Question - Interrogação

"Passei onze terríveis anos no exército americano. Uma batalha que parecia inacabável destruía o Afeganistão. Do treinamento que recebi não tenho do que reclamar. Aprendi quatro tipos de luta: boxe, karatê, kung fu e jiu-jitsu. Unifiquei ele em um só, que chamo de ATKandDEF (pronúncia: atêike-ande-déf). Rapidamente fui sendo promovido até ser convocado. Nessa guerra perdi muitos amigos, mas matei muitos inimigo. Eu, satisfeito? De modo algum!

A guerra acabou e hoje tenho trinta e um anos. Voltei a minha cidade natal, Palm Beach, Flórida. Sei falar muito bem português. Meu pai é brasileiro, mas minha mãe, que faleceu em meu parto, era americana. Fui morar com o meu pai no Brasil, pois ele ficou muito doente. Em pouco tempo morreu. Pensei em voltar aos EUA, mas decidi ficar em São Paulo. Sem outra coisa para fazer, fui me inscrever para PM. Com minha ótima ficha, decidiram me colocar no grupo especial G.I.R. (Grupo de Intervenção Rápida), cujo objetivo era deter rapidamente assaltantes, assassinos, ladrões, ou qualquer outro tipo de criminoso.

Trabalhamos muito bem. Mas um dia, algo me chamou atenção. Em um assassinato fomos chamados, pois tinham informações de que o criminoso estava nas redondezas. Chegando ao local do crime, fui designado para periciá-lo. No chão um corpo estirado sem nenhuma mancha de sangue. Sem nenhum machucado ou arranhão. O que acontecera ali? Meu relatório foi curto e grosso: Sem pistas. Causa: Desconhecida.

Cogitaram meu envolvimento. Fui expulso do grupo permanecendo somente na PM enquanto aguardava o julgamento. Investigação atrás de investigação e nada concreto. Eu não poderia chegar a cem metros da cena do crime nem ter acesso aos dados. Eu sempre fui dedicado a justiça. Queria de todo jeito ajudar e algo me incomodava nesse caso, mas não sabia o que.

Pedi para voltar ao grupo. Não aceitaram. Cogitaram até em eu ter problemas psicológicos. Eu me perguntava o motivo de fazerem uma tempestade em copo da água por um simples relatório claro de que não havia nenhuma evidência no local e nas redondezas.

Eu me lembrei daqueles heróis que tanto acompanhei nos quadrinhos, desenhos e filmes. Pensei em me tornar um detetive, um pleno herói igual ao B-Man (Batman). Mas havia um detalho que me impedia: a grana! Tive que fazer uma máscara mais simples. Peguei uma toca branca, costurei os olhos com um tecido que não dava para ver meu olho por fora, mas eu via tudo por dentro. Costurei um ponto de interrogação grande na face da máscara. Coloquei um terno (paletó e calça) preto, uma camisa azul água e um sapato formal. Estava pronto! Assim tudo começou!"

No capítulo 2: Question pratica sua primeira ação como herói e resolve o caso!