foram. Caramba com poucos dias eu lutei contra terroristas, virei notícia juntamente com aqueles heróis, logo em seguida aquele ataque do Sr.Medo que foi muito estranho. Será que me tornei um herói de verdade agora?! Ou sou apenas um quadju ante?!
Não importa, o que vale é que ajudei a salvar vidas, dei um uso e sentido em meus dons, que me tiraram do caminho que queria seguir. Mas ainda há algo que preciso saber do Sensei, e tenho que ser direto. Mesmo que ele tenha uma calma tão fria em falar, vou precisar me esforçar. -
O barulho da vassoura batendo em um vaso quase o fazendo cair, faz com que o garoto volte a prestar atenção no que fazia, o tirando de seus devaneios.
Mais um dia de trabalho e Daniel já estava ansioso para dar sequência aos seus treinos com Rafael, porém alguns pensamentos tomavam sua mente.
- Como as coisas estão ficando mais estranhas nesta cidade. Óbvio sempre foram. Caramba com poucos dias eu lutei contra terroristas, virei notícia juntamente com aqueles heróis, logo em seguida aquele ataque do Sr.Medo que foi muito estranho. Será que me tornei um herói de verdade agora?! Ou sou apenas um quadju ante?!
Não importa, o que vale é que ajudei a salvar vidas, dei um uso e sentido em meus dons, que me tiraram do caminho que queria seguir. Mas ainda há algo que preciso saber do Sensei, e tenho que ser direto. Mesmo que ele tenha uma calma tão fria em falar, vou precisar me esforçar. -
O barulho da vassoura batendo em um vaso quase o fazendo cair, faz com que o garoto volte a prestar atenção no que fazia, o tirando de seus devaneios.
- Meia-Noite
Re: [FHverso] Epílogos
15/11/17, 03:31 pm
Vou postar aqui uns prequels da história do jogo de cartas, e de como ele conheceu Nybras e entrou para a ordem de magos.
O sino da porta ressoou acompanhado do rangido de madeira. Era uma porta velha e escura, assim como o resto dos moveis do antiquário. "Seja bem vindo" dizia a placa pendurada acima do balcão. Tudo ali cheirava a antiguidade, várias prateleiras e armários antigos se estendiam até o fundo da loja. As paredes estavam preenchidas de relógios, perfeitamente cronometrados. Além disso, vários quadros com retratos de pessoas mórbidas acompanhavam a decoração, e a cada "tick" e a cada "tack" transmitiam a sensação de estarem observando algo ou alguém.
André engoliu seco e se perguntou se esse realmente era o lugar correto. Fechou levemente a porta atrás de sí, tentando em vão diminuir o barulho agudo da madeira. Caminhou para dentro da loja observando com mais calma a infinidade de objetos espalhados. Atrás do balcão que estava vazio, diversos pratos de porcelana, alguns que deveriam valer uma fortuna dado o acabamento tão detalhado. A esquerda do balcão, próximo a um busto de bronze inacabado, haviam diversos frascos de conserva com pimentões, um deles aberto, exalando um cheiro incomodo que fazia arder os olhos. André tapou o nariz e passou por ele, se perguntando se haveria alguém na loja. Pensou em perguntar se alguém estava ali, mas imaginou que assim como em um filme de suspense, um sujeito apareceria atrás dele no exato momento.
-Olá! olá! olá!
Deu um pulo para trás esbarrando em um armário empoeirado. Era um papagaio no poleiro, repetindo por diversas vezes "Olá" até arrepiar os pelos e parar por um momento. André se sentiu ridículo, nada ali era assustador como parecia a primeira vista, eram só antiguidades e uma ou outra bizarrice, fora isso o papagaio parecia amigável e não havia qualquer sinal de presenças malignas como foi dito que encontraria.
-Olá amigo...é você o dono desse lugar?
-Está na hora, está na hora, está na hora!
-Hora? hora do que?
O papagaio apenas continuou repetindo sua frase até que todos os relógios do antiquário começaram a badalar sinos, tocar despertadores e saltarem os cucos. André tapou os ouvidos, tudo parecia ter ganhado vida por um momento, as prateleiras começaram a tremer enquanto os quadros chacoalhavam na parede, um lustre de cristal tremia no topo da loja, dando o ar que cairia a qualquer momento. Por fim André sentiu uma mão no ombro, e no mesmo instante todo barulho havia cessado.
Olhou para trás assustado, até notar que se tratava de uma senhora de idade, ela trajava uma jaqueta esportiva rosa, o cabelo estava preso por um laço e um óculos escuro escondia seus olhos. Devia ter 1,50 de altura parecia de certa forma cômica, um contraste e tanto com o resto da loja.
-E-eu...o que foi isso?
-É três e trinta e três da tarde, hora que eles começam a ficar agitados, espere só pra ver como eles ficam as três e trinta da manhã.
-Eles quem?...quer dizer...me desculpe. Eu só estou procurando o dono.
-Eu sou a dona rapaz, ou só porque eu sou velha você achou que eu faço parte da mobilha?
-Eu...
-Hahaha, to só tirando sarro de você. Então o que você deseja? Veio levar algum presente pra namorada?
-Não...olha...eu sei que isso é estranho... - Olhou ao redor como se tudo ali já não fosse estranho.
-Mas me disseram que eu podia achar um artefato de poder aqui.
André esperou que a senhora reagisse como qualquer pessoa sensata, e passasse a trata-lo como um maluco. Mas ao invés disso ela arqueou as sobrancelhas e disse:
-ahhh...Porque você não falou antes? Venha comigo.
A senhora virou as costas e retirou um molho de chaves do bolso da blusa. André pode notar vários anéis com pedras preciosas em sua mão. Além disso ela portava pequenos broches em cada brinco, com desenhos de runas e circulos de proteção. André pode identifica-los apesar de ainda ser um iniciante nas artes misticas.
-Por aqui André.
Demorou alguns segundos para perceber que a senhora baixinha de moletom esportivo havia acabado de chama-lo pelo nome. E se perguntou se havia dito anteriormente, mesmo na rua no caminho até lá.
-Como você sabe meu nome?
-Eu já previ que você ia aparecer André, é isso que eu faço, facilito o encontro do artetafo com seu portador. É um negócio de familia. Me chamo Aurora.
Aurora abriu uma porta e desceu algumas escadas até a parte inferior da loja, havia outros objetos ainda mais atraentes e intrigantes. Cajados, esferas, espadas, colares, caveiras, capas e outras dezenas de itens.
-Pode escolher.
André se sentiu maravilhado ao mesmo tempo apavorado, um infinidade de energias caminhavam por aquele local, algumas emanavam luz, e outras pareciam sugar sua energia. Se ficasse ali por muito tempo poderia enlouquecer. Mas meio a toda aquele caos, algo atraiu sua atenção, uma caixa rustica de madeira, com uma figura estranha de orelhas pontudas talhada na tampa. Caminhou até ela, e foi como se não tivesse mais controle de sí, se tornando apenas um espectador dentro do próprio corpo. Abriu a tampa e retirou o baralho.
Naturalmente separou a cartas, embaralhou e puxou uma delas. Ás de espadas.
-Qual o preço?
-Ele já é seu, a única condição, é que você não pode devolve-lo.
-Eu...aceito.
O baralho - Parte 1
O sino da porta ressoou acompanhado do rangido de madeira. Era uma porta velha e escura, assim como o resto dos moveis do antiquário. "Seja bem vindo" dizia a placa pendurada acima do balcão. Tudo ali cheirava a antiguidade, várias prateleiras e armários antigos se estendiam até o fundo da loja. As paredes estavam preenchidas de relógios, perfeitamente cronometrados. Além disso, vários quadros com retratos de pessoas mórbidas acompanhavam a decoração, e a cada "tick" e a cada "tack" transmitiam a sensação de estarem observando algo ou alguém.
André engoliu seco e se perguntou se esse realmente era o lugar correto. Fechou levemente a porta atrás de sí, tentando em vão diminuir o barulho agudo da madeira. Caminhou para dentro da loja observando com mais calma a infinidade de objetos espalhados. Atrás do balcão que estava vazio, diversos pratos de porcelana, alguns que deveriam valer uma fortuna dado o acabamento tão detalhado. A esquerda do balcão, próximo a um busto de bronze inacabado, haviam diversos frascos de conserva com pimentões, um deles aberto, exalando um cheiro incomodo que fazia arder os olhos. André tapou o nariz e passou por ele, se perguntando se haveria alguém na loja. Pensou em perguntar se alguém estava ali, mas imaginou que assim como em um filme de suspense, um sujeito apareceria atrás dele no exato momento.
-Olá! olá! olá!
Deu um pulo para trás esbarrando em um armário empoeirado. Era um papagaio no poleiro, repetindo por diversas vezes "Olá" até arrepiar os pelos e parar por um momento. André se sentiu ridículo, nada ali era assustador como parecia a primeira vista, eram só antiguidades e uma ou outra bizarrice, fora isso o papagaio parecia amigável e não havia qualquer sinal de presenças malignas como foi dito que encontraria.
-Olá amigo...é você o dono desse lugar?
-Está na hora, está na hora, está na hora!
-Hora? hora do que?
O papagaio apenas continuou repetindo sua frase até que todos os relógios do antiquário começaram a badalar sinos, tocar despertadores e saltarem os cucos. André tapou os ouvidos, tudo parecia ter ganhado vida por um momento, as prateleiras começaram a tremer enquanto os quadros chacoalhavam na parede, um lustre de cristal tremia no topo da loja, dando o ar que cairia a qualquer momento. Por fim André sentiu uma mão no ombro, e no mesmo instante todo barulho havia cessado.
Olhou para trás assustado, até notar que se tratava de uma senhora de idade, ela trajava uma jaqueta esportiva rosa, o cabelo estava preso por um laço e um óculos escuro escondia seus olhos. Devia ter 1,50 de altura parecia de certa forma cômica, um contraste e tanto com o resto da loja.
-E-eu...o que foi isso?
-É três e trinta e três da tarde, hora que eles começam a ficar agitados, espere só pra ver como eles ficam as três e trinta da manhã.
-Eles quem?...quer dizer...me desculpe. Eu só estou procurando o dono.
-Eu sou a dona rapaz, ou só porque eu sou velha você achou que eu faço parte da mobilha?
-Eu...
-Hahaha, to só tirando sarro de você. Então o que você deseja? Veio levar algum presente pra namorada?
-Não...olha...eu sei que isso é estranho... - Olhou ao redor como se tudo ali já não fosse estranho.
-Mas me disseram que eu podia achar um artefato de poder aqui.
André esperou que a senhora reagisse como qualquer pessoa sensata, e passasse a trata-lo como um maluco. Mas ao invés disso ela arqueou as sobrancelhas e disse:
-ahhh...Porque você não falou antes? Venha comigo.
A senhora virou as costas e retirou um molho de chaves do bolso da blusa. André pode notar vários anéis com pedras preciosas em sua mão. Além disso ela portava pequenos broches em cada brinco, com desenhos de runas e circulos de proteção. André pode identifica-los apesar de ainda ser um iniciante nas artes misticas.
-Por aqui André.
Demorou alguns segundos para perceber que a senhora baixinha de moletom esportivo havia acabado de chama-lo pelo nome. E se perguntou se havia dito anteriormente, mesmo na rua no caminho até lá.
-Como você sabe meu nome?
-Eu já previ que você ia aparecer André, é isso que eu faço, facilito o encontro do artetafo com seu portador. É um negócio de familia. Me chamo Aurora.
Aurora abriu uma porta e desceu algumas escadas até a parte inferior da loja, havia outros objetos ainda mais atraentes e intrigantes. Cajados, esferas, espadas, colares, caveiras, capas e outras dezenas de itens.
-Pode escolher.
André se sentiu maravilhado ao mesmo tempo apavorado, um infinidade de energias caminhavam por aquele local, algumas emanavam luz, e outras pareciam sugar sua energia. Se ficasse ali por muito tempo poderia enlouquecer. Mas meio a toda aquele caos, algo atraiu sua atenção, uma caixa rustica de madeira, com uma figura estranha de orelhas pontudas talhada na tampa. Caminhou até ela, e foi como se não tivesse mais controle de sí, se tornando apenas um espectador dentro do próprio corpo. Abriu a tampa e retirou o baralho.
Naturalmente separou a cartas, embaralhou e puxou uma delas. Ás de espadas.
-Qual o preço?
-Ele já é seu, a única condição, é que você não pode devolve-lo.
-Eu...aceito.
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