Stufkhiin - Filhos de Ykovar

Os escritos antigos diziam sobre seu retorno, sua derrota foi meramente um atraso. Um atraso para os filhos de Ykovar derramarem seu próprio sangue. Mas ninguém quis acreditar, acreditar que sua espécie sequer existia. E quando a verdade finalmente foi revelada, revelava-se em chamas. Porém, há um que eles temam. Em sua língua é Stufkhiin, um vingador de sua raça, que luta pelo certo, que luta pela vida! E este, escolhido pelo destino, é você!

Época:

A época será divida em eras e anos. Exemplo: 4E A745 (4ª Era – Ano 745). Cada reino tem sua era. Elas são divididas pela troca do Jarl, o rei de cada cidade. No entanto, a era só muda após a 20ª troca.

Jarl:

Os Jarl’s são os reis de cada reino (cidade). Em alguns lugares, os Jarl’s são eleitos pela descendência, em outros por votação, e em ainda outros por grandes lutas.

Reinos e seus ambientes:

Niflheim: Conhecido como “Reino da Neblina”. O ambiente é frio e montanhesco. Neva constantemente, não tendo mudança de estação. Cidade fortemente econômica. Época: 3E A686

Muspelheim: “Reino do Fogo”. Região vulcânica e quente. Lendas dizem que os vulcões não entram em erupções a eras, pois certa benção dos deuses foi dada a região. Nesse reino, a economia não é um forte, mas a habilidade militar se destaca, tendo quase o mesmo poder que Figtheim. Época: 3E A897

Figtheim: Destacado como “Reino dos Guerreiros”, onde cada família é obrigada a dedicar um membro ao treinamento militar. Região onde chove constantemente No entanto, não é fria. A cidade é considerada como todos como ambiente de guerra, mau lugar para se viver, á não ser que você queira ser um guerreiro conhecido. Época: 4E A745

Dastheim: Ambiente desértico. É chamado de “Reino da Areia”. Uma cidade considerada como centro comercial. O lugar é basicamente formado de mercados e fornecedoras. Mas, por não ser forte militarmente, ela sofre constantes saques, mas ainda sim continua sendo a cidade mais forte economicamente do império de Ykovar. Época: 4E A078

Império de Ykovar:

Todos esses reinos acima fazem parte de um só império, Ykovar. Esse nome é derivado de Ykovar Ragnek, descobridor das terras. É como que se cada lugar fosse um estado com autonomia própria, mas todos debaixo do imperador. Todos os imperadores são descendentes de Ykovar.

-Ele vai ser um guerreiro.

-Não! De modo algum! É nosso primeiro filho Hekryg, ele não.

-Não teremos outro, não neste mundo. Olhe a sua volta o ambiente hostil em que vivemos, é uma tortura colocar outro filho aqui.

-Então vamos embora todos nós! Não irei permitir que você o tire de mim.

-Não há outra escolha. Se sairmos nos matarão, se ficarmos não iremos ter outro filho e assim morreremos também. É isso ou nada!

Um nascimento atribulado para um guerreiro como você! Desde criança seus pais já teriam de ter notado que você era diferente. Olhos castanhos, mas com tom amarelo. Ao passar do tempo, se clareava cada vez mais seu olhar. Cada ano a mais que você vivia, observava que o império oprimia seus estados independentes. E entre os próprios filhos de Ykovar, sangue era derramado! Batalhas curtas, mas sangrentas.

Você era filho de pessoas normais, mas foi escolhido por alguém superior á todos para se tornar um salvador. Embora seja filho de humanos, você é de uma raça violenta, uma espécie praticamente perdida nas eras. Eles eram conhecidos como Guleøjne’s (Olhos Amarelos). No entanto, entre milhares destes, um era escolhido para controlar sua raça. Um guerreiro forte, mas com consciência do que era uma vida, qual o seu significado, qual a sua importância. Este zelava pela vida. Seu título era Stufkhiin. Mas como eu disse, os Guleøjne’s desapareceram no tempo, e assim também os salvadores.

Esperava eu que eles realmente estivessem perdidos. Mas meu desejo não foi realizado. O tempo em que os reinos de Niflheim e Muspelheim estão em guerra já é em si algo estranho. Essa guerra se estende á mais de 40 anos. Os Jarl’s que a começaram já foram substituídos. No entanto, nada termina a guerra. Isso tudo por causa de uma parte relativamente pequena de terra. O império nem sequer intercede.

Relatos dizem que alguns dos soldados que combatem a guerra são Guleøjne’s. Mas só soldados não fariam essa guerra durar tanto. Algo maior está pro trás. Irei lhe treinar, mas depois disso cabe a você decidir se irá ajudar ou não. Cabe a você a achar o responsável. Cabe a você a libertação!

Meu pai sempre dizia: “É fácil ensinar alguém a matar. Difícil é ensiná-lo a não matar!”. Eu irei te treinar, mas no fim, quem irá decidir o que fazer com essa força e habilidade é você! Talvez com o tempo você entenda o que é salvar uma vida, e o porque de salvar uma vida. Com o tempo você será um deus para eles. Alguns te adorarão, outros sonharão em te matar. No entanto, tenho de lhe dizer que poucos terão essa capacidade. Você tem de saber que não é imortal, pode ser mais forte, mais habilidoso que outros, mas não, não é imortal!

Eu sei que você não se lembra de nada, sei que você não sabe o que ocorreu com os seus pais, onde você morava antes de vir para essa ilha, onde viveu toda sua vida. Mas isso lhe protege, lhe dá frieza. E isso é mais do que necessário.

(MUDANÇA DE NARRAÇÃO)

-Instale uma base na ilha ao norte de Niflheim. Não deixe que nenhum ser-vivo que se encontre lá sobreviva. – ordenou o capitão militar de Muspelheim, Ydronark.

Alguns meses depois do início do treinamento, um exército se dirige á ilha em que um sábio estava treinando um jovem. Esse jovem tem mais potencial do que parece. Embora você não saiba, ele tem capacidade de matar todo essa tropa que vai em direção deles.

Ydronark e seu exército chegam de surdina. Nenhum barulho, nenhum movimento brusco, nada. Eles vão passando pela mata até chegar ao centro da ilha. Então o capitão levanta a mão, com o sinal para que todos parem. Ele vê o jovem lutando contra um senhor. Logo percebe que se trata de um treinamento. Ydronark nota que tal rapaz é mais ágil, mais forte e mais habilidoso do que um humano normal. No entanto, o senhor também tem seus atributos. Ele se mostra como um ótimo espadachim.

Ydronark dá a ordem para o exército avançar e matar o senhor, mas capturar o rapaz vivo. O rapaz percebe rapidamente a movimentação, pois também tem seus sentidos aguçados, assim como todos da sua espécie. Ele toma e frente de seu mestre. No entanto, o senhor deixa claro a ele que não é necessário matar alguém.

Ao se ver cercado, o jovem recua de sua posição, pois vê que não é possível sair dali sem matar alguém. O que o mestre achou mais difícil de ensinar, conseguiu. Ydronark chega perto e encara o rapaz. Ele olha em direção ao senhor. Por fim, acena com a mão em direção á um de seus soldados, como que ordenando que este assassinasse o senhor. Dito e feito. O jovem se enfurece e parte para cima de todos, no entanto, recua novamente em respeito ao seu falecido treinador. Ele se deixa ser capturado.

Então, ele e mais alguns que foram capturados pelo exército no caminho, são mandados em direção á um refúgio de Muspelheim. No caminho eles conversam baixo entre si, travando um plano para fuga.

-Qual o seu nome rapaz?

-…

-Não irá dizer? Qual o problema, você irá morrer mesmo…

-Meu nome é Heldry!

O general Ydronark interroga o rapaz que acaba de perder seu mestre. Seu treinamento não está completo. Com toda sua força e sentidos apurados, todo aquele lugar podia vir abaixo, matando assim até mesmo pessoas inocentes. Um dos soldados conhece a lenda dos Guleøjne’s, e percebe os olhos amarelos de Heldry. Ele chama então seu general, lhe contando a lenda e dando sua opinião.

Ydronark o ordena que chame o executor. Esse assassino, cujo nome é Bersecky usa uma mascara que cobre todo o seu rosto, nem seus olhos ficam a mostra. Usa também uma armadura que sobrepõe todo o seu corpo. Nada fica exposto.

O general Ydronark conhece muito bem Bersecky, sabe de sua força, visto que foram parceiros de guerra. Ele não tinha conhecimento sobre a existência de outras raças. Ele só ficou convicto nessa idéia após conhecer a lenda contada por seu soldado.

Á medida que Bersecky se aproxima com uma grande foice, o chão treme. Ele é enorme, no mínimo uns dois metros de altura. Heldry olha á sua volta, como que se perguntando se o tal plano combinado ia dar certo. Bersecky se posiciona ao lado de uma caixa. Ydronark ordena que um dos rebeldes ajoelhe e coloque sua cabeça sobre essa caixa. Um golpe e ele é decapitado. Heldry mantêm o olha fixo no tal gigante, como que não se intimidando. Ele sabe de sua capacidade, mas tem medo de que ao usá-la, algo de pior aconteça.

Mais um. Outra cabeça cai na caixa. Chega á vez de Heldry. Ele caminha em direção a caixa. Ao deitar e olhar para o céu, ele vê uma enorme pedra caindo. Ao mesmo tempo, soldados nas torres de observação alertam sobre um exército e catapultas que se aproximam. A pedra se choca com uma das torres. Uma gritaria começa. Os companheiros de Heldry que não foram executados, pulam em direção á Bersecky. Ele então larga a foice e entra em uma batalha corpo á corpo contra os cinco que lhe atacam.

Bersecky levanta dois homens e batem suas cabeças. Outro pega uma espada de um soldado morto e tenta atacá-lo. O executor levanta a mão para se defender, e a espada é quebrada ao meio. Este e os outros dois que restam recuam, pois percebem a pedra lançada pela catapulta que vem em direção é Bersecky.

Ele cai ao chão com a pedra o prendendo. Heldry se levanta e vai em direção á ele. Bersecky tira a grande pedra que está sobre ele, e também encara Heldry. O assassino fica incomodado com sua máscara rasgada, e resolve tirá-la. O stufkhiin vê os olhos amarelos de Bersecky. Ele terá de enfrentar o primeiro Guleøjne!

-Sempre esperei você. Estava demorando! Não sabia quem era, mas sabia que um dia viria atrás de nós. TRAIDOR!

Bersecky avança em direção á Heldry. Sem armas. Uma luta combatida pelos sentidos. O executor dá o primeiro golpe no Stufkhiin, o lançando á quatro metros. O rapaz se levanta sem ficar abatido e torna a enfrentar Bersecky. O assassino levanta Heldry pelo pescoço, tacando ele novamente ao chão. Comparado á um Guleøjne, o Stufkhiin é mais evoluído. Não muito, mas com o treinamento cada vez mais ele se desenvolve.

No entanto, nessa batalha a desvantagem para Heldry é grande. Novamente Bersecky dá um golpe nele, o machucando mais ainda. O rapaz não se abate e o enfrenta novamente, dessa vez consegue lhe dar um golpe, um soco na armadura peitoral do executor. Bersecky dá uma risada sínica e com um tapa derruba Heldry novamente. Ydronark chama o assassino para ir embora, visto que o lugar já está perdido. Torres ainda caem, uma grande fumaça sobe, e por fim Heldry desmaia.

-Garoto! Garoto!

-…

-Até que enfim. Achei que você tinha morrido. Foi muito corajoso enfrentando aquele grandão. Apanhou muito, porém tem poucos ferimentos. Na verdade, quando te pegamos, você estava bem ferido, mas agora você está bem melhor. Não sei como isso é possível!

-…

-Estamos em uma base do exército de Niflheim. Prazer, me chamo Hreyk, arqueiro capitão. Você é Heldry, certo?

-…

O rapaz se levanta e sai da barraca, sem dizer uma palavra. Ele vê diante dos seus olhos centenas de soldados em um grande campo de treinamento. Manequins sendo cortados por espadas afiadas. Flechas atingindo alvos em árvores ou em outros bonecos. Batalhas entre soldados, no entanto sem armas. Ele vê que este lugar pode lhe proporcionar o treinamento que lhe falta. Até o momento, eles encaram Heldry como um herói, mas quando verem seu potencial, o temor pode fazer com que o expulsem dali. Poucos repararam em seu olhar amarelado. Ele ainda tem tempo de forjar uma máscara, e esconder sua verdadeira natureza.

Heldry ainda se recupera da última batalha. Ele vê que os soldados estão se preparando para uma invasão.

-Vamos Heldry, é sua chance de enfrentar o executor novamente.

-Não estou preparado.

-Que milagre você dizer algo. Enfim, é sua chance, e com você também teremos a nossa chance.

-Não mudou nada Hreyk. O que vai adiantar?

-Bem, não vamos partir imediatamente, ainda estamos no preparando. O general disse que partiremos em 168 horas. Até chegarmos ao local, é mais 168 horas. Ao decorrer da viagem você pode ir treinando.

-Mas quem irá me preparar? Preciso lhe confessar algo. Sei que acabei de te conhecer, mas algo me diz que você é confiável. E você deve prometer que o que vou lhe contar deve ser guardado ás sete chaves de Ykovar.

-Eu prometo meu irmão.

-Há uma lenda que me envolve diretamente. Há uma raça chamada Guleøjne, os tais “olhos amarelos”. Essa máscara que uso esconde minha natureza. Não sei como você não reparou quando eu acordei na barraca. Mas enfim, eu sou um deles. Essa raça é violenta e não se intimida diante da morte. Pouco sei sobre minha espécie, porém sei que somos perigosos. No entanto, eu tenho algo diferente. Nessa mesma lenda, um conhecido como Stufkhiin é o protetor dos humanos normais. Alguém mais forte que os da sua própria raça. Ele preza a vida e faz de tudo para protegê-la.

-E você é ele!

-Pelo que tudo indica sim. Eu enfrentei um da minha própria raça para proteger alguns. Nem mesmo ele eu mataria. Creio que todos têm uma segunda chance. Mas meu destino é extingui-los. Temo de como farei isso.

-Espera, você disse que os Stufkhiin’s são mais fortes, mas você não conseguiu nem sequer machucar aquele grande Guleøjne.

-Essa é a questão. Preciso de treinamento. Minhas habilidades não têm limites. Minha força, meus sentidos, tudo, cada dia evolui mais. Mas para que eu possa saber usá-la, preciso que alguém me treine. Mas não pode ser qualquer um, precisa ser um que sabe da lenda e que tem modos de treinar um Guleøjne, ou melhor, um Stufkhiin.

-Eu sei onde você vai encontrar um desses. Esse a quem me refiro é especializado em vários tipos de combate. Ele treina os generais do exército de Niflheim. Ele deve conhecer essa lenda que você diz, mas não tenho certeza. Você terá de se arriscar.

-Onde ele está?

-Esse é o problema. Ele está á mais ou menos 216 horas daqui. Eu posso tentar convencer o general á esperar você voltar, teremos grandes chances com você.

-Se você conseguir, eu voltar a tempo de enfrentar Bersecky e ganhar dele, posso começar a corrida á favor da liberdade.

-Você terá de confiar seu segredo ao general. É o único modo de convencê-lo.

-Se este é o único modo, vamos lá. Luto pela paz, luto pela vida. Farei o que tiver de fazer para cumprir meu destino.

Heldry e Hreyk vão em direção ao general. Após explicar toda a lenda e seu plano, o general concede o seu pedido, dando tempo suficiente para o garoto ir e voltar para enfrentar o exército de Muspelheim. Heldry parte, e Hreyk insiste em ir junto com ele. O Stufkhiin continua escondendo sobre seu primeiro mestre, pois algo que ocorreu em seus sonhos pode mudar tudo.

Eles chegam ao local. Uma grande surpresa: o tal mestre também tem seus olhos amarelados!