- Ciclone
Chamado do Vazio.
28/03/13, 01:22 am
Escrevi pra passar o tempo mesmo...
- Spoiler:
- Eu nasci na escuridão da caverna mais profunda e gelada de Niflheim, minha mãe mal aguentara o parto de meus semelhantes, e meu pai pouco se importara com nossos destinos.
Jogados e confinados nos mais profundos calabouços dos 7 reinos, fomos ensinados não outra emoção além de ódio. Temido por minha força, fui aprisionado desde jovem, acorrentado tal qual uma vadia atendendo os mais profundos e macabros desejos que atormentam a mente de um lorde. Cresci esperando o tempo do fim. Onde finalmente me libertaria e ajudaria a por um fim a esses tolos que tem a coragem de se chamarem Deuses. Fui tolo o bastante para acreditar que poderia superar a profecia que gravava meu nome, que poderia matar pai e filho, e sobreviver ao fim de tudo. De ter o que restara para mim. Como podia estar mais enganado?
O fim chegou, ainda fui sujeito á profecia, e agora que tudo se foi, me encontro aqui, sozinho. Não sei como, pois tenho lembrança de Tyr, usando sua única mão, ultrapassando sua espada dourada exatamente pelos meus olhos, extinguido minha vida com um misto de temor e fúria. Uma morte limpa, bela e digna de um guerreiro.
Porém, aqui estou eu, no meio de um deserto branco de neve, faminto, sedento e confuso...
O que é isso? Esse som que ouço a quilômetros daqui? Uma vilarejo... um vilarejo festejando algo. Um banquete digno do Lobo do apocalipse.
Com minha velocidade, mesmo nessa forma humana frágil, me aproximo do lugar em matéria de segundos, porém de forma silenciosa. Tento não alarmar seus habitantes de minha presença. Tudo é mais divertido de surpresa.
40, 60, 70 pessoas festejando. Vejo algumas dela vestidas com partes de armaduras, outras balançando espadas e lanças. Se eles são guerreiros ou não, não é possível determinar de imediato, mas será um prazer descobrir.
Com um único movimento de minhas mãos, mesmo nessa forma frágil, corto 2 deles ao meio como se fossem feitos de palha e minhas mãos, poderosas laminas. Suas entranhas agora enrolam meus braços. Me anúncio:
-Quem quer que se considere digno do tempo e fúria de Fenrir, o Lobo do Apocalipse, erga suas armas e venha para luta. Caso contrário, se escondam e assistam enquanto violento suas mulheres e me delicio com as entranhas de suas crianças.
Estou desapontado, eles hesitam por um segundo. Se fosse outro, eles já estariam mortos. Não importa, agora eles atacam. Deixo suas espadas me arranharem, apenas para verem minha carne se juntando novamente segundos após seus golpes. Não preciso de mais do que 1 soco para quebrar o crânio de cada guerreiro. Eles não param, porém logo noto o medo em seus olhos, o tremor em suas pernas, e a hesitação em seus atos. Desapontado, realmente.
Em não mais do que 2 minutos de luta, o chão já se tornava completamente vermelho, enfeitado com as cabeças e membros decepados de mais de 20 guerreiros caídos. Os covardes já se esconderam á muito tempo, nesses não tenho mais interesse. As mulheres e crianças porém, não devem estar longe daqui. Hora de cumprir minha promessa.
Mas antes da caçada começar, sinto uma pressão vinda com o vento, tento desviar mas é tarde. Algo pesado me atinge o ombro esquerdo, quebrando todos os ossos dessa região. Vejo em minha frente um jovem ruivo, alto, obviamente extremamente forte e, pelo que parece, extremamente rápido. Em suas mãos, um martelo de ferro cujo cabo era do tamanho de suas pernas, e a cabeça tão grande quanto seu peitoral.
Mal tenho tempo de me pronunciar e ele investe novamente, dessa vez consigo desviar do primeiro ataque pulando por cima de sua cabeça, mas ele é rápido, me agarra em pleno ar e me joga contra uma rocha ao lado. Em seguida, martela o chão com toda a sua força quebrando a rocha, consigo desviar por sorte, e invisto um soco contra seu abdomêm. Ele cospe sangue e ri. Me afasto, e repito o gesto.
-Qual o seu nome, guerreiro? – Digo, em êxtase.
-Me chame de Ragnar, estranho. E não pense que um arianozinho qualquer pode vir ao meu domínio e fazer o que quer com pessoas sobre minha proteção.
Ariano? Que interessante, mal havia notado minha condição física até agora, nada além das estranhas escrituras que permeavam meu corpo, como rúnicas antigas.
Porém, sem tempo para pensar agora. Ele, novamente investe outro ataque. Impaciente, porém poderoso. Consigo desviar seu martelo com meu ombro esquerdo. Ele está claramente surpreso, porém não hesita um segundo. Á tempos não lutava com alguém tão digno.
-... sim, talvez eu lhe honre da forma mais honorável possível para um ser humano... talvez eu lhe mostre aquilo...
Ele me ignora e continua a atacar. Dessa vez está mais comedido, estratégico, percebeu minhas habilidades de cura e quer simplesmente me colocar pra dormir com golpes em áreas vitais. Mal tenho tempo para contra-atacar, ele está me colocando em um beco sem saída. Sim, ele sem duvida não é um humano normal, em termos físicos e mentais. Você poderia ser glorioso, Ragnar, você poderia crescer e quem sabe, um dia, ter seu próprio império. Me desculpe...
Recuo o mais longe possível dentro de seu campo de visão, quero que ele veja isso.
-Com medo, estranho?Se for assim, admita sua derrota que lhe deixarei viver, reclamarei apenas seus braços como prêmios.
Ô ignoro, e o processo começa. Logo, meus dentes humanos começam a ser substituídos por presas, minha pele escurece para um negro como a noite, minhas unhas crescem em arco, minha cara se alonga. Logo, minhas feições tomam características caninas, e o que se opõe perante o grande Ragnar é um monstro canino, de mais de 3 metros de altura, e uma aura de medo. Ragnar não diz nada, apenas assiste, sua cara agora é séria, não deixa uma única emoção transpirar.
-É inútil, eu posso sentir seu medo, seu temor, seu... êxtase?
Rapidamente, o guerreiro ruivo vem em minha direção com um sorriso macabro, ele estava obviamente se segurando, ele queria que a luta durasse, mas agora, ele está vindo com tudo, ele quer ver meus limites.
Quebro o martelo com meus dentes e rasgo seu abdômen com uma única garra quando ele tenta pular em cima de mim. Cai no chão duro e frio, seu sangue e tripas permeiam a neve branca. Um morte não tão limpa, mas bela e digna de um guerreiro.
-Não se martirize, jovem Ragnar, você foi bravo e poderoso, sua morte foi digna. Você jamais teria uma chance comigo... Como teria?
-s..sua..s run..as...conheço el..elas...
A surpresa dele estar vivo é logo substituída pelo compreensão do significado de sua frase.
-Minhas runas? As rúnicas que permeiam meu corpo humano? Me diga, Ragnar, em seus ultimo suspiro, o que são?
-s...senhor...dos... cor..corvos...- Seus olhos reviram, sua pele empalidece, e sua respiração para. Ragnar estava morto.
Senhor dos corvos? Seria ele quem me trouxe de volta?
Corvos, ahn?... Loki, pai, teria você algo a ver com isso?
Preciso descobrir mais, preciso descobrir onde estaria esse Senhor dos Corvos, se ele está relacionado a minha volta, e se estiver, mata-lo por chamar-me do vazio.
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